Neste livro, Guy de Maupassant escreve sobre a pensão Tellier, uma casa de meninas dirigida por uma viúva. Excertos de uma crítica de Harold Bloom (pp. 32 e seguintes): "Madame Tellier, respeitável camponesa normanda, administra sua casa como quem gere uma hospedaria ou um colégio interno. As suas seis operárias do sexo (como hoje seriam chamadas por alguns) são descritas por Maupassant com atenção e carinho, e o autor enfatiza a paz que predomina no estabelecimento em virtude da aptidão da Madame para a conciliação, além de seu constante bom humor. Numa noite de Maio, os frequentadores habituais da casa decepcionam-se diante de uma placa: «FECHADO PARA PRIMEIRA COMUNHÃO». A Madame e as suas funcionárias haviam saído, para assistir à Primeira Comunhão de uma sobrinha, afilhada da Madame. A Primeira Comunhão torna-se um evento extraordinário, pois a emoção das prostitutas, ao relembrar a própria infância, é contagiante, e leva toda a congregação a debulhar-se em lágrimas. O padre proclama a descida do Santo Cristo e agradece, enfaticamente, a presença de Madame Tellier e a sua equipa. Após uma alegre viagem de volta ao bordel, mais dedicadas e animadas do que nunca, a Madame e as suas pupilas retomam as costumeiras actividades nocturnas. «Não é sempre que temos o que celebrar», afirma Madame Tellier, concluindo a história, e só mesmo um leitor muito desenxabido declinaria de com ela celebrar. Pelo menos dessa vez, o discípulo de Schopenhauer liberta-se da sombria reflexão sobre a relação entre sexo e morte. (...) Essa história normanda tem calor, riso, surpresa e até mesmo um certo quê de espiritualidade. O êxtase pentecostal que incendeia a congregação é tão autêntico quanto o pranto das prostitutas que o inflama. A ironia de Maupassant é sensivelmente menos mordaz (e menos subtil) do que a do mestre Flaubert. No espírito shakespeariano, o conto é picante, mas não obsceno; engrandece a vida, e não diminui ninguém.".
Isto com um relato do OrCa tem outro nível: "Hummmm... feeling good... com a Dita está tudo dito. Apetece ser um pouco (ou mesmo bastante) retro, mas ir sempre muito direito à coisa; apetece beber o champagne, mas ser a taça que a contém; apetece sempre ousar aceder ao inacessível... Ah, a propósito: quem é o George Michael? Pois, pois, o gajo que canta. Ah, sim, acompanha muito bem o enredo... Mas da Dita, ainda para mais Von Teese, está tudo dito e mais venha que deslize."
Não importam os copos de plásticos a bordejarem-nos os pés para atapetar o Bairro porque a malta está mesmo ali para descontrair à força de vapores etílicos e dar aso ao instinto de comer outro ou outra da mesma espécie conforme o gosto.
Pelo canto do olho o gajo já tinha galado os cus de todas as gajas do grupo e entre mil e uma piadas sobre a faculdade e a falta de trabalho estava agora na inspecção demorada dos parapeitos com mais ou menos carne à mostra consoante fossem adeptas da ticharte a recortar cada centímetro das formas e a mostrar a cor das alças do sutiã ou das túnicas linha império a alçarem as mamas para um enorme decote que as descobre.
Com mais uma cerveja ele começou a gorgolejar ridente que procurava a mulher da sua vida e a mexer nos cabelos da fauna presente até se deter em mim a repetir se já me tinha dito que era gira, muita gira num rebolar das sílabas como marcação de deixa. O gajo era um pão alto e magro com um rabiosque direitinho e escorreito e tão intensamente moreno que até lembrava o Matthew Fox que ninguém em seu perfeito juízo se recusaria a papar não fosse ter interiorizado dos meus paizinhos a tendência para ponderar que ali ao vivo numa farra não lhe lia os erros ortográficos nem as sms com abreviaturas e capas.
Mas como para dar uma voltinha mais não podia exigir puxei-lhe as orelhas para junto da minha boca e perguntei ao meu para não haver equívocos nem omissões se queria cá vir para despejar o vergalho ou se era mais alguma coisinha.
Não sei se já vos tinha dito que tenho na minha colecção várias bengalas, uma das quais é para mim especial. Espero até poder vir a utilizá-la daqui a uns anos - seria bom sinal - acariciando-a com o polegar enquanto faço uma retrospectiva da minha vida. Entretanto, fiquem-se com este punho de bengala, compradinho de fresco: