21 fevereiro 2016
20 fevereiro 2016
Varinha mágica...
Patife
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«Até à eternidade» - por Rui Felício
Moravam na Estrada da Beira junto ao Café Vitrice.
O Sr. Olímpio trabalhava perto, a cinquenta metros, no escritório da Escola de Condução do Zé Pais.
A mulher, a D. Virgínia, era doméstica.
Deviam andar na casa dos cinquenta anos de idade e eram casados há uns trinta.
Ela passava o tempo na lide da casa, passajava as meias do marido, costurava, cozinhava.
Às vezes conversava com a sua única amiga, a D. Leopoldina que morava do outro lado da rua e que, quando calhava, lhe batia à porta.
O Sr. Olímpio, de ar circunspecto e desconfiado, almoçava sempre em casa e depois regressava ao escritório. Pelo caminho, curto, palitava os dentes e escarrava uma vez ou duas para o meio da estrada.
Ciumento em último grau, há muito que proibira terminantemente a sua mulher de sair de casa sem ser acompanhada por ele. Nem para ir ao café, mesmo ao lado, ou sequer para atravessar a rua para estar à conversa com a D. Leopoldina.
Não tinham filhos.
Da única vez que ela engravidou, o Sr. Olímpio tinha-a obrigado a fazer um aborto porque se lhe encasquetou na cabeça dura que o filho não seria dele. Acusou-a sem fundamento de ter ido ao Café Vitrice sem consentimento dele e que o dono certamente se tinha enrolado com ela.
Com o aproximar do Verão, quando os dias começavam a ficar maiores, depois de sair do escritório, levava-a a passear na baixa, resmungando quando lhe parecia que ela olhava descaradamente para algum homem com quem se cruzassem.
Durante a viagem, no trolley, a D. Virgínia sentava-se sempre junto à janela, ia observando as árvores e as casas, sob o olhar de esguelha, fiscalizador e intimidatório do marido sentado estrategicamente ao seu lado.
Certo dia a D. Virgínia adoeceu gravemente. Era visitada diariamente por uma médica que a dada altura confidenciou ao marido que ela não iria durar muito.
Pouco mais de um mês depois morreu, placidamente e silenciosa, como sempre vivera.
No dia do funeral, o Sr. Olímpio chorava copiosamente, pesaroso, inconsolável, porque na verdade ele amava-a.
Quando levaram o caixão para a carreta, o marido ficou de rastos. De tal forma que um amigo o veio consolar aconselhando-lhe calma. E, naquele estado, o amigo perguntou-lhe se ele se sentia em condições para acompanhar o féretro até ao cemitério da Conchada.
O Sr. Olímpio empertigou-se, fez das tripas coração e respondeu-lhe.
- Claro! Nunca saiu sem mim. Não seria agora que o faria pela primeira vez!
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
O Sr. Olímpio trabalhava perto, a cinquenta metros, no escritório da Escola de Condução do Zé Pais.
A mulher, a D. Virgínia, era doméstica.
Deviam andar na casa dos cinquenta anos de idade e eram casados há uns trinta.
Ela passava o tempo na lide da casa, passajava as meias do marido, costurava, cozinhava.
Às vezes conversava com a sua única amiga, a D. Leopoldina que morava do outro lado da rua e que, quando calhava, lhe batia à porta.
O Sr. Olímpio, de ar circunspecto e desconfiado, almoçava sempre em casa e depois regressava ao escritório. Pelo caminho, curto, palitava os dentes e escarrava uma vez ou duas para o meio da estrada.
«Mulher e a Morte» Estatueta em resina Colecção de arte erótica «a funda São» |
Não tinham filhos.
Da única vez que ela engravidou, o Sr. Olímpio tinha-a obrigado a fazer um aborto porque se lhe encasquetou na cabeça dura que o filho não seria dele. Acusou-a sem fundamento de ter ido ao Café Vitrice sem consentimento dele e que o dono certamente se tinha enrolado com ela.
Com o aproximar do Verão, quando os dias começavam a ficar maiores, depois de sair do escritório, levava-a a passear na baixa, resmungando quando lhe parecia que ela olhava descaradamente para algum homem com quem se cruzassem.
Durante a viagem, no trolley, a D. Virgínia sentava-se sempre junto à janela, ia observando as árvores e as casas, sob o olhar de esguelha, fiscalizador e intimidatório do marido sentado estrategicamente ao seu lado.
Certo dia a D. Virgínia adoeceu gravemente. Era visitada diariamente por uma médica que a dada altura confidenciou ao marido que ela não iria durar muito.
Pouco mais de um mês depois morreu, placidamente e silenciosa, como sempre vivera.
No dia do funeral, o Sr. Olímpio chorava copiosamente, pesaroso, inconsolável, porque na verdade ele amava-a.
Quando levaram o caixão para a carreta, o marido ficou de rastos. De tal forma que um amigo o veio consolar aconselhando-lhe calma. E, naquele estado, o amigo perguntou-lhe se ele se sentia em condições para acompanhar o féretro até ao cemitério da Conchada.
O Sr. Olímpio empertigou-se, fez das tripas coração e respondeu-lhe.
- Claro! Nunca saiu sem mim. Não seria agora que o faria pela primeira vez!
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
19 fevereiro 2016
Maltinha, temos nova (e excelente) companhia!
A partir da próxima semana, passamos a contar com Veneno Cor de Rosa na equipa da fundiSão: Pink Poison.
São Rosas - Já tenho o pito todo molhadinho.
Pink Poison - Acalma lá o pito...
São Rosas - Pito e repito.
São Rosas - Já tenho o pito todo molhadinho.
Pink Poison - Acalma lá o pito...
São Rosas - Pito e repito.
«conversa 2150» - bagaço amarelo
Ela - Então, estás bem?
Eu - Sim, vou andando. Às compras, não é?
Ela - No último jantar lá em casa, acho que o vinho tinha qualquer coisa...
Eu - Então?
Ela - Fiquei sem copos... vim comprar novos.
Eu - Sabes que agora há uns copos que parecem de vidro mas não se partem...
Ela - Credo! Não quero isso.
Eu - Porquê?
Ela - Então e como é eu faço quando o meu marido me chateia?
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
«Manneken Pis» - Ruim
Quem teve a ideia de pôr meninos nus anafados feitos em bronze a mijar numa fonte devia ser um tipo mesmo especial.
"Ferreiro cenas ou lá o que é, precisamos de uma ideia para uma estátua de bronze para pôr numa fonte"
"Que tal uma criança gorda toda nua com água a sair-lhe da piça?"
"Fantástico. Rápido, cubram este homem de ouro!"
Ruim
no facebook
18 fevereiro 2016
Postalinho de Bariloche
"Uma cerveja artesanal à medida da São Rosas.
Diz o Alfredo: «Sempre húmida e lourinha!...»"
Daisy Moreirinhas
Enviado de Bariloche
Diz o Alfredo: «Sempre húmida e lourinha!...»"
Daisy Moreirinhas
Enviado de Bariloche
Pornografia agrafada
Conto «Férias em Paris» de autor anónimo.
Livro de 1975 com folhas impressas só de um lado e agrafadas, escrito em máquina de escrever e paginado de 75 a 104.
Uma obra quase artesanal na minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Livro de 1975 com folhas impressas só de um lado e agrafadas, escrito em máquina de escrever e paginado de 75 a 104.
Uma obra quase artesanal na minha colecção.
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