03 julho 2023

«Saber-te assim» - António F. de Pina

Saber-te assim desmesurada
Na planície ilimitada deste sonho
É sentir-me presente no horizonte claro dos teus olhos.

Saber-te assim tão destemida
Na escalada severa da falésia dos sentidos
É sentir-te em mim tão decidida e afogueada.

Saber-te assim tão dissolvida
Nas aragens que afluem da ausência
É sentir-te envolvente numa carícia aveludada e urgente.

Saber-te assim tão delicada
Num simples toque labial apelativo
É sentir-me com leveza de ave planadora e infinita.

«O silêncio e o gume da palavra», 2022
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