A Jacky enviou-nos esta pérola da música portuguesa:
Aqui têm um blog sobre os discos deste artista.
E aqui têm uma página de recolha de relíquias musicais portuguesas.
23 abril 2007
22 abril 2007
O calendário
Por: Falcão
Ena cum filha da puta!
Faz já um caralho dum tempão que num via o Cartaxo.
Levei-o lá pró meu barraco construido na parte de trás da casa e onde tenho uns pipos de vinho e o caralho, e um sofá velho tapado cum umas mantas que é para o que vós já sabeis: os pitos…
- Então Cartaxo, caralho! Onde tens andado, cum filha da grande puta! Ninguém mais te pôs os olhos em cima desde que saíste aqui da freguesia meu grande murcão.-
E ele riu-se cumo fazia quando era assim um catraio, e mesmo já crescidote mantinha esse tom de meio sonso com que se ria agora para mim.
-Caralho que num mudaste nada.- Disse-lhe eu em jeito de pô-lo assim à vontade enquanto lhe aviava um verdasco e ele olhava para o mamaçal duma boazona, boa cumó caralho que está pendurada na parede do barraco.
- Foda-se, não mudei, nem nada mudou por aqui- Respondeu ele. – Oh Manuel. Tens este calendário....O calendário é de 1977! De Janeiro de 1977…-
Bem! Num me contive e dei-lhe uma palmada nas costas entre duas boas risadas, que ele quase que se engasgava.
-Oh Cartaxo, caralho! Caralhos te fodam e te refodam que ninguém dessa canalha do nosso tempo que vem aqui beber um pingo e comer uma chouriça alguma vez repararam nisso! Do mês ou ano ou o caralho! Só tu, hehehehe…Dizem que é um pito de estalo, que é boa e que lhe davam umas boas trancadas e vai mais um copo. Mas tu….Então a gaja num é boa, caralho! E por ser de setenta e sete num te serve? –
E com a resposta é que o murcão me fodeu:
- Ouve lá Manuel, tu que és Falcão de nome, e de bom golpe de vista, diz-me lá. Essa
cachopa boa como tudo, vê-se que é já não é catraia, é toda uma mulheraça. Que idade lhe dás?...Aí uns vinte e sete, vinte oito, talvez uns trinta não?-
Abanei cum a cabeça e pensei um pouco.
- Sim....deve ser dessas idades...trinta ainda não...aí uns vinte e oito....-
- Então ouve lá, estamos em 2007, ou seja mais de trinta anos depois. Achas que ela ainda está cumo mostra a fotografia? –
Bem! Caralhos me fodam e refodam que eu num gosto de perder nem a feijões, fiquei fodido e refodido, e num pude de deixar de fazer cumo o cabeçudo da rua, que o pai era sacristão na vila e que levava a bola para casa quando estava a perder porque a bola era dele.
- Ouve lá oh Cartaxo, meu caralho! Prontos. Já vi que estás mudado. Já num és o murcão de antes.
Que quando foste a primeira vez ao pito da Chica Zarolha, vieste todo fodido e suar e a tremer quando me perguntaste quem é que emprenhava: se era quem ficava por cima ou quem ficava por baixo.
E depois de teres dito que tinhas ficado em baixo e que se calhar estavas prenho, eu
disse-te o verso com que a canalha te fodia os cornos o tempo todo, meu grande murcão. Hehehehehe!
Lembras-te, caralho? Era assim:
Oh que já se fodeu o Zé Cartaxo
Ficou cum a zarolha por cima
E ela enfiou-lhe a cona, lampeirina,
Toda, pelo caralho abaixo!
Hehehehehe! Lembras-te meu caralho! Cuidavas que estavas prenho, oh grande murcão da puta que te há-de parir! Mas agora? Agora estás esperto cumo um alho. Até já vês que o pito do calendário tem mais trintas em cima.-
Fiquei olhando-lhe para a cara de fodido que me fazia rir e mais rir de satisfação da minha vingança e a gozar que nem um cristão...E o murcão que fodido que estava....
Foda-se mas somos amigos, e já reconfortado, lá bebemos mais um pico de verdasco a falar de outras coisas enquanto comíamos a broa cum a chouriça que até estava boa…
Depois de ele ir-se embora olhei mais uma vez para o calendário, e disse pra cumigo….
-Manuel! Falcão eu num seja…Cum esta é que o Cartaxo, grande filho duma puta, te mandou abaixo….Mas era um belo pito, foda-se....
Bem! Assim cumo assim, a tarde está fria e vou acender a lareira. Este papel bem seco de trinta anos deve pegar fogo à lenha cum uma pisga nas horas do caralho….-
Manuel Falcão
Ena cum filha da puta!
Faz já um caralho dum tempão que num via o Cartaxo.
Levei-o lá pró meu barraco construido na parte de trás da casa e onde tenho uns pipos de vinho e o caralho, e um sofá velho tapado cum umas mantas que é para o que vós já sabeis: os pitos…
- Então Cartaxo, caralho! Onde tens andado, cum filha da grande puta! Ninguém mais te pôs os olhos em cima desde que saíste aqui da freguesia meu grande murcão.-
E ele riu-se cumo fazia quando era assim um catraio, e mesmo já crescidote mantinha esse tom de meio sonso com que se ria agora para mim.
-Caralho que num mudaste nada.- Disse-lhe eu em jeito de pô-lo assim à vontade enquanto lhe aviava um verdasco e ele olhava para o mamaçal duma boazona, boa cumó caralho que está pendurada na parede do barraco.
- Foda-se, não mudei, nem nada mudou por aqui- Respondeu ele. – Oh Manuel. Tens este calendário....O calendário é de 1977! De Janeiro de 1977…-
Bem! Num me contive e dei-lhe uma palmada nas costas entre duas boas risadas, que ele quase que se engasgava.
-Oh Cartaxo, caralho! Caralhos te fodam e te refodam que ninguém dessa canalha do nosso tempo que vem aqui beber um pingo e comer uma chouriça alguma vez repararam nisso! Do mês ou ano ou o caralho! Só tu, hehehehe…Dizem que é um pito de estalo, que é boa e que lhe davam umas boas trancadas e vai mais um copo. Mas tu….Então a gaja num é boa, caralho! E por ser de setenta e sete num te serve? –
E com a resposta é que o murcão me fodeu:
- Ouve lá Manuel, tu que és Falcão de nome, e de bom golpe de vista, diz-me lá. Essa
cachopa boa como tudo, vê-se que é já não é catraia, é toda uma mulheraça. Que idade lhe dás?...Aí uns vinte e sete, vinte oito, talvez uns trinta não?-
Abanei cum a cabeça e pensei um pouco.
- Sim....deve ser dessas idades...trinta ainda não...aí uns vinte e oito....-
- Então ouve lá, estamos em 2007, ou seja mais de trinta anos depois. Achas que ela ainda está cumo mostra a fotografia? –
Bem! Caralhos me fodam e refodam que eu num gosto de perder nem a feijões, fiquei fodido e refodido, e num pude de deixar de fazer cumo o cabeçudo da rua, que o pai era sacristão na vila e que levava a bola para casa quando estava a perder porque a bola era dele.
- Ouve lá oh Cartaxo, meu caralho! Prontos. Já vi que estás mudado. Já num és o murcão de antes.
Que quando foste a primeira vez ao pito da Chica Zarolha, vieste todo fodido e suar e a tremer quando me perguntaste quem é que emprenhava: se era quem ficava por cima ou quem ficava por baixo.
E depois de teres dito que tinhas ficado em baixo e que se calhar estavas prenho, eu
disse-te o verso com que a canalha te fodia os cornos o tempo todo, meu grande murcão. Hehehehehe!
Lembras-te, caralho? Era assim:
Oh que já se fodeu o Zé Cartaxo
Ficou cum a zarolha por cima
E ela enfiou-lhe a cona, lampeirina,
Toda, pelo caralho abaixo!
Hehehehehe! Lembras-te meu caralho! Cuidavas que estavas prenho, oh grande murcão da puta que te há-de parir! Mas agora? Agora estás esperto cumo um alho. Até já vês que o pito do calendário tem mais trintas em cima.-
Fiquei olhando-lhe para a cara de fodido que me fazia rir e mais rir de satisfação da minha vingança e a gozar que nem um cristão...E o murcão que fodido que estava....
Foda-se mas somos amigos, e já reconfortado, lá bebemos mais um pico de verdasco a falar de outras coisas enquanto comíamos a broa cum a chouriça que até estava boa…
Depois de ele ir-se embora olhei mais uma vez para o calendário, e disse pra cumigo….
-Manuel! Falcão eu num seja…Cum esta é que o Cartaxo, grande filho duma puta, te mandou abaixo….Mas era um belo pito, foda-se....
Bem! Assim cumo assim, a tarde está fria e vou acender a lareira. Este papel bem seco de trinta anos deve pegar fogo à lenha cum uma pisga nas horas do caralho….-
Manuel Falcão
Priguntas do Nelo
Arqueologia sacra
Em miúda, o que eu gostava de fazer furinhos naquelas caixas da Regina para saírem chocolates. Mas com o avançar do tempo passei antes a preferir a exaltação de usar a pressão dos meus dedos para fazer saltar aquele creme pastoso que sai das borbulhas.
E se ele outros predicados não tivesse bastar-me-ia este. Ele alongava-se de barriga para baixo expondo toda a sua pele macia e como um gato permitia que lhe afagasse todo o pêlo e até a traquinice de lhe tactear as bolinhas de râguebi enquanto a minha respiração acelerava sentindo na polpa dos dedos estendidos aquela suavidade e a mínima protuberância digna de extirpar, alucinada ainda mais pela visão daquele rabinho soerguido a que encostava as minhas ancas antes de me debruçar sobre ele a espremer cada um dos maravilhosos achados e creio mesmo que o ouvia ronronar.
Esgotado o espólio, serpenteava sobre o seu corpo e delineava-lhe um rasto de saliva da primeira vértebra cervical até ao sacro, murmurando que já lhe espetara um dorsal e podíamos começar a correr a maratona.
E se ele outros predicados não tivesse bastar-me-ia este. Ele alongava-se de barriga para baixo expondo toda a sua pele macia e como um gato permitia que lhe afagasse todo o pêlo e até a traquinice de lhe tactear as bolinhas de râguebi enquanto a minha respiração acelerava sentindo na polpa dos dedos estendidos aquela suavidade e a mínima protuberância digna de extirpar, alucinada ainda mais pela visão daquele rabinho soerguido a que encostava as minhas ancas antes de me debruçar sobre ele a espremer cada um dos maravilhosos achados e creio mesmo que o ouvia ronronar.
Esgotado o espólio, serpenteava sobre o seu corpo e delineava-lhe um rasto de saliva da primeira vértebra cervical até ao sacro, murmurando que já lhe espetara um dorsal e podíamos começar a correr a maratona.
Maria Árvore
_______________________
E sai ode do OrCa:
quando toca à evolução
se o macaco cata o chato
nós catamos borbulhão
no fundo tudo dará
no mesmo, tocando a afecto
um recebe o que outro dá
seja sebo ou seja insecto
que é um bem primordial
catarmo-nos com destreza
é tudo mais social
fica tudo... outra limpeza!"
CISTERNA da Gotinha
Esta menina gosta de se banhar nas cascatas.
Vídeo de uma sessão fotográfica com Jenna Jameson.
Já escolhi o guarda roupa para mim e para a São usarmos no próximo Encontra-a-Funda.
Arte erótica.
Enchantee Banda desenhada espanhola (em espanhol e em inglês).
21 abril 2007
Nicolau o matemático ou a declinação da curva de Gauss
Uma mulher não deve meter-se com homens que vivem de números. A não ser que sejam cifrões, mas isso é outra conversa.Imaginem que desta vez me apareceu um Nicolau na rifa. Curiosa como sou não resisti ao charme do conferencista e no fim fui pedir-lhe um autógrafo. É claro que me fiz entendida na matemática e falei-lhe na admiração que sinto pelo Evaristo Galois por causa das tentativas do jovem para resolver as equações do quinto grau. Palavra puxa palavra e o Nicolau disse que sim, que era possível e que a solução podia ser a teoria dos grupos para achar o xis da quinta.
É claro que quando ele me falou na quinta eu nem queria acreditar e pensei “já estás marcado, Nico, deves ser melhor que o Evaristo”. É que esse achava que só conseguia obter a solução para o xis a partir dos coeficientes. Ora grupos eficientes nessas partes… eu não queria, de todo!Mas não quero dispersar-me. Nessa noite levei o Nicolau para o requinte de uma cama curva fazendo justiça ao assunto da conferência. No mínimo o que poderia acontecer era o Nicolau achar aquele tal ponto fora da recta e a partir daí – esperança minha – entraríamos no mundo da geometria imaginária pois descobrindo esse ponto especial, como bem sabem as minhas leitoras (os leitores dizem que sabem, mas são pouco persistentes), é possível traçar muito mais do que uma paralela. Paralelas múltiplas a partir de um único ponto. Já imaginaram?Nisto eu apenas esperava que ele seguisse a intuição de Lobatchevsy, segundo o que retive do conteúdo da conversa do conferencista quando falava no auditório e eu o escutava excitadíssima na primeira fila.Bem... os homens que muito pensam são de uma espécie estranha, mais razão que emoção, mais figura que desempenho, mais promessa do que realização… e pronto!
Estando os dois deitados no espaço curvo... o que aconteceu então?
Tudo, mas tudo a curvar-se.
É claro que quando ele me falou na quinta eu nem queria acreditar e pensei “já estás marcado, Nico, deves ser melhor que o Evaristo”. É que esse achava que só conseguia obter a solução para o xis a partir dos coeficientes. Ora grupos eficientes nessas partes… eu não queria, de todo!Mas não quero dispersar-me. Nessa noite levei o Nicolau para o requinte de uma cama curva fazendo justiça ao assunto da conferência. No mínimo o que poderia acontecer era o Nicolau achar aquele tal ponto fora da recta e a partir daí – esperança minha – entraríamos no mundo da geometria imaginária pois descobrindo esse ponto especial, como bem sabem as minhas leitoras (os leitores dizem que sabem, mas são pouco persistentes), é possível traçar muito mais do que uma paralela. Paralelas múltiplas a partir de um único ponto. Já imaginaram?Nisto eu apenas esperava que ele seguisse a intuição de Lobatchevsy, segundo o que retive do conteúdo da conversa do conferencista quando falava no auditório e eu o escutava excitadíssima na primeira fila.Bem... os homens que muito pensam são de uma espécie estranha, mais razão que emoção, mais figura que desempenho, mais promessa do que realização… e pronto!
Estando os dois deitados no espaço curvo... o que aconteceu então?
Tudo, mas tudo a curvar-se.
E digo-vos: nem o Euclides, com os seus axiomas das paralelas simples teria tido um desempenho tão frouxo. Ainda evoquei Gauss que também era de inovações curvas, mas com mais sucesso por serem curvas que só descem depois de uma subida significativa. Porém o Nicolau terá entrado exactamente num espaço muito distante do meu.
A curva de Gauss que ele me mostrou tinha uma média relativamente baixa e um desvio padrão elevado; a variância digamos que não era significativa e o resultado foi mais uma deflação na minha estatística.
20 abril 2007
Apetites vs Desejos
Posto que vulgarmente se confundem estes dois vocábulos, com tudo em linguagem filosófica moderna são bem distintos. Os apetites são certos sentimentos corpóreos, não perpétuos, mas que ocorrem de tempo a tempo, acompanhados sempre de certo que mais ou menos desagradável segundo é maior ou menor sua força, que nos impelem a apetecer alguma coisa de que o corpo carece. (…)
Os desejos, que melhor se explicam pela palavra latina cupiditates, são certas inclinações, que não existem no corpo senão na alma, e cujo objecto são as coisas e não as pessoas; (…) – Diferencia-se o desejo do apetite em que, 1.º este reside no corpo e aquele na alma; 2.º em que este vem de tempo a tempo, e aquele é permanente; 3.º em que este sacia-se, e aquele não se farta, etc.
ROQUETE, J.I., O.F.M. 1885: 72
Os desejos, que melhor se explicam pela palavra latina cupiditates, são certas inclinações, que não existem no corpo senão na alma, e cujo objecto são as coisas e não as pessoas; (…) – Diferencia-se o desejo do apetite em que, 1.º este reside no corpo e aquele na alma; 2.º em que este vem de tempo a tempo, e aquele é permanente; 3.º em que este sacia-se, e aquele não se farta, etc.
ROQUETE, J.I., O.F.M. 1885: 72
CISTERNA da Gotinha
<--- Ontem encontrei a São Rosas na esplanada...
Rob Clarke: divertidas ilustrações eróticas.
Canecas quase tão boas como as das Caldas da Rainha.
Porque será que a maioria das mulheres adora pérolas?!
Subscrever:
Mensagens (Atom)