O sol brilhava na praça
brincando com os pombos às escondidas
as floristas ofereciam rosas aos senhores
que desdenhavam os seus sorrisos oferecidos
a fonte salpicava-me os dias de gotas alegres
tão transparentes como outras ternuras.
tínhamos vinte anos na praça florida
vestíamos os corpos da seda feita de pele
ouvíamos ao longe o azul do rio
tínhamos vinte anos na alegria da praça florida
dissemos adeus até amanhã
e, rindo, deste-me um beijo na boca.
(nunca mais nos vimos)
Lolaviola*
outra despedida, a propósito de «Polvo - por Anukis»O
Charlie não pode ler nada sobre beijos que ode logo:
"Esse beijo que trocámos, procurei-o nos lábios de todas as mulheres do mundo. Em noites de insónia, em meros cruzar de olhares que me deixaram o sonho a vencer o sol, e nas noites de tempestade em que naufragava nos corpos sem rosto e onde me servias de farol.
Sim!
Beijámo-nos suavemente. Com o gozo da descoberta, sem medo dos Adamastores. Esses vieram-me depois.
No mesmo dia em que te segui até casa. Em que soube onde moravas. Passei a ser uma sombra invisível de ti. Vi muitos dos cafés que tomaste.
Acompanhada dos que cruzaram contigo as linhas do destino.
Agora, o tempo cobrou os tributos em agustias.
Foi tão mais fácil dar-te um beijo naquele dia.
Cheio de Sol, e flores.
Sorrisos simples, oferecidos e transparentes.
O teu olhar a fundir o Céu no azul do o rio, lá onde o dia se despede com promessas.
Ele volta todos os dias.
Eu....
Precisei de anos para dizer-te isto:
Amo-te.
O Amanhã é hoje".