10 novembro 2018

«But I do love you» - Mário Lima



"Teu corpo é arte que se vê"

Mário Lima

«Surreal» - Rui Felício

«Mãe galinha»
2009. Uma galinha esconde, protege e vigia um
casalinho que só se vê quando a levantamos do
suporte. Vinda do México para a colecção de
arte erótica «a funda São»
Tinha uns nove anos de idade...
Ela, mais nova, tinha uns olhos vivos que me miravam cúmplices sempre que, pela manhã, eu saía de casa e imediatamente a procurava.
Corria na minha direcção roçando o corpo no meu. As minhas mãos acariciavam-na e sentia que ela gostava.
A boca fina, os pés descalços, o corpo aveludado, tornavam-na a minha grande amiga, confidente dos meus sonhos de criança.
A Maria ouvia, em silêncio atento, tudo o que eu lhe confessava.
Partilhava com ela os meus anseios, as fantasias das minhas brincadeiras.
Entre nós, de há muito, se estabelecera uma relação que mantínhamos em segredo.
Que se fortalecia a cada dia que passava...
Dava-lhe guloseimas que ela saboreava, suavizando o olhar que tanto me enternecia, forma de me mostrar o seu agradecimento.
Entre muitas outras, fora aquela que eu escolhera.
Não porque fosse especialmente bonita. Mas porque o seu olhar era diferente do das outras, porque faiscava quando se cruzava com o meu.
Ela abandonava as brincadeiras com as amigas, correndo para mim logo que me via...
...........................
Numa segunda-feira, quando eu regressava da escola para almoçar, estranhei não a ter visto.
A minha mãe chamou-me para almoçar. Entrei em casa, sentei-me à mesa já posta e o meu coração acelerou loucamente.
Ali estava a Maria, nua, o lindo corpo dourado, deitada em cima da mesa.
A minha mãe tinha decidido assar no forno a minha galinha de estimação, ali ainda fumegante...
Não consegui almoçar...

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

09 novembro 2018

Doações? Façam-nas só directamente aos beneficiários!


Será que o Príapo das Caldas da Rainha também conseguirá renascer das cinzas?

Notícia da «Gazeta das Caldas» do dia 2 de Novembro [obrigada, Carlos Cipriano]


#mãedoRuim - Ruim

Nunca vivi a sós com a minha mãe. Nunca se proporcionou tal coisa, mas nunca se sabe o dia de amanhã e a única coisa que posso fazer é imaginar como seria a nossa dinâmica. A imagem de um homem a viver a sós com a mãe não é nada sexy, mas nós nunca estamos encalhados", estamos "entre-gajas". Se vocês acham que eu ia ser um porco sexista e dizer que só as mulheres encalham, estão completamente enganados, pois elas ficam "entre-gatos".

Como seria a nossa vida a dois? Difícil de imaginar. Ou talvez não. Conhecendo a minha mãe, esta cena teria uma alta probabilidade de ocorrer:

- Estou sim? Mãe? Estás a ligar-me?
- Oi, filho. Sim. Não posso ligar? É sempre má hora? Porra...
- Mãe, eu estou no quarto. Tu estás na sala.
- Pois. Vê lá tu o que me ligas. Enfim...

Ou talvez esta:

- Shhhhiu. A minha mãe deve estar a dormir, Jessica que saquei no Lux.
- Não me chamo Jessica.
- Tudo bem, Joana. Vamos para o meu quarto e... AHHHHHHH! MÃE!!! QUE SUSTO!
- Olá, filho. Quem é esta simpática moça? Não tens frio, minha filha? Tão pouca roupa. Querem comer qualquer coisa?
- Mãe... não. Eu e a Cátia vamos para o quarto... dormir. Ela pode dormir cá? Mas porque raio estou a pedir autorização? Ela vai dormir cá, ok?
- Oh, filho. Mas claro que não há problema. Ela tem um ar tão fértil.
- EU NÃO A VOU ENGRAVIDAR, MÃE!!!
- Oh, tu e as tuas esquisitices. Cátia, queres um cacau quente? Eu vou fazer. És muito diferente das que ele costuma trazer cá para casa, sabias?
- EU NÃO ME CHAMO CÁTIA!!!!!

Ruim
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08 novembro 2018

«Palavras Eternas» - Áurea Justo

Palavras soltas leva-as o vento
Palavras escritas ficam-se no tempo
Substância viva que o homem conquistou
Palavras belas que o homem amou.

Sinais confiados através da escrita
Do pincel à pena cada letra dita
Fria como o gelo pode ser cortante
Quente como o fogo pode ser amante

Um som magnífico que se ouvirá por toda a eternidade
Revelará a sua autenticidade na força elementar
Ora frenética...ora doce...protectora...sai da boca com efemeridade
Palavras loucas ou moucas serão sempre a minha arte para amar!

In Confissões De Uma Alma Evadida

Áurea Justo
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«Disfunção erétil» - Adão Iturrusgarai


Parabéns para nós!

Nunca imaginei, quando criei o blog «a funda São» e fiz a primeira publicação, em 8 de Novembro de 2003...


... que iria um dia comemorar o 15º aniversário (5.479 dias), com quase 4 milhões de visitas para 21.482 publicações (uma média de 3,92 publicações por dia), não havendo um único dia sem pelo menos uma publicação!



«Contes nouveaux et nouvelles nouvelles en vers précédés d´une étude bio-bibliographique de Fernand Mitton» - Henri Pajon

Livro de poesia de 1928, com 5 ilustrações eróticas.
Exemplar nº 559 de uma tiragem de 1.000.
Mais um livro antigo de poesia erótica na minha colecção.






A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

07 novembro 2018

Postalinho da Irlanda

"Olá, São Rosas
Sai mais um postal da ilha. Este foi «pescado» esta manhã em Howth.
Abraço,
Taberneiro Speedado"



O DiciOrdinário visto pela Pink Poison

A nossa parceira Pink Poison já é a melhor cliente do DiciOrdinário, com vários exemplares que tem oferecido a amigos. E pergunta:

"Estão à espera de quê para se fartarem de rir?"
Pink Poison

Faz a tua encomenda aqui.
Se quiseres, basta mencionares no formulário e posso enviar-te o DiciOrdinário com uma dedicatória.


Será o solstício de verão no Polo Norte?...

Bem, vou deitar-me. Sei que parece impossível mas esta noite foi mais longa que o meu bacamarte.

Patife
@FF_Patife no Twitter

06 novembro 2018

«os dias sombrios dos corpos» - Susana Duarte

o poema desocupou o corpo onde,
outrora, inscreveu vida

foi assim que o poema morreu e,
com ele, caíram as folhas
e as árvores e as primaveras

o poema, nado-vivo,e as palavras
que o percorriam, segregavam seiva
mas morriam. morriam na morte dos corpos
amantes, e nas ruas por percorrer

morriam nas veias do corpo desocupado,
e no amarelecer dos dias. morriam,

e todavia falavam de lugares e de corpos vivos,
aqueles onde as névoas dissipadas
permitem ver as veias e os dias idos,

e, talvez, ainda, segregar o sangue
que trará as palavras que, de novo, ocuparão
os dias sombrios dos corpos

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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