– O que é isto?
– Abre.
– Mas, o que é?
– É para ti.
– Para mim?!
– Sim, é a tua prenda.
– A minha prenda?!
– Sim, a tua prenda do dia dos namorados... Abre!
– Ah!
– ...
– Isto é a minha prenda?! O que é isto?
– Não estás a ver?
– Estou.
– Não sabes para que serve?
– … sei... Acho que sei.
– Lê bem.
– Estás a rir-te porquê?
– Nada, lê.
– Ah!... É para mim?
– Sim... bem... É...
– Para mim?!
– É para os dois.
– Para os dois?!
– Sim... Então… é a tua prenda!
– Isto é a minha prenda do dia dos namorados?
– É... Bolas!... Não queres?!
– …
– Não encolhas os ombros! Não queres?!
– Quero, já disse…
– Ninguém diria!
– Mas quero, amor, obrigado.
– Ah! Não me fazes favor nenhum…
– Não, eu quero, obrigado.
– Desculpa lá… Há aqui qualquer coisa que eu não estou a perceber!
– Tu também?
– Eu também o quê?!
– Não estás a perceber.
– Não estou a perceber o quê?
– Não sei… tu é que disseste…
– Não encolhas o ombro, porra! Se há coisa que eu não suporto é ver-te encolher os ombros!
– Não encolhi os ombros…
– Encolheste!
– Quando?
– Disseste “não sei” encolheste os ombros e disseste “tu é que disseste…”
– Disse o quê?
– Disseste... Bolas! Nada!... Queres isso ou não? Parece que te está a queimar as mãos!
– Quero, já disse que quero… mas isto é a minha prenda?
– Dá cá isso!
– Não! Não dou! Não é a minha prenda?
– Era! Era, mas já não é!!!
– Não?
– Afinal, é ou não é?!
– É, é… podes ficar com isso!
– Estás zangada?
– É claro que estou zangada! O que é que te parece?!
– …
– Não encolhas os ombros, foda-se!!!
– Estás fodida?
– Que pergunta de merda é essa?!
– Mas estás fodida?
– Foda-se! Estou, estou fodida!
– Ah! Ainda bem…
– Desculpa?! Ainda bem?
– Sim, agora que já te fodi, já te posso ir ao cu!