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Outras Coisas [via]
23 dezembro 2007
22 dezembro 2007
Dove - massacre
Não me canso de elogiar a «Campanha por Beleza Real» da Dove.
Desta vez, mostro-vos o anúncio "Onslaught" ("Massacre"), que termina com uma recomendação que subscrevo: "Fale com a sua filha antes que a indústria da beleza o faça".
Um dedo colocado na ferida, a juntar a tantos outros anúncios como os da pró-idade... da evolução... das filhas que se acham gordas... as cores verdadeiras...
É claro que há sempre quem vá mais longe, como nesta (r)evolução ou nesta paródia de (d)evolução.
Desta vez, mostro-vos o anúncio "Onslaught" ("Massacre"), que termina com uma recomendação que subscrevo: "Fale com a sua filha antes que a indústria da beleza o faça".
Um dedo colocado na ferida, a juntar a tantos outros anúncios como os da pró-idade... da evolução... das filhas que se acham gordas... as cores verdadeiras...
É claro que há sempre quem vá mais longe, como nesta (r)evolução ou nesta paródia de (d)evolução.
21 dezembro 2007
Bom fim de semana...
... e feliz na tal!
Foto: Jesus Coll
E até o OrCa ode, ele que há que tempos que não odia:
"toque intenso
penso eu
tão propenso
ao gineceu
mão mergulhada na carne
na busca de um outro céu
onde uma flor se encarne
pétalas rubras ao léu
de seiva doce e fremente
quem mas dera
digo eu..."
U Nelo tânbãe tãe dirêitu a odêre:
"Queim mas dera,
Dises tu,
No falar dises: digo éu
Çobre pétalas
A que shamas céu
Flores em carne
e coizas ao léu.
Ai melhér, o que te déu?
Onde tiveste iscondido?
Aparecesseres açim surjido
num de repentemente, que é,
pela puezia em doze de prosa
Eça grande purcaria
A que se shama
Elugiar a cova
Foste imbora çeim mais nada
E eu Nelo desgrassado
Ansiando por um teu bocado
O que apanho quando veins?
Neim uma çó dosse palavra
Neim um çó xicuração
É logo todo de língua baboza
Todo em verço todo em proza
pra´ eça coiza, minha Orca
ca nina Mad
poisou neste broshe
Um dedo da mão
que é um deboche
e que está, vê-çe intão,
a infiar todo na cova...
"
"A igreja católica no labirinto do sexo" - um artigo do DN muito interessante
"Uma razão fundamental do mal-estar em relação à Igreja provém da sexualidade. Desde o século XVIII, muitos terão iniciado o seu abandono, porque concretamente a confissão, patologicamente centrada no pecado sexual, esmiuçado até à exaustão, começou a ser sentida como invasão indevida da intimidade e ferindo inclusivamente os direitos humanos.
A Bíblia contém, dentro da literatura mundial, um dos mais belos hinos ao amor erótico: leia-se o Cântico dos Cânticos. Desde o início, no Génesis, se diz que a sexualidade é dom de Deus. Segundo a Bíblia, o ser humano não está dividido em corpo e alma, pois forma uma unidade. Na perspectiva cristã, o corpo não é desprezível, pois o próprio Deus assumiu a humanidade corpórea.
A gnose, o maniqueísmo, Santo Agostinho, a lei do celibato dos padres, misogenias, dualismos antropológicos, concepções do poder a reprimir o prazer: eis algumas das causas do mal-estar.
A emancipação feminina e a facilitação da possibilidade de separar actividade sexual e procriação foram determinantes para uma nova vivência da sexualidade.
A Igreja terá sempre dificuldade em ter uma palavra equilibrada sobre temática tão complexa como humana, uma palavra que não seja de bênção para o «vale tudo» nem de repressão da alegria do encontro de liberdades sexuadas.
Mas, sob o nome de Monsenhor Pietro De Paoli, alguém altamente posicionado na Igreja quis reflectir sobre problemas fundamentais dessa Igreja, facilitando a questão, mediante a forma de romance: Vaticano 2035. Trata-se de um cardeal que chega a Papa, depois de ter tido a experiência do casamento, da viuvez, de duas filhas que nem sempre cumprem as regras oficiais, de um cardeal homossexual.
O novo Papa toma apontamentos para uma futura encíclica sobre a sexualidade. Já não se tratará de condenações, mas de compreensão e de apelo a uma caminhada no respeito, no amor, no desejo de progredir em humanidade digna.
Começaria por relembrar o sentido profundo da sexualidade: «o primeiro bem do casamento é o amor.» A sexualidade pode e deve ser um lugar privilegiado de humanização e de aprendizagem da unidade do ser humano enquanto corpo e espírito. «É pelos nossos enlaces, união íntima do corpo e do espírito, que compreendemos, talvez da maneira mais próxima, o que significa o amor encarnado.»
Seguem-se alguns pontos de referência:
1. Embora a existência humana seja um caminho, devendo cada um responsavelmente examinar em consciência em que etapa se encontra, lembra-se que o exercício da sexualidade humana, antes de formar um laço conjugal, é uma forma não plena de sexualidade.
2. «Os seres humanos não se reproduzem, fazem amor.» É importante perguntar de que modo o exercício da sexualidade tem de facto o amor como fruto e de que modo dá fruto; «é certamente um critério de julgamento».
3. O exercício da paternidade e da maternidade responsáveis requer «um diálogo permanente, franco e sincero entre os esposos». Esse diálogo incidirá concretamente nos meios de assumir essa responsabilidade.
4. O homem e a mulher não são posse um do outro.
5. «A sexualidade homossexual é um facto comprovado em todas as sociedades humanas.» Que sabemos sobre a sua génese, as suas causas, a sua «natureza»? «Afirmamos que não desejamos julgar nem os comportamentos nem as pessoas: os pontos seguintes permitirão exercer um discernimento sobre o exercício de toda a sexualidade humana, incluindo a homossexual.»
6. «O meu corpo não é uma coisa, o corpo do outro não é um objecto.»
7. O exercício da sexualidade pressupõe «o respeito mútuo, a confiança e o consentimento de cada um».
8. «A sexualidade realmente humana não pode exercer-se no âmbito do constrangimento, da chantagem ou de uma relação tarifada.»
9. O exercício da sexualidade humana é feito de permuta de gestos e de intimidade revelada, «mas pressupõe antes uma troca de palavras».
10. «Violar a palavra dada, quebrar um compromisso, ser infiel são faltas graves.»
Anselmo Borges
padre e professor de Filosofia"
in DN online
A Bíblia contém, dentro da literatura mundial, um dos mais belos hinos ao amor erótico: leia-se o Cântico dos Cânticos. Desde o início, no Génesis, se diz que a sexualidade é dom de Deus. Segundo a Bíblia, o ser humano não está dividido em corpo e alma, pois forma uma unidade. Na perspectiva cristã, o corpo não é desprezível, pois o próprio Deus assumiu a humanidade corpórea.
A gnose, o maniqueísmo, Santo Agostinho, a lei do celibato dos padres, misogenias, dualismos antropológicos, concepções do poder a reprimir o prazer: eis algumas das causas do mal-estar.
A emancipação feminina e a facilitação da possibilidade de separar actividade sexual e procriação foram determinantes para uma nova vivência da sexualidade.
A Igreja terá sempre dificuldade em ter uma palavra equilibrada sobre temática tão complexa como humana, uma palavra que não seja de bênção para o «vale tudo» nem de repressão da alegria do encontro de liberdades sexuadas.
Mas, sob o nome de Monsenhor Pietro De Paoli, alguém altamente posicionado na Igreja quis reflectir sobre problemas fundamentais dessa Igreja, facilitando a questão, mediante a forma de romance: Vaticano 2035. Trata-se de um cardeal que chega a Papa, depois de ter tido a experiência do casamento, da viuvez, de duas filhas que nem sempre cumprem as regras oficiais, de um cardeal homossexual.
O novo Papa toma apontamentos para uma futura encíclica sobre a sexualidade. Já não se tratará de condenações, mas de compreensão e de apelo a uma caminhada no respeito, no amor, no desejo de progredir em humanidade digna.
Começaria por relembrar o sentido profundo da sexualidade: «o primeiro bem do casamento é o amor.» A sexualidade pode e deve ser um lugar privilegiado de humanização e de aprendizagem da unidade do ser humano enquanto corpo e espírito. «É pelos nossos enlaces, união íntima do corpo e do espírito, que compreendemos, talvez da maneira mais próxima, o que significa o amor encarnado.»
Seguem-se alguns pontos de referência:
1. Embora a existência humana seja um caminho, devendo cada um responsavelmente examinar em consciência em que etapa se encontra, lembra-se que o exercício da sexualidade humana, antes de formar um laço conjugal, é uma forma não plena de sexualidade.
2. «Os seres humanos não se reproduzem, fazem amor.» É importante perguntar de que modo o exercício da sexualidade tem de facto o amor como fruto e de que modo dá fruto; «é certamente um critério de julgamento».
3. O exercício da paternidade e da maternidade responsáveis requer «um diálogo permanente, franco e sincero entre os esposos». Esse diálogo incidirá concretamente nos meios de assumir essa responsabilidade.
4. O homem e a mulher não são posse um do outro.
5. «A sexualidade homossexual é um facto comprovado em todas as sociedades humanas.» Que sabemos sobre a sua génese, as suas causas, a sua «natureza»? «Afirmamos que não desejamos julgar nem os comportamentos nem as pessoas: os pontos seguintes permitirão exercer um discernimento sobre o exercício de toda a sexualidade humana, incluindo a homossexual.»
6. «O meu corpo não é uma coisa, o corpo do outro não é um objecto.»
7. O exercício da sexualidade pressupõe «o respeito mútuo, a confiança e o consentimento de cada um».
8. «A sexualidade realmente humana não pode exercer-se no âmbito do constrangimento, da chantagem ou de uma relação tarifada.»
9. O exercício da sexualidade humana é feito de permuta de gestos e de intimidade revelada, «mas pressupõe antes uma troca de palavras».
10. «Violar a palavra dada, quebrar um compromisso, ser infiel são faltas graves.»
Anselmo Borges
padre e professor de Filosofia"
in DN online
20 dezembro 2007
Pode um chefe babar-se? - por Ap
"Esta mensagem lida num blog muito divertido e que leio regularmente, deixou-me preocupado.
E porquê?
Bom, não sendo nem de longe nem de perto um personagem semelhante ao descrito na mensagem com a ligação aqui no «a funda São - serviço púbico», fico preocupado.
Quer na escolinha, quer na universidade dos grandes e depois nos sítios por onde trabalhei, sempre fui visto como o tipo que contava permanentemente umas graçolas.
Deixem-me ser mais preciso. Não eram graçolas parvas. Quer dizer, muitas vezes eram absolutamente parvas. Mas geralmente eram irónicas e faziam de mim uma espécie de bobo da corte.
O maluco a quem se permitem todas as verdades, desde que devidamente embrulhadas numa piada buçal ou fino recorte.
Esta aura sempre me valeu um alto grau de popularidade entre as mulheres.
E à falta de sólidos argumentos fisicos, sobrava o paleio fácil, o olhar doce e as graçolas.
Então porque me preocupa o post da São? Porque há algum tempo sou chefe. Isso. Chefe. E essa merda desses galões inibem essa loucura do bobo da corte que sou.
E pior, sou chefe de joviais, noviças e apetitosas estagiárias.
Será que me estou a babar?
Ap"
Publicado no blog Apalpar a propósito deste post aqui.
E porquê?
Bom, não sendo nem de longe nem de perto um personagem semelhante ao descrito na mensagem com a ligação aqui no «a funda São - serviço púbico», fico preocupado.
Quer na escolinha, quer na universidade dos grandes e depois nos sítios por onde trabalhei, sempre fui visto como o tipo que contava permanentemente umas graçolas.
Deixem-me ser mais preciso. Não eram graçolas parvas. Quer dizer, muitas vezes eram absolutamente parvas. Mas geralmente eram irónicas e faziam de mim uma espécie de bobo da corte.
O maluco a quem se permitem todas as verdades, desde que devidamente embrulhadas numa piada buçal ou fino recorte.
Esta aura sempre me valeu um alto grau de popularidade entre as mulheres.
E à falta de sólidos argumentos fisicos, sobrava o paleio fácil, o olhar doce e as graçolas.
Então porque me preocupa o post da São? Porque há algum tempo sou chefe. Isso. Chefe. E essa merda desses galões inibem essa loucura do bobo da corte que sou.
E pior, sou chefe de joviais, noviças e apetitosas estagiárias.
Será que me estou a babar?
Ap"
Publicado no blog Apalpar a propósito deste post aqui.
A propósito de dálias e recebêlias
"Agora São Rosas" - oferta da Guida
"Rosa Minha
Rosa minha que teimas ser flor
nas mãos que orvalham
de seiva cortada
És dos espinhos o silêncio,
espera e dor.
Gota do olhar
que mergulha no peito,
E teimas ser flor
e teimas ser espera
e calas a chama
do corte que te queima
Ai cor de sangue!
Ai cor da guerra
Ai quanto de verde
te devo ao colher-te
Ao querer-te para mim
Sabendo-te seiva da terra...
Charlie"
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