Mostrar mensagens com a etiqueta Libelita. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Libelita. Mostrar todas as mensagens

18 julho 2012

Emocional e gráfico: o sexo nos meus desenhos

… “explícito” … porque para mim o sexo é algo de belo, de essencial, de puro, como uma flor de estigma e estames de fora. E nem há mais nem menos “explícito”… é tão “explícito” quanto possa ser, passando por todos os estados físicos e emocionais possíveis, desde que positivos… assim eu seja capaz… amor, paixão, ternura, entrega animal ou sobre-humana… mas sobretudo… que sejam estados de “prazer”... Tudo!! Tudo quanto seja o prazer de dois seres inteiros, corpo e mente, ou se quisermos, espírito… sendo que um corpo, um agregado temporário de átomos na forma humana, é um “todo” em que se não pode separar a “parte material”da “parte imaterial”… se é que isto existe… Quando este agregado temporário de átomos se desfaz, o “ser” desaparece, extingue-se, desagrega-se, funde-se novamente nesta coisa mágica e imensa que é o Universo. Sexo “explícito”, pois. Sim, há. O que não há nos meus desenhos é “perversidade”. É uma espécie de regresso a um estado do “antes do pecado”. E por isso não há frinchas ou cobertores que tapem “aquilo que se não deve ver”, de onde, justamente, seja “explícito”. E o que não há também são “corpos objecto” adornados para servir ao prazer de “outro”. Isso também não há. São apenas “corpos”, são apenas “seres”… a tentar, e talvez, por vezes, a conseguir unir-se… deixarem de “ser cada um”, para, ao limite do êxtase, “serem juntos”. A entrega é de ambos. Sempre. O prazer é de ambos. Ainda que em determinado momento um possa apenas dar e outro apenas receber, ainda assim, a entrega terá que ser de ambos… e tem que ser completa. Porque o prazer, essa força que no fundo é a chama que nos mantém vivos, e que na sexualidade vem à tona na sua forma mais intensa, é algo de tão complexo que para ser inteiro tem que por força envolver a pessoa inteira. Só assim o posso conceber.

11 julho 2012

“Oris foderus” ou "Técnica de foder bocas"

Na espécie humana o sexo permite muitas possibilidades de arranjos... um ser activo, outro passivo, vice-versa, ambos activos ao mesmo tempo... e todas as variantes pelo meio... No que respeita ao movimento dos corpos, o mesmo. Por exemplo, se o corpo do macho está parado e o da fêmea se movimenta servindo-se da boca, chupando, lambendo, massajando, diz-se que se trata de uma "mamada", “broche”, ou, usando do termo mais erudito, “fellatio”. Se é o macho que se movimenta enfiando a picha (do latim, phallus) na boca da fêmea, estando ela parada, então está a "foder-lhe a boca" (por azar, tanto os gregos como os romanos esqueceram-se de dar nome a isto. No século XXI, todavia, trataremos de suprimir estas lacunas, que a gente sabe que o Verbo, e também o substantivo, têm muita força). Dentro do género há muitas modalidades possíveis, entre as quais uma modalidade lenta em que ambos os corpos estão em posição de conforto (deitados de lado dá muito jeito), o macho limita-se a um movimento pendular umas vezes mais suave, outras menos, e a fêmea segura a picha (o phallus) para aquilo não sair dos carris (e se puder um pouco mais), e pode usar a mãozinha livre para massajar o clitóris (e se a coisa correr bem, vir-se de vez quando que é muito agradável para ambos). A parte mais difícil (e que requer um pouco de treino e de técnica) prende-se com o facto de, para que a fêmea mantenha a picha (o phallus) dentro da boca por período indefinido, ser necessária uma aprendizagem de controlo da respiração e da acumulação da saliva de modo a que coisa funcione na perfeição. A questão é também a de que o arranjo chegue ao ponto em que a parte física seja suficientemente simplificada e "natural" para que as mentes de ambos estejam completamente livres para sentir prazer (o qual tende a torna-se, como o riso, contagioso). Os movimentos mecânicos complexos ou incómodos, ou suster a respiração ou outras coisas que obriguem a "pensar" ou a “esforços”, são limitantes da plena fruição do prazer... de onde, igualmente, sejam muito agradáveis os momentos (dos quais, ao que parece, a espécie tira pouco partido) em que um se dedica exclusivamente ao prazer do outro (que se limita a respirar e a sentir e mais nada... o que, a ser bem feito, já ocupa muito “espaço”...)

... não quero com isto dizer que por vezes posições mais esquisitas e movimentos mais artificiais, que exijam muito “espaço em disco”, não possam, justamente por via disso, ser excitantes... são também questões de preferência... mas julgo que é saudável fazer-se uma manutenção justa da variedade...

Os exemplares da espécie humana possuem um crânio equipado de um cérebro de grande volume e ainda de muito maior superfície, pelo que tudo leva a crer que as especificidades da espécie exijam na prática sexual o uso desta mesma cabeça além daquela outra situada a meia haste, mesmo que a tal sirva de suporte ao estandarte… não fosse assim, e também as vacas teriam ponto G e clitóris… (digo eu… nem posso assegurar que o não tenham, entendo pouco de vacas, mas suponho que não…)

(... e supunha muito mal, que as vacas têm clitóris, sim senhor, bem como, ao que dizem, os mamíferos todos... ponto G é que não sei... mas já não digo nada... Apesar do meu anterior raciocínio obtuso (tipicamente Homo sapiens sapiens), mais uma razão no caso para que a malta tenha um conhecimento básico a respeito destas características comuns à nossa classe Mammalia).

04 julho 2012

Não vá o diabo tecê-las, que de tão perto se faça longe…

À semelhança de tudo mais, a forma de cada um fazer sexo reflecte a forma de ser de cada um, as suas características, que são também as que definem a sua atitude perante a vida, de onde, uma determinada atitude perante a vida, reflicta igualmente uma atitude perante o sexo. Se a pessoa for generosa, será generosa no sexo, se for egoísta, será egoísta no sexo, se for criativa, será criativa no sexo (se não for, não será), se for inteligente, será inteligente no sexo, se não for inteligente, não será inteligente no sexo, se for calculista, será calculista no sexo, se for paciente, será paciente no sexo, se for persistente, será persistente no sexo, se for violenta, será violenta no sexo, se for rude, será rude no sexo, se for delicada, será delicada no sexo, se for materialista, será materialista no sexo, se for honesta, será honesta no sexo, se for sincera, será sincera no sexo, se for mentirosa, será mentirosa no sexo, se for humilde, será humilde no sexo, se for arrogante, será arrogante no sexo, etc., etc., etc…. Se tiver sentido estético e ético, também no sexo o terá… não cai do céu aos trambolhões, nem se evapora… Aquilo que cada um seja (ou não seja), no sexo também o será (ou não será).

Bem sei que isto é um lugar comum… mas não vá alguém andar distraído…

27 junho 2012

Amor, paixão e sexo: teoria e convicção

O amor é um sentimento de um altruísmo e generosidade inacabáveis. O amor tende a ser definitivo. O amor transcende-nos. Transcende a razão. O amor anula o egoísmo, o orgulho, a posse, a guerra… O amor vai além da distância. O amor vai além de tudo. Depois do amor, não há nada. Mas o amor é … raro. Além da ordem natural dos laços estabelecidos pelo sangue (entre pais, filhos, irmãos…) e da verdadeira amizade, suponho que sejam poucas as pessoas que realmente o experimentam. Acredito que possa também haver um “estado de amor” que não dependa de ninguém ou de nada específico… há-de ser isto qualquer coisa semelhante à “iluminação”. O amor é um sentimento muito elevado que depende por isso também da capacidade emocional para amar. Entre um homem e uma mulher, quando acontece, o amor é “o princípio”… é onde a vida começa… e é também, muitas vezes, onde ela acaba. Casos destes são aqueles extraordinários em que do princípio ao fim dois seres atravessam a vida intensamente apaixonados, sobrevivem ao desgaste do tempo e dos corpos, e ao cabo de décadas, até que a morte os separe, ainda os olhos do outro lhes fazem brilhar os olhos. É também o que sucede em casos daqueles em que toda uma vida não chega para fazer desaparecer a dor pela ausência da pessoa amada… sendo tão escassa a probabilidade de salvação como o milagre de um outro amor. Em ambos os casos, não há um minuto sequer nestas vidas em que não desejem “o outro” ao lado, e a quem, independentemente disso, possam não desejar “o bem”, seja isto uma benção ou uma maldição.

Semelhante ao amor nalguns sintomas, a paixão é algo de muito mais “terreno”, de muito mais sujeito aos caprichos da natureza humana. A paixão exige a presença física, a “posse”, e evolui para estados de ira quando não satisfeita. Quase todas as pessoas se apaixonam, geralmente mais do que uma vez ao longo da vida... A paixão é temporária. Dificilmente irá além de um ano ou dois… Seja como for, mais tarde ou mais cedo, acaba. Pode resultar em profunda amizade, uma forma suave de amor… ou então, resultar em coisa nenhuma. É um estado passageiro de euforia em que a natureza suprime os defeitos do outro, intensifica o desejo, e promove a harmonia de modo a permitir um período de adaptação de um casal entre si. Para quem o aproveita bem, resulta bem. Para quem não o aproveita bem, resulta mal. Aqui se incluem todos os casos de casais que começam com “um grande amor” e acabam sem se reconhecer, à porrada, ou a digladiar-se pelas razões mais absurdas.

Sexo, é outra coisa. Havendo amor, o sexo é sempre algo de “sublime”, mesmo que seja, do ponto de vista sexual, uma lástima. O amor em si não produz “bom sexo”, mas, havendo união física com a pessoa amada, produzem-se outras coisas: a imensa felicidade, ou mais, a plenitude! E claro… “bom sexo com amor” é… o verdadeiro “êxtase”: o auge do prazer físico e psíquico. A paixão em si também não faz milagres pela qualidade do sexo… mas lá está… faz do sexo sempre uma experiência positiva, ainda que na prática o desempenho sexual possa não passar da pobreza franciscana. O pior é que, findo o período de paixão, para quem não tiver desenvolvido uma boa relação sexual, o desejo acaba. Como é evidente, no que respeita ao prazer, a seguir ao “bom sexo com amor”, o “bom sexo com paixão” é do melhor que há. Depois… não sei: “mau sexo com amor” ou “bom sexo com paixão”? “Mau sexo com amor”, “Mau sexo com paixão”, ou “bom sexo sem amor nem paixão”? É difícil de decidir … se calhar é relativo, tem dias, depende dos gostos … A questão aqui é o que seja um bom equilíbrio entre estados de prazer emocional e estados de prazer físico. Para mim o conceito de “bom sexo” inclui já um mínimo de prazer emocional ou, pelo menos, o conforto emocional (bem-estar, confiança, respeito,...) a partir daqui… como diz Epicteto, o estóico, “há coisas que dependem de nós, e outras que de nós não dependem”…

… mas tenho ao menos por certo que um “bom sexo” é um bom argumento para o despertar do amor e da paixão (mal, não faz)… além de ser em si só uma coisa muito agradável… (e de fazer bem à pele e tal…)

27 abril 2012

"O Shunga japonês" ou "As imagens da Primavera”

Quando há uns anos atrás descobri o Shunga fiquei fascinada. Por essa altura andava eu a recolher imagens de desenhos e pinturas eróticas, sobretudo anteriores ao século XX, com o intuito de fazer um estudo a respeito da representação de conteúdos sexuais e da relação com a sexualidade no dito “Ocidente Civilizado”. Logo me surpreenderam as primeiras imagens de Shunga que encontrei: era qualquer coisa de inteiramente novo. Completamente diferente de tudo o que já tinha visto…

O Shunga, em japonês, “imagem da Primavera”, é uma forma de arte erótica ou, se quisermos, de pornografia, muito difundida no Japão entre os séculos XVII a XX. Supõe-se que tenha tido início no século XI, mas só com a invenção da xilografia alcançou o seu pleno desenvolvimento, na generalidade de forma clandestina, para mais tarde se extinguir com a invenção e difusão da fotografia. Continuo a ler sobre isto, e em busca de artigos que versem a perspectiva que mais me interessa: a dos conteúdos sexuais propriamente.

Pelo menos até ao final do século XIX, o Shunga é “amoral”. Apenas uma forma de arte onde se reúne a estética e a educação sexual num tom de alegria pelo prazer da união dos sexos. Os órgãos sexuais são representados com intenção expressiva e a uma escala desproporcionada, o que, curiosamente, em nada perturba a delicadeza e naturalidade predominantes nas cenas. Mas o que mais me impressionou nestas imagens por relação às da nossa cultura, foi a equidade da preocupação com o prazer sexual do homem e da mulher e a representação de um claro envolvimento emocional do casal, algo que ainda hoje raramente encontro no Ocidente. Porta sim, porta sim, surgem massagens ao ponto G, por vezes detalhadas, e é frequente encontrar-se um homem a foder uma mulher enquanto lhe massaja o clitóris. Na cópula parece um pouco indiferente que seja o homem ou a mulher a estar em cima ou em baixo, quando não, estão de lado ou em posições exóticas, mas as caras voltam-se com frequência uma para a outra, trocando beijos, olhares, expressões… Um aspecto curioso é que no Shunga ainda não encontrei mamadas. Não estou a dizer que não existam… mas a existirem hão-de ser um fenómeno muito raro. Mais frequentes, ainda que não abundantes, são os minetes. Como é evidente, eu não tenho nada contra as mamadas (muito pelo contrário), mas o que é interessante aqui, é o facto de, quaisquer que sejam os conteúdos sexuais, não se transmitir uma ideia de instrumentalização da mulher ou de bestialização do sexo. Algo que ainda hoje é um lugar-comum na nossa cultura: a mulher servida a frio como objecto de prazer num sexo de essência animalesca que amiúde não aparenta ser mais que um embrulho de “carnes” destituídas de “alma” aos tombos pelas valetas da indiferença, da usura, da violência, e da perversidade extrema. Consequência, por certo, de uma mentalidade muito perturbada pela “moralização do sexo”…

… tenho-me perguntado que impacto efectivo na vida sexual dos japoneses terá tido a invenção da fotografia e a globalização da pornografia… por curiosidade, quando tiver tempo tentarei obter uma resposta…

Para quem tiver interesse, está a nascer aqui ao lado... Shunga Virtual Collection

[blog Libélula Purpurina]

20 abril 2012

Limites, limitações e preferências na primeira pessoa

Não me perturbam os conteúdos sexuais. Tenho as minhas preferências, mas para mim não há umas coisas e umas posições mais assim ou menos assado. Isso nem sequer me passa pela cabeça. Nem existe. O meu limite é a salvaguarda da minha integridade física (na qual incluo a saúde) e a do meu parceiro. Não gosto de dor. E se não gosto para mim, também não gosto de o produzir no outro. Quando o corpo se queixa lá tem as suas razões, e a mim me bastam as que me saem de borla na rifa. Pouca dor me basta para perder completamente o tesão. O que não significa que nalgumas situações não me agradem umas palmadinhas… e tal… pela dominação em si. Se noutras coisas o faço, por amor, amizade, ou apenas generosidade, no sexo sou pouco dada ao “sacrifício” ou a fingimentos de cortesia. Não o tolero por ser algo que interfere com a minha forma de educar o meu próprio corpo: considero nocivo “poluir” a minha sexualidade com momentos que não sejam de prazer.

Gosto de me sentir fêmea, gosto de rebolar, de me dar, de me entregar, de receber, gosto de ser possuída a sério, dominada a sério. Entrego-me a sério. E se volta e meia sou eu a dominar, também gosto de o fazer com intensidade, física e psíquica. Gosto de dar. Adoro! De forma activa, ou passiva. Ao ponto de ser uma espécie de “tara”. Fazer uma massagem oriental, excita-me. Quando sinto que estou a sair do domínio do “sexo” para entrar no domínio da “arte”, é o êxtase! Mas seja qual for a situação, o prazer do outro para mim é mesmo fundamental. Para o que quer que seja, não me basta o “consentimento”, preciso da vontade. Se sinto que a coisa não está a correr bem para o lado de lá, perco o interesse.

Não gosto de variar. Tenho dificuldade em encontrar um amante. Dificilmente me disponho a ter sexo com alguém sem averiguar se de facto temos hipóteses de encaixar bem… ou seja, sem que haja suficiente empatia potencial, física, psíquica e sexual. As excepções são feitas de interesses e de curiosidades muito específicos que raramente chegam ao que eu chamo de “sexo”. A “queca vadia” não me interessa. Não me interessa porque não me dá prazer. Mas claro que experimento o que tenho a experimentar, e nunca me ocorreu avaliar antes as disposições futuras de alguém para… Nem isso para mim faria sentido. Se me disponho à experiência, é pela experiência, e com vontade, alegria, e nenhuma expectativa. Mas, por preferência, não gosto de variar. Isto porque do que eu gosto é do corpo que investigo, que aprendo a conhecer, que reconheço, que farejo, o corpo para o qual desenho o meu prazer até ao último milímetro, o corpo no prazer do qual “trabalho” como um “projecto”, uma escultura, o corpo aonde aporto como um barco ao cais, onde sei já de cor todos os cantos onde haja tomadas a que ligar a minha “ficha”, o corpo a que aprendo a dominar o prazer ao limite da tangente, o corpo que transformo para mim própria no desafio de ir ainda mais além… o corpo ao qual agrada desafiar também os limites do meu prazer… é esse o corpo de que gosto… e um corpo assim, que seja capaz e que se disponha a chegar aqui, é difícil de encontrar e demora sempre algum tempo a “construir”… e a seguir… por isto ou por aquilo, às vezes é preciso recomeçar…

13 abril 2012

Intimidade sexual

A intimidade sexual é uma espécie de escada de muitos degraus que só se pode subir a dois, de preferência de mãos dadas. Isto porque é impossível subir mais que dois ou três degraus sem que o outro suba também, o que faz com que a distância máxima possível entre ambos nunca vá longe do comprimento possível dos braços. Suponho que não haja regra para a escalada. Não tem que ser devagar se ambos tiverem fôlego para o fazer em corrida, e também pode suceder que uma vida inteira seja insuficiente para vencer sequer o primeiro patamar. O que me parece imprescindível é a confiança. A intimidade é mesmo isto: o exercício da confiança. O que não significa que a confiança tenha obrigatoriamente que ser fundamentada, isto é, que se tenha que “conhecer muito bem” a pessoa e há muito tempo, etc., nem significa que deva ser absoluta, como em tudo o mais, há casos em que se tem confiança numa pessoa para umas coisas e não se tem para outras… No sexo, confiança é, de parte a parte: liberdade física e psíquica para se dar e receber o que se quiser, ou então, liberdade física e psíquica para fruir do corpo do outro como se fosse nosso, ou ainda, liberdade para se fazer tudo quanto der na telha no intuito de se dar ou de se receber prazer. E aqui chegamos ao ponto G da coisa: os limites. Sem que haja sintonia na definição do que sejam os limites possíveis para o “tudo” não pode haver confiança nem intimidade. E o ideal é que esta sintonia seja natural, porque se for regulada por opção… lá se vai a plenitude da liberdade… Há pessoas, por exemplo, que se excitam com a dor, para estas os limites possíveis são uns…para as que perdem o tesão com a dor, como é evidente, são outros… E também há aspectos psíquicos sensíveis… o caso das massagens à próstata, por exemplo, para muitos homens é um autêntico “nó mental”, qualquer coisa de muito esquisito entre o prazer físico e a repulsa psíquica. E pronto. Era mais ou menos aqui que eu queria chegar… Sempre que existe sintonia dos limites naturais possíveis, isto é, quando, de parte a parte, os limites do outro permitirem o “tudo” sem ultrapassar os nossos próprios limites… a intimidade é apenas uma questão de prática… de onde a tal escadaria de muitos degraus ao longo da qual se vão aferindo os limites possíveis. Quer demore dias, quer demore anos, enquanto nenhum se deparar com uma parede… ou algum se recusar a dar sequer mais um passo … é sempre a subir…

(…) em amena cavaqueira do lado de lá…
shark
Perante a agonia de um não vejo como pode acontecer o prazer de outro. Na minha versão fundamentalista tem mesmo que ser a desbunda de todas as partes envolvidas (refiro-me aos todos e não às partes propriamente ditas...) :)
Libélula Purpurina
Ainda bem que não vês... Porque isto não são coisas bonitas de se ver... :) Mas que as há por aí, há. É o que acontece, por exemplo, em casos em que a tara do outro implica algo que para nós seja repulsivo. Não é o meu caso (só para que ninguém fique para aí com ideias) mas imagina que encontras uma mulher que se excita com pancada. Se a ti te agradar bater-lhe, maravilha! Mas imagina que ao bater-lhe com força perdes o tesão... é uma chatice... Lá está: o prazer dela seria a tua agonia. Estou a lembrar-me de casos variados... mas não me vou esticar... podemos é um dia falar sobre isto à hora do chá... :) O caso das cedências: (dou agora um exemplo pessoal) eu que sou fêmea, gosto genericamente de ser dominada, mas também tenho os meus momentos de dominação, e esses são muito importantes para a relação que estabeleço com o outro. Um homem que não aceite ser dominado, para mim não serve. Não é só uma questão de vontade. Rapidamente, ao fazer-me perder a liberdade, me faria perder o tesão em todos os momentos… Bom... etc... É que nestas coisas não se trata apenas de "decidir" com a vontade... porque, embora desse muito jeito, o corpo muitas vezes não obedece...
São Rosas
Bem... desculpem intro... meter-me (na conversa! Na conversa!), ainda para mais quando o título do post é "intimidade sexual", mas este último comentário da Libelita mereceria passar para o post. Libelita, tu explicas estas coisas da sexualidade de uma forma que até parece fácil.
Libélula Purpurina
Olha que giro! Isto é um pleonasmo, não é? "intro... meter"! Tu intromete-te à vontade que a gente gosta... mesmo em situações destas em que andamos aqui metidos na "intimidade sexual"... És uma querida! Mas se calhar se parece fácil é porque é mesmo fácil... ainda que muitas vezes possa não ser tão fácil como parece... :) No comentário dou uns toques, mas julgo que já se começa a sair um pouco do tema da "intimidade" propriamente... pode é valer a pena escrever um post sobre isto das "cedências", dos "limites" e das "limitações", e tal... Mesmo assim, se achares que vale a pena, "caça-o" e encaixa-o lá como achares que pode ser encaixado...
São Rosas
Libelita, isto tem que ficar com a tua autoria. Põe no nosso blog tudo o que quiseres, como achares melhor.
Libélula Purpurina
... não te estiques... que me excitas!! Sabes como fico maluca quando me dizem que posso fazer "tudo"... :) Nesse caso, como eu também não percebo muito bem como poderia encaixar a coisa, lá mais para a frente escreverei um post dedicado só a este assunto... Parece-te bem?
São Rosas
Tudo :O) parece bem.
Libélula Purpurina
... ok. Sabes que não gosto que te falte nada... :O)