05 maio 2021

Afundar...


Já vos disse que adoro publicidade?

A colecção de arte erótica «a funda São» integra um conjunto de pubiscidade (publicidade de cariz erótico) tanto em suporte físico como em suporte informático. Aqui, vou-te mostrando semanalmente alguns exemplos dessa «sexão».





"La prima volta che me leccano la passerina"

"É a primeira vez que me lambem a passarinha".
Placa em madeira gravada a quente com uma página de banda desenhada erótica italiana.
Uma forma original de apresentação de BD, na minha colecção.






A colecção de arte erótica «a funda São» pode ser visitada aqui.

03 maio 2021

02 maio 2021

O fundo Baú - 119

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 5 de Novembro de 2004, voltou a repetir-se um duelo de mestres:

Odes à Desgarrada

À Encandescente, com Mergulhador à vista:

Pele de pele
Lábios prementes
Língua que toca
E que sabe a mel
Arquejo de dentes
Mãos ofegantes
Mordentes
Trementes
E a perna lisura
Roçando a textura
Da púbis sedenta
Corpo ofertado
Um de cada lado
Este suspirado
Aquele na premência
Do abraço fundido
Quase violência
Quase sem sentido
E de consentido
A febre do orgasmo
Um grito
O espasmo

E depois o mar
A onda
O remanso
Esse cair de amar
E sentir de ti
A carícia
O descanso...

OrCa

Ao Orca:

Preparo-me para o combate
Anseio o embate
Não fujo da luta
Gosto do desafio
Pele com pele
Mãos no corpo
Corpo nas mãos
Carícias trocadas
Em jeito guerreiro
Cavalgando teu corpo
Valquíria me torno

Encandescente

Então, aticemos a imaginação dos nossos desbragados (sem bragas, entenda-se...) leitores:

À Encandescente:

Peça a peça me aproximo de ti toda
Tanjo a carne que me atiça de volúpia
E ao querer ser o senhor do teu desejo
Sofreguidão de nos querermos tão sem culpa
Dou por mim a apropriares-te do meu corpo
E eu do teu
Ambos sedentos
Os dois cúmplices

E assim
Nessa maré de sal de beijos
Se sou o mar onde se afoga o teu desejo
Tu és a areia que me envolve e que me enleia...

OrCa

À Encandescente e ao OrCa:

Se há padrinhos de casamento, porque não há-de haver madrinhas de queca?
Sou eu! Sou eu!

São Rosas

Eros flamenco - el deseo y su discurso en la poesia flamenca

Estudo de Jean Paul Tarby, Universidad de Cádiz, Espanha, 1991.
Um levantamento da poesia erótica no flamenco, na minha colecção.











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01 maio 2021

Sensibilidade de gnu

Há uns anos estive presente num encontro de bloggers numa danceteria, que apenas tinha uma regra: Ninguém revelava a sua identidade de blogger. Sabíamos quem estava lá, mas estávamos a brincar um pouco ao “Quem é Quem?” da vida real. Estava eu encostado ao bar a beber o meu whisky quando uma das participantes se achega de mim e pergunta: "O que estás a beber?" Movimento contínuo, dou um trago no pouco que resta do veneno protoplástico que tenho no copo e respondo: “Agora nada.” Enquanto gajo que tenta promover a igualdade de género, abro sempre a janela para a iniciativa de uma mulher me pagar uma bebida. Não que seja um crava-copos, certamente paguei mais bebidas do que o contrário, mas gosto de criar oportunidades para a igualdade. Esta aproveitou a deixa para se emancipar e pediu duas bebidas. A conversa fluía quase tão bem como o Pacheco costuma fluir traqueias abaixo, até que ela me informa que vai ao quarto de banho. Dado o avançar da hora e da conversa, imagino que tenha ido retocar a maquilhagem da pachacha. Talvez emendar um ou outro detalhe do vajazzling que lhe deve estar a enfeitar o papo de chona, penso eu. O Carnaval social já chegou à patareca, bem sei que eu cá ando atento às modas e tendências pachachais. Nisto, tendo ficado momentaneamente sozinho, uma magana assim daquelas todas ruivas apanha a aberta - uma coisa em que o Patife é especialista, diga-se – senta-se ao meu lado no balcão do bar e diz solenemente: "Eu sei que tu és o Patife." Olho-lhe nos olhos e percebo que ela sabe o que está a dizer e que ela sabe que eu sei que ela sabe o que está a dizer. Há um momento solene, intenso e quase simbiótico, em que tudo o resto parece ficar em câmara lenta, olhos de esperança inflamam-se como se queimassem tudo ao nosso redor, os corpos magnetizam-se, como se eu fosse um íman e ela um frágil metal em dificuldades... até o momento ser quebrado pela verborreia do Patife. Assim que vislumbro a outra a sair da casa de banho e a dirigir-se nós, comento em tom profundamente pomposo e com voz de radiofónica: “Terás de esperar pela tua vez, mas podes vir a ser uma das gajas que o Patife fez.” Não gostou. Percebo que deva ser daquelas que vê novelas portuguesas e tragicomédias românticas americanas ao domingo à tarde no momento em que me atira a bebida à cara antes de me virar costas. A falta de originalidade desmotiva-me a gaita. A outra, que entretanto chega do quarto de banho, assiste a todo o enredo e pensa que o Patife se estava a atirar à ruiva, recriminando o comportamento com a cabeça. Bem sei que as meias-verdades são a moeda comum do pensamento, por isso sei o que ela está a especular e nem tento esboçar uma explicação para ver se dou finalmente uso ao salpicão. É o que se paga por ter uma sensibilidade de gnu, próprio de quem gosta muito de ir ao cu.


Patife
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«Tudo o que quero é vir-me» - Cara Trancada


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Georgie Auld ‎- Sax In Satin

LP de jazz, Alemanha, 1968, na minha colecção.





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