04 dezembro 2010

As batotas da Playboy


Está por estes dias a decorrer na Christie's o «The Year of the Rabbit», um leilão de objectos relacionados com a revista Playboy, que inclui algumas fotos originais dos posters centrais das playmates, anotadas com correcções a fazer com PhotoShop: mamilos mais destacados e erectos (em casos excepcionais tinham que ser "suavizados"), curvas das nádegas mais... curvas, nenhum pêlo, nenhuma veia visível, redução dos poros, emagrecimento geral... e por aí fora, sendo a palavra "kill" muito usada ("kill stretch lines" ou "kill veins", por exemplo).
Como referem na página jezebel.com, "a mensagem é clara: mesmo com uma genética abençoada, depois de cirurgias plásticas e dietas, iluminação adequada, um fotógrafo profissional e dúzias de fotografias, até uma mulher de fantasia não consegue ser suficientemente fantástica".
Um caminho manifestamente errado.

Como sou amiguinha, aqui têm três exemplos em tamanho grande para poderem apreciar... as anotações (basta cricar em cada uma das imagens):

Asas Negras

No passado já viste aquele lugar, por entre a porta de vidro vedada. Agora, na sala que se te colocou a envolver, portas de vidro existem onde vês apenas espelhos e relutas em chegar até ao que a transparência te mostra. As portas abrem. E só de olhos fechados. Tudo o que está à vista é menos relevante, menos profundo, pouco ou nada será útil para as criaturas que pairam.
Se agora, de asas negras alguém te muniu, repousa do que te subtrai o essencial e olha as almas que da Janela olham por ti numa invocação nocturna de tranquilidade eterna.

Ruindo

Rio serena
Um dia virás
Indo em mim.

Poesia de Paula Raposo

Há sempre malta a cuscar


Heterogéneo


1 página

oglaf.com

Os reis vão nus



HenriCartoon

03 dezembro 2010

Das tais coisas

Há coisas assim.
Que não avisam, antes de nos abalroarem.
Que nos agarram ao chão que teimámos em abandonar, aventureiros esporádicos.
Que nos fazem mudar de rumo e recusar explicações.
Que nos fazem crescer (nunca mais pára, isto do crescimento?) e andar em frente.
(Sem perder muito tempo, que o tempo é do mais precioso que temos.)

Há coisas assim.
Coisas várias, coisas muitas, que se atropelam, a ver qual delas faz mais mossa.
(Se nós deixássemos.)
Coisas das tais.
Que encafuo no tal canto da minha memória que guarda as coisas de que não me apetece lembrar.
Até ver.

Conto dos pequenos

Hoje não posso responder a ninguém. O homem no meio da sala fala demasiado alto e atordoa a multidão. Tantos eus aqui comigo, tantos. Esta é a imagem da minha confusão. A verdade encontra-me sempre incapaz de acreditar e, ao mesmo tempo, incapaz de me mover como uma céptica. Não me movo. O homem deita-me. Adormeço e acordo deitada, o homem em cima de mim tenta observar a multidão; de vez em quando, estica o braço e pega, meigo, tão meigo, num dos pequenos eus e vai pousá-lo, cuidadosamente, separado da multidão. Dá-lhe um pequeno beijo e pede-lhe que não volte a entrar, que não será bem vindo, que não cabe na perfeição, que está tudo muito melhor assim, que só mais um ou dois como ele e as grades poderão cerrar-se à minha volta e dar-lhe a maravilha da tranquilidade perante mim: não mais causarei dor! Os pequenos eus rodeiam-me, tristes, estáticos, confusos; abrem muito os olhos partidos, muito, muito, até ao tamanho deles, até ao tamanho do vazio aqui. São apenas pequenas crianças perdidas, nem a mãe os soube guardar. Olham o homem pequeno - agora tão pequeno, mais pequeno que eles - do tamanho da cobardia. Vou salvá-los a todos, alguns perdem pedaços, já se calou o homem, já nem vejo o homem, mas eles salvam-me a mim. Esperarei quem enfrente e aceite os meus eus, tal como eu, porque eles não se podem separar de mim sem que eu deixe de ser porque eu quero pouco, tão pouco, quem me queira por quem eu nem sequer sou. Hoje não posso responder a ninguém, estou a falar comigo, como sempre, em paz.

Cucu


Não! O gajo não está sorridente por "atacar" por trás a mulher nua,
Olhem bem para ela.

Monges de Cluny

Figura em barro pintado, de 1927, com 39 cm de altura.
Tem um furo em cima e um arame que deveria ser para servir de candeeiro.
A maltinha que veio ao Visita-a-Funda nos dias 21 e 27 de Novembro já viu esta peça na minha colecção.






02 dezembro 2010

Edito estrelas

Lá por os pelos se agruparem no púbis não podemos chamar-lhes um grupelho.
Da mesma forma, enfiar na boca um tubo de papel em branco não transforma esse papel numa brochura.


Há um mês: a mesma situação, dois tipos de jornalismo

Vejam este video. Isto ter-se-á passado no passado dia 2 de Novembro, terça-feira, na Rua de Santa Catarina, no Porto.
A seguir leiam a notícia no «Correio da Manhã».
Por fim leiam a notícia no «Jornal de Notícias».

«Cona de cavalete» - por Bartolomeu

Namorei uma Jugoslava que tinha cona de cavalete...
Foi um daqueles namoros estranhos, mais um desafio que um namoro. Diziam-me os meus amigos na altura que eu não era capaz de comer a gaja...
Pfhhh... é só querer, respondi-lhes.
Apostaram, apostei e lá fui para o campo de batalha, uma discoteca em Lagos. Pensei que a Jugoslava caísse imediatamente, rendida ao charme e ao tesão de um latino todo bronzeado, cabelo à surfista e um ar ligeiramente atlético.
Tá bem... chora, Xico...
Já suava as estopinhas, já lhe tinha oferecido uma grade de cervejola e a alva menina, fresquinha que nem cachucho na lota, não me dava mais que uns sorrisos, enquanto os meus amigos iam apreciando a minha não-evolução e rindo a bandeiras despregadas.
Percebi que, com aqueles anormais em cima, não ia conseguir concretizar aquilo que, começando por uma aposta, se tinha transformado em defesa da honra.
Convidei então a menina para passear na praia, pouco certo de que aceitaria a minha proposta claramente insidiosa.
Aceitou!
Ufano, marialva, saí olhando de ladecos os meus amigos, exibindo um ar triunfador, de "el matador". Só faltou o disc-jockey meter um paso doble na vitrola.
E lá fomos, rumo à praia Don'Ana, já a sentir nos beiços, por antecipação, o sabor exótico de uma conaça Jugoslava.
Era de cavalete.
Sabeis o que é uma cona de cavalete?
Eu explico-lhes, gentinha inguenurante.
Uma cona de cavalete é aquela em que o osso púbico, apresenta uma morfologia proeminente, ou excessivamente proeminente, sobretudo se a revesti-lo se encontrar uma camada generosa de músculo.
A primeira reação de macho que apalpa uma cona de cavalete, sem retirar previamente as camadas de tecido que a cobrem, é: "Foda-se, pá... já foste enganado... afinal a Jugoslava é um Jugoslavo!"
Mas depois... como a curiosidade não se fica pela primeira sensação, tentas não demonstrar surpresa e, assim como quem não quer a coisa, voltas a passear os dedos pelo "local do crime" e, ainda sem certezas firmadas, começas a ceder a hipóteses.
Até que, mansamente, confirmas com um suspiro de franco alívio: "foda-se, caralho, afinal é cona, inchada, mas cona!" E mergulhas de cabeça, como se o mundo for acabar dali a meia hora.
Fodido, fodido... é que no dia seguinte, um gajo ainda anda com um dor no baixo ventre, que até tem dificuldade em andar.
Por isso, aqui fica o meu conselho, dirigido a todos aqueles que ainda não se aventuraram numa cona de cavalete: fodam-nas de toda a maneira, menos à missionário!
Inda dizem que este berlogue não presta serviço púbico...
Bartolomeu
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Não se pode dar tópicos a esta malta que descobre cada coisa...
watermeloncolya: "Parece um déjà vu sem lagos e sem praia, mas infelizmente há muitos anos atrás saiu-me uma dessas «conas de cavalete» (Bartolomeu, agradeço desde já a informação do real nome da coisa) e afirmo que não são nada, mas mesmo nada agradáveis as dores que se ficam durante e depois do acto. Devido à minha ignorância do nome, apelidei a menina de «cona de osso». Portanto, tenho que lhe pedir desculpas e chamar a coisa pelo nome."
Fin: "Também há a «cona de alçapão», quando um dos lábios é notoriamente maior do que o outro e o encobre."
Bartolomeu: "Mas aquelas que a gente curte mesmo, Fin... são «as d'alçaxouriço»... que têm as duas bordas tão volumosas que, quando um gajo olha para baixo, até se assusta, porque julga que ficou decepado..."