18 junho 2008

mitos urbanos

(- aprestando-me para o próximo Encontro, nada como olear previamente as peças para a jornada... São, chamaste, aqui me tens. Em exercícios míticos, talvez, mas bem mais consistentes do que os sonhos)


dois corpos perturbaram-se esta tarde
no cansaço da cidade
no mormaço
no suor de ser-se humano
num compasso
no transporte suburbano
sem espaço

no atropelo do dia
no descaso
na litania de voltarmos sempre a casa
no ruído ensurdecido de agonia
um acaso
nada mais do que um acaso
trouxe à tarde
o improvável do desejo

entre os dois
olhar fugaz de uma desculpa
e depois uma premência
sem ter culpa
a fundir dois corpos num
como se amantes
se fizessem um ao outro
por instantes

as coxas que se esmagam
e os peitos
arfantes na urgência a que se entregam
um súbito rubor
lábios abertos
e despertos
os sentidos que os levam

mas o mundo parou
a porta abriu
e a turba espalhou-se na cidade

um do outro se perderam

quem lhes viu
por segundos
um fremir de eternidade?

crica para visitares a página John & John de d!o

Twisted Land of Oz - Dorothy






















Coisas [via] [eBay]

17 junho 2008

What Women Want

Regra geral eles aborrecem-me. Eles, os homens. Todos em geral, nenhum em particular. Exceptuam-se as excepções. Raras.
Aborrecem-me os homens com quem tenho uma conversa de 10 minutos dos quais adivinho o diálogo de 5. Aborrecem-me os homens previsíveis, elementares, básicos. Gosto de homens que jogam xadrez comigo. Partidas interessantes com jogadas inesperadas. Não gosto dos que não vão a jogo quando este já começou. Isso não é uma jogada. É falta de carácter. Aborrecem-me homens com falta de carácter. A esses faz-se um xeque-mate na curva.
Aborrecem-me os homens desatentos a pormenores. Nem falo dos meus. Os deles. Homens que vomitam-me meia dúzia de vinhos excelentes mas que trocam-se todos na hora de combinar a gravata com a camisa. Ou os que me mandam emails ou SMS abreviadas com x’s e k’s. Homens que não sabem que até para se escrever um kridíssima e soar bem é preciso ter um charme natural inatingível à maioria.
Aborrecem-me os homens com os seus preconceitos e ideias pré-fabricadas, pré-congeladas e prontas a consumir diante de qualquer fêmea. Aborrecem-me homens de vistas curtas e fasquias baixas. É assim tão complicado para alguns cavaleiros aceitarem que a mesma mulher que sabe que Chardonnay é uma uva e os espargos comem-se com a mão também possa saber mudar o pneu do seu próprio carro? É assim tão complicado perceber que uma mulher que goste de sexo possa ser simultaneamente meiga, carinhosa e preocupada?
Aborrecem-me os homens que se acham espertos quando nem inteligentes o são. Aborrecem-me os que têm conhecimento de enciclopédia mas de vida (a real) não sabem nada. Os que não sabem argumentar mas que adoram uma discussão em espiral. Gosto de homens com quem consigo trocar impressões sobre todos os assuntos, com discursos eloquentes dos quais bebo as palavras com o mesmo prazer que bebo um bom vinho.
Aborrecem-me os homens que não percebem que entram em mim pelo cérebro. E daí, com passagem (ou não) pelo coração chegamos (ou não) ao sexo. O sexo não é um meio nem um fim. Talvez um complemento de algo consistente a complementar.
Aborrecem-me os homens. E gosto deles. Mas com 32 anos, sei muito bem o que pretendo dos homens. E abaixo da minha fasquia não vale a pena. É um investimento de alto risco com poucas probabilidades de algum retorno. Porque com esses até o sexo é aborrecido.
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Nota da ediSão - a Saci escreve aqui o primeiro texto e o OrCa ode-a logo:

"Saci sentimental?
Pois sim, que não tem mal...
que se lhe chegue ao bem mais fundo
- ao fundamento -
em alegórica surtida a um sentimento
mas do tamanho do mundo
um monumento
ainda que em espiral
nunca banal

ah, o gozo que nos traz a sedução
um enleio raro havendo quem o sinta
mas que dá outro sabor tal fruição
quando se dobrou já o cabo dos trinta!..."

Japonesa gigante faz um broche a um homem minúsculo

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a mensagem.

Afundaram no buraco ao lado

Oh!... Desculpa!... Foi sem querer...Informamos os caros utilizadores que procuraram:

“VAGINASIO”
Procuravas um sítio onde fodias e fazias exercício simultaneamente?
Experimenta um sítio onde és fodido e fazes exercício!

“homens nus a lamber e a levar no cu”
Grande detalhe de pesquisa, mas para a próxima coloca “homens nus a lamber e a levar no cu em sofá azul com cortinas amarelas”.
Querias uma foto, era? Aqui está!

Se querias “a chupar e a levar no cu” existem imensos sites... basta colocares a palavra “gay”.

Anjos apanhados


Uma parceria com The Perry Bible Fellowship

16 junho 2008


Alemanha - Áustria

Jogo realizado em 15 de Junho entre actrizes porno em topless e com pinturas corporais.
Crica na imagem para veres imagens do jogo.
E alguém quer saber o resultado?!...

Ever Ready Horton (04:20)

O Horton Sempre Pronto é um filme animado (mudo) de 1928. Foi feito por três estúdios, em três partes, sem que nenhum estúdio soubesse o que os outros estavam a fazer. O primeiro estúdio deu a última imagem ao segundo estúdio, que por sua vez só deu a última imagem ao tercceiro estúdio.
Informação da Wikipedia.

CISTERNA da Gotinha



São Rosas

Coitus Bizarrus- O que eu me ri com isto!

With
Souffrez pour moi (Suffer for me), Ninette Van Kamp explores this relationship through textiles, looking at seams and mark makings on the body in particular.

Wire Cock Trap - e eu a pensar que as ratoeiras eram só para os ratos e para as ratas....

História do sexo - 5 capítulos sugestão do Duke.

Genio de Coimbra (a)


A doçura dos ares, a serenidade dos ceos, e a fertelidade do sólo, fazem de Coimbra uma terra de delicias. Os seus campos sempre vestidos de verdura, e povoados de laranjeiras, loiros e oliveiras, que nunca largão a folha, parecem respirar uma eterna primavera. É verdade, que ás vezes é tão rigoroso o Inverno, que parece ser o mesmo o clima de Coimbra. Um frio, como o da Russia, deixa por muito tempo nas fontes e poços das ruas as aguas geladas.(…)
Tambem são mui frequentes no verão os suffocativos suões. O sol nestes dias, quando se levanta, vem sempre coberto de vapores sanguineos. Dentro das montanhas visinhas sáe, como da boca de um forno, um bafo, que abraza e suffoca. (…)
Os habitantes de Coimbra gozão de um temperamento sanguineo. O canto e os risos são o seu estado ordinário. (…)
Nunca vi um povo mais curioso.
Não levantão uma chaminé, em que não gravem a era da sua erecção. Nota-se isto em todos os edificios da cidade, grandes e pequenos. Se os povos da Grecia e Roma tivessem sido tão desvelados em transmitir á posteridade a épocha das suas façanhas, não darião tanto que fazer aos antiquarios modernos.

(a) Entendo por Genio de Coimbra a temperatura do clima, e indole dos habitantes.

in CORTE-REAL, António Moniz Barreto (1831) Bellezas de Coimbra

Coimbra: Real Imprensa da Universidade, p.24-28


Suiça dois
(Portugal zero)

15 junho 2008

Travagem às quatro rodas


Tenho uma panca por renôs-quatro vá-se lá saber porquê mas quero crer que tem algo a ver com a manette das mudanças e o jeito de as meter. Ele até subiu várias pontos na sua cotação quando me mostrou ser o feliz possuidor de uma dessas relíquias que recebera de herança do tio que com ela tinha entregue muitos bouquets, palmas e coroas de flores.

Mais a mais que era só esperar por uma hora com pouco afluxo de vizinhos para a apreciar integralmente na garagem do prédio. Claro que o veículo estacionado gingava e a sua idade contribuia para se desunhar numa chiadeira não desprezível que algumas vezes encaminhou um ou outro vizinho mais curioso a encostar os olhitos às janelas e após observação das manobras no banco traseiro se afastou pé ante a pé descortinando a necessidade de manutenção da viatura ou talvez indeciso sobre a cara a colocar num próximo encontro no elevador comum. Uma vizinha que seguramente o apanhou de costas e se encantou com o forro das nádegas chegou mesmo a bater-lhe ao ferrolho para lhe solicitar uma visita à viatura mas isso são amendoins.

Um dia deu-lhe a vontade de arriscar nos bancos dianteiros e eu lá me encavalitei com uma perna em cada banco e as mamas debruçadas como que num parapeito e para a frente é que foi caminho que as marchas à retaguarda são apenas estratégia. Até ele soltar um ai fundo e assustado que me arregalou os olhos ao julgar que era uma cãibra no seu carrinho de rolamentos. Nada mais errado que tinha sido apenas uma marcha atrás descontrolada e em força que permitira à manette das mudanças introduzir-se-lhe naquele espacinho traseiro em que as duas nádegas não se encostam e por aí se ficou. Ele retirou-se rapidamente para o lugar do morto, murchinho, a argumentar que estava na altura de mudar de carro.