29 setembro 2007
28 setembro 2007
Amélia do(s) olho(s) doce(s) - por R. Paulo
Um piscar de olho(s) às 2 Amélias (do Palma e do Mendes) e a todas as Amelinhas que há nesta vida. Um texto do primo da minha rica prima São:
"Amélia queria descansar de corpo e alma. Tinha ouvido dizer que lá era um descanso. O problema era a entrada. Não era fácil entrar, tinham-lhe dito. Ainda assim Amélia não desistiu. Se naquele sítio era um descanso, naquele sítio seria.
Amélia preparou-se. Ultrapassar a fronteira do medo sem medo só porque ali era um descanso. E se não fosse? Amélia estaria na posição que mais gosta; a de descobrir prazeres novos, novas sensações, mesmo que a isso dedicasse algum esforço.
Decidida, Amélia partiu ao encontro do que mais procurava: descanso. E em busca do paraíso, entregou-se ao sonho e foi, sem esquecer o passaporte.
made in eu"
"Amélia queria descansar de corpo e alma. Tinha ouvido dizer que lá era um descanso. O problema era a entrada. Não era fácil entrar, tinham-lhe dito. Ainda assim Amélia não desistiu. Se naquele sítio era um descanso, naquele sítio seria.
Amélia preparou-se. Ultrapassar a fronteira do medo sem medo só porque ali era um descanso. E se não fosse? Amélia estaria na posição que mais gosta; a de descobrir prazeres novos, novas sensações, mesmo que a isso dedicasse algum esforço.
Decidida, Amélia partiu ao encontro do que mais procurava: descanso. E em busca do paraíso, entregou-se ao sonho e foi, sem esquecer o passaporte.
made in eu"
Bom fim de semana
Foto: Ken Andrews
27 setembro 2007
É tudo a fingir. É sempre tudo a fingir.
Tu finges que és meu e eu finjo que sou tua, ambos fingimos que o mundo inteiro não importa perante a imensidão que é estarmos aqui, juntos; porque só assim, fingindo, podemos beijar-nos, como se fôssemos genuínos, como se o amor furtivo que fazemos fosse maior do que a casa onde nos escondemos, maior do que a cidade onde nos perdemos.
É tudo a fingir, começámos por dizer nos pátios e quintais, em brincadeiras de criança, sem que pudéssemos saber que nos estávamos a amaldiçoar e que seria assim para o resto das nossas vidas, fingir para que pudéssemos beijar, foder e olhar quem se deitasse a nosso lado.
É tudo a fingir, fingimos que não nos sentimos embaraçados por nos verem de mãos dadas na rua. Fingimos que não nos emocionamos com os dramas no cinema, que não nos dói quando nos arrancam pedaços do peito. Fingimos, abrimos o sorriso e a boca já pode dar-se num beijo, e o corpo já pode dar-se ao sexo fingindo que a primeira vez foi melhor do que o primeiro cigarro e que jurámos não repetir a coisa.
Fingimos para que os passos continuem a levar-nos para a frente, para cima, para longe.
Fingimos. Eu que sou tua e tu que és meu. E em mais um orgasmo fingimos que é possível a leveza.
E abraçamo-nos depois.
Tu finges que és meu e eu finjo que sou tua, ambos fingimos que o mundo inteiro não importa perante a imensidão que é estarmos aqui, juntos; porque só assim, fingindo, podemos beijar-nos, como se fôssemos genuínos, como se o amor furtivo que fazemos fosse maior do que a casa onde nos escondemos, maior do que a cidade onde nos perdemos.
É tudo a fingir, começámos por dizer nos pátios e quintais, em brincadeiras de criança, sem que pudéssemos saber que nos estávamos a amaldiçoar e que seria assim para o resto das nossas vidas, fingir para que pudéssemos beijar, foder e olhar quem se deitasse a nosso lado.
É tudo a fingir, fingimos que não nos sentimos embaraçados por nos verem de mãos dadas na rua. Fingimos que não nos emocionamos com os dramas no cinema, que não nos dói quando nos arrancam pedaços do peito. Fingimos, abrimos o sorriso e a boca já pode dar-se num beijo, e o corpo já pode dar-se ao sexo fingindo que a primeira vez foi melhor do que o primeiro cigarro e que jurámos não repetir a coisa.
Fingimos para que os passos continuem a levar-nos para a frente, para cima, para longe.
Fingimos. Eu que sou tua e tu que és meu. E em mais um orgasmo fingimos que é possível a leveza.
E abraçamo-nos depois.
CISTERNA da Gotinha
Quem quer aumentar a sua banana?
Que coisa absurda: na Suécia já há Bombas de gasolina para mulheres onde as lojas de conveniência vendem collants, comida light e as casas de banho têm salas para mudar fraldas e iluminação adequada para retocar a maquilhagem.
Que coisa absurda: na Suécia já há Bombas de gasolina para mulheres onde as lojas de conveniência vendem collants, comida light e as casas de banho têm salas para mudar fraldas e iluminação adequada para retocar a maquilhagem.
Mulheres nuas em campanha política: na Polónia, o Partido das Mulheres aquece campanha para as eleições. Quem é que fala Polaco?
26 setembro 2007
Homem-objecto
As mulheres jorram um caudal de queixumes sobre os homens e porém nem todos somos assim. Veja-se o meu caso. Ela não se rala nada com o facto de eu ficar todo o dia sozinho em casa, ali parado a olhar em paralelo infinito o que não vejo. Digo e reafirmo mesmo que só me dá atenção quando já está com ela fisgada para me levar para a cama ou para qualquer outro lado como se fosse apenas uma coisa sexualmente eficaz na sua intenção de despejar as frustrações que lhe encheram os dias.
Monta-me ferozmente e mesmo quando me arranha continua como se esse percalço fosse coisa de somenos. Nem se dá ao trabalho de gemer um niquito para me transmitir satisfação e apreço pelo meu desempenho.Usa-me e depois, geralmente, adormece. Raras são as vezes em que carinhosamente me limpa logo a seguir ou me sorri. É como se o facto de eu fazer tudo com uma perna às costas não fosse merecedor de elogio mas tão vulgar como abrir uma torneira, sendo irrelevante o processo de canalizar a água.
Sente-se segura com o meu silêncio mais a falta de quem me defenda enquanto eu fico a cismar que é dura a vida de um insuflável.
Monta-me ferozmente e mesmo quando me arranha continua como se esse percalço fosse coisa de somenos. Nem se dá ao trabalho de gemer um niquito para me transmitir satisfação e apreço pelo meu desempenho.Usa-me e depois, geralmente, adormece. Raras são as vezes em que carinhosamente me limpa logo a seguir ou me sorri. É como se o facto de eu fazer tudo com uma perna às costas não fosse merecedor de elogio mas tão vulgar como abrir uma torneira, sendo irrelevante o processo de canalizar a água.
Sente-se segura com o meu silêncio mais a falta de quem me defenda enquanto eu fico a cismar que é dura a vida de um insuflável.
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