08 dezembro 2010

07 dezembro 2010

O João aprova #1

Começo hoje uma série (porque serão vários, mas se será longa como um falo africano, ou curta, como um falo asiático, é algo que desconheço, ainda) de pequenos posts onde aqui apresento coisas de que gosto. Coisas que me dão, digamos, um certo prazer. Possivelmente nem sempre pelas razões mais óbvias, e garanto-vos que não necessariamente de coisas que eu tenha vivido pessoalmente, ou sequer visto em primeira mão. Como, aliás, ficará patente já a seguir. Aviso, ainda, que não serei nesta série tão literário quanto noutras ocasiões. Poderá acontecer, mas quando acontecer será a excepção, não a regra.
Comecemos.

Aprovo isto!
Não se trata de uma apologia ao sexo anal, prática que - oh clamor! - nunca experimentei. Fruto da combinação entre a ideia nunca me ter seduzido, e nunca ter seduzido as mulheres que comigo se cruzaram. Chego a pensar, até, que não preciso nada da Sodomia para juntar aos meus já suficientes pecados e pecadilhos. :)
Aprovo esta imagem porque me parece absolutamente deliciosa. A sério. Notem. Está um vergalho enfiado naquele rabo e no entanto a menina tem um arzinho que intersecta suavemente a junção do inocente com o maroto. Como se não se passasse nada. Há toda uma aura de extrema compostura nesta imagem que contrasta fortemente com a penetração anal. A roupa não é alheia ao efeito. Goste-se ou não se goste, aquela blusa compostinha e aqueles sapatos que denotam algum cuidado, adicionam a tudo quanto escrevi antes. Oh sim, eu aprovo esta imagem.

Sinto-te

Sinto-te.

Deixo que nasça mais uma flor
uma pétala
uma fugaz ilusão de ti.

Sinto-te - dizes-me.

Acaricio-te a ternura da tua voz
estamos tão longe
às vezes quase perto:
sinto-te.
Digo-te.

Poesia de Paula Raposo

Optimista.

Ameixa ? Ameixa? Só pode ter sido feito por uma mulher demasiado optimista.
Fosse por um homem e seria "bacalhau na brasa" o aroma.

Empresa alemã cria chupa-chupa em forma de vagina

Farta dos comuns chupa-chupas existentes no mercado, uma empresa alemã decidiu inovar atribuindo ao doce um formato, no mínimo, bizarro: em forma de vagina.

A coisa promete...




Webcedário no Facebook

06 dezembro 2010

Edito estrelas

Se porventura calhar ler num livro a seguinte frase atribuída a uma personagem do sexo feminino: estás a foder-me imenso o juízo, dás-me cabo da mona - não parta imediatamente do princípio de que o éme de mona é um erro tipográfico.

Asas Negras - A Filha do Rei

Agora que o ser de asas negras surgiu, e a invocação de almas tornou-se possível na Janela e fora dela, começa a desenhar-se a vontade de relembrar, renascer e recuperar a espada de Teseu e com ela cumprir o que está por cumprir.
Um dia, quando içar as velas brancas a meu Pai, com a filha do Rei pela mão, a espada terá o seu derradeiro significado.
E na união do ternário com o quaternário, a espada desembainhará descartando a prudência e assumindo o que dela há muito se aguarda. Jamais esquecerei a troca das velas. O ser de asas negras nunca o permitirá.

Quando o telefone toca


Oiçam todos oiçam

Homer Simpson fotografado sem maquilhagem!

Com maquilhagem:

Sem maquilhagem:

05 dezembro 2010

O desmentido



HenriCartoon

«Obsessão» - por Rui Felício


Rodrigo era um homem educado, bem vestido, simpático.
Tinha a obsessão da leitura. Fossem jornais, revistas, livros, ou até um simples folheto publicitário. Não desperdiçava nenhum momento disponível para ler o que tivesse à mão, estivesse a andar de metro, a caminhar na avenida, a almoçar, a jantar, a tomar a bica, sentado no sofá, na sanita, deitado na cama, em qualquer lugar.
Na hora do almoço, comia rapidamente uma sandes e enfiava-se na Biblioteca do Campo Grande para devorar mais umas páginas de algum livro que andasse ali a ler.
Foi justamente nessa biblioteca que começou a ler as “ Mil Posições do Kamasutra “, um livro grosso que lhe daria para muito tempo de leitura. A Luisa, empregada da biblioteca, começou a simpatizar com ele e a habituar-se à sua presença diária. Reparou que o Rodrigo, depois de ler e reler aquele livro por duas vezes ao longo dos últimos dias, estava de novo a reiniciar a sua leitura, demorando-se mais tempo nesta ou naquela página que lhe suscitaria, por certo, algum especial interesse.
A Luisa já não disfarçava o fascínio que o Rodrigo exercia sobre ela e começou a imaginar-se sozinha com ele a experimentarem juntos, as posições que o livro ensinava. O desejo dela crescia de dia para dia até que, incapaz de o esconder por mais tempo, encheu-se de coragem, dirigiu-se ao Rodrigo e convidou-o para jantar em sua casa.
Prometeu-lhe que levaria o livro que ele andava a ler.
Combinaram encontrar-se em casa da Luisa, ali para os lados de Benfica, na noite do dia seguinte.
À hora combinada o Rodrigo bateu à porta, a Luisa mandou-o entrar para a sala onde já estava a mesa posta com duas velas e uma garrafa de espumante envolta em gelo.
Com um sorriso educado, o Rodrigo perguntou-lhe se tinha trazido o livro e ela entregou-lho, dirigindo-se depois à cozinha para ir buscar o jantar esmeradamente já preparado.
Durante o jantar, o Rodrigo passou o tempo a ler. Por uma questão de educação, ia respondendo laconicamente, à Luisa, com monossílabos e meios sorrisos.
No fim, ela pegou-lhe na mão e arrastou-o docemente para a cama, ajudando-o a despir-se enquanto ele continuava com a leitura.
Deitaram-se, abraçou-o por trás, beijou-o de leve no pescoço e nas costas, insinuando o seu corpo contra o dele.
Louca de desejo, sussurrou-lhe ao ouvido que já estava toda molhada.
O Rodrigo, com o livro numa das mãos, estendeu o braço, afastou-lhe suavemente as cuecas e passou os dedos no sexo molhado da Luisa.
Voltou à leitura e, pouco depois, estendeu de novo o braço para trás repetindo o toque dos dedos na rachinha inchada da Luisa, fazendo-a estremecer, aumentando-lhe o desejo intenso que a consumia. A seguir, regressava à leitura...
A Luisa disse-lhe, com a voz rouca e a respiração ofegante:
- Meu amor, não pares! Porque paraste?
O Rodrigo virou a cara, olhou-a intrigado e articulou:
- Parei? Parei o quê? Não te entendo!
E a Luisa:
- Paraste de me acariciar, querido! Continua!
- Eu?! Não te estava acariciar! Estava apenas a molhar os dedos para virar as páginas do livro...

Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações»

Dos segredos

São mãos quebradas
e unidas sem dedos
meus receios teus medos
mas caem separadas
agora veste-me de cortinas
tecidas de enredos
nas janelas são páginas
de medos teus nossos segredos
aqui as escondo rimadas
em sonhos meus teus anseios
eu chamei-lhes devaneios
tu chamaste-lhes madrugadas.


A posta morna e montes de dominical


Só por uma vez (e foi há tanto tempo que poderia começar esta posta com "era uma vez") caí na asneira de me apaixonar por uma daquelas moças que se declaram completamente desvinculadas da sua paixão anterior mas um gajo até consegue ler nas entrelinhas da insistente negação o despeito ou o desgosto por a dita relação não ter resultado.
Bom, se calhar até aconteceu por mais do que uma vez. Mas todos/as sabemos o quanto a maioria das pessoas sem pila são hábeis em fazer como as bisnagas vira-bicos (sim, também já há muito não existem nos carnavais adolescentes), apontando a boca para o lado do desprezo enquanto o olhar, virado para o lado oposto, se delicia com tudo o que podem absorver acerca dos alegados ex com enorme, porquanto bem disfarçada, sofreguidão.
Isto a propósito de hoje em dia eu me desviar mais depressa desse tipo de pessoa sem pila do que se pira da água fria um gato acabadinho de escaldar.
Nada de bom se pode encontrar no futuro de uma relação cujo presente (toma e embrulha) se constrói nesta óptica da picardia para (re)estimular o alvo que ainda não está assim tão passado e nos transforma por inerência numa espécie híbrida de prémio de consolação com genes de isco para possessivos e gananciosos.
Aprendi essa lição, e acho que até já falei nisso por estas bandas, quando me deixei embalar na canção da coitadinha que o meu ex até me batia e eu odeio-o e agora preciso imenso de colo e de amor para compensar e investi tempo e emoção à toa numa rapariga que acabaria, para meu espanto - era muito novinho na altura, por me trocar precisamente pelo tal bruto que a agredia e me deixou com um desgosto tão grande que levei algumas quarenta e oito horas a apaixonar-me outra vez.
Bom, não foram bem quarenta e oito horas porque logo nesse dia dramático uma amiga próxima foi generosa ao ponto de me acolher no seu regaço para evitar algum trauma que pudesse dar-me cabo do vigor, mas dá para perceberem que uma pessoa fica mesmo abalada com este tipo de experiência tão chocante quanto instrutiva acerca do modus operandi da maioria (enfatizo esta quantificação para não tomarem a coisa por uma generalização) das moças incapazes de deixarem cair o homem da sua vida enquanto não surge em cena o mais adequado para lhe tomar a posição.
Claro que a moral da história não implica que não tenha já incorrido na mesma asneira e não possa vir um dia a tropeçar de novo em cenário similar. Contudo, vestirei nesse caso a pele da vítima de um logro por parte de uma qualquer artista de variedades (por norma variam imenso também nos humores e nos namorados de substituição - uma espécie de assistência em viagem da paixão - que as rebocam emocionalmente até ao dia em que se sentem capazes de nadar de novo nas águas passadas onde supostamente quase estiveram para se afogar).
Nem todas as boas actrizes (e igualmente muita boas, às vezes) pisam um palco a sério e não faltam as que reservam esse talento para se travestirem em sessões privadas para o único imbecil disponível na platéia, sempre sob o olhar de esguelha do tal ex postiço que sempre arranja forma de espreitar a actuação às escondidas no camarote ou no ponto menos iluminado do balcão.
Sim, um gajo também acaba sempre por encontrar refúgio por entre os escombros de uma relação mal sucedida quando percebe que participou afinal de uma competição inquinada pela batota das negações por conveniência. Aliás, é essa a maior das portas pequenas por onde se sai de um filme assim.
Mas fiquem com a certeza de que nessas películas de segunda mais vale abandonar a sala antes mesmo de surgir na tela a palavra fim.