23 março 2006
22 março 2006
Ai a tua boca
A tua boca
Ai a tua boca
Que me diz palavras loucas
Roucas abafadas
Entrecortadas de gemidos
Húmida a paixão na tua boca
Que a minha procura e cala
E morde e cola
Palavras minhas ás tuas
Gemidos meus aos teus
E as tuas mãos…
Ai as tuas mãos
Impacientes curiosas
Furiosas
Abrem trilhos e caminhos
Rasgam espaços entre os braços
Os meus que se entrecruzam
E lutam e se rendem
E se baixam e retidos
Corpo rendido nas tuas mãos…
E o teu sexo
Que o meu roça e se encosta
E foge nas minhas pernas
E desce nas minhas coxas
E subitamente de repente
Me invade me preenche
Me completa
E eu repleta
E na tua boca…
Ai as palavras loucas
Que digo na tua boca.
Foto: Sweetcharade
Adoro a Didas quando ela se passa
(vai-lhe à padaria que ela merece)
O Nelo revê aqui o Lalito e... pimba, melher:
É tudo munto bem fêto
Pra çaberis tu profim
O sufreri do mé peito
Çó me robas a poxete
Çó queres ter o mé dinhêro
Gastas despois ca Rosete
E otras putas no galinhêro
Porque içe é que tens
la no té apartamento
Agora olha o que vés
tens na mão um filamento
E çe pensas que agora
Podes para mim voltari
Melhér, podes ir imbora
Vai incher as pelis de ar.
Perque se á coiza boa
e que me preso de ser
É nam çer bicha á toa
Éu tamem çei ser melhér.
Gastaste tudo cum elas.
O dinhêro e u tezão,
Agora mete lá eças pelis
La nu licho, no bidão
(E toma e imbrulha, Lalito melhér,
Inda per çima, a poxeti stava stragada.
A moça mostrava a coxa - Carlos Drummond de Andrade
A moça mostrava a coxa,
a moça mostrava a nádega,
só não mostrava aquilo
– concha, berilo, esmeralda –
que se entreabre, quatrifólio,
e encerra o gozo mais lauto,
aquela zona hiperbórea,
misto de mel e de asfalto,
porta hermética nos gonzos
de zonzos sentidos presos,
ara sem sangue de ofícios,
a moça não me mostrava.
E torturando-me, e virgem
no desvairado recato
que sucedia de chofre
à visão dos seios claros,
qua pulcra rosa preta
como que se enovelava,
crespa, intacta, inacessível,
abre-que-fecha-que-foge,
e a fêmea, rindo, negava
o que eu tanto lhe pedia,
o que devia ser dado
e mais que dado, comido.
(...)
Carlos Drummond de Andrade
Sugestão deliciosa da Sandra Santos - Amers[ marcas]em Cabochard
a moça mostrava a nádega,
só não mostrava aquilo
– concha, berilo, esmeralda –
que se entreabre, quatrifólio,
e encerra o gozo mais lauto,
aquela zona hiperbórea,
misto de mel e de asfalto,
porta hermética nos gonzos
de zonzos sentidos presos,
ara sem sangue de ofícios,
a moça não me mostrava.
E torturando-me, e virgem
no desvairado recato
que sucedia de chofre
à visão dos seios claros,
qua pulcra rosa preta
como que se enovelava,
crespa, intacta, inacessível,
abre-que-fecha-que-foge,
e a fêmea, rindo, negava
o que eu tanto lhe pedia,
o que devia ser dado
e mais que dado, comido.
(...)
Carlos Drummond de Andrade
Sugestão deliciosa da Sandra Santos - Amers[ marcas]em Cabochard
À malta do Blogger não escapa nada
gráfico de visitas diárias
da funda São no Sitemeter
E o Nelo revela a São Rosas, melher:
e a fazer-lhe cumichão
ainda nam çei cumu aqui
a Rosinha tem tezão.
São mais que muntos milhares
chegam a çer umas sentenas
nam querendo exagere
Podem ser inté dezenas
É toda à genti a mexeri
e a cricar lá nas covas
Ixto é coisa que pra mim
nam majuda, çó me storva
Porque eça boa rapasiada
asdepois daqui lamberi
vai bater uma punheta
ó intam cas gajas teri
E ficoçim nos tais baris
e nos otros stablisimentos
a sofreri e a penari,
gajos bons por uns momentos
E tudisto ven da Ção
eça pérfida melhér
Já nenguém vem aos cafés
Ficó Nelo çem foderi..."
21 março 2006
Consequências da prima Vera
Isto é o que provoca a prima Vera e as Rosas da São...
A Papoila_Rubra lê assim a imagem do Ognid:
"Embora não sendo homem, como pessoa, posso imaginar o sentir do homem retratado. É uma imagem muito intensa que transmite um sentir muito forte, numa semiobscuridade exterior e interior.
Com o corpo tenso e a cabeça escaldante, sentia-se prisioneiro num sufoco de ansiedade. Sofria a ausência dela.
Desesperado, abriu a janela de par em par.
Semicerrou os olhos e deixou-se inundar pela forte ventania. Inebriado, sentindo a sua presença efémera, tentou prendê-la, segurando-a no afago reconfortante que o envolvia.
Impulsivamente abraçara-se...
Por favor, não me mostres o seu despertar.
Poupa-me ao reencontro da solidão nas suas mãos vazias...
Não quero ouvir o estilhaçar do seu coração nos vidros quebrados da janela..."
Crica na imagem para visitares a sexão de livros da loja da funda São,
onde te ode o Dom OrCa, encontras a poetusa Encandescente e
O vendedor de soutiens
Há homens que nascem para o trabalho
outros gozam à brava na cama
mas só os vendedores de soutiens
trabalham e vivem da mama.
Luís Graça
«De boas erecções está o inferno cheio - poesia satírica de Dick Hard»
A Gotinha Anuncia a...
... Prima Vera
O Charlie ode-a com força... e jeitinho:
Se soubesse das flores assim
Em luz nos prados crescendo,
Queria para meu jardim
Teu corpo em mim chovendo
Ficar molhado em brilhos,
Lamber-te profundidades.
Abrir-te toda em caminhos.
Em pétalas e suavidades.
E já em pleno calor
De corpo evaporado
Ser todo eu a flor
E tu todo o meu prado...
self made sex
Conheceram-se num bar das redondezas duas horas antes. Na curta conversa, entre vodkas e uísques velhos de malte, ela sentiu-se irremediavelmente atraída pelo modo cativante como ele falava da vida difícil que tivera. Havia subido o pau de sebo da existência com a persistência de quem quer muito mais do que o bacalhau dependurado no topo.
Ela sempre ansiara secretamente deitar-se com um self made man. Excitava-a a virilidade inerente à obstinação em vencer na vida, o vigor natural dum homem que se criou a si mesmo e que torna seu o mundo à sua volta, e não hesitou. Inebriada pelo desejo lúbrico que lhe queimava o ventre e quase a fazia desfalecer, ali estava no quarto dele, de gatas, sentindo-o pujante e prestes a explodir dentro de si.
Ele agarrou-a com firmeza pelas ancas, sacudiu-a violentamente e, enquanto se consumia nela, gritou o seu próprio nome com a força telúrica que lhe vinha das entranhas.
Ela compreendeu então que um self made man, além de se ter feito a si próprio, só adora o seu criador.
Ela sempre ansiara secretamente deitar-se com um self made man. Excitava-a a virilidade inerente à obstinação em vencer na vida, o vigor natural dum homem que se criou a si mesmo e que torna seu o mundo à sua volta, e não hesitou. Inebriada pelo desejo lúbrico que lhe queimava o ventre e quase a fazia desfalecer, ali estava no quarto dele, de gatas, sentindo-o pujante e prestes a explodir dentro de si.
Ele agarrou-a com firmeza pelas ancas, sacudiu-a violentamente e, enquanto se consumia nela, gritou o seu próprio nome com a força telúrica que lhe vinha das entranhas.
Ela compreendeu então que um self made man, além de se ter feito a si próprio, só adora o seu criador.
20 março 2006
A SagraSão da Primavera
Dedicado a todas as membranas do Blogue e ao Nelo
não encontrámos nenhum com cabeça... não sei porquê...
Nota da editora [sim, sim, a São Rosas]: querem ver um homem com flores... e com cabeça? Ei-lo!
este poste tem o alto patrocínio de corpos e almas e levemente erótico
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