28 setembro 2007
27 setembro 2007
É tudo a fingir. É sempre tudo a fingir.
Tu finges que és meu e eu finjo que sou tua, ambos fingimos que o mundo inteiro não importa perante a imensidão que é estarmos aqui, juntos; porque só assim, fingindo, podemos beijar-nos, como se fôssemos genuínos, como se o amor furtivo que fazemos fosse maior do que a casa onde nos escondemos, maior do que a cidade onde nos perdemos.
É tudo a fingir, começámos por dizer nos pátios e quintais, em brincadeiras de criança, sem que pudéssemos saber que nos estávamos a amaldiçoar e que seria assim para o resto das nossas vidas, fingir para que pudéssemos beijar, foder e olhar quem se deitasse a nosso lado.
É tudo a fingir, fingimos que não nos sentimos embaraçados por nos verem de mãos dadas na rua. Fingimos que não nos emocionamos com os dramas no cinema, que não nos dói quando nos arrancam pedaços do peito. Fingimos, abrimos o sorriso e a boca já pode dar-se num beijo, e o corpo já pode dar-se ao sexo fingindo que a primeira vez foi melhor do que o primeiro cigarro e que jurámos não repetir a coisa.
Fingimos para que os passos continuem a levar-nos para a frente, para cima, para longe.
Fingimos. Eu que sou tua e tu que és meu. E em mais um orgasmo fingimos que é possível a leveza.
E abraçamo-nos depois.
Tu finges que és meu e eu finjo que sou tua, ambos fingimos que o mundo inteiro não importa perante a imensidão que é estarmos aqui, juntos; porque só assim, fingindo, podemos beijar-nos, como se fôssemos genuínos, como se o amor furtivo que fazemos fosse maior do que a casa onde nos escondemos, maior do que a cidade onde nos perdemos.
É tudo a fingir, começámos por dizer nos pátios e quintais, em brincadeiras de criança, sem que pudéssemos saber que nos estávamos a amaldiçoar e que seria assim para o resto das nossas vidas, fingir para que pudéssemos beijar, foder e olhar quem se deitasse a nosso lado.
É tudo a fingir, fingimos que não nos sentimos embaraçados por nos verem de mãos dadas na rua. Fingimos que não nos emocionamos com os dramas no cinema, que não nos dói quando nos arrancam pedaços do peito. Fingimos, abrimos o sorriso e a boca já pode dar-se num beijo, e o corpo já pode dar-se ao sexo fingindo que a primeira vez foi melhor do que o primeiro cigarro e que jurámos não repetir a coisa.
Fingimos para que os passos continuem a levar-nos para a frente, para cima, para longe.
Fingimos. Eu que sou tua e tu que és meu. E em mais um orgasmo fingimos que é possível a leveza.
E abraçamo-nos depois.
CISTERNA da Gotinha
Quem quer aumentar a sua banana?
Que coisa absurda: na Suécia já há Bombas de gasolina para mulheres onde as lojas de conveniência vendem collants, comida light e as casas de banho têm salas para mudar fraldas e iluminação adequada para retocar a maquilhagem.
Que coisa absurda: na Suécia já há Bombas de gasolina para mulheres onde as lojas de conveniência vendem collants, comida light e as casas de banho têm salas para mudar fraldas e iluminação adequada para retocar a maquilhagem.
Mulheres nuas em campanha política: na Polónia, o Partido das Mulheres aquece campanha para as eleições. Quem é que fala Polaco?
26 setembro 2007
Homem-objecto
As mulheres jorram um caudal de queixumes sobre os homens e porém nem todos somos assim. Veja-se o meu caso. Ela não se rala nada com o facto de eu ficar todo o dia sozinho em casa, ali parado a olhar em paralelo infinito o que não vejo. Digo e reafirmo mesmo que só me dá atenção quando já está com ela fisgada para me levar para a cama ou para qualquer outro lado como se fosse apenas uma coisa sexualmente eficaz na sua intenção de despejar as frustrações que lhe encheram os dias.
Monta-me ferozmente e mesmo quando me arranha continua como se esse percalço fosse coisa de somenos. Nem se dá ao trabalho de gemer um niquito para me transmitir satisfação e apreço pelo meu desempenho.Usa-me e depois, geralmente, adormece. Raras são as vezes em que carinhosamente me limpa logo a seguir ou me sorri. É como se o facto de eu fazer tudo com uma perna às costas não fosse merecedor de elogio mas tão vulgar como abrir uma torneira, sendo irrelevante o processo de canalizar a água.
Sente-se segura com o meu silêncio mais a falta de quem me defenda enquanto eu fico a cismar que é dura a vida de um insuflável.
Monta-me ferozmente e mesmo quando me arranha continua como se esse percalço fosse coisa de somenos. Nem se dá ao trabalho de gemer um niquito para me transmitir satisfação e apreço pelo meu desempenho.Usa-me e depois, geralmente, adormece. Raras são as vezes em que carinhosamente me limpa logo a seguir ou me sorri. É como se o facto de eu fazer tudo com uma perna às costas não fosse merecedor de elogio mas tão vulgar como abrir uma torneira, sendo irrelevante o processo de canalizar a água.
Sente-se segura com o meu silêncio mais a falta de quem me defenda enquanto eu fico a cismar que é dura a vida de um insuflável.
a arte da ejaculaSão
Coito de Homem e Mulher semi-seccionados de Leonardo da Vinci (1492)
EjaculaSão em Trajectória de Andreas Serrano (1989), salvo seja!
Lubricidade de Alfred Kubin (1902), salvo seja!
Eternidade de Cary Kwok (2007), salvo seja!
SpermMan de Cary Kwok, salvos sejam!
O meu cowboy solitário de Takashi Murakami (1998), assim seja!
Auto-retrato com duas mulheres de George Grosz (1920), abençoado!
Mais aqui
25 setembro 2007
Caldas sempre!
capa do livro
Neste paisito em que tudo o que se faça de mais arrojado "parece mal" e "é pecado", fazem falta projectos como o Pilocaldas, desenvolvido no passado ano lectivo por um grupo de estudantes no âmbito da disciplina de Projecto Cultural I da ESAD - Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha. No início, o Pilocaldas previa unicamente uma exposição em paralelo da louça típica - o falo (sim, sim, o caralho!) das Caldas - e de projectos artísticos de alunos da ESAD sobre a mesma.
Mas as Caldas têm muito mais riqueza cultural para dar. O grupo de trabalho alargou-se (à Filipa e à Rita juntaram-se a Elsa, a Gisela, a Liliana, a Marta e a Vânia) e, com o apoio do professor da disciplina, Mário Caeiro, de outros colegas, professores, entidades públicas e privadas, fizeram trabalho de pesquisa, convidaram autores para escreverem sobre erotismo, organizaram uma visita à olaria do sr. Agostinho, realizaram uma conferência e, como conclusão do projecto, publicaram o livro «Do Proscénio de Plauto ao Plateau da Playboy - De Ovídio ao Homevideo - Uma Compilação Erótica», disponível para venda só no Centro da Juventude das Caldas da Rainha. E "compilação" é aqui uma palavra bem aplicada nos seus (e nos nossos) sentidos.
A Câmara Municipal das Caldas da Rainha apoiou o projecto Pilocaldas, como também já manifestou interesse em criar na cidade um espaço de exposição para a minha colecção de arte erótica (assim haja um tempinho da minha parte para elaborar um projecto de protocolo).
Voltando ao livro, tem 14 textos de diversos autores sobre a sexualidade, o amor, o erotismo e a pornografia ao longo dos tempos... e no nosso. Um dos textos, de Pedro Antunes, faz uma homenagem muito merecida ao sr. Agostinho, que assume com orgulho ser o "Chico das Pichas". Só espero que nunca deixe de haver condições para que esta riqueza do nosso património cultural desapareça um dia.
Como se não bastasse, com o livro vem uma folha de autocolantes com variações sobre o falo (sim, sim...):
Cock-Stickers - Cláudio Sousa
Afogar o Ganso
"No passado, os chineses costumavam satisfazer as suas necessidades sexuais com gansos. Pouco antes de ejacularem, os homens afundavam a cabeça da ave na água, para poderem sentir os espasmos anais da vítima."
Encontrei aqui
Outras Coisas
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