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21 junho 2021

A posta nos afectos

De entre os vários medos inspirados pela pandemia, um dos que mais me suscitam aversão é o da perda de relevância de uma simples carícia. Uma carícia de forma genérica, espontânea e instintiva, daquelas que se dão, com o devido tom, a um filho, a uma amiga, a um parceiro de vida, a uma pessoa vulnerável cujo caminho com o nosso se cruzou. Apenas o gesto, com o que transmite e com o que representa.

A carícia é dos mais elementares gestos de amizade ou de amor traduzidos num toque. Tem um efeito poderoso nas pessoas. É imprescindível no contacto humano, a qualquer nível. E a pandemia tornou-a numa espécie de ameaça. É isso que me assusta, demasiada gente, demasiado tempo, privada de carícias e a entendê-las sob o estigma de um contágio possível. A aprender a dispensá-las.

Uma carícia, como reacção imediata à necessidade de alguém ou apenas como manifestação do nosso carinho, do nosso afecto, do nosso amor, do nosso desejo por outro ser humano. Pode ser um afago como um abraço. Pode ser um beijo ou um sorriso. Mas é vital, para mantermos a proximidade, a necessidade uns dos outros que nos trouxe até aqui. Nada de que possamos abdicar, nada que possamos considerar descartável em qualquer contexto vindouro.

É um poder muito humano que até os animais apreciam e do qual seríamos tolos ao prescindir. Faz toda a diferença numa existência dita normal e ainda mais numa das outras. É balsâmico, revigorante, um alicerce de confiança entre as partes envolvidas. 

À flor da pele, essa sede de contacto de que quase todos padecemos, ou antes à distância prudente de um sorriso ou de um olhar. Mas com tudo aquilo que pode e deve implicar, respeito pelo que de melhor conseguimos encontrar em nós próprios para partilhar com os outros. 

E essa é uma forma de contágio da qual nada temos a temer.

Shark
@sharkinho no Twitter

07 janeiro 2020

Hímensidão

Tive a oportunidade de escrever para o @Publico sobre os mitos por detrás do hímen. Como é que esta membrana, praticamente sem função biológica, ainda é um sufoco para muitas mulheres?
Andreia Friaças
@friacas_andreia

Ah pois, que isto não é só pespegá-los na porta do frigorífico!

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

Nota da rede à São - Depois de muitos anos de colaboração directa do Shark neste blog, nos últimos anos autorizou-me a transcrever aqui uma selecção, a meu critério, de publicações dele no Twitter. Esta é a última dessas publicações. Obrigada, Shark. Se voltares a publicar conteúdos regulares que combinem com os cortinados deste blog, sou toda vulva para te receber (ceber de novo).

31 dezembro 2019

Pele sensível

Fazes-me lembrar uma amiga que uma vez fodeu com um gajo que lhe disse “tens uma pele tão macia” e ela respondeu “foda-se, mas tens andado a foder com crocodilos?!”
Cryan
@yourcenar1234


Retweetado pelo
Sharkinho
@sharkinho no Twitter

24 dezembro 2019

Dá nas vistas!


"As tuas mamas encolheram?"
100% SALOIO
@O_Saloio


Pronto, só a idade não se pergunta a uma senhora.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

17 dezembro 2019

Das duas... duas!

"Para mim só existem duas estações do ano: a que durmo nua com lençóis de verão e a que durmo nua com lençóis de inverno"
Vânia M. Castello
@Vania_Castelo

Um tuíte porreiro para acompanhar a pessoa até ao leito, usando os últimos cartuchos da mente a tentar identificar um padrão ou assim...

Sharkinho
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10 dezembro 2019

Bons tempos...

"Quando tinha 16 anos dançávamos com as miúdas uma dança chamada "slow", agarradinhos uns aos outros ao som de Phil Collins. Elas com as mãos à volta dos nossos pescoços e nós com a nossa erecção para garantir a distância de segurança entre os corpos. Naquele tempo havia decência."
Frederico Saragoça
@FredSaragoca

Pratiquei imensa decência desta a partir dos 13 anos e tenho pena que se tenha perdido a tradição.

Sharkinho
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03 dezembro 2019

#SaiamMazédoArmário

Há gajos a desdenharem a celulite da Scarlett. Da Scarlett! Diabos me carreguem se algum dia vou perceber isto de haver bacanos para quem a celulite, ou outra merdinha do género, num corpo feminino ser sequer tema de conversa.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

26 novembro 2019

19 novembro 2019

Azul infeliz

Cruzou-se comigo à porta de um edifício. Loura, bem torneada, saia curta, uns olhos azuis incríveis. Cruzámos olhares por um instante. E naquele instante, uma tristeza brutal amordaçada naqueles olhos azuis incríveis gelou-me.
Olhei para ela de relance, quando se encostou à parede a fumar o cigarro e apontou aquele olhar azul sem brilho, sem vontade, para um vazio qualquer. Já não vi a mulher, vi a pessoa. Tão triste, tão distante, tão só, com aquela tristeza aprisionada por detrás de um silêncio azul.
Fumei o meu cigarro enquanto digeria a minha impotência para poder contrariar toda aquela desistência que o olhar não conseguia dissimular. Uma pessoa na casa dos trinta, bonita, com uns olhos azuis incríveis que pareciam já incapazes de chorar.
Apagou o cigarro a meio, encostou as mãos na parede e respirou fundo, consegui ver pelo reflexo no vidro de um carro. Não me atrevi a olhá-la directamente de novo, cobarde, incapaz de uma iniciativa decente, de uma abordagem inocente para lhe estender a mão numa palavra qualquer.
Não arrisquei cruzar o olhar de novo com toda a tristeza que me perturbou naquele azul incrível que caminhou entretanto para o interior do edifício, enquanto eu acabava o meu cigarro, entristecido pela memória gravada de um azul infeliz.

Sharkinho
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29 outubro 2019

sharkinho retweetou


Há um espaço que fica entre o tampo e a sanita que serve de escape se um gajo não estiver atento quando mija sentado. Manejar bem uma pila é uma técnica complexa que exige anos de dedicação cuidada.
oVarejeira
@ovarejeira

Sharkinho
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22 outubro 2019

Com propriedade

Uma vez fiz sexo sem compromisso e fiquei vazio e sem amor próprio.
Alberto até de madrugada
@ate_alberto

E eu fiz mais do que uma vez, pelo que me transformei num buraco negro a transbordar de amor impróprio.

Sharkinho
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15 outubro 2019

Dantes...


Naquele tempo, o "dantes é que era bom", as senhoras não tinham lingerie provocadora (os maridos só queriam ver disso nas casas de alterne) mas tinham as chamadas "cuecas de ir ao médico".

Sharkinho
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17 setembro 2019

Tensão alta


Jovem confrontada com a iminência de beber café por chávenas do tamanho de canecas reage instintivamente à sensação perturbadora de fugir-lhe o chão sob os pés.

Sharkinho
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10 setembro 2019

Mant(r)a


Fico numa aflição por não poder acudir à pobre moça. Até tenho uma mantinha no porta-bagagens para estas situações.

Sharkinho
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03 setembro 2019

Nota

Poucas línguas gesticulam de forma consentânea com uma tradução rigorosa do sentido das suas expressões. Um beijo mal construído, por exemplo, pode revelar-nos uma língua tão morta como o latim.

Sharkinho
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