04 junho 2018

Foder é fogo que arde sem se ver

Há manhãs em que ainda não abri os olhos e o primeiro pensamento que povoa a minha mente é logo espetar a minha gaita na primeira bardanasca que me ocorrer. Depois, sento-me na cama, recordo que pinei na noite anterior e penso que devia ter uma espécie de neutralizador de palato entre chonas. Tento recordar o nome da moça, nome que gritei fervorosamente durante a noite, mas percebo que saiu da minha cabeça no momento em que ela fechou a porta de casa atrás de si. Penso de mim para mim: “Patife mau! Patife feio!” e viro-me para coisas bonitas e fofinhas como a poesia. Depois, imagino que se eu tivesse sido o editor do Camões, teriam sido criadas verdadeiras pérolas da literatura nacional capazes de integrar o programa escolar da língua portuguesa. E se isto tivesse acontecido, teriam saído coisinhas poéticas lindas assim:

Foder é fogo que arde sem se ver;
É picha que mói, e tudo sente;
É espetar penetrantemente;
É dor que só se aplaca a foder.

É um não querer mais que só foder;
É um saltar de cona em cona permanente;
É dar-lhes sempre aqui com a batente;
É um amar que se ganha para depois se perder.

É querer espetar quando se tem vontade;
É servir quem aparece, qual conquistador;
É não acreditar numa cara-metade;

Mas como pode este ardor;
Nos corações femininos causar saudade;
E eu apenas sentir-me pecador?

Patife
@FF_Patife no Twitter

«Cócegas» - Jack Cole para a Playboy


03 junho 2018

«respostas a perguntas inexistentes (377)» - bagaço amarelo


Dedos

Estava a falar com a M. ao telefone. Já estivemos apaixonados um pelo outro, mas nunca ao mesmo tempo. Por isso mesmo, aquilo que existe entre nós é uma amizade profunda e, quando olhamos para o nosso passado, é também um desencontro.
Falámos sobre esse desencontro uma vez no sofá da minha casa, depois de vários copos de vinho e um enorme chocolate com passas que fomos comendo devagar. Não sei porquê, mas lembro-me muito bem desse chocolate. Quase que lhe posso sentir o sabor, apesar dos anos que já se passaram. Ela começou a comê-lo por uma das extremidades e eu pela outra, quadradinho a quadradinho. Quando chegámos aos dois últimos pedaços os nossos dedos tocaram-se e, por impulso, acariciaram-se. Lembro-me tão bem do intenso sabor desse toque indelével.
E então hoje liguei-lhe. Ela ficou surpreendida, claro. Há muitos anos que não ouvia a minha voz. Nem eu a dela. Fiquei aliviado por não me perguntar porque é que eu lhe estava a ligar. Sempre que me perguntam isso, a vontade que tenho é desligar o telefone imediatamente. Gosto de amigos a quem posso ligar só porque sim, sem precisar de um motivo técnico qualquer.
Ainda assim, se ela me tivesse perguntado, eu tinha a resposta na ponta da língua. Hoje caminhava em Stoke junto ao Trent & Mersey, um dos dois canais que atravessam a cidade, numa zona onde o cais é tão estreito que é muito difícil duas pessoas passarem uma pela outra sem se tocarem. Foi isso que aconteceu. Por acidente, os meus dedos tocaram nos dedos duma mulher que caminhava no sentido oposto. Pedi-lhe desculpa e ela respondeu "no problem", mas ainda antes de ela ter acabado de dizer a palavra "problem", já esse doce e adormecido toque nos dedos da M. tinha despertado em mim como um urso que termina a hibernação.
Lembrei-me dos dedos dela e do sabor desse chocolate que dividimos há mais de uma década. Essa carícia ficou-me gravada na memória como uma pequena tatuagem no corpo de um gigante, talvez porque tenha sido a forma de eu perceber por uma pequena fracção do tempo, como seria se nos tivéssemos apaixonado em simultâneo.
Sorri à mulher e continuei a caminhar. Ao chegar a casa telefonei à M, para lhe perguntar isso mesmo: se por acaso ela se lembrava desse nosso entrelaçar dos dedos, mas a conversa perdeu-se no nosso passado da mesma forma que eu me perco a caminhar sem destino nesta cidade.
Não perguntei.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

DiciOrdinário - Descobre as diferenças...

... entre a parte inferior da capa da 1ª edição (da Via Occidentalis) e da capa da edição da Chiado Editora, que está por aí quase a sair:


Postalinho de Dublin

"São Rosas
Ele há cus..."
João Miguel Roque



02 junho 2018

Costa, amigo do peito



HenriCartoon

«faltas-me.» - Susana Duarte

na insubmissa saudade que me traz névoas,
falta-me o ângulo solar do teu sorriso. habituei-me
à ausência dos lábios, nunca me habituando à ausência
do que pressinto. faltas-me.

é longa a lisura dos braços que me acolhem saudades
mansas, despidas da bruma antiga, onde habitas
todos os recantos breves das palavras que dizemos.
faltas-me no ar que me respira e vive.

faltas-me,
sobretudo, onde a noite se faz longa estrada percorrida
pela cadência agreste das silvas que entoam cantos
de coruja nos locais onde a lua interpela os amantes.
faltas-me nas ondas do cabelo, que dantes revolvias
com dedos seguros. faltas-me onde me sabes e sabes-me
onde o mundo se oculta de mim e eu, dele me escondo.

faltas-me.

na insubmissa saudade dos mares outrora atravessados
de carícias, falta-me o ângulo solar dos teus dedos. habituei-me
à ausência dos beijos, nunca me habituando à ausência do que pressinto
e sei. faltas-me. todos os dias.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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Prima Vera


L´amour (o amor)

Pequeno livro de banda desenhada de Bastien Vivès.
Veio de França para a minha colecção.



A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

01 junho 2018

Postalinho das... urgências?!...

"Num motel em Coina.
Deve ter sido excesso de Viagra!"
Carlos Freire


«Livre, sincera, feliz e doce- mas só goza de meus atributos bons quem EU quero! (2)» - Cláudia de Marchi

(continuação)

Durante um tempo eu engoli a "bela" explicação de indulgência à falta de tesão da amada do menino (sim, maturidade de um piá), mas, passado algum tempo, tenho que deixar um "aviso aos navegantes", até porque convivo com muitos outros homens casados e tenho amigas muito bem resolvidas e cheias de rebentos: mulher que gosta de sexo e do marido não muda da água para o vinho só porque casou e pariu, aliás, ela procurará oportunidades e transará loucamente com o amado marido! Isso se ainda o desejar, claro!
Enfim, fato é que, provavelmente você misógino brochante sequer passaria na seleção que faço para, entre quatro paredes (preferencialmente) soltar a (aí sim, cabe o termo!) "puta" feliz e tarada que se esconde por trás de minhas elegantes vestes e do meu intelecto culto e privilegiado!
Ah, e você mocinha que adora chamar as outras de "putas", "piriguetes" e afins saiba que haverá o dia em que a sua liberdade vai incomodar alguém mal resolvido e você será chamada de "vagaba". Sim, você, você aí que se acha a rainha da "pureza"!
Outra pérola dos recalcados: "Ai, você é grossa com os caras que lhe abordam...", não querido, eu não sou! Sou um poço de finesse com quem é educado, fino e escreve em bom português. Com quem me aborda demonstrando respeito e valorização, não como se eu fosse inferior pelo fato de ter escolhido viver alegremente tendo orgasmos e faturando dinheiro honesto com isso (como meus clientes aferem seus rendimentos o problema é do Fisco, não meu!).
Tenho clientes por aí, indague a todos que voltam até a mim se eles já ouviram alguma "grosseria" saindo dos meus belos lábios: never, nunca! Nunca sou grossa com quem de fato recebo e para quem me dispo de roupas e pudores!
Eu sorrio pra vida, gargalho, dou risada, conto piadas e só me afino com gente de alma jovem e espírito alegre, porque se amargor me apetecesse eu tomaria chá de losna!
Quer me acompanhar? Engula seus recalques, seus mimimis, seus preconceitos, sua mania tosca de reduzir seres humanos à visão tacanha que você tem deles sem muito ou "nada" conhecer-lhes! Engula sua amargura e complexos, porque eu só me afino com gente feliz e em paz com a própria consciência! Obrigada.

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

«Temptation» - Mário Lima



"Os morangos são a minha tentação!..."

Mário Lima

#csi - Ruim



O pessoal da Polícia Científica da PJ são uns meninos ao pé de uma mulher a pegar num fio de cabelo perdido na camisola do namorado.

"O que é isto?"
"Não sei..."
"Certo. Diz à "Não Sei" que tem as pontas espigadas... "
"Eu não faço ideia de quem é esse cabelo!!"
"Ahh, é meu. Devo ser tão burra que afinal esqueci-me que sou loura. Só que não!"

Ruim
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