24 novembro 2008

Há sempre uns gajos que o que querem é aparecer

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O 10º Encontra-a-Funda foi um mimo. Ou melhor, uma sequência de muitos mimos. Bem hajam pela vossa presença, pela vossa boa disposição e pela vossa amizade.
Um agradecimento púbico à F-Word, uma mulher especial que me ajudou a organizar tudo e nos guiou de forma tão eficiente que nem a TriMargarida se perdeu!
O OrCa, que fez da tripa frontal coração para poder estar com esta cambada de malucos no domingo, fez uma reportagem fodográfica excelente desse dia que pode ser vista aqui. Sim, houve quem quisesse que eu fizesse um strip. Mas, como podem ver nas fotos, quem andou a fazer figuras tristes foram... uns gajos que o que querem é aparecer. Eu não, que sou uma gaja muito atinadinha.
Até à próxima.

no rescaldo do X Encontra A Funda - I

Porque não tenho, ainda, o dom da ubiquidade, não me foi possível - grande mágoa! - estar presente no primeiro dia deste 10º Encontro. Mas estive no segundo e tanto me bastou para aqui vos deixar a minha ode na despedida, já com saudades do próximo...

dei do Décimo só meio
perdido em terras do Norte
mas dar o décimo em cheio
nem me soa a boa sorte

que a vida feita a correr
de graça não tem nenhuma
pois diz quem sabe viver
que seguidinhas dá uma

mas neste desassossego
eu cá me vim pois já não
fico bem sem o aconchego
de vir nesta procissão

nas Caldas tem seu lugar
nesta terra onde abunda
essa coisa de empinar
que anseia por fona cunda

e que cresce em desmesura
de barrenta estatueta
batida à mão e bem dura
hirta e firme… mas da treta

pouco importa pois no fundo
ela espevita o conceito
de pouco haver mais no mundo
de que ser teso dá jeito

o décimo foi pelas Caldas
outro mais depois virá
mesmo aqui vindo de fraldas
sempre me tereis por cá

irmãs – irmãos – senhorias
fico-me aqui neste passo
que não é todos os dias
que de vós recolho abraço.

P.I.L.A.

Sigam o meu raciocínio...

As árvores dão oxigénio prá gente respirar, sombrinha pra dar quecas no Verão, frutinha pra comer, cortiça prá gente pôr as fotos do pessoal no quarto, madeira pra fazer cabides, e eu sei lá mais o quê, certo?

PERGUNTA: Se elas fazem tudo isto, porque é que mesmo assim, todos os anos, durante um mês e tal, as mascarámos de travestis? Vocês já imaginaram se fossem uma árvore, símbolo de vigor e virilidade, e de repente alguém vos pussesse umas plumas e umas estrelinhas em cima? Comé que vocês se iam sentir? Eu digo-vos... mal!

Gente, as árvores não são transformistas. Parem de mascarar as árvores de Elton John. A partir deste momento, vamos todos passar a enfeitar... estátuas. O que é que as estátuas fazem por nós? Rigorosamente nada! Haverá coisa mais mariquinhas que uma estátua? Não! Até os pombos lhes cagam em cima.

Por isso, inauguro aqui a P.I.L.A. - Pessoas pela Independência e Libertação das Árvores. E a primeira moção por mim apresentada, será contra os enfeites travecas nas "árvores de Natal". Vamos devolver o bom nome a esses seres que só querem o nosso bem. Associa o teu blog a este movimento!

_____________________
Adesões até à hora de fecho desta ediSão:
BloGotinha - "É com grande orgulho e com o mais alto espírito de cidadania que associo o meu blog a este movimento!"
Blog do Katano - "Sou a favor da PILA! Aliás, acho que a PILA já se devia ter metido nas coníferas há muito mais tempo! Vamos salvar as árvores coníferas!"
O ElGatito diz que "é mais da P.A.C.H.A.C.H.A.: Pessoas, Amigas e Companheiras para que Haja Árvores Com Hiperfantástico Aspecto"
O momento... - "se querem mesmo vestir uma árvore de natal, que seja uma daquelas em que dá para colocar no sotão e fazê-la esperar pelo próximo natal, e podem acreditar que esta não sofrerá nada, até vai adorar a ideia, afinal também é de fantasia"
Abaixo as coníferas abichanadas!
E sim, somos a favor de PILA a concelho!

Cheerleader

Uma actividade de risco!

Não vais levar a mal mas expressão é fundamental

Roubadito à Maria Árvore:

23 novembro 2008

História da Carochinha


Para acabar de vez com o que aí se conta a meu respeito insinuando como era janeleira à cata de gajos como uma reles puta do início do século XX em casas de tabuinhas e divulgando-o junto das tenras cabecinhas das criancinhas venho agora repor a minha versão da história.

O que é certo é que um belo dia encontrei dois euros no fundo da mala que já pensava que tivessem levado sumiço em duas ou três carcaças, joguei no Euromilhões e ganhei. O primeiro burro a quem contei o sucedido não me desamparava a loja e todos os dias me vinha com flores e chocolates que até parecia que a minha casa era um cemitério em dia de finados. Valiam-lhe os chocolates que me satisfaziam mais que o seu descomunal órgão reprodutor que não havia sangue que chegasse para içar tal bisarma e era com muita força de mãos que se enfiava como um trapo onde quer que fosse. Despachado que foi contou a desdita aos amigos e apareceram-me à porta uma quantidade de cães de linguita alçada prontos a marcar-me como território seu à custa de saliva e de mais qualquer coisita mas enfastiei-me daquela matilha babosa e pus os gajos com dono.

Até que apareceu o João Ratão todo falinhas mansas, guloso assumido e a elogiar-me os petiscos que era um encanto para qualquer mulher. Só que com o passar do tempo estimulava-o mais a deglutição das refeições que carregava pela boca e lhe aumentavam a curva da felicidade do que as de cama e até adormecia sobre o desempenho com um risco cada vez maior para a minha respiração. Vai daí que me preveni passando eu sempre à posição de cavaleira e como já estava acostumada a que ele apenas mexesse os olhinhos e os revirasse no momento de maior intensidade nem dei conta quando ele se passou de vez por indigestão.

Salvem uma virgem...



...façam-no comigo! ;)

crica para visitares a página John & John de d!o

22 novembro 2008

Até logo...

... malta.

Já escolhi a lingerie para hoje à noite



-Vincent Leleu

Gostamos de Mulheres Limpas

... mas não tanto assim.

Não sei o que mais me preocupa nesta senhora. Se o facto de ela se estar a depilar na rua, ou o facto de lhe crescerem pêlos nas mamas. É que eu sou 100% a favor da depilação. Depilação total pra toda a gente. Aliás, eu também me depilo. Tiro todos os pelinhos à volta do mamilo e dou uma boa aparadela lá em baixo, mas não o costumo fazer na fonte municipal, com um líquido que se calhar não se pode chamar água. Mas se calhar sou eu que sou picuinhas. De qualquer das maneiras, fica o aviso prás meninas... PÊLO JAMAIS (lê-se "jamé").

PS: Quando eu digo nada de pêlo é mesmo nada de pêlo. Há aí muita menina bonita que tira os pêlos do pipi, mas tem uns braços que são uma vergonha... parecem um tapete persa ou um gato siamês. Meninas, repito... PÊLO JAMAIS!!!

«A minha primeira ida à Lerna» - por Bartolomeu

"Inda malembra muita bem da minha primeira ida à Lerna.
Foi um primo mais velho, uma tarde de sábado, que achou ter chegado a altura própria de ir à Lerna.
E lá fomos de cumboio inté ao Caxidré, depois apanhámos o inlétrico pró Camões e a seguir infiámonos todos pelas ruelas estreitas do bairro alto.
- Alto! - Disse-lhe eu - mas afinal pradondé que me levas?
- Tá caladinho, Bartolomeu, couje é o dia dires à Lerna.
- Mas quem raio é essa Lerna queu nunca óbi falar?
- Cando lá xigares vais ver.
- Mas quem te disse queu quero lá chigar?
- Sei eu, porra, e vê se te calas de uma vez.
Meio contrariado lá continuei, tentando acompanhar o passo apressado do meu primo Julião, a quem eu atirei só pó arreliar:
- Ó Julião, agarra-me aqui ca mão, leva-me até à estação, sa estação estiver fechada, leva-me até à estrada, se a estrada tiver uma ranheta, bate-maqui uma punheta.
Mas o Julião fez oubidos de mercador e cuntinuou na sua passada apressada caté parcia quia tirar o pai da forca.
Desrepente, o mê primo pára infrente a uma porta velha pa caráças e disseme:
- Entra aí, ó fala-barato.
- Aqui?! Foda-se, isséquera, nem penses.
- Cal é a tua chaval? estás com medo de quê?
- Man, tu pensas co je é tótó? Esta merda está à beira da ruína, aposto os colhões em como o senhorio já recebeu mais intimações para fazer obras do que folhas de papel higiénico eu já gastei para limpar o cu desde que nasci.
- Cala-te, caralho, e entra antes que te assente um calduço que vais apanhar a trunfa lá abaixo ao fundo da rua.
Perante tais argumentos decidi não contrariar o primo e fui logo entrando na caverna da Lerna.
- Fónix, primo, ca escuridão do caralho, um gajo vem ca bistinha feita à luz do sol lá da rua, chega aqui e não vê népias.
E trungas, fudi-me logo todo no primeiro degrau de uma escada íngreme como a porra, velha cumó caralho e que cheirava mais mal que a ETAR de Vila Velha de Cagalhão.
Mal me levantei, embiquei logo prá porta da rua, mas o Julião, que tinha quase o dobro do meu tamanho, aganfou-me logo pela gola da camisa e não me sobrou outra alternativa que voltar a tactear o primeiro degrau e os seguintes.

Chegados à altura do primeiro andar, ainda sem ver néribi, o Julião disse-me baixinho:
- Chavalo, aguenta os cavais e não te armes em espertinho, só eu é que falo, entendeste?
Que remédio, mas pronto, siga pa bingo.
Tum, tum, tum.
- Quem é?
- Sou o Julião, podes abrir, Lerna.
E abriu, abriu-se a porta e abriu-se o céu, dando espaço a que um raio de sol iluminasse aquela penumbra opressiva.
Do lado de dentro da porta aberta surgiu a figura esguia de uma menina pouco mais velha que eu.
O seu rosto era fino e pálido, os seus cabelos lisos e compridos, num tom castanho muito claro quase a roçar o loiro. Cobria-lhe o corpo um simples robe de ramagens em tons suaves que deixavam que se visse com nitidez todo o seu corpo.
O tempo para mim parou naquele instante, o meu olhar fixou-se no sorriso angélico e simpático com que Lerna me recebeu.
Senti então a mão de Julião apoiada no meu ombro, aplicando forte pressão, obrigando-me a entrar.
Já la dentro, Julião indagou:
- A tua irmã está em casa?
A Lerna conduziu-me gentilmente para o quarto, de mão na minha mão e os seus olhos nos meus. Já na intimidade da sua alcova, quis saber de onde viera tão grande maravilha, que não teria mais de cinco anos que eu.
Respondeu-me que de uma aldeia de Trás-os-Montes - pensei "por ti filha, eu até trazia as estrelas todas do firmamento e depositá-las-ia a teus pés", mas não disse, porque não gosto de me precipitar, quando o faço fodo-me sempre - que a irmã Jerivásia, com mais 10 anos que ela, tinha vindo para Lisboa muito nova e que a tinha «chamado» para trabalhar com ela, com a intenção de mais tarde poder estudar e tirar um curso.
- Espero que sim, que o futuro te sorria, porque para além de lindíssima, pareces-me muitíssimo simpática.
Sorriu-se e na tentativa de assumir o controle do tempo de que dispunhamos, indicou-me um bidé ao canto do quarto, junto a um lavatório e convidou-me a sentar-me para me lavar.
- Lavares-me, mas porquê?
- São regras da casa, Bartolomeu.
- Mas não preciso de me lavar, já tomei banho hoje.
Voltou a acariciar-me com aquele sorriso campestre, delicioso e franco, insistindo:
- Pois, mas tem de ser. Vá lá, senta aqui que eu mesma te lavo.
Decidi concordar e depois de me despir sentei-me na geringonça gelada, onde já descansava uma água tépida onde Lerna, metendo a mão, deu início ao ritual da lavagem. Durante os breves instantes que a operação durou, senti a fragrância da urze que dos seus cabelos emanava e quando Lerna se ergueu, num impulso que desconheci a origem, segurei-lhe o rosto com ambas as mãos e de olhos semicerrados, beijei-lhe os lábios carmim. Por um segundo Lerna correspondeu ao meu beijo, mas logo se afastou, ruborizada, dizendo:
- Sabes, Bartolomeu? Não deves beijar mulheres da vida!
- Como?
- É, sabes que nós dormimos com muitos homens e habitualmente fazemos sexo oral com todos eles, alguns até nos pedem para lhes lamber o cu.
- Não acredito, estás a reinar comigo?!
- Estou a falar verdade.
- Pedem-te para lhes lamber o cu?! E tu lambes?!
- Sabes que nesta profissão, não nos podemos dar ao luxo de deixar de satisfazer as fantasias dos clientes, excepto aquelas que nos podem causar danos físicos.
- Mas depois lavas a boca?
Riu-se:
- É óbvio que sim, Bartolomeu, podes crer que dedico atenção e cuidados especiais à minha saúde e higiene.
Não respondi. Ainda me sentia atordoado com a revelação escabrosa que Lerna acabava de me fazer.
Foda-se, há caralhos que vêm aqui pedir à miúda para lhes lamber o cu?! Este mundo está perdido!
Bartolomeu"

Uma Vez no Bordel - A Bela Entorpecida