26 março 2017

«Para adopção» - bagaço amarelo

Confio-te a minha solidão. Guarda-a bem em tua casa e dá-lhe de comer todos os dias. Algumas festas também. Ela não é muito diferente da maior parte das solidões, mas é contigo que quer ficar quando eu vou de viagem. És só tu que a fazes sentir quem realmente ela é...
Entretanto eu vou sair um bocado. Andar por aí e tentar conhecer alguém que a queira adoptar. Pode ser que num café ou numa cerveja isso aconteça. Se não acontecer, assim que eu voltar levo-a comigo para casa.
Sabes... hoje em dia as solidões andam muito abandonadas. É uma tristeza, vê-las por aí a abanar a cauda em busca de um dono. Ainda ontem alguém me disse que dantes não era nada disto. Havia mais respeito pela solidão de cada um.
Ela come duas a três vezes por dia e não precisa de trela. Normalmente nem dás por ela, aliás. É uma solidão de trato fácil. Adormece num canto da casa e só acorda se te sentir passar.
Obrigado.


bagaço amarelo
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25 março 2017

«Sobre machismo, misoginia, cultura do estupro e um idiota chamado Diógenes» - Cláudia de Marchi

Diógenes deve ter esposa, namorada ou ficante. Diógenes é este machista asqueroso como muitos caras com quem namorei! Hoje eu não daria 10 minutos do meu tempo a um tipo deste, nem por bilhões! Porque sou cortesã feminista sim senhor, porque tento desconstruir o machismo como posso, porque eu luto pelas mulheres da minha maneira, porque dispenso homem otário e porque os Diógenes do mundo existem porque existe mulher reprimida sexualmente ou sem estima por si mesma que paga pau pra esse tipo de mané, sim! (Eu já fui uma, meus ex em sua maioria não pensavam muito diferente deste aborígine aí!).
E existem várias miseráveis assim, das quais tenho pena, assim como tenho pena de você que aceita a companhia de homem machista e misógino para não ficar sozinha e, assim, porque no fundo nem você se ama, você alimenta o que de mais negativo há no mundo. A cultura do estupro, inclusive! Porque ela nada mais é do que a "aculturação" que coloca a culpa de tudo nas mulheres, a "aculturação" que gera o ódio ao invés da empatia entre as mulheres, a "aculturação" que faz mulheres debocharem de outras mulheres para mostrarem aos trastes que chamam de "amor" quão "decentes" e superiores elas são, a "aculturação" que, inclusive apoia a "castração química" pra estuprador!
Estupro, baby, é sobre poder, sobre menosprezo a mulher, sobre machismo, sobre ódio, sobre ego, não é sobre libido avantajada, não! Estupro é sobre cultura misógina. O remédio é o feminismo, é a intolerância a opiniões machistas e misóginas, é educação, não é castração química! É castração do machismo da mente dos homens e isso começa em casa, quando, ao invés de ensinar o filho a "pegar todas" (como se mulher fosse gripe!) e a filha a se "guardar", você ensinar que sexo não define masculinidade e virgindade não define moralidade, quando, ao invés de dizer pra menina se "vestir discretamente para não excitar os meninos", você ensinar o seu menininho a respeitar as meninas ainda quando nuas e deitadas de pernas abertas na rua, porque o "não é não" e se aproveitar de quem está desacordada é imoral e criminoso!
E este será um bom começo, porque não tem essa de que "homem pensa com o pênis", nenê, o que tem é mãe e pai machista convencendo o filho portador de falo que é pelo número ou pelas vezes que ele faz sexo que ele será "macho de verdade". E não é! É pela forma respeitosa, cavalheira, educada e gentil com que trata uma mulher, seja ela uma idosa, uma freira, uma estudante, uma garçonete com decote grande, uma coleguinha com traseiro avantajado e jeans justo, uma stripper, uma cortesã de luxo ou uma prostituta de beira de estrada!
Homem não pensa com o pênis não, ele só é ensinado a ostentar poder e sexualidade ainda que acabe não respeitando a mulher que chama de "amor", porque o seu ego frágil e tolo lhe faz achar que precisa enfiar o pau na "gata" do trabalho ou na moça da cantina e depois contar para os amigos, igualmente otários, pra ser "macho de verdade", quando, na verdade, é só mais um babaca broxante no mundo! ("Ah, mas mimimi eu sou exceção à regra!". Bom pra ti, o dia que eu escrever um tratado sobre sexualidade e machismo eu abordo as exceções, no momento só tenho tempo pra falar das regras!).

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

Gajas & copos



HenriCartoon

«Jogar às escondidas» - por Rui Felício

A Praça dos Açores era normalmente o local escolhido. Amplo, rodeado de casas com jardins, arbustos e árvores de fruto, reunia boas condições para o jogo.
A voz de galo roufenho e os primeiros pêlos da cara a despontarem, eram os sinais visíveis dos rapazes acabados de entrar na idade da adolescência.
Os pequenos e rijos seios espetados debaixo das blusas e as ancas alargadas a encherem as justas saias, denunciavam a puberdade das raparigas.
Jogar às escondidas era um divertimento que possibilitava que, ocultos pelos arbustos ou atrás de casinhotos e muros dos quintais, muitos desses jovens se acasalassem, encostados e em silêncio, longe dos olhares do descobridor.
Este descobridor, escolhido por sorteio, era obrigado a tapar os olhos, encostando a cabeça a um portão de madeira, enquanto contava em voz alta de um a cem, para dar tempo a que os jogadores se escondessem.
Finda a contagem, movia-se lentamente pelos locais onde suspeitasse que havia alguém escondido e, se descobrisse algum, corria para o portão, dava três toques com os nós dos dedos na madeira e gritava o nome e o local onde tinha descoberto o jogador escondido.
Os que ainda não tivessem sido descobertos, esperavam, escondidos, pela oportunidade em que o descobridor estivesse distraído com a sua pesquisa, para então correrem céleres para o tal portão e baterem os três toques combinados antes que o descobridor o fizesse.
Lembro-me de uma das vezes em que uma das raparigas exultava, no fim do jogo:
- Fui a vencedora!
- Fui a primeira a dar os três!
Santa inocência!

«Mulher com toalha»
Peça em porcelana
Colecção de arte erótica «a funda São»

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Duas formas de fome


Sentir? Só sinto duas coisas na vida: Fome e tesão. Quando não me vires erecto, prepara-me uma sandes.

Patife
@FF_Patife no Twitter

24 março 2017

L'extase - «preservativos fluorescentes»

Eva portuguesa - «Maturidade»

Aprendi a amar o meu corpo, mesmo não sendo perfeito. Aprendi que mostrar o que sinto é sinal de força e não de fraqueza. Aprendi que o importante é ter respeito e não atenção. Aprendi que devo ser a minha prioridade e pôr-me a mim em primeiro lugar. Que não sou uma alternativa ou plano B, como tantas vezes acreditei ser. Aprendi que não posso, nem preciso ser perfeita. Ninguém é. Até mesmo as pessoas mais bonitas acordam com o cabelo feio. Aprendi que as estrias que incomodam deixam inveja em muitas outras que tanto queriam ter sido mães e não puderam. Aprendi a confiar mais em mim e na minha intuição. Aprendi que não importa o tamanho da casa, mas sim a felicidade de quem lá vive. Aprendi que apesar dos meus defeitos, eu sou maravilhosa e devo acreditar em mim. Obrigado a todos os que me ajudaram a conseguir isto.

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

#invejosos #nabodecenteio - Ruim






Nós homens, somos uma raça fantástica. Somos capazes de estar em grupos de 6 a ver pornografia e todos juram a pés juntos que não repararam no nabo do actor que mais parece um silo de centeio.
Incrível.

Ruim
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