27 março 2007

Há falta de material novo...

...volto à guerra com o velho.

Em tempos idos de algum fervor artístico revolucionário, fruto de uma juventude abundante em hormonas, decidi candidatar-me a alguns subsídios para produção e realização de uma peça cinematográfica, vulgo filme.
Enviei então um sketch videogravado de um dos meus argumentos e o guião completo de outro.
Nunca ninguém me contactou de volta.

Litofânios eróticos

Há compras que faço para a minha colecção que me deixam especial e abundantemente molhadinha.
Estas placas em porcelana vieram da Austrália (mas desconheço onde foram fabricadas). Extremamente finas (menos de 2mm de espessura), utilizam o relevo para, à contraluz, originarem zonas mais luminosas e zonas de sombra.
A este respeito, na Infopédia, aparece apenas «litofania», processo de obter efeitos de transparência na porcelana, no vidro opaco, etc. (do grego líthos, «pedra» + phaínein, «brilhar; transparecer»).
Com esta explicação não vamos longe. Mesmo da palavra inglesa «lithofane» não se encontra grande coisa. Vale-nos Ernesto Leibovich, especialista brasileiro em coleccionismo, que explica tudo nesta página: "Litofânio - Painel translúcido de porcelana biscuit em entaglio (desgaste selectivo), com decoração moldada visível somente quando colocado à luz. Processo introduzido em 1828. Pela sua beleza artística e fidelidade, assemelha-se a uma fotografia, sendo incluído nos chamados objectos pré-fotográficos (...)"


"O litofânio mais comum é formado por um painel fino e rectangular de porcelana chinesa, de aproximadamente sete a dez centímetros. Sem o reflexo da luz, a superfície do painel parece feita de rugas e depressões que formam uma pintura crua e meramente visível. No entanto, quando visto contra uma luz forte, as cenas magicamente ganham vida e aparecem como o efeito de meia-tinta. A transformação da superfície feia e irregular numa pintura subtilmente graduada de luz e sombra é uma revelação (...)"






Que tal? Hmmm...?

Desejo




Rudolf A. Mentaer

A queda de um mito...


Ora aqui está o gato escondido com o rabo de fora. Nestas coisas da intramete, este pessoal é sempre (?) bem "aviado de mercearia". No entanto...

26 março 2007

As noites claras II

Por Charlie

-...A primeira vez é a que custa.....-

Despertou estranhamente muito antes do que esperara ser acordada conforme horas antes lhe pedira. Ainda sentia a cabeça dorida da noitada anterior e voltou-se longamente para outro lado derramando o corpo sobre a maciez dos lençóis. Tornou a fechar os olhos voltando a abri-los numa fina tira, apenas a linha que liga o sono ao despertar, por onde observava as lâminas de luz que das persianas traziam fatias quase imperceptíveis do dia para dentro do quarto.
Durante os minutos soltos da semi-vigilia, apontamentos vagos, meros fragmentos da sua vida passaram-lhe diante dos olhos. A aldeia, a sua mãe, a escola na Vila e os primeiros insípidos namorados, e depois a vinda para Lisboa. Para a Universidade onde nunca chegara a completar todas as cadeiras do primeiro ano. Veio-lhe com toda força a lembrança da primeira noitada de copos com uns colegas. Da doçura de ter feito amor com aquele pelo qual se havia apaixonado loucamente, e do amargo e profunda mágoa que lhe rasgara a alma quando ele mesmo, no meio de risadas e cerveja, e esfumadas as juras de amor ditas no auge, lhe pedira para ir também com os outros...
Rodou o corpo na cama e esfregou o púbis contra o lençol do colchão, olhos novamente fechados, arrastando a lembrança incómoda das lágrimas e o desespero que então lhe haviam tomado todo o ser quando se afastara a fugir e as semanas seguintes em que tudo fizera para esquecer-se dele, pesasse embora o inevitável de se encontrarem frente a frente entre as aulas por diversas ocasiões. Ele sempre devidamente acompanhado de novas namoradas que ela fingia não ver enquanto ostensivamente o ignorava. Desaparecia então o mais depressa que podia para o refúgio de si própria onde se alimentava da dor e da autocomiseração, chorando no seu quarto enquanto olhava para os livros sem ver..
Depois, cansada de tudo, num salto em frente, um outro namorado para esquecer a fogueira de mágoas daquela paixão, e outro a seguir, e outro. Fora ela mesmo quem mais tarde se rira de si própria e da sua ingenuidade de jovem mulher quase ainda adolescente quando descobrira as outras fronteiras que o sexo franqueava. Lembrou-se da angústia da primeira vez que abrira o corpo a um estranho, um homem que mal acabara de conhecer…
- A primeira vez é a que custa...- Levara esta frase dentro de si, quando tendo gasto todo o dinheiro que a mãe lhe enviara nas noitadas e paródias que se haviam tornado rotina, fora apertada pelo senhorio para pagar de imediato os três meses da renda do quarto que estavam em atraso. Olhara-a gulosamente enquanto ela saíra porta fora sem dar resposta mas ela nem lhe olhara para os olhos quando na manhã seguinte lhe tocara à campainha e entregara uma parte comprometendo-se a pagar o resto nos dias seguintes...

Levantou-se, subiu um pouco as persianas afogando em luz o quarto, remetendo os pensamentos para as fronteiras das memórias distantes, enquanto mordiscando os lábios apreciava ao espelho as formas ainda jovens do seu corpo seminu. Olhou para o telemóvel e inspirou. Tirou-o da bolsinha olhando através da fresta da porta do quarto para a sala, certificando-se que estava só.
Retirou a nota de duzentos Euro dobrada em quatro que havia separado das outras, horas antes deixadas em cima da mesa, e que o homem com quem vivia tinha guardado aquando da sua chegada.
Experimentou um breve sorrir.
Este cliente prometia...

(Continua)

Just Like Heaven

Fizeram amor, sem se olhar, sem se beijar, num movimento rotineiro de entra e sai.
Isto deve ser o débito conjugal, pensou ela, ainda que não fosse casada, gemendo para apressar a função.
Enquanto se vinha, olhando a parede branca à sua frente, onde detectou uma minúscula racha, ele sentiu-se vazio, não conseguindo continuar a arfar. AAAAH!, conseguiu ainda improvisar, como se tivesse gostado.
UUmmUm, suspirou ela, para lhe fazer o favor.
Levantaram-se e foram-se lavar.
Amo-te muito, Diogo, disse ela.
Também te amo muito, disse ele.
Beijaram-se nos lábios e deitaram-se na cama, que permaneceu vazia.

CISTERNA da Gotinha



Leeann Tweeden na revista FHM

Imogen Bailey não deixa os seus créditos por curvas alheias!

Quem é que vai olhar para os carros com estas meninas do salão Automóvel de Geneva?! Show babes - vídeo

Fotografia de Vincent O Byrne: sugestão da Fresquinha.

Calendário da Gemma Atkinson: como tudo aconteceu.

A arte de Claudia Hart

A Fresquinha apresenta-nos Claudia Hart, artista de animações 3D. Um exemplo do seu trabalho:

Machina, 2006
ver imagem animada

25 março 2007

O futuro


O marmelo tinha vinte e pouco anos mas vociferava para o comensal da frente, segurança de profissão como ele, que a honra é que é o ponto e que isso é que não se pode abandonar. Em decibéis largos, ele tinha sido abandonado pela mulher com quem vivia há bastantes meses que directamente lhe comunicara a coabitação com outro. E infernizava-o o facto de ter sido traído que ela fizera questão de lhe referir que já tinha estado com o outro, logo a ele que considerava que a honra é que é o ponto, que até parece que ser monogâmico é estranho. Sim, que ele era como o seu paizinho que nunca traíra a sua mãe que ele bem o sabia. Já a ela, ele nunca lhe perdoaria ter-se metido na cama com outro homem que não o seu paizinho mesmo que ela pedisse desculpa e lhe recordasse que o pai lhe batia como ele vira tantas vezes e que não o podia abandonar a ele e à irmã mas que uma mulher não era de ferro e tinha de ter alguma alegria na vida.

O casaco do uniforme militarizado estava nas costas da cadeira e ele cofiava o cabelinho de um milímetro de altura enquanto desfiava o rosário de ter de lhe tocar a ele uma coisa daquelas, a ele que nunca gostara de pretos desde os tempos da escola da Damaia e teve logo de ir meter-se com uma brasileira. Branca, claro mas brasileira que só porque encontra um gajo mais giro o deixa logo apeado, a ele um defensor da monogamia quanto mais não seja por causa das doenças. Isto está que não se pode e nem sei como será no futuro.

Levou a mão à face para conferir a pele escanhoada, puxou de um cigarro e virou-se directamente para a minha bica lhe ler o futuro, quiçá nas borras e lá tive de responder que pelo que ouvira, o futuro só podia ser como um penso higiénico, branquinho e absorvente mas pelo meu ponto tão cheio de coisas putrefactas e fétidas que o mais ecológico seria reciclá-lo.

Já vos disse que tenho alergia à mudança de hora?

O melhor remédio? Comprar um relógio «reverso» para a minha colecção:


De frente: tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac...



De trás: tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac...

crica para visitares a página John & John de d!o

24 março 2007

3... 2... 1...


Preparados para a Mudança da Hora?!




José Manchado

acabada de chegar


Nascida p’ rós caminhos da Paixão
Faustosa vida estava destinada
A esta que aqui está bem agradada
Por pertencer à excelsa Funda São

Na busca da difícil compreensão
Que aos homens é devida e arrancada
Aqui me confesso já muito cansada
De andar nesta procura da razão

Qual razão? É simples de explicar
Não fosse eu a Fausta apaixonada
São dúvidas demais a apoquentar

Uma pessoa simples mas danada
P’ra compreender criaturas de encantar
Que me deixam a pele arrepiada

___________________________
O Nelo já se apresentou ao serviço, mas só para conversas de melheres:
"Melhér Faúshta
Que paresses bôa
Çeim cuidar de mais reparos,
Çou uma bisha ao té dispôr
Desjde que nãm me dês trabalhus
Neim me fales de coizas novas
Neça arte de ir hás covas
Quéu dou-me mais cuns belos caralhos!

Éi açim quéu çôu melhér
Um amigo bisha pra valer
Pra falar de pishas çe quizer
Eim todas as ocaziões
Çempre que nam te meteres
Com as mãuzinhas que namoram
Us rapáses que çe diverteim
Cu meu mexer-lhes nus culhões

Falaremos de moda trapos e shita
de converças esquizitas
E de coizas de melhéres.
E çempre que tu quizeres
Duma coiza difrente
Podes esquesser toda a gente
O Nelo çabe o que ei estar quente
E dum home que te satisfaz

Nelo, uma bisha ao çeu çervisso..."