19 fevereiro 2004

Também era Verão - por Muff

Também era Verão, a minha tenda era igual a tantas outras.
Ao lado, um par de namorados novinhos, ele aparentemente normal, ela muito casta, óculos de aro grosso, blusa com gola de renda, fechada até cima. A sério!
À noite, era do piorio. Transfigurava-se.
Lanterna num canto da tenda, sombra chinesa sem saberem, não tenho dúvida.
O rapazinho levava porrada de meia-noite. Cá fora, desviava-se o olhar no meio de algum espanto e gargalhadas. A sombra no tecido aumentava o tamanho do broche. Ele nem mexer podia, porque ela não deixava. E montava-o até à exaustão.
De manhã, era vê-la fresca e púdica na sua blusa.
Ele lá aparecia, umas duas horas depois, esfarrapado. Todos os dias.
Muff
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Recebi esta imagem da Gotinha e apeteceu-me colocá-la aqui, depois da "Tarde de Verão" do Jorge Costa.
Onde está a roulotte? Ó Jorge, esqueceste-te de pôr calços nas rodas, carago!

18 fevereiro 2004

Uma Tarde de Verão – por Jorge Costa

O dia tinha a cor de Verão. Iluminado como só um dia de Verão o pode ser.
A quietude daquele bosque, junto com o sussurrar da brisa que pela copa dos pinheiros perpassava, aliados ao som do movimento do mar, faziam com que em nada fosse diferente de um dia de Verão.
Mas qualquer coisa de especial aconteceu para que aquelas 24 horas fossem diferentes de muitas outras. Ele - sozinho - e um casal amigo. A família longe.
O Sol tem a particularidade de dispor os corpos a uma certa languidez e aqueles não fugiam à regra.
O cenário era de tranquilidade absoluta. As tendas que por aqui e ali pululavam contrastavam com a roulotte reluzente de que ele se fazia acompanhar. Só. Mas ele é assim.
Naquela tarde, o passatempo era um jogo de cartas, à volta de uma mesa improvisada.
Um riso aqui, outro acolá.
Corpos numa doce preguiça, lindos e bronzeados pelo Sol de Verão.
E o calor.
Ele vai de mansinho deitar-se na sua roulotte.
A preguiça era alguma.
A hora era propícia.
O corpo meio desnudado jazia ali naquela cama, como que à espera de nada. E de repente...ele não sabe, ele não pensa, ele não imagina...ela entra e pede para se deitar na cama em frente.
Os sentidos ficaram alerta. Um tremor que começou por ser miudinho, foi-se apoderando de todo o sistema nervoso. Dois corpos seminus, deitados, olham-se e não sabem bem o que dizer ou o que pensar. Ele começa com conversa de ocasião, fala hipoteticamente de tudo, mas não se lembra de nada. Os sentidos estão retesados e focados naquele corpo bronzeado e quase nu. O vestido de praia não tapa quase nada. É justo e fino demais para tapar o que quer que seja. Está ali... mas é como se não estivesse.
Um frémito de desejo, misturado com medo, leva-o a levantar-se e a dirigir-se àquele corpo, que lá no intimo o chama. Aos gritos.
Tem o gesto dum amante apaixonado e coloca a mão dela suavemente em cima do coração, para que ela possa sentir aquele pulsar desenfreado que o coração dele entretanto tomou.
Está louco de desejo. E ao mesmo tempo... possuído de medo: o companheiro dela estava mesmo ali, a 10 metros. Do outro lado da porta.
Mas a irracionalidade do momento era mais forte. Mais forte que qualquer precaução razoável. E, com um sussurro mais leve que o da brisa que sopra nas árvores, ouviu-se dizer-lhe:
- Bate por ti...só por ti, neste momento nada interessa. Desejo-te mais que a vida.
Ela olha-o e, como que possuída por uma fúria invisível, cola-se a ele como se fossem um corpo só.
Os dois num abraço de volúpia indescritível, possuídos pelo desejo da carne e abstraídos do mundo, só pensavam em se amar ali mesmo.
Indiferentes ao exterior, às vidas em jogo, às famílias, aos filhos.
Só o desejo. O mais puro dos desejos. Rebelde, possuidor, castrador de qualquer raciocínio razoável.
O corpo dele disparava autênticas descargas de adrenalina.
As conversas lá fora só aumentavam o medo e o desejo.
E possuiu-a ali. Possuiu-a com toda a força do seu querer. As bocas com a língua na língua, os corpos encaixados como mais encaixados não poderiam estar.
E, naquela tarde de Verão, ele amou e desejou como dificilmente alguém pode amar e desejar.
Não voltaram a trocar palavra sobre aquela tarde. Continuaram a ser amantes fiéis dos seus amores. Mas aquela tarde, decerto que ficará para sempre como uma tarde de amor e paixão sem igual na vida deles.
Jorge Costa
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PUBIScidade

Já vos disse que adoro publicidade? E mais ainda publicidade erótica?
Pois apreciem este anúncio da William Lawson na Maxmen, ao lado de um artigo sobre a Fátima Preto:
Se as meninas soprarem muito pode ser que a saia levante
(clique na imagem)

Ou este do Lancia Ypsilon:
Senhor instrutor, eu não sei nadar!...
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As meninas saberão apreciar mais este anúncio do perfume Gai Mattiolo:
Onde se lembraram de pôr o frasquinho!...
(clique na imagem)

Os criativos da Calvin Klein é que são mesmo uns tarados:
Isto é erotismo, o flash da mama da Janet Jackson foi pornografia.
(clique na imagem)

E, para terminar por hoje, o meu preferido, da Campari:
Não tenho palavras para...
(clique na imagem)

Novos telemóveis de 4ª geração

O Jorge Costa, sempre atento às novas tecnologias, apresenta-nos os novos telemóveis de 4ª geração.
Palavras (e roupas) para quê?
Se virem à venda, comprem um para mim

17 fevereiro 2004

notícias eCONÓmicas


Segundo rumores na praça, o Banco Central Europeu estará a preparar uma campanha de poupança dirigida às mulheres.
A confirmarem-se estes zunzuns, irão ser distribuídas notas específicas para o sexo feminino. Segundo os aspones (assessores de porra nenhuma) do BCE, prevê-se que, por muito que custe às mulheres, elas não as quererão gastar.
Vejam aqui a maquete dessas notas.

"Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas" (Chico Buarque)

Chico Buarque era um visionário malandrito. Não é que ele adivinhou que as mulheres de Atenas são um exemplo a seguir (ou não)?
Homens, ponham-se na pele do marido que viu a mulher num filme porno, na Internet. Ou então, na pele do tipo que filmava aquelas cenas sem o conhecimento dos «actores».
Mulheres, ponham-se na pele da «actriz» involuntária.
Escrevam o resto da história. Vamos-lhe chamar webnovela.

Do lado de lá do Atlântico também são tarados

Aprende-se muito com os brasileiros. Segundo o blog Suruba Digital, "sexo sempre existiu. Mas quem inventou a putaria foi Freud".
Pois descobri lá esta foto, em que apreciei especialmente a legenda que lhe colocaram:
Será um novo modelo de chupeta para adultos?
«Cadê o pau que estava aqui?»

16 fevereiro 2004

Resumo de laranja

Vocês estão cada vez melhores:
O Branco Velho sugeriu uma ementa para vegetarianos(as): Uva se tem cacho e couve se tem talo. Ou, na ementa geral, coelho se tem rabo. E podíamos seguir o mote: navalha se tem fio, vaso se tem terra, blusa se tem cava, boné se tem pala,...
O Jota Kapa enviou-nos este pensamento ilustrado:
Que pena a tradução perder a piadinha toda...

A Gotinha avisa para termos cuidado com o sexo virtual, mas depois esquiva-se a responsabilidades, dizendo que "esta fotografia foi gentilmente cedida pela sex-symbol da BlogoEsfera: a São Rosas."
E o Isso Agora, inebriado pelo sucesso da primeira anedota, e inspirado nas sacas do JC, mandou mais uma (se continua a este ritmo, ainda fica tuberculoso):
"Um lisboeta chico-esperto, a caminho do Algarve, pára no Alentejo para gozar um pouco. Vê uma loja com um anúncio «vende-se tudo» e resolve entrar.
- Queria 20 fodas, fachavor.
O Alentejano, que não era tão parvo comó Isso (porra, acho que esta não me saiu lá muito bem...), pergunta-lhe:
- Trouxe saca?
- Saca?! Não!
- Então vai ter que as levar no cu!"
Esperem pela resposta do Jorge Costa (rimei!)...

15 fevereiro 2004

Coitado do Cupido...

Em vez do Dia dos Namorados, porque não passam a comemorar outras coisas, para variar, como... por exemplo... o Dia dos Peidos Borrados?...

Cores

O puto alentejano chega a casa e diz ao pai:
- Estou à rasca. A professora quer que a gente diga cada um a sua cor e não podemos repetir cores que já foram ditas. Eu sou o 21, como é que eu me amanho?
O pai pensa, pensa (devagar) e depois diz-lhe:
- Olha, filho, amanhã vais a dezeri uma cori que ninguém diz: vermelho do Congo.
No dia seguinte, a professora comecou o exercício. Cada um lá foi dizendo a sua cor: azul, encarnado, cinzento, etc. O puto esfregava as mãos de contente. À frente dele estava um preto. Quando chega a vez do preto, este levanta-se e diz:
- Vermelho do Congo.
O puto salta da carteira e diz:
- Preto do caralho!
(enviada por Jorge Costa)

Curiosidade

- Porque é que as vegetarianas não gritam quando têm um orgasmo?
- Porque não querem admitir que um pedaço de carne lhes pode dar tanto prazer.
(enviada por DS)