17 fevereiro 2006
Bom fim de semana
Foto: Mircea Bezergheanu
Miolo e côdea - Take I
Nem sei como começou ou se calhar esse miolo ficou submerso, mas para memória futura fica o registo de que nos enrolámos. E o repetimos regularmente, comprimindo as carnes de um contra o outro naquela comunhão de fibras musculares ou adiposas, cabelos e paladares salgados que nos faz acreditar que nos transcendemos.
Reconheço mesmo o seu jeito de me fazer sentir um forno de aldeia onde habilmente centrava o seu pão até ao fundo para uma cozedura proporcional. E o gosto que me dava mordiscar o seu pescoço ou orelhas como vianinhas estaladiças enquanto me segurava os pãezinhos de deus a debicar o cocuruto de coco.
Mas como bem diz a sabedoria popular que não há bem que sempre dure e no final de cada fornada começavam a levedar as perguntas sobre onde tinha ido, o que tinha feito, com quem tinha falado, com a pitadinha escarninha sobre a amizade profunda dos meus colegas de trabalho, sobretudo os masculinos, salpicado ainda com a oratória da mediocridade das mulheres que ao longo da vida conheceram mais que um homem e creia-me, Senhor Doutor, que só se estivesse profundamente charrada seria possível não notar a cratera que nesses momentos se abria entre o meu nariz e o dele.
Sabes, Sãozinha, aquele cacete pronunciado à moda do Porto estava a comprimir-me o oxigénio que me alimenta o sorriso e a lucidez pelo que calmamente, num dia em que senti que ainda gostava de mim, contra-argumentei a constatação de que nunca lhe tinha perguntado quantas vezes por semana ia para a cama com a esposa e findo este leasing, soergui-me da cama e fui para o duche, que o ar da rua merece uma pele amaciada e um cheiro frutado nos cabelos.
Reconheço mesmo o seu jeito de me fazer sentir um forno de aldeia onde habilmente centrava o seu pão até ao fundo para uma cozedura proporcional. E o gosto que me dava mordiscar o seu pescoço ou orelhas como vianinhas estaladiças enquanto me segurava os pãezinhos de deus a debicar o cocuruto de coco.
Mas como bem diz a sabedoria popular que não há bem que sempre dure e no final de cada fornada começavam a levedar as perguntas sobre onde tinha ido, o que tinha feito, com quem tinha falado, com a pitadinha escarninha sobre a amizade profunda dos meus colegas de trabalho, sobretudo os masculinos, salpicado ainda com a oratória da mediocridade das mulheres que ao longo da vida conheceram mais que um homem e creia-me, Senhor Doutor, que só se estivesse profundamente charrada seria possível não notar a cratera que nesses momentos se abria entre o meu nariz e o dele.
Sabes, Sãozinha, aquele cacete pronunciado à moda do Porto estava a comprimir-me o oxigénio que me alimenta o sorriso e a lucidez pelo que calmamente, num dia em que senti que ainda gostava de mim, contra-argumentei a constatação de que nunca lhe tinha perguntado quantas vezes por semana ia para a cama com a esposa e findo este leasing, soergui-me da cama e fui para o duche, que o ar da rua merece uma pele amaciada e um cheiro frutado nos cabelos.
16 fevereiro 2006
A língua ecuménica - do Alcaide
A 16 de Fevereiro
Na cova lambia
Não fui o primeiro
Não és virgem, Maria!
Alcaide
Isto deu fome ao Seven:
"Maria teu lindo nome
Serve para tudo hoje em dia
Quando uma criança tem fome
Come bolacha Maria"
O Onanistélico filosofode:
"Má ria por não ser
Nem sequer foste o primeiro
Boa ficou por lamber
Sem chorares o leite derradeiro"
Credo
Creio no Homem todo-poderoso
Inventor da pastilha elástica
Do Prozac, do soutien sem alças
Do colchão de água, do preservativo
Do silicone e do airbag.
Creio na Maria sempre virgem
Hímen reconstruído
Inseminação artificial
Cesariana com epidural
Mãe sem pecado
Virgem e original
Como se nunca fora tocada.
Creio no homem novo
Que nasceu Manel e é Maria
Pénis removido por cirurgia
Sexo novo e funcional
Implante mamário e labial
Tudo no sitio e operacional.
Creio no Homem
Criador de todas as coisas
Das maiores às mais pequenas
Das divinais às obscenas
Porque a todas o homem quer
Hoje e para sempre
Ámen.
Foto: Elena Vasilieva
CISTERNA da Gotinha
Morena bastante encalorada!!
Quem é que gosta de jogar snooker??!
Position Master: a Men's Health dá uma ajuda!
Arte Erótica.
Futebol erótico.
Eles e Elas são mesmo diferentes: filmezito bestial!
Bonecada e mais bonecada: sugestões da MataHary.
Vintage Lovelies: "olha que pinta!", como diria a São Rosas.
Agora todos a cantar o coro!
A Gotinha dá-nos música... romântica do século XXI, com uma letra de paixão do século XXII:
Do You Take It?
Do You Take It?
O fado da foda - por Alcaide
linda viola já toca o seu bordão.
Na escala dedos voam dessa mão
e até a guitarra trina mais calor!
É isto um fado. Vai cantar o amor!
Silêncio... calados nesta sessão!
Assim vai arrebatar o coração
e pôr de olhos fechados o cantor.
Desse gemido intenso, quase um grito
que da garganta saíu bem aflito
olhos abrem-se incrédulos! Voz fina
que imitava do giz e lousa o atrito.
Nesse momento o cantor desafina.
Diz o ébrio: - Esqueceste a vaselina!
Alcaide
15 fevereiro 2006
Piçamento para a noite...
"As vegetarianas não gritam quando têm um orgasmo porque não querem admitir que um pedaço de carne lhes dá prazer"
Tábua rasa - por Anukis
Gostava de fazer tábua rasa de todas as leituras e de toda a aprendizagem do B-A-BA. Gostava de me esquecer e reaprender com apenas um livro: o livro do teu corpo…
Gostava de aprender a ler os pontos dos Is nos teus mamilos, os J e os L formados nos pêlos do teu peito, o D da tua barriga das pernas, o W de três dedos que me acariciam, o C das tuas costas curvadas sobre mim…
Gostava que me ensinasses o T dos teus braços estendidos, prontos para me abraçarem.
Gostava que o nosso desejo unido por um P penetrado por um Q formassem um H.
Gostava de inventar novas letras que criassem a mais bela de todas as palavras no êxtase dos nossos corpos: AMOR…
Anukis
Gostava de aprender a ler os pontos dos Is nos teus mamilos, os J e os L formados nos pêlos do teu peito, o D da tua barriga das pernas, o W de três dedos que me acariciam, o C das tuas costas curvadas sobre mim…
Gostava que me ensinasses o T dos teus braços estendidos, prontos para me abraçarem.
Gostava que o nosso desejo unido por um P penetrado por um Q formassem um H.
Gostava de inventar novas letras que criassem a mais bela de todas as palavras no êxtase dos nossos corpos: AMOR…
Anukis
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