31 janeiro 2013

Fala

Heinz Brandenburg

falar do falo
é uma fácil falácia

do príapo é mais própria
a prosápia

quanto ao caralho
não é pau de carvalho

mas engrossa a piça
o chouriço enchoiriça
e a piça incha e estica

mas o tesão
não se compra nem se vende

a cona destes versos
é que o fode!

in Sim… Sim! Poemas Eróticos, de E.M. de Melo e Castro, Vega Editora, 2000

blog A Pérola

«Toucinho-do-céu» - Patife

Ontem tentei uma coisa diferente. O meu terapeuta tem andado a semana toda a chatear-me e a dizer que eu continuo a comportar-me como um puto reguila desmiolado que pensa que não existem consequências para os seus actos e que julga que vai encontrar alguma sabedoria depois de pinar o maior número de pachachas sem sentido. Tentei explicar-lhe que todas as pachachas que comi tiveram algum sentido para mim. Mais não fosse o sentido crescente do meu pincel. Por isso, ele desafiou-me a convidar uma mulher para jantar e depois para a levar a casa sem tentar nenhuma artimanha para a aviar. Gastar um jantar com conversa que depois não leva a lado nenhum pareceu-me parvo, mas aceitei o desafio. Ele dizia que podia levar a um outro lado qualquer, mas não percebi bem qual. E lá fui. Estava tudo a correr bem até à altura da sobremesa. É que ela pega no cardápio e pede de sobremesa um dos muitos cognomes do Pacheco: Toucinho-do-céu. E continuou, claramente a atiçar-me: Ai, está tanto a apetecer-me um toucinho-do-céu. Ai o toucinho-do-céu deixa-me de água na boca. Eu ia apertando a toalha da mesa para me conter mas entretanto chega o doce à mesa. Ela ia metendo o toucinho à boca enquanto soltava onomatopeias de prazer, numa clara provocação a que nenhum homem de sardão rijo conseguiria resistir. Podem dizer que isto é loucura mas um homem vê uma mulher a gemer com um toucinho-do-céu na boca e o seu primeiro instinto é o de a levar ao céu com o seu próprio toucinho. A natureza é mesmo assim. E não me critiquem. Não fui eu que criei as leis da natureza humana. Por isso não descansei enquanto não meti o toucinho-ao-léu. E logo de seguida foi o meu toucinho-no-céu. Da boca da piquena.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Amanhã ainda mais

Amas de facto se no sulco de cada nova ruga que lhe encontrares redescobrires a paixão pela pessoa com quem irás envelhecer essa certeza.

«SEX» - por Luis Quiles








"El sexo es uno de los temas a de los que mas recurro para expresar ideas o sensaciones, sobre todo porque aunque parezca mentira mucha gente aún se escandaliza por ver pollas y vaginas :s"

Luis Quiles

30 janeiro 2013

Placebo de Paixão


E eis que vejo
que a lado nenhum pertenço,
sem nada meu, apenas este desejo
sempre demasiado intenso,
esta fome de saudade murcha.
Saudade de quê? Saudade de quem?
Não tem alguém, não perde ninguém,
não pinta, só mancha.
E eis que vejo e prevejo
o vazio imenso em mim a crescer,
pois que tanto me despejo
que nada me pode encher,
esta febre de vontade queima.
Vontade de quê? Vontade de quem?
Não aquece ninguém? Não aquece alguém,
não arde, só chama.
E eis que me vejo
lasciva, um corpo de mão em mão.
Amantes? Um cortejo,
são placebo da tua paixão.

«tudo isto é triste» - bagaço amarelo


A Barbie e o Ken encontraram-se finalmente. O problema é que o Ken não compreendeu a Barbie.
Ela, uma ucraniana que não diz quantas cirurgias já fez para se parecer com a boneca lançada em 1959 pela Mattel, viajou até aos Estados Unidos para conhecer um homem que já fez cerca de cem cirurgias plásticas para se assemelhar ao popular boneco lançado nos anos sessenta pela mesma empresa. Conheceram-se, mas o Ken já fez saber que a considera "muito esquisita, muito formal e com falta de personalidade". Parece ser um casal sem futuro, portanto.
Eu defendo que cada um de nós tem direito ao seu próprio corpo e que, por isso, pode fazer com ele o que muito bem entender. Mesmo que esse entendimento passe por ficar igual ao Ken, à Barbie ou até ao Senhor Cabeça de Batata. Não os vou criticar, assim, por isso.
O que me assusta nisto tudo, é a forma como a sociedade mediática nos diz como deve ser o nosso corpo. Uma empresa lançou dois bonecos há mais de cinquenta anos e, entretanto, nasceu uma indústria que decide por nós o que é bonito e feio. Nos Estados Unidos há uma indústria gigantesca à volta de concursos de moda para crianças, em que o objectivo é ser o mais parecido possível com o Ken ou com a Barbie. Alguns pais investem milhares de euros nos seus filhos apenas com o objectivo de os vencer.
A própria moda emagreceu as mulheres, multiplicando os problemas de bulimia e anorexia na adolescência, colocando à margem social aqueles cujo corpo não se presta a tais semelhanças. A beleza deixou de ser uma contemplação e passou a ser uma violência.
Eu, como já referi aqui, defendo o direito de cada um ao seu corpo, e é por isso mesmo que me assusto com esta agressividade da indústria da moda, que nos tira esse mesmo direito sem sequer notarmos. Sem notarmos também, estamos a ceder todos os dias a nossa individualidade a um paradigma social que só tem um objectivo: servir um modelo de crescimento económico em que nada mais cresce a não ser ele mesmo. Nem os nossos salários, nem a nossa qualidade de vida, nem a nossa felicidade.
Tudo isto é triste.

bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Erica vai às fontes» - um estudo de SOD, o Pérfido


XBIZ Los Angeles — "Erica Fontes tornou-se a primeira actriz de filmes adultos de Portugal a vencer um prémio XBIZ, quando foi coroada «2013 XBIZ Foreign Female Performer of the Year». A estrela de 21 anos nasceu em Lisboa, onde ainda reside".

Sod, o Pérfido, fez um estudo aprofundado sobre esta nossa estrela alfacinha:

«Erica vai às fontes»

"E não irá partir a cantarinha. Foi o que me lembrei a propósito do prémio que tão justamente Erica Fontes terá recebido pelo seu talento representativo. Prevendo tratar-se de um trabalho muito excitante, meti mão à obra e fui investigar.
Entre os trabalhos onde se viu metida e lhe vieram a meter, virei a destacar alguns. Obviamente isto obrigou-me a intensa pesquisa e a alguns momentos de visionamento duro.
No sítio BangBros aparece num episódio de Monsters of Cock, vestida (pouco mais tarde despida) de cor-de-rosa, com um colar onde se pode ler Barbie. Vê-se negra para conseguir engolir um trabalho daquele tamanho. Tem talento para dizer baby em português e para uns quantos esgares que simulam a dor de não conseguir engolir mais. Cavalga confiante a tarefa, mostrando que independentemente do seu tamanho, tem muita arrumação.
Em Culioneros mostra-se em Ready for Public Action, onde é filmada em vários actos em locais supostamente públicos. Numa das posições mostra tanto prazer que a camisinha parece mudar de cor. Destaque no, obviamente exíguo, guarda-roupa para as botas estilo esquimó, com uns pompons. No mesmo sítio, fez um episódio da série Take In the Ass Like That, onde não me parece que seja necessárias grandes explicações.
Em PornPros, com uns óculos em forma de um par de corações exibe orgulhosamente uma camisola verde, com Portugal escrito em vermelho, e explica que tudo o que fez pela primeira vez, foi com 14 anos (um ano muito preenchido, certamente). As pestanas postiças e as raízes pintadas de escuro dão-lhe um visual mais próximo de um hambúrguer do MacDonalds do que de um bitoque com ovo a cavalo (sim, porque também posso fazer uma crítica a tamanho trabalho artístico). É que Deep Throat Love não dá espaço para que muitas palavras lhe saiam da garganta, após o início da verdadeira acção. Ainda que a acção não se fique por ali e se venha por outros caminhos. Destaque para as cenas em pé: de levantar o público. E um final com um pedido muito especial na língua de Camões e mais uns quantos palavrões.
Em Brazzers, começa por ser uma sluty honey beaver, seja lá o que isso for, mas corre pelo bosque em biquini e acaba por ser uma teen que Likes It Big ou é chegado o tempo da época de acasalamento.
Em Eye Fucked Them All, entra numa acção com pouca história e muito molho dela e do colega com quem contracena. O peito parece maior que nas outras cenas, talvez revelando tratar-se de um trabalho mais recente.
Em FuckedHard18, o que começa como uma massagem, acaba como em todos os outros filmes, mas em cima de uma marquesa.
Nada do que referi aqui, aparece no seu sítio oficial, mostrando que apenas arranhei a superfície do seu trabalho.
Por este «pequeno» apanhado, podemos imaginar como tem sido produtiva a sua carreira, mostrando que os portugueses quando saem para fora, rendem tanto ou mais que os estrangeiros."
Sod, o Pérfido

Pornografia invade Festival de Sundance


Matéria reproduzida do Diário do Nordeste

Filme experimental, documentário e longa sobre o mítico "Garganta profunda" foram exibidos

James Franco não quer falar de sexo. Ele quer mostrá-lo explicitamente. E, de preferência, com muito couro. O ator, diretor e poeta de 34 anos está no Sundance Film Festival (que vai até domingo, em Park City, Utah, nos EUA) com três filmes que abordam pornografia, dois deles sobre fetiche e cultura gay.

James Franco interpreta o hedonista criador da Playboy, Hugh Hefner. Ator ainda divulgou longa sobre submundo gay e documentário sobre produtora pornô

"Acho bonito e atrativo", afirma Franco sobre as cenas de sexo explícito num clube gay em "Interior. Leather Bar", um filme com pegada de documentário que ele dirige em parceria com Travis Mathews, um diretor de "pornô-arte gay".

Parceiros da Noite

Em "Interior. Leather Bar", Franco e Mathews tentam recriar os 40 minutos cortados de "Parceiros da Noite" (1980), sobre um policial vivido por Al Pacino que se infiltra nos clubes gays de fetichismo para pegar um assassino.
Na época, o diretor William Friedkin ("O Exorcista", "Operação França") foi obrigado a cortar as cenas por serem fortes demais e negativas à comunidade gay.
Franco chamou um amigo de infância, Val Lauren, para viver o personagem de Al Pacino, enquanto atores amadores se preparam para as filmagens (há sexo oral e lambeção de botas). Uma câmera segue Lauren a todo momento, que teve muitas dúvidas sobre o projeto, mas confiou na "missão" de Franco.
O resultado oscila entre experimental e pseudointelectual, com muitas discussões sobre sexualidade. "Queria revisitar ´Parceiros da Noite´ e ver como as coisas mudaram, ou não. Val está numa jornada como o personagem de Al Pacino, descobrindo um mundo novo", diz Franco.

Fetiche

Além de "Interior. Leather Bar", o ator aparece nos créditos como produtor-executivo do documentário "Kink".
O filme é sobre a maior produtora do mundo de vídeos on-line de BDSM (sigla para bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo), num galpão em San Francisco, com 100 funcionários. Há cenas de filmagens da produtora, com máquinas de sexo que parecem instrumentos de tortura, e entrevistas com diretores dos vídeos.
Atores e atrizes também dão depoimentos, quando não estão amarrados de ponta-cabeça ou sendo sufocados em banheiras.

"Playboy"

O terceiro projeto de Franco é um filme bem mais tradicional, "Lovelace", sobre os bastidores do pornô mais lucrativo da história, "Garganta Profunda" (1972).
Ele vive Hugh Hefner, fundador da"Playboy. O longa tem menos sexo e mais violência doméstica entre Linda Lovelace (Amanda Seyfried) e seu marido e produtor Chuck Taynor (Peter Sarsgaard).
Outro pornógrafo nas telas de Sundance é o inglês Paul Raymond (1925-2008), fundador do primeiro clube de striptease da Grã-Bretanha, nos anos 1950, e editor de revistas adultas.
O longa "The Look of Love" é protagonizado por Steve Coogan e tem direção de Michael Winterbottom, que centralizou a história nas três pessoas mais importantes da vida de Raymond: sua mulher, sua amante e sua filha.

FERNANDA EZABELLA FOLHAPRESS 

Obscenatório

29 janeiro 2013

«História Clínica» - manifestação de solidariedade do Carlos Carvalho

"Apenas a minha sincera manifestação de solidariedade para com a L. e a I. através de uma poesia retirada do livro «Você está aqui», pois de certeza que também vencerão, OK?
E também a irmã do A. (que fez 50 anos a semana passada) também tem estofo para ganhar uma batalha semelhante!
Como muitas outras (e outros) merecem essa vitória!"
Carlos Car(v)alho


A foto também é do Carlos Car(v)alho... sem ser a dele...

"História Clínica"

As mamas da dona Ana eram um
sítio maravilhoso. Maduras (qual
par de mangas) de entre elas saíam
coisas extraordinárias
(notas de 5 para os netos
lenços bordados no Minho) uma ou
outra medalha do mau-génio
do marido. Dessa vez veio à cidade e
o doutor ficou com uma –
ela deixou de poder encravar no meio delas
tudo aquilo e os santinhos
(deste lado uma colina alta e generosa desse
um prado dividido). Num ano
levou-lhe a outra e outra levou-lhe
o marido (ainda há mulheres com sorte: )
está
enfim livre de perigo.

Autor: João Luís Barreto Guimarães - nasceu no Porto, Portugal, em Junho de 1967. Publicou 8 livros de poesia, os primeiros sete reeditados em "Poesia Reunida" (2011), a que se seguiu o seu mais recente título "Você está aqui" (2013) editado pela Quetzal Editores, de onde se retirou este poema (pág.45).

«descanso» - Susana Duarte

descanso
sob as asas ocultas
nos seios

dos teus braços;
... sob o sol poente
da noite

do meu ventre;
sob as águas da tua boca
e da corporalidade
do teu ser.
descanso
sobre as ondas

descalças

dos poemas
que jazem nas linhas
das axilas,
onde encosto as linhas
do rosto antigo,
e me permito sonhar

cálidas
rubras
manhãs
em que acordo em ti.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Eva portuguesa - «Porto: tournée de Verão» (publicado originalmente em Julho/2012)

Faz quase três meses que fui ao Porto (mais propriamente a Vila Nova de Gaia).
Está na hora de voltar.
Dia 30 partirei novamente rumo a esse destino que tanto bem me traz.
Achei que devia e merecia a pena fazê-lo antes das férias. Tipo uma ""tournée" de Verão.
E vou ficar exactamente no mesmo sítio onde fiquei a primeira vez: o Hotel Mercure em 
Vila Nova de Gaia.
Só espero que corra tão bem como correu dessa vez (estará a fazer um ano, talvez).
E assim como dessa vez fui com uma colega/ amiga, desta também irei. Não a mesma, que felizmente para ela já se "reformou" desta vida dupla e incerta.
Agora irei com a minha Carmencita, a minha companheira das brincadeiras a três cá de Lisboa.
A minha amiga Portuguesa com sotaque Espanhol, que tanto me tem ajudado a dar prazer aos Lisboetas, irá também comigo no dia 30 para o Porto. Quem sabe para, juntamente comigo, permitir momentos de loucura e tesão também aos Nortenhos...
Connosco, a diversão é inevitável!
E assim, junto com ela para um atrevido ménage à trois, ou só comigo para um convívio meigo, sensual e completo. Sei/ espero que os "meus homens" do Norte se venham despedir antes das férias, que venham dar-me as boas vindas à sua terra e que, mais uma vez, me façam sentir que vale a pena pegar na bagagem e ir passar uma semana ao Porto.
Conto com os meus clientes habituais, espero fazer novos clientes e espero agradar e ser agradada.
Pois é para isso mesmo que vou: dar prazer, receber felicidade.
E é com este espírito de fazer o meu melhor que estarei em Gaia de 30/7 a 4/8. Uma semana para me poderem desfrutar... uma semana em que eu vou investir, para ter um retorno superior... uma semana de esperança e, espero, de concretização... um "até depois" alegre, feliz, verdadeiro...
Eu estarei lá para vocês...
Vocês, irão lá ter comigo?...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Vamos falar de Sexo

... com a Academia de Vénus, num programa de Rádio na RadiOeste . Desta vez o tema foi "O tamanho Importa?" Falou-se de KamaSutra e dos tamanhos das Yonis e dos Lingams. “O homem divide-se em três classes, ou seja, o homem-lebre, o homem-touro e o homem-cavalo, segundo o tamanho de seu lingam (pénis em sânscrito). Também a mulher, segundo a profundidade de sua yoni (vagina), pode ser uma corça, uma égua ou uma elefanta”.


E você? o que acha? 

Adão e Eva pintados à mão num vestido de linho

Muitas peças que fazem parte da minha colecção de arte erótica são bem mais do que meros objectos: são gestos e símbolos de amizade, de partilha e de cumplicidade.
A minha amiga triMargarida (Margarida com duas belas... Margaridas) trouxe de Roma este vestido de linho e usou-o no Sãorau do 15º Encontra-a-Funda.
Logo nessa noite prometeu que um dia mo ofereceria, para a minha colecção. E cá está.
Obrigada, TriMargarida!
Quem sabe se um dia (de festa) não o usarei?...




28 janeiro 2013

Postalinho de amor entre menores de 18

Nem com as suas idades somadas a Petra Maria (quase 14 anos) e o Sebastião José (3 anos e meio) atingem os 18 anos. Mas não se inibem de fazer poucas-vergonhices.
A dona, a Ana A., apanhou-os em flagrante e mandou-nos este postalinho.

Reparem nos pés, tão bem feitinhos


Foto: Shark

«conversa 1943» - bagaço amarelo

(num bar)

Ela - É uma pena que os homens não saibam andar devagar numa relação.
Eu - Devagar?!
Ela - Sim, devagar. Quando começam querem logo tudo e mais alguma coisa: casar, viver juntos, ter filhos, etc...
Eu - Nunca tive a noção disso, para ser sincero. A minha filha nasceu dez anos depois de eu começar a namorar com a mãe dela... e a maior parte dos meus amigos não andou muito longe disso.
Ela - Tu tens quarenta e um anos. Eu estou a falar dos miúdos que agora têm à volta de trinta.
Eu - Mas tu também tens quarenta e um. Andas com algum tipo de trinta?
Ela - Mais ou menos.
Eu - Mais ou menos? Ou andas ou não andas.
Ela - Lá está. Eu dei-lhe uma abébia e o tipo já quer vir viver para minha casa.
Eu - Uma abébia?!
Ela - Sim, levei o tipo para a cama uma noite. Agora telefona-me todos os dias, manda-me flores e enfim... eu já lhe disse que não estou numa de namorar com ninguém. Quero liberdade. O meu ex-marido já me chegou para a vida inteira no que diz respeito a dores de cabeça.
Eu - Mas isso não é ele que quer andar depressa demais. É ele que quer uma coisa e tu que não queres nada. Quando a questão é só andar mais depressa ou mais devagar, as coisas até podem ter solução.
Ela - Pois, se calhar é. Nesse caso é uma pena que os homens não saibam ter uma relação mais sexual e menos emocional. Neste momento era o que eu queria.
Eu (risos) - Alguns devem saber.Tens que procurar melhor.
Ela - Sim. Os casados sabem quase todos ter uma amante só para sexo. Isso também já descobri.
Eu - E isso preocupa-te?! Se queres só sexo qual é o problema de ser com um gajo casado?
Ela - Quero só sexo, sim, mas não quero ser a segunda. Quero ser a primeira.
Eu - Já não percebo nadinha.
Ela - Nem eu. Vamos pedir mais um tintol destes de seis euros?
Eu - Sim, é o melhor.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Dupla jornada de trabalho pode causar demissão às mulheres


Fonte: Gawker

A notícia é antiga, mas a prática é constatada todos os dias:

Sarah Tressler, uma ex-repórter do jornal Houston Chronicle, de uma coluna de alta sociedade, foi demitida desta empresa, em 2012, por ter outra ocupação nas horas vagas: stripper.


A repórter foi denunciada por outro jornalista, de um jornal rival, que escreveu sobre a outra vida de Sarah, causando assim sua demissão um dia após a revelação do caso.

As empresas estão cagando para o profissionalismo de seus funcionários, diretores e gerentes querem manter a imagem conservadora da empresa, não admitindo o que seus funcionários fazem em suas vidas fora-do-horário-de-trabalho.

Sarah Tressler resolveu escrever um livro após sua demissão, baseado em seus relatos no próprio blog (privado para cadastrados). O livro leva o mesmo nome do blog: Diary of an Angry Stripper.

Mesmo demitida, ela continuou a trabalhar como freelancer e contratada novamente para outra publicação no Houston, e atualmente está em escrevendo para o Houston Magazine. E ainda: continua fazendo o seu stripper.





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Aos dezessete anos tive esse problema.

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27 janeiro 2013

Femen - impressão de mamas para angariação de fundos

Escola de verão


Cativava-me aquele olhar e pele ameríndia. Quando o apito da fábrica dava o meio-dia para todas as aldeias em redor eu já estava a empurrar o portãozito da escola primária para me refugiar sob o alpendre. Ouvia o zunido da zundapp a aproximar-se e a parar a uns metros seguros da escola.

Ele chegava em silêncio e num beijo mergulhava em mim como se nessas pálpebras cerradas apagasse a imagem do pai nas festas das vilas vizinhas, no meio do intenso cheiro a chanfana, a distribuir cervejas pelos rapazes que aceitassem a troca de ele os transformar em gargalo de Super Bock.

Eu esgrimia aquela língua na utopia de absorver aqueles músculos construídos a baldes de cimento, no calor daquele verão onde a toda a hora despontavam os fogos aqui e além. Ele encostava-me literalmente à parede e escorria por mim até a sua cabeça se enfronhar debaixo da minha saia de flores até que os meus dedos puxassem os seus cabelos para trazer de volta a sua boca molhada à minha. Desapertava-lhe as calças reforçadas a pingos de tinta e ajoelhava-me para fazer levedar a massa na minha saliva. E como sempre, era nessa altura que me pegava ao colo até à velha mesa de lanches daquele alpendre e fazia dela a cama onde se estendia sobre mim, mimando o missionário. Sem palavras, rolava-me para cima dele e fazia-me rodar até os dedos dos meus pés tocarem as pontinhas dos seus cabelos escorridos, segurando-me as nádegas tal qual como a tigela onde bebia a sopa de manhã enquanto eu debicava o croissant empinadinho até atingir o creme de doce de ovos.

Está a ouvir Senhor Doutor?... Desculpe mas eu falava do último verão em que o toquei em carne e osso, em que nos beijámos com as bocas encharcadas, já que ele resolveu trocar a plantação do quintal que até a mãe achava que era linda pelos pózinhos que lhe deram a overdose logo no inverno. E quando soube apenas desejei que ele tivesse tido a sorte de antes experimentar uma queca completa.


[Foto © José Pedras, 2008, Mists of passion]

Retalhos

Bebe-me
que eu sirvo-te estremeções
que eu sirvo-te a dor
que eu sirvo-te rasgões
por uma gota de amor

A nudez dá audiência


Fonte: Daily Mail

Já postei aqui o caso da mulher que usou seus seios como espaço publicitário, porque a nudez dá audiência.
Recentemente, a britânica Aimi Jones publicou um anúncio no eBay da venda de um vestido seu. Porém, na foto tirada, no canto esquerdo havia um espelho, e a vendedora saiu na foto. Nela Aimi aparece de sutiã e sem calcinha. Será que alguém é ingênua de acreditar que ela não havia reparado?
Logo a imagem virou um viral e se espalhou pela internet. Com isso, sem dúvida, o vestido ganhou grande repercussão. Em seguida Aimi substitui a foto por outro, mas desta vez, aparecendo com um casaco mas com as pernas de fora. A ação foi tão efetiva que o vestido foi leiloado por um valor muito acima do esperado.


Obscenatório

26 janeiro 2013

«Fuck Me In The Ass Because I Love Jesus» (legendado) - Garfunkel and Oates

"Come o meu cu porque eu amo Jesus"



Estas duas meninas sabem divertir-se e divertir-nos. O canal delas no YouTube é aqui.

«respostas a perguntas inexistentes (221)» - bagaço amarelo

"Talvez eu tenha estado aqui em criança, num passeio de fim de semana com os meus pais". Foi a primeira coisa que eu lhe disse quando saímos do automóvel. Eu nunca tinha ido àquela terra, ou pelo menos era o que eu pensava, mas assim que respirei o ar da praça central reconheci qualquer coisa, sem saber muito bem o quê. A Raquel deu-me a mão e manteve-se em silêncio, como se esperasse que as minhas memórias daquele lugar viessem lentamente à tona.
Quando visitamos um lugar pela primeira vez na vida, essa primeira vez fica-nos gravada na mente como se fosse um carimbo. É por isso, aliás, que eu gosto de viajar com a Raquel. Nunca poderei voltar a algumas cidades, vilas ou aldeias sem me lembrar dela, porque foi com ela que as conheci.
O motor do automóvel ainda trabalhava, num esforço arfado para arrefecer debaixo do calor intenso, e eu acabei por desistir. "Vamos beber uma cerveja e comer qualquer coisa, ali naquele café". Pedi-lhe, num tom de quem desespera por estar em qualquer sitio com uma temperatura que dê algum conforto ao corpo.
Vieram duas sopas mornas e duas cervejas, fez-se silêncio sobre a refeição e sobre assunto. Entre cada colherada ou gole, fui espreitando pela janela para avivar a memória. Reconheci a localização dum pequeno parque infantil que entretanto já tinha sido modificado, e acabei por me lembrar de uma só cena: dois baloiços, um escorrega e uma roda com três cavalos de pau tinham ali estado há mais de trinta anos atrás.
Vi-me a subir apressadamente ao escorrega. Um rapaz qualquer, que vinha atrás de mim, empurrou-me no momento em que hesitei lançar-me rampa abaixo e caí descontrolado. Bati com um joelho no próprio queixo e comecei a chorar. De facto, não me lembro do abraço do meu pai nem da minha mãe, portanto eles não estavam lá. Lembro-me duma miúda se ter sentado ao meu lado depois de ter ralhado com o próprio irmão, me ter dito que aquilo ia passar, abraçar-me, dar-me um beijo na face e desaparecer a correr por entre as árvores que ainda ali estavam. Nunca mais a vi.
A Raquel perguntou-me se eu queria seguir já viagem ou dar uma volta à terra. "Vamos sentar-nos ali, debaixo daquela árvore junto ao parque para os putos", pedi-lhe. Pousei a cabeça na palma da minha mão direita assim que me sentei. Queria saber em que contexto e circunstâncias é que tinha ali estado em criança, provavelmente com cinco ou seis anos de idade, mas não conseguia. Até hoje, aliás, nunca consegui. A Raquel abraçou-me, deu-me um beijo na face, e disse-me que estava ali.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Mulher em três peças de barro vidrado

Muito interessante, este conjunto de 3 peças que forma uma mulher.
Não me recordo da origem, mas está já há muitos anos na minha colecção.

Um sábado qualquer... - «Ideias para Deus»



Um sábado qualquer...

25 janeiro 2013

Quarenta minutos

– Queres dizer que… já tinham acabado quando fizeram sexo pela primeira vez?
– Foi.
– Acabaram e depois foderam?!
– Sim.
– Que raio de merda… E depois?
– Vestimo-nos.
– Foda-se! Não é isso!... Andaram três meses…
– Quase quatro.
– Ainda pior! E durante esse tempo nunca, nada?
– Algumas coisas, muitas vezes.
– Mas… Mas, sexo com penetração não.
(ri) – Não, sexo com penetração nesses quase quatro meses não.
– E depois, sim.
– Sim.
– Logo depois?
– Não, logo depois não. Já tínhamos acabado aí à meia-hora.
– Ahn?!
– À vontade. Foi mais de meia hora. Para aí uns quarenta minutos.
– Andam quase quatro meses e nada e quarenta minutos depois de acabarem...
– Pois.
– Mas que lógica é essa?!
– Aconteceu. Estávamos mais soltos, mais à vontade. Já não havia constrangimentos, sei lá… Aconteceu.
– E agora?
– Agora, o quê?
– Sei lá… Nunca mais se viram?
(olha em volta e murmura) – Não, vimo-nos… (ri com a expressão involuntária que lhe saiu). Temo-nos visto.
– E não só visto…
– E não só visto, de facto. Na maior parte do tempo estamos nus.
– Desculpa?
– Era um trocadilho com o facto de não ser só visto. Na maior parte do tempo eu não visto nada e ela também não. Não teve graça.
– E porque é que olhaste em volta antes de responder?
– Olhei?
– Olhaste.
– É que (torna a olhar em volta) andamos com outra pessoas.
– Tu e ela?
– Sim. E não há necessidade de alguém saber e não gostar. Entre nós não há qualquer ligação sentimental, nada. É uma coisa física, mais nada. Ambos sabemos o que temos e o que queremos e não queremos.
– Não querem mais.
– De algumas coisas sim, de outras não. (ri)
– Isso é evidente. (ri)

Lei da Moral e dos Bons Costumes é aprovada no Rio de Janeiro


Que diabos vem a ser essa Lei da moral e dos bons costumes? Será que agora seremos obrigados a casarmos virgens, namoro na rua apenas de mãos dadas, nada de fio dental e topless nas praias e prisão em casa de beijo homossexual?

O nosso queridíssimo governador da Guanabara, Sergio Cabral, sancionou uma bizarra Lei que pretende ser um "Programa de resgate de valores morais, sociais, éticos e espirituais" (o que viria a ser isso?), segundo consta na notícia de hoje do jornal O Globo.

E de quem foi essa ideia nefasta? Da também queridíssima e ex-atriz Myrian Rios, do PSD (Partido Social Democrático). Para a ilustríssima deputada, a sociedade perdeu o conceito de bom e ruim, pois hoje tudo é permitido, sendo necessários resgatar os valores tradicinais. Pois é, Myrian Rios, aquela que em um vídeo teceu comentários preconceituosos contra homossexuais, igualando à pedofilia, e afirmando que não queria ter um funcionário homossexual, assim como não queria ver seus filhos agindo "dessa forma", pois a educação que ela dá é para que eles cresçam e continuem propalando a espécie humana. Também é a mesma que em 1978 fez dois ensaios sensuais para a Revista Ele Ela (e agora posa de defensora da TFP - Tradição, Família e Propriedade), da então antiga Block Editores, comprada pela Editora Manchete. Confira alguns desses ensaios (aproveitem, pois pode ser por pouco tempo, pois o Rei Roberto Carlos, então noivo de Myrian Rios na época, constrangido, comprou o direito pelas fotos):








Noite de Outono



O lento despertar de uma clara luz de Outono
sussurrou-me o líquido marulhar de um riacho
que despontara das raízes grossas
de um rochedo velho e imponente…
A geada beijou-me as pálpebras semi-abertas,
perfumando-me o rosto com as tulipas e rosas
que nessa madrugada tinha pintado de rosa e violeta.
Cada pedaço de nuvem que me cobre os pés nus
é um tapete ambulante e voador
que eterniza o sonho já acordado
e que agora viaja para outros destinos,
onde as estrelas e a Lua brilham solitárias
na densa escuridão de um firmamento desconhecido.
Esgueiro-me numa das cinco pontas cruzadas,
tão brilhantes quanto um cristal dourado
e observo a luz refletida nesse véu cinza
com que me deito todas as noites!

Lua Cósmica
http://luacosmica.blogspot.pt

Viva a banda desenhada

Crica para veres toda a história
As aventuras da verdadeira cabra


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oglaf.com

Maltinha, uma por dia tira a azia...

«a funda São» está em 3º lugar na categoria «Erotismo».
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24 janeiro 2013

Torna a Surriento

« As brasas do seu prazer apagaram-se, quando, sufocado o riso, viu a mulher abandonar a indiferença de estátua com que tinha recebido no dia anterior as carícias do engenheiro e tomar iniciativa. Abraçava-o, obrigava-o a deitar-se ao lado dela, por cima dela, debaixo dela, enredava as pernas nas pernas dele, procurava-lhe a boca, mergulhava-lhe a língua e - «ai, ai», rebelou-se Dom Rigoberto - acocorava-se com amorosa disposição, pescava entre os seus afilados dedos o sobressaltado membro e, depois de passar-lhe a mão pelo lombo e pela cabeça, levava-o aos lábios e beijava-o antes de o fazer na boca. Nessa altura, a plenos pulmões, ressaltando na fofa cama, o engenheiro começou a cantar - a rugir, a uivar - Torna a Surriento.
- Começou a cantar Torna a Surriento? - pôs-se violentamente de pé Dom Rigoberto. - Nesse instante?
- Isso mesmo - Dona Lucrecia voltou a soltar uma gargalhada, a conter-se e a pedir desculpa. - Deixas-me pasmada, Pluto. Cantas porque gostas ou porque não gostas?
- Canto para gostar - explicou ele, trémulo e carmesim, entre fífias e arpejos.
- Queres que pare?
- Quero que continues, Lucre - implorou Modesto, eufórico. - Ri-te, não faz mal. Para que a minha felicidade seja completa, canto. Tapa os ouvidos se te distrai ou te dá vontade de rir. Mas, pela tua rica saúde, não pares.
- E continuou a cantar? - exclamou, ébrio, louco de satisfação, Dom Rigoberto.
- Sem parar um segundo - afirmou Dona Lucrecia, entre soluços. - Enquanto o beijava, me sentava em cima dele e ele em cima de mim, enquanto fazíamos amor ortodoxo e heteredoxo. Cantava, tinha de cantar. Porque, se não cantava, fiasco.
- Sempre o Torna a Surriento? - deleitou-se no doce prazer da vingança Dom Rigoberto.
- Qualquer canção da minha juvenude - cantarolou o engenheiro, saltando, com toda a força dos seus pulmões, da Itália para o México. - Voy a cantarles un corrido muy mentadooo...
- Um pot pourri de piroseiras dos anos 50 - precisou Dona Lucrecia. - O Sole mio, Caminito,Juan Charrasqueado, Allá en el rancho grande, e até Madrid, de Agustín Lara. Ai, que vontade de rir!
- E sem essas vulgaridades musicais, fiasco? - pedia confirmação Dom Rigoberto, hóspede do sétimo céu. - É o melhor da noite, meu amor.
- O melhor ainda tu não ouviste, o melhor foi o final, o auge da fantochada - enxugava as lágrimas Dona Lucrecia. - Os vizinhos começaram a bater nas paredes, telefonaram para a recepção, que baixássemos a televisão, o gira-discos, ninguém conseguia dormir no hotel.»

"Os cadernos de Dom Rigoberto ", de Mario Vargas Llosa, Trad. J. Teixeira de Aguilar




blog A Pérola

«Abrir os olhos» - Patife

Não percebo as mulheres que dizem que gostam muito de ler porque as relaxa. A mim a leitura exalta-me. Bem, se eu conseguisse ler Pedro Paixão ou José Luís Peixoto mais de cinco minutos seguidos, aí sim, talvez relaxasse. Estou certo que adormeceria de tédio. Dada a sua escrita estou certo que ambos são capazes de fazer sincronizar o período de todas as suas leitoras. E ontem lá encontrei uma a profanar a minha esplanada do Chiado com a leitura de um José Luís Peixoto. Além do mais eu já estava há mais de quinze minutos na mesa ao lado e aquela magana ainda não se tinha vindo meter comigo, o que roça a má educação. Se nem sequer tivesse olhado, isso sim, seria um verdadeiro desaforo. Como me considero uma pessoa nada egoísta e sempre pronta a ajudar a próxima, senti que era um chamamento para prestar uma boa acção. Naquele instante apercebi-me que tinha de lhe abrir os olhos. Por isso, foi com um ar de santo catedrático que me acheguei da sua mesa para lhe dar uma lição rápida de literatura. Da estupefacção inicial, passou cerca de meia hora a ouvir-me explicar a razão pela qual frases que constavam do seu livro como “No amor é preciso que duas pessoas sejam uma” ou “Quando damos as mãos, somos um barco feito de oceano a agitar-se sobre as ondas” são potenciais causadoras de derrames cerebrais e verdadeiros hinos de lamechice vulgar. Quando lhe dei em troca pérolas do Verlaine, do Paul Éluard e do António Maria Lisboa, estou certo que terá ficado possessa da pachacha. É que do abrir dos olhos ao abrir dos folhos foi apenas uma letrinha de distância.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Janelas de oportunidade

O tal efeito da crise sobre os apetites masculinos somado ao meio milhão com disfunção eréctil faz prever um ano atarefado para alguns.

«Primer plano» - por Luis Quiles






"Siempre que puedo utilizo primeros planos para expresar algo. Especialmente con manos y pies. Cuando le pillas el truco puedes expresar casi lo mismo con manos y pies que con la expresión de una cara, sobre todo con las manos."

Luis Quiles

23 janeiro 2013

Rabiscos

Caso venhas, não me digas,
Perguntarei ao tempo que nada me dirá.
O tempo sabe que prefiro não esperar.

Caso chegues, não me digas...
Em todas as vezes, prefiro sentir-te chegar.
Porque assim saberei se ainda és tu quando chegas.

Caso não venhas nunca mais, não me digas...
Perguntarei à saudade que nada me dirá.
A saudade entende que prefiro não saber.
Porque assim descobrirei: já não sou eu nunca mais
no dia em que não existir saudade a quem perguntar por ti.

Agora que já te disse, já sabes.
Agora que já sabes, já podes tudo o que não digas.
Eu já posso escutar os mudos traços que não digas
às gavetas do meu corpo emprestados.
Gavetas destas nunca estão cheias, estão abertas e antes
espalham-se pelas casas intermináveis, de cheiros intermináveis.

Caso me toques, não me digas.
Perguntarei ao peito que nada me dirá
que o peito sabe que prefiro sentir-te tocar
cara a cara, olharei o meu corpo
se estiver nu, eu despi.

Caso me olhes, não me digas.
Olhar-te-ei sem nada perguntar.

«ginásio» - bagaço amarelo

Ontem fui, pela primeira vez na minha vida, a um ginásio. Nada de mais, não fosse esta sensação de que o tempo passou por mim mais depressa do que era suposto. E não estou a falar da minha forma física. Essa, apesar da Raquel me ter quase partido os dois joelhos em exercícios de elasticidade, ainda está mais ou menos. Estou a falar de, no balneário, ter visto quase todos os homens a usarem secador para o cabelo e pente logo a seguir ao banho e, ao sair, ver as suas respectivas esposas à espera com um enorme ar de seca. No meu tempo não era nada disto.
Pensem lá o que quiserem, digam que sou preconceituoso ou o diabo a sete. Mas eu cá é que fiquei à espera da Raquel. Melhor ainda: eu esperei por ela e ela por mim, porque como homem com "H" grande que sou, não ouvi bem onde é que era o ponto de encontro à saída do ginásio. Uns bons quinze minutos depois de me ter sentado lá fora, sublinhe-se que totalmente despenteado, lá vi a Raquel surgir com ar de poucos amigos.

- Não tínhamos combinado esperar à porta dos balneários? - perguntou.
- Tínhamos?!?!?! Não ouvi...

Não foi vingança do que se tinha passado lá dentro, a sério que não. Mas podia ter sido. Para além de quase me ter partido os joelhos numa tortura medieval a que decidiu chamar exercício de elasticidade, a Raquel empurrou-me ainda para dentro duma sauna. Numa de descontrair, disse ela. Estive lá a aguentar pelo menos uns... vinte segundos. Depois verifiquei que num sítio com tanto calor não se pode comprar uma cervejinha gelada nem nada e fugi. Mas que raio é que o pessoal vai para ali fazer?! Experimentar a sensação de ser um frango assado?! Não, muito obrigado.
Resta a sensação de liberdade que senti ao sair. Fui comer uma feijoada e beber uma cerveja para me voltar a sentir um homem normal. Com a Raquel.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

A origem da expressão «perder os três vinténs»

Já tinha lido algo sobre este assunto mas este artigo do jornal «Nova Aliança» de 16/9/2011, que me enviaram por e-mail, está muito interessante. Cruzando este artigo com outras abordagens na internet, fiquei a saber que no Minho, "(...) pelo S. João, (...) a mãe colocava, também, ao pescoço da filha, o amuleto da moeda de três vinténs ou um conjunto de três moedas, furada(s), pelo orifício da qual se passava um fio de linho, de pontas unidas com três nós sobrepostos. Na noite de S. João e antes da sua “iniciação” às fogueiras ou ao arrincar dos linhares, a filha tinha que jurar à mãe não mostrar o amuleto fosse a quem fosse e só o tiraria quem o colocou. Daí, a tradição da mãe tirar os três vinténs do pescoço da noiva, precisamente, na hora de sair de casa para a Igreja. E o povo não deixou de referir este acontecimento na seguinte quadra: com um homem de certa idade / casou a minha vizinha / ele tinha os três vinténs / mas ela nem isso tinha." [O Ouro do Minho – O Ouro de Viana in Folclore de Portugal]. Segundo Filipe Nortadas, no tal artigo, "as mães parturientes usavam pô-la ao pescoço das filhas, logo que nascidas, suspensa dum fio, como amuleto. Daí a razão do furo", que era feito "na extremidade superior do eixo vertical, junto do bordo".
No Forum de Numismática explicam ainda os "Furos em moedas de prata de 3 vinténs: Amuleto de protecção à virgindade das raparigas novas, andava ao pescoço das mesmas num fio preto ou então eram cosidas à roupa interior. No dia do casamento supostamente eram entregues ao marido. Caso o amuleto não funcionasse e a moça se antecipasse, era descartado". E mostram uma foto com vários exemplares:


Para quem não sabe do que estamos a falar, Pedro Coimbra explica no blog «Devaneios a Oriente»: "Na minha adolescência, quando a virgindade feminina era um atributo quase indispensável para o casamento, era corrente a expressão que fazia equivaler a existência da ainda virgindade à expressão "Ter os três vintens" ou, não sendo já virgem, se dizia da menina que já "perdeu os três vintens" ou ainda, se a virgindade lhe era oferecida, diria o felizardo que "já lhe tirei os três"! Tenho que confessar que nunca percebi qual era a origem dessas expressões até que, recentemente, o jornal católico Nova Aliança, lá da minha terra, me surpreendeu com a explicação, que admito os meus contemporâneos também desconheçam. A expressão, como eu a recordo, era altamente pejorativa, ao sabor da época, marcada pelos resquícios da cultura da mulher-objecto então ainda prevalecentes na nossa sociedade. Não creio que algum adolescente actual sequer a conheça (...)".

Hitler tentou reerguer o império


Hitler tentou reerguer o império.
Via Humor Político


Obscenatório

22 janeiro 2013

«Distância» - Susana Duarte




a distância
na pele do poema

... subjugada ao egoísmo de desejar
e à eterna demanda da paixão

condensada

em rios de palavras

onde a vida se preenche de nós

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto