18 dezembro 2005
Sem recibo
Por isto mesmo, cada vez mais acredito, Sãozinha, que a pele e o corpo costuradas em roupa de sexo são a coisa mais fácil de se lhe partilhar com outros já que quem dá, logo ali também recebe, como duas vacas ou dois porcos que comem da mesma gamela e ninguém se chateia.
E assim, São, quando a propósito de Melilla ele começou a vomitar do umbigo o medo da invasão dos negros Europa adentro, para serem servidos deste pouco que mal nos chega que não vamos nós passar mal por causa dos outros e perante os meus olhos dardejantes tentou pôr de escudo a religião muçulmana dos ditos indívíduos que até minimiza as mulheres, comecei a sentir-me nauseada com o cheiro de tanta mosca esvoaçante sobre crianças esfomeadas misturado com o odor de branquinhos de neve a aspergirem-se abundantemente de perfume Egoiste da Chanel e mandei-o levar no cu.
Títulos de filmes porno - por Seven
Seven, do blog Obvious, fez agora uma análise bem mais aproFundada em dois posts distintos:
e
«Pornografía espanhula, coño!»
17 dezembro 2005
Dos Jornais, em Outubro de 2003 - OrCa
Bragança, contestada por três ou quatro cidadãs da urbe,
que viram a paz do lar abalada e a fidelidade conjugal diluir-se
em frágil figura de retórica... e à qual a Time achou por bem
conferir honras de capa de edição*
na verdade
essas almas impolutas
nem vão nem deixam ir os maridos
e pior com os amantes mal-amados
ou filhos
ou enteados
cadilhos encadeados
por receio de afectos
transviados
e não passam afinal de três ou quatro
essas mães que abrem mão do bom recato
para o triste e putativo desacato
do combate à presuntiva prostituta
que lhes rouba o aconchego sem dar luta
e abominam
exorcizam
noticiam
que Bragança invadida por rameiras
- pior
por feiticeiras altamente torneadas
e mulatas
desvairadas brasileiras... -
lhes desviam mais-valias conjugais
e esgotam traiçoeiras
seus parceiros
em orgias
desbragados bacanais
que dão brado nos jornais do mundo inteiro
mas esquecem essas mães sacerdotais
que outrora um bragantino mais enxuto
esfarrapado talvez e basto hirsuto
(e um minhoto
um algarvio
outro do meio...)
pela força muito mais que pelo dinheiro
mal curado do pavor do escorbuto
derrubou mais do que amou nas verdes matas
as castanhas ou até negras retintas
dando ao mundo essas tão belas mulatas
que ora invadem as paisagens transmontanas
e por entre um ai de amor buscam o pai
talvez um tio
ou - quem sabe? - o trisavô
albardado pelas suas sete quintas
e para essas mães de Bragança
pias maganas
com a melhor das intenções se estão nas tintas!
Que alguém diga por piedade
às impolutas
mulheres donas e finaças bragantinas
que as brasileiras
coitadas
dissolutas
apesar de pouco mais serem que putas
são mulheres como as demais
e são humanas
algumas delas pouco mais são que meninas
tantas delas afinal até são mães
e se partilham por dinheiro as suas camas
em reboredos desvairados e carnais
saciando viris fomes transmontanas
só para à fome elas próprias não caírem
mais não fazem que cobrar com o que podem
e fazendo o que assim podem pelos pais
nem se lhes peça ainda mais
que mais não devem.
OrCa
*Nota da editora (eu) - O que eu tive que fazer naquela altura para conseguir comprar um exemplar da Time... mas consegui (enviaram-ma da Holanda!...). E faz parte da minha colecção, para mostrar no futuro que este tema, infelizmente, ainda não está datado. E os jornais continuam a falar das «mães de Bragança», graças à velocidade estonteante da justiça portuguesa.
Este poema faz parte integrante do livro do Jorge Castro «Contra a Corrente», que recomendo. Instruções para encomenda aqui.
Chupa
– Desculpe? – Perguntou, desconfiada, a belíssima e simpática empregada, fitando-me com os seus grandes olhos negros.
– Chupa-me isto – repeti, apontando para uma lata que se encontrava em cima do balcão cheia de paus com grandes cabeçorras coloridas.
– Misto? – Arriscou ela, olhando para os chupas.
– Sim – assenti, – tem chupa misto?
– Tinha percebido outra coisa – e riu-se, com um risinho encantador. – Chupa misto?
– Eu chupo!
– Diga?
– Se me der, eu chupo.
– Se lhe der o quê? – Ela arqueou as sobrancelhas, semicerrou os olhos e apertou os lábios, ficando com uma expressão deliciosa.
– O chupa.
– Ah! O chupa... De quê?
– Misto, de banana.
– Chupa de banana? Não há. Só há chupa misto...
– Agora?
– Agora, o quê?
– Chupa misto agora?
– Desculpe lá, o senhor está a gozar comigo?!
– Por agora estou a gozar sozinho, mas não me importava de gozar consigo.
– O quê?! – Ficou um pouco corada. – Está a brincar?
– Não, não vê que tenho as duas mãos aqui em cima do balcão? Não estou a brincar.
Ela sorriu, com um trejeito que lhe levantou ligeiramente os lábios para a direita. Os olhos, negros, voltaram a brilhar.
– Mas, afinal, quer o chupa ou não?
– Não, deixe lá. É só o café.
– Já não vai o chupa misto? – Insistiu, deixando antever um sorriso trocista.
– Nã...
– É pena – disse ela, virando-me as costas para registar o café, – eu saía às seis.
– Já não sai?
– Saio – respondeu, sem se virar.
– Então, está bem, levo dois.
– Para comer já ou quer que embrulhe?
– Embrulhe, que eu venho buscá-los às seis.
– Está bem.
Borrego, de Garfiar, só me apetece
16 dezembro 2005
Aproveitem a luz do Sol neste fim de semana
CISTERNA da Gotinha
O que é que um Pénis de um Boneco de neve pode ter a ver com a Polícia?! (enviado por Vilacondense )
Pele artificial para o.....
Já apetece acender a lareira...
Boob, the Bell: Japoneses malucos!
Morena sexy.
RTFManual
Hoje à noite Sãozinha, vou sair vestida na versão árvore de Natal, com rendas a pender da borda das calças e um amplo colar a balouçar-me no colo, rezando a todos os santinhos que seja hoje que abanem as fitas e os enfeites e se estatelem no chão.
Tu bem sabes que ele me lembra aquele antigo colega de carteira de quem o Brad Pitt foi fotocopiado. Eu já o encharquei de palavras, sempre pelo anzol da banda desenhada, dos grafismos, paletas e cores, embora me apetecesse mesmo era pintar a manta com ele e esvaziar-lhe a Rotring.
Olho-o sempre fixamente, com o prévio cuidado de sublinhar os olhos com lápis para dar mais fundura e só descolo, quando tenho de dar atenção à chama do isqueiro.
Já aproveitei todos os golpes de vento para o pentear com os dedos, com os pulsos previamente perfumados com uma fragância japonesa, na esperança que o digitar das minhas polpas electrizadas no seu couro cabeludo o façam ler no ecrã da consciência a necessidade do toque das suas mãos na minha pele e a bem dizer, em tudo o que ele quisesse.
Acredita São que até já lhe peguei em ambas as mãos, a pretexto de uma enigmática leitura das mesmas e pendurei os meus lábios sobre a sua barba por fazer para soletrar cada linha de destino.
Objectos malandrecos
Refª 8999-009/COISAS-DO-BARALHO/8136-43
15 dezembro 2005
Gueixa - por Anukis
Ela era uma mulher misteriosa. Talvez devido à sua capacidade camaleónica de mudança. Era capaz de ser quem quisesse, de se colocar na pele de uma personagem que acabara de criar. Era uma actriz de vidas.
Conheceram-se num bar. Trocaram um longo olhar que falava sobre domínio e submissão. O tempo parou e as conversas à volta deles atenuaram-se, concentrados que estavam naquele diálogo silencioso. Ele dirigiu-se à porta e ela seguiu-o. Entraram no carro e ele conduziu-a até um hotel próximo.
No quarto, estava outra mulher. Nada disseram. Com o olhar, mandou-as despir. Depois, tirou do bolso um rolo de fita preta e amarrou-as como se fossem apenas objectos do seu prazer, corpos sem alma. A que já lá estava ficou sentada a ver enquanto a outra, que tinha vindo com ele, recebia instruções para lhe fazer um fellatio. Ele tinha o pénis erecto de excitação. Ordenou-a que lhe acariciasse os testículos enquanto o ia lambendo e chupando levemente a ponta do sexo. E ela obedecia a tudo o que ele lhe pedisse. Não sentia medo nem estranheza. Entrou no jogo dele por completo...
No final da noite, já vestida, pronta para sair do quarto, ele deu-lhe um cartão com o seu número de telefone. Nunca tinha encontrado ninguém assim que se tivesse submetido completamente a ele sem qualquer resistência e queria repetir a experiência. Saíram todos do hotel. Ele regressou para casa com a sua mulher apagada. E ela? Ela deixou cair o cartão numa poça de água. Regressou a casa a pensar: «Interessante o papel de Gueixa. Amanhã, serei Lara Croft».
Anukis