27 maio 2006

O calor era já difícil de suportar e ainda não passava das sete e meia da manhã. Escolheu uma blusa fresca, a primeira que vestia sem costas, nesse ano. A pele pedia sol, mostrava ainda uma espécie de ressaca do bronze do verão anterior, estava pobre. Mesmo assim, arriscou e saiu de casa com a sua blusa azul.
Aos piropos pelo caminho já não reagia, achava que os homens os lançavam para se sentirem vivos e não porque os merecesse especialmente. Mas depois, no escritório, os colegas, devia ser do calor, pensou ela, pareciam apalermados. A questão parecia ser o seu decote. Outra vez. Era-lhe difícil perceber porquê, já lhe tinham dito que era um decote sem nada de apelativo, vulgar, plano, sem mistérios a ocultar. Então porquê, perguntava-se.
Mas os colegas não lhe davam tréguas. Evidentemente já tinha usado a mesma blusa no ano anterior, e talvez até antes desse. Mas não se lembrava das reacções. Provavelmente porque até então não tinha questionado a forma do seu colo.
Sentiu-se desejada e esqueceu-se mesmo de se sentir ultrajada. Ser objecto de desejo por causa do seu decote era uma coisa nova. Sem que nada tivesse mudado, reparava agora que eles olhavam, que inventavam pretextos para se aproximarem. Houve um momento em que, frente ao espelho da casa de banho, compôs o decote de modo a tapar um pouco mais o subtil caminho que acabava algures dentro da blusa. Depois pensou “que se lixe” e sacudindo os cabelos voltou ao trabalho.
Durante todo o dia as feromonas fervilharam em torno da mulher e sentiu-se confiante. Pensou no que lhe diria o marido, quando a visse assim chegar a casa. Mostraria ciúmes? Far-lhe-ia um reparo? Agarrá-la-ia com ânsia? Mostraria apreço de que forma?

*********

Quando à noite olhou para ele, adormecido, a mulher estava triste. Nada. Uma vez mais confirmava que o desejo que acordava na rua, automático ou não, não morava em sua casa. Não morava ali com ela, com ele.
O seu último pensamento da noite foi decidir se tomava um ou dois dos seus comprimidos para dormir. Não valia a pena pensar em mais nada.

CISTERNA da Gotinha

Os cortinados aqui do Blog viraram moda.... elas não querem outra coisa.

Será
pecado?!

Eva é o nome desta virgem do paraíso.

A
Ilona deve ser do Partido dos Verdes...

Sexo Rápido também é bom!

A minha primeira entrevista... hmmm...

A malta do posta @ posta do webrádio JornalismoPortoRádio contactou-me para uma entrevista no âmbito de um programa com o tema «o Sexo... na Blogosfera».
Aqui está, em ante-estreia para vocês, a entrevista:

Como surgiu a ideia de criar um blog deste género?
Colecciono arte erótica há alguns anos. São já muitas pinturas originais, estatuetas, desenhos, brinquedos, jogos, livros,... de todo o mundo. E gosto de estudar tudo o que tenha a ver com o erotismo. O blog foi uma maneira que encontrei de divulgar a minha colecção, cruzar informações com outras pessoas que têm o mesmo interesse e curiosidade e, quem sabe, encontrar quem esteja disposto a investir comigo num espaço de exposição da minha colecção e de estudo do erotismo.

Porquê o sexo?
Porque os meios de comunicação social «normais» tratam o sexo como a sociedade faz: às escondidas, de forma hipócrita e com consequências negativas na formação dos indivíduos para se tornarem seres esclarecidos e equilibrados.
Além de usarmos muito o humor, também tratamos de assuntos sérios, a que eu chamo «causas pelas quais vale a pena lutar», como a crítica às fobias sociais de fachada (homossexualidade, prostituição, aborto,...) e à «beleza estereotipada» e artificial que nos é impingida pelos «media». E no blog «a funda São» não temos qualquer inibição em dizer caralhadas, mas provavelmente neste programa de rádio até cortarão esta frase. Não cortaram? Enganei-me! Ainda bem...

Têm muito feedback dos vossos visitantes? Costumam receber comentários depreciativos em relação ao teor do blog?
O blog tem muito feedback, interessantíssimo e raramente negativo. Tem também muitas colaborações (a que chamamos «membros e membranas») das quais me orgulho, entre escritores (de contos e de poesia eróticos), cartoonistas, fotógrafos e ilustradores.
Temos uma média de 1300 visitas por dia. E ainda estão ligados ao blog dois grupos de mensagens de teor erótico (e nesse caso, reconheça-se, com muita pornografia).

Dentro da blogosfera a maior parte do blogs relacionados com o sexo são pornografia. Como classificaria o "a fundaSão"?
O blog «a funda São» não é um blog de sexo. Obviamente, o erotismo está muito fortemente ligado ao sexo, mas vai para além disso. Existe o mesmo problema na distinção entre erotismo e pornografia. Costumo dizer que «pornografia é o sexo pelo sexo, enquanto erotismo é amor pelo sexo». Pode parecer um chavão, mas é o que penso resumir bem o que distingue estes dois conceitos. E é uma definição que é polémica... e ainda bem, já que o tema também o é.
Mas não concordo que classifiquem o blog «a funda São» como pornográfico. Mesmo tendo em conta que, como em tudo, há boa e má pornografia. É um blog dedicado ao erotismo.

Apesar de não terem fins educativos, provavelmente muitos jovens têm contacto com a sexualidade através de blogs como " a funda São". Sentem algum género de responsabilidade?
Claro que sinto. Sinto que a exposição e a discussão sobre o erotismo são muito mais benéficas para as pessoas que a classificação deste assunto como tabu. Tantos disparates e tantas pessoas infelizes que por aí há, por nunca lhes ter sido possível aceder a informação sobre os seus corpos, a sua sexualidade...

O sexo ainda é um tabu em Portugal? Este género de iniciativas, em que se brinca com o sexo pode desmistificá-lo?
Se o sexo é tabu em Portugal?! Vocês vivem aonde? Tabu e dos grandes! E o blog «a funda São» tenta ajudar a desmistificar não só o sexo mas tudo o que se relaciona com o bem estar das pessoas consigo próprias e com as pessoas com que vivem e convivem.

Um dia destes, em posta @ posta.

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... já vos disse que adoro?!...

crica para visitares a página John & John de d!o

26 maio 2006

Descer para cima.

Ando num processo de reavaliação da minha vida. Concretamente procuro soluções que me permitam subir na vida. Então apontei numa folha em branco, como primeiro tópico de um estudo para uma ideia mais complexa, o seguinte: "1. Para subir na vida é importante ter uma escada."

Depois dispersei-me um bocado no tema e foi isto que pesquisei na NET, como material de suporte...
[ 1 | 2 | 3 | 4 | 5 ]

Nunca hei-de ser ninguém na vida.

Equilíbrio na Relação



Gavin O'Neill

Bom fim de semana!


Fotógrafo - Arne Wahlen

Como uma força

Caiu-lhe em cima, o gordo. "É certo que paga," pensou ela, "mas, foda-se, podia foder por trás, deixar-me ficar por cima, sentar-se, sei lá" e via-o gemer como se estivesse a morrer e ela, respirando com dificuldade, incentivava-o, tentava mexer as ancas, levantar-lhe as ilhargas. "Vem-te, cabrão, vem-te, foda-se, senão ficamos aqui os dois" e ria-se com o que pensava e com as cócegas que a "pila", ela pensava assim, as cócegas que a pila dele lhe fazia. "É para rir, esta merda, só para rir". AAAAhhhh! Sim, fode-me! Sim, força! Força! Força, caralho! Força!

Menina estás à janela - poetic mix

O SirHaiva deu o mote neste post.
E a malta ode a menina à janela nº 4:


"Menina estou que nem posso
com o teu todo à janela
ai jesus que belo osso
como posso ir-me a ela
sem temor
e sem cair dali ao chão
e dar c'os cornos no lagedo
como é que pode algo tão bom
ficar tão longe do meu dedo?
ficar eu a chupar no dedo
ao vê-la assim tão descascada
e não haver aqui escada
para lhe entrar no enredo!"


OrCa

"Menina pões-me assim tão aflito
vendo tão lindas doces maminhas
Que parecem até mais gordinhas
Como gordo me lembra esse pito!
Tão perto... manda-me um cordelzito
E eu enrolo onde já adivinhas
Com cautelas mete nas covinhas
E puxa, larga e puxa que eu grito!
Virá a correr teu pai que evito...
Corro bem depressa das perninhas
Menina... venho-me no infinito!"

Alcaide

25 maio 2006

Não a percas de vista

raim´s blog

Gotinhas de Frescura



Axlf

Ao OrCa, estas paisagens bucólicas têm tendência para lhe exacerbar o lirismo nas partes:

"a água que o rego rega
é bruta fria cortante
ai da bela se escorrega
naquele regato cantante
gelada se fica à tona
pela água à desfilada
entrando o frio na dona
por onde cobiço a entrada
e o viço arrepiado
que diviso em cada curva
traz-me já tão mareado
já tanto a vista me turva
que fora eu água e entraria
por cada nesga formosa
daquela boca que abria
ou do seu botão de rosa."


O Trovador Alado prefere meter(-se com a) água:

"Da fresca Água que brota
Em cascata de encantos
Me refresca a Alma
Em todos os momentos
E no teu Húmido corpo de Mulher
Onde borbulham
Ínfimas Gotas cristalinas
Como Arco-Iris saltitantes
Me faz desejar...
Poder Navegar...
Em teu corpo...
De Mulher Água...

Dedico à H2O... a mulher das «nossas» vidas".

O Alcaide agora também está a águas:

"Canta no teu corpo a água
que corre aí nesse leito
onde me afagas e deito
os olhos da minha mágoa.
Gotas murmuram no peito,
caem chorando saudade
no rio que o sonho invade
o mar do amor perfeito.
Chorando, teu corpo inunda,
forma curvas nesse jeito
que me contentam e aceito
como dádiva profunda
Chora no teu corpo a água"

Pontes Mundiais de fraternidade.

Num mundo consumido pelo egoísmo, pela opressão e exploração dos países mais ricos aos países mais pobres, é retemperador de forças assistir a pequenos passos dados na aproximação destes diferentes hemisférios económicos.
Neste caso concreto alguém do Japão, país riquíssimo, que se propõe a distribuir alguma da sua riqueza com uma tribo de África... o meu coração enche-se de alegria. Ainda há esperança.