27 junho 2006

Estranhos hábitos

No rescaldo do 5º Encontra a Funda cá vai um sonetito sobre o que de mais importante aprendi acerca do Porto. Um agradecimento muito especial ao Jorge Costa que, com tal esclarecimento, me enriqueceu culturalmente. Tenho agora mais uma preciosa informação guardada no cantinho da memória reservado às coisas inúteis. Obrigado, Jorge. Bem-hajas, pá!


No quinto encontro desta funda São
não podia faltar a boa mesa.
Comeu-se tão à grande e à francesa
que até se lhe juntou o São João.

Cidade humilde mas de gente tesa,
o Porto foi um nobre anfitrião.
Mas há por lá tais hábitos que não
compreendo e que me causam estranheza.

Portanto, para os incautos, atenção:
Mame-se bacalhau com broa e alho,
Rojões, vitela, tripas, o caralho...

Mas mesmo que para tal sobre tesão,
nunca se pape pito nem morango
na terra onde a lixívia sabe a frango.

O OrCa não pode ver um pito que ode também:
"com FGS o soneto apetece
com pitos de morangada
morangos em frangalhada
entretém e entontece

visto daqui já parece
a cidade mais caiada
e de lixívia lavada
co'o soneto que acontece

mas decerto o mais bonito
melhor que moreno frango
é no Porto gritar pito

e como que a dançar tango
entalar no atrás dito
com chantilly um morango."

V Encontro - fot(h)ograp(h)ias do OrCa


Ainda não estão todas... mas aí vão algumas, para alimentar os espíritos:

A prestação

– Tiveram muita sorte – disse a puta na paragem do autocarro, com ar de quem acredita no que está a dizer.
– Sorte? – perguntou o Oliveira, no lugar do pendura, espantado. – Sorte, porquê?
A puta, encarquilhando ainda mais a face, sorriu, obrigando-nos a constatar a quase total ausência de dentes nas suas gengivas, deu um passo atrás, para a contemplarmos em todo o seu esplendor, passou a mão pelo cabelo, colorido e estranho, num gesto teatral de diva do cinema mudo e voltou a aproximar-se do carro. Pousou as mãos na porta e falou directamente para o Oliveira, que lhe sentiu o bafiento hálito antes de a ouvir.
– É que eu não tenho estado cá – disse ela em voz maviosa, compondo o sorriso, fazendo boquinhas e movendo o risco preto mal amanhado que fazia as vezes das sobrancelhas.
– Não? – intrometeu-se o Azevedo, muito sério. – Então e hoje?
– É que eu já não preciso disto – ela falava pausadamente para que não nos escapasse nada (ou, provavelmente, para que não nos escapássemos), – mas estava em casa e não dá nada de jeito na televisão...
– É – concordou o Azevedo, – hoje em dia só dá é bodegas.
– Então, lembrei-me de vir até cá – soltou um risinho quase juvenil, absolutamente extravagante e inesperado, e com o ar mais convicto do mundo, concluiu: – Sabem que gosto de dar prazer, gosto muito, foi sempre o que me perdeu.
– Já não há putas destas – soltou o Picoto. – Putas por amor!
A puta que fechara o sorriso à primeira declaração do Picoto, abriu um sorriso tão radioso como um buraco negro ("e igualmente poderoso" pede o Oliveira que acrescente) e comovida, confessou:
– Mas também tenho uma prestação do frigorifico para pagar.
– Mas não é isso que a faz vir cá! – exclamou o Picoto.
– Claro que não, claro que não – concordou a puta. – É o amor. É poder dar prazer! Vocês querem? Vocês querem imenso prazer?
– Imenso? – sublinhou o Picoto.
– Imenso – repetiu ela. – Querem?
– Os cinco? – indagou o Oliveira, que se queria despachar.
– Claro, todos – os olhos da puta brilhavam, – mas um de cada vez, que eu não faço essas coisas porcas que se vêem nos filmes.
– E quanto é?
– Normalmente, são 40 euros – disse a puta, tirando as mãos do carro, endireitando-se e assumindo um ar profissional, e continuou, quase a sussurrar – mas como, se eu fizer os cinco, vou-me já embora, quatro vezes cinco vinte, duzentos – e aqui já nem sussurrava, apenas mastigava as palavras, mas o Oliveira percebia –, a prestação são quarenta e cinco, mais o táxi, os preservativos e o halibut...
– Está a rezar ou quê? – gritou o Picoto. – Afinal, quanto é que leva?
– 150.
– Cento e cinquenta?! – gritou o Picoto. – Trinta contos?! Nãã... isso é amor a mais.
– Nós não aguentamos tanto prazer – reforçou o Azevedo. – De certeza que era dinheiro bem gasto...
– De certeza – anuiu o Oliveira, procurando o controlo da conversa, – mas é muito dinheiro, senhora puta.
– Muito dinheiro!? – A puta parecia realmente indignada. – Estou a fazer um desconto de 50 euros. Dez contos!
– E nós agradecemos, senhora puta – o Oliveira bateu na perna do Azevedo, que era o condutor, e, com a mão, mandou-o seguir, – mas não temos esse dinheiro.
– Quanto é que têm?
– Devemos ter p'raí trinta euros, senhora puta – o Oliveira entristeceu a voz e agitou a mão alegremente com mais energia. – Só temos trinta euros, que pena...
– 'Tá a gozar – disse a puta, pronta a explodir. – 30 euros?!
– É... – lamentou-se o Oliveira e virando-se para o Azevedo, ordenou sibilante: – 'Bora, caralho, 'tás à espera?!
– Tanta conversa e só têm trinta euros?! – a puta estava em choque. – Isso nem dá para a prestação...
– É assim, senhora puta, desculpe lá – o Oliveira deu um murro na perna do Azevedo. – Então, boa noite, e boa sorte – o Azevedo engrenou a primeira, destravou e o Oliveira gritou alarve, enquanto o carro arrancava: – que bem precisa!

crica para visitares a página John & John de d!o

26 junho 2006

Breves apontamentos de um dia à beira rio.





Que saudades...
do Douro e dos seus afluentes...

Com para a São.

Há encontros e encontros. E apesar do nosso ter sido pautado por uma organização irrepreensível, sinto que ainda temos um longo caminho a percorrer...
Eu tenho um sonho, para o futuro dos encontros de blog's deste país.

5º Encontra-a-Funda - as primeiras erecções... digo, reacções

Eu ainda não acordei completamente, mas há malta madrugadora:
  • O SirHaiva resumiu muito bem o «antes».
  • A Jacky, com muita Amorizade, escreveu sobre o jantar e o Sãorau. E o Nuno, rapaz que foi lá mas perdeu os pais (por mais apelos que fizéssemos para que fossem buscá-lo à cabine de som), tirou esta fodografia de homenagem à São Rosas, que a Jacky publicou.
  • A aventura do Nuno teve um final feliz: a Jacky adoptou-o e levou-o para casa (gaja que é gaja é espertalhona). E já lhe pregou o vício dos blogs. Ele criou o «Alguém viu os meus pais? Perdido na Funda». Olha, Nuno, se todos os que se perdem na Funda criassem um blog, a lotação da internet ficava esgotada.
  • A Joana Cientista, que ia com tanto medo de ter uma reacção alérgica que até foi com uma Psi, mostrou que também tem o «espírito da Funda» e já propôs no seu blog «Testar a Vida» que os encontros passem a trimestrais.
  • A minha homenagem aos artistas do Sãorau: Dom OrCa, Pedro Laranjeira e Fernando, pelo maravilhoso ménage de poésie à trois. Lourencinho, pelo teatro a solo «o anão triste». E Tuna Meliches... por tudo! Com um beijo especial para a Luísa, que cantou tão bem os poemas musicados do OrCa e da Encandescente. E com um beijinho ainda mais especial para a Celeste Vozoff, que fez questão de estar connosco num momento familiar difícil.
  • Agradeço à Erosfarma, em nome da malta, as ofertas que disponibilizou. As membranas só reclamaram porque os vibradores não traziam pilhas (para a próxima pedirei também o patrocínio da Duracell).
  • Muito obrigada, Jorge Costa e Lúcia, por nos terem recebido de braços abertos e nos terem dado tantos miminhos que agora a vida até parece mais cinzenta que o habitual...

Homem de Bronze

Jean




E por falar em homens...
Qual é o jogador português da selecção que mais titila as meninas?!
A sondagem termina hoje. Cumpre o teu dever e vota!

A Gotinha foi fazer uma ecografia


(enviada por J. Costa)

No fim de semana fui para a festa...


... a convite do Trovador Alado, que me proibiu
de comer morangos, vá-se lá saber porquê

25 junho 2006

Acta do V Encontro - 23, 24 e 25 de Junho

Crica para veres a pinta da malta que foi ao passeio no Douro. A São Rosas não está ali porque foi ela a fodógrafa
semi-improviso a caminho do almoço de encerramento deste quase-Congresso:

Não se exprime em vulgar folha de texto
nem se afaga com o que se tem à mão
a demência alucinada do contexto
que d'A Funda foi este V Encontrão...
sob as armas da Varona Magicona
que cruzámos com um tal Caralho Porro
pito em riste sobre o Douro e bem à tona
fez-se A Funda tal qual caralhaz aforro:
do passeio à comesaina sempre fixes
e do fogo de artifício em São João
saboreou lixívia a Tuna Meliches
a que um santo, o Gabriel, deu protecção;

e houve quem ao ar lançasse balões
que voaram para um céu de liberdade
e houve quem se afogasse em multidões
baralhando os encontros na cidade...
não faltaram até morangos de boca
em luxúria emergente e tão feliz
nem agruras de quem estava sempre à coca
porque "pito" lá no Porto não se diz!

- e se tu vens p'ra cá dizer que não gostas
que tropeças ou te ofendes, infeliz,
é que não viste um Jorge a nadar de costas
encalhando o mastro na ponte D. Luís -

E comeu-se, meus senhores, tanta comida
e folgou-se e cantou-se e bebeu-se
pelo Porto e por Gaia e pela vida
que o que eu tenho de mais certo é que fodeu-se
todo aquele que perdeu esta corrida
ou que não participou na cegada...
e agora chegada a hora de abraços
e de beijos em rescaldo de jornada
passo a passo faço meus os vossos passos
já sem canja mas co'a tal bacalhauzada

por fim antes de meter meus pés à estrada
quero ouvir de todos nós ingente grito
peito afoito, voz ao alto e bem timbrada
gritaremos todos juntos: VIVÓ PITO!

E assim se deu por encerrada a efeméride! O êxito foi aprovado por aclamação.

CISTERNA da Gotinha


As meninas ficam com os calores à beira da Piscina.


Lucy Pinder é mesmo super!


Jessica Alba: galeria de fotos da menina.


Os homens e as
mamas no seu local de trabalho.


Tu estás a ficar com sono, com muito, muito sono..., sentes os teus olhos a ficar mais pesados...


Hoje é dia de abrir as janelas e arejar os cortinados do Blog... tenho que aproveitar ter a equipa todo no 5.º Encontro da Funda São para fazer as limpezas!

Sei de quem lhes chamava um Figo...



Mulheres asiáticas jogam futebol