Os exames eram um flagelo. Um mês antes, já a ansiedade tomava conta dele, perdia o apetite, dormia pouco, a capacidade de retenção dos conhecimentos quase batia no zero.
Passava noites em claro a estudar, a rever a matéria, embrenhado nos livros.
Porém, frequentemente, tinha que ler o mesmo parágrafo duas e três vezes seguidas, porque ao fim de cada leitura não recordava nada do que tinha acabado de ler.
Porque se desconcentrava, porque lia uma coisa mas, obcecado, só pensava nos exames e no pavor de não ser capaz de responder às perguntas que lhe fossem feitas, chegando ao fim sem saber o que tinha lido.
O Paulo era um bom aluno, com classificações acima da média, mas a aproximação dos exames dava-lhe volta ao estômago. Sentia-se inseguro, agoniado...
Não eram as provas escritas que o amedrontavam. Nessas tinha confiança no seu saber. O seu feitio tímido e a sua insegurança, assustavam-no, era nas provas orais. Tinha, portanto, que estudar mais e mais para poder garantir que obteria boas notas nas provas escritas que o dispensassem das orais.
Já na vida amorosa, era um homem seguro de si!
Todas as mulheres com quem namorou, o elogiavam pelo prazer que lhes proporcionava. Pela destreza e suavidade da sua língua que lhes tocava os mais recônditos e sensíveis lugares do corpo, levando-as à loucura, ao êxtase completo.
No sexo, ao contrário do que sucedia nos estudos, o Paulo era, reconhecidamente, um especialista nas orais...
Rui Felício
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Encontro de Gerações»