20 abril 2018

«Quase 10 meses de solitude, prazer, renúncias e aprendizado como cortesã» - Cláudia de Marchi

Dia 11/02 [2017] farão 10 meses que estou trabalhando como acompanhante de luxo e, praticamente um ano que comecei a me identificar com a ideia. O que quer dizer o tal de me "identificar com a ideia"?! Bem, para uma mulher de fortes princípios éticos e morais como eu, (apesar de certa dose de devassidão em momentos propícios), isso significa fazer renúncias, além de escolhas.
A escolha por tal profissão envolveu a superação de muitas necessidades vãs que eu insistia em ter. A priori, está aquela já bem sucateada em tempos de relacionamentos líquidos: a de ter "alguém para chamar de meu", parodiando a velha canção. Não vislumbro um namoro, menos ainda um casamento, coexistindo com a vida de cortesã. Eu jamais desejaria isso e tampouco teria admiração por um homem que aceitasse tal condição passivamente.
Vejo porém, que minha abdicação me fez mais forte, independente, imersa em solitude, sem o sentimento negativo da solidão que eu já senti noutros tempos, naqueles em que a imaturidade emocional vigorava! Aliás, fico boquiaberta ao me recordar da minha vida afetiva em tais épocas: vários namoros sérios, envolvimento familiar, para, não muito tempo depois eu me deparar com o comodismo e egoísmo do companheiro e, diante disso, terminar o relacionamento. Não direi que tais relações foram perda de tempo, pois aprendi muito com elas. Encontrei-me através de cada relação frustrada.
Todavia, viver do sexo com homens seletivos (afinal, eu só me encontro com os que leem meu blog, anúncio e descobrem detalhes a meu respeito) é, pois, muito mais libertador e regozijador para mim do que passar horas conversando com o cidadão do Tinder, do "Par Perfeito", do cara do Facebook que fizeram eu usar muita internet e desperdiçar tempo de leitura e estudo jurídico para, ao final, percebe-los frustrantes ou namora-los até vê-los acomodados deitados na cama, mexendo no celular para falar com os filhos ou família enquanto eu estava nua ao seu lado querendo transar.
"E as noites sozinha, Cláu?". São noites em paz! Eu não preciso dormir acompanhada para ser feliz, assistir a um filme com alguém para me sentir "preenchida", eu não preciso e ninguém precisa, mas eu descobri isso, muitas pessoas não. Algumas jamais descobrirão, porque sempre colocarão alguém para tapar os seus buracos existenciais. Eu tenho um urso de pelúcia que eu abraço para dormir, a Pimpo, ela me basta, tenho dois gatos e inúmeros livros. Tenho a escrita, tenho filmes!
O grande problema das pessoas é que elas têm para si a ideia de que um "amor" lhes fará mais felizes, lhes fará um imenso bem e lhes completará, ignorando que já viveram amores e terminaram no tédio, porque seguidamente este é o caminho das relações duradouras, sobretudo após os filhos nascerem. Ignorando que elas não são metades para serem completavas.
O problema é que as pessoas não se sentem plenamente bem sozinhas, sem uma parceira sexual, um amigo colorido, um caso pra conversar no WhatsApp, um amigo festeiro, um monte de álcool e várias ilusões. O ser humano vem se alimentando de ilusões, porque vive com o ego, não com o coração.
Porque ainda não descobriu dentro de si mesmo que ele tem e ele é tudo o que precisa para ser feliz e que a sua companhia sempre será plena e a melhor que ele poderá encontrar nesta vida. Sem descobrir a inteligência emocional em si mesmo o ser humano seguirá assim: casado com ilusões vãs e com parco conhecimento de si mesmo mantendo-se na procura pelo seu "par perfeito".

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

«Momento» - Mário Lima



"Faz de cada toque teu, um momento meu"

Mário Lima

#engatatismodeandaime - Ruim




Acabei de ver um gajo a dizer "pssst" para duas raparigas que iam a passar em direcção contrária. Não ligaram nenhuma e seguiram em frente. Cheias de mania. Como é que ouvem "pssst" de um estranho numa estação de metro e não param, apresentam-se, metem-se de joelhos, sacam um bico ao menino, levantam-se, agradecem a honra e despedem-se com o número de telemóvel escrito no guardanapo que usaram para limpar a beiça?

Manientas.

Ruim
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19 abril 2018

A descentralização



HenriCartoon

«Namorada» - Porta dos Fundos

«Miss Bumbum» - Adão Iturrusgarai


«A um peido durante o coito» - Fernando Correia Pina

Cagou-se a mulher que eu mais amava
quando a paixão se estava a consumar,
Cupido largou setas e aljava,
recolheu-se ao Olimpo a praguejar.

Sobre o leito do Amor quis o destino,
vibrando um golpe baixo e imoral,
que mais pudesse o fétido intestino
que o vigoroso instinto sexual.

Fez-se o chouriço então em farinheira,
onde havia suspiros houve risada,
a cona se fechou muito fagueira,

o caralho murchou à gargalhada
e a seus males juntou mais um achaque -
a impotência que lhe deu um traque.

«Les pourchassées» (as perseguidas)

Óleo sobre tela de Bonnarel (França).
38 x 55 cm
2017
Junta-se a muitos outros quadros a óleo na minha colecção (na última foto, o quadro já emoldurado).







A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

18 abril 2018

Kanye West - «F@de»

Quando não me sentes, tocas-me com a voz.

Devaneias quando não sentes o meu cheiro, é o dilúvio se eu não apareço... Não. Nada disso.
És a calma e precisão que uma impulsiva como eu necessita, és previsível. Mas não no sexo. Afinal quem manda sou eu, tu apenas és pontual e pouco falas. Depois de mais de uma década sei que a tua natureza é essa. Sentes-te atormentado, excitado, delirante e aí estás, ainda de fato e gravata...
tentas falar, tapo a tua boca com a minha, e não saímos do hall, é mesmo ali que os teus pobres 45 minutos se enriquecem de pecado, fora da vista de quem não devia ver, não será o nosso último encontro, somos íman, somo dupla, somos cúmplices, somos amigos, somos sexo, cheiramos a sexo, fazemo-lo bem um par ao outro. Esperava mil anos para encontrar outra alma gémea no sexo como quando fomos apresentados.
Tormenta ou delírio? qualquer uma das duas é prazeirosa pois sei os teus lábios estarão nos meus quando voltares a correr para mim, por pouco tempo mas voltas e nada, nem no céu ou inferno, nos faz gritar:  não!
Decidimos inconscientemente que as nossas almas, são os nossos corpos, sem tempo, sem idade, apenas com destinos. Os meus olhos destinam-se a olhar dentro desses teus verdes olhos que se fecham de quando em vez, quando sentes o meu calor. O teu calor é o meu, a tua tesão é a minha...
Não tenhamos medo de nos tocar, afinal, a próxima vez está sempre garantida. Eles não nos forçarão a parar, não nos controlarão.
O nosso sexo é a nossa vitória!


 Da vossa PINK POISON

Postalinho da fonte esguichadora

"Fonte no Santuário de Nossa Senhora das Preces em Vale de Maceira"
Vicentezão



Só comichão


17 abril 2018

«amores antigos» - Susana Duarte

a casa ganhou pó,
ao mesmo ritmo
do embaçamento dos copos
(corpos?)

e dos sorrisos perdidos
por entre os espaços
deixados vazios

pela presença dos teus flancos
e dos teus braços
e das voltas poeirentas
dos amores antigos

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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