... para leitores que já assistiram a filmes pornográficos! Caso nunca tenha assistido a nenhum, é favor não ler o texto subsequente…
Agora que já consegui a atenção do meu bom leitor, sendo certo que os meus leitores não assistem a este tipo de parafilia, porquanto quem lê este espaço é puro e casto, começo por definir o que é um filme pornográfico! Podia deixar aqui a foto de Sócrates em conversa com o Xico Santos, que só por si explicaria o que é pornografia, mas, deixo as imagens para mais tarde e explico que um filme pornográfico é a sequela de uma comédia romântica! Ou seja, quando no fim do filme os nossos heróis descobrem os braços um do outro, desligam-se as câmaras e dedicam-se à pornografia!
Mas, não era nada disto que eu queria escrever! Queria contar-vos a história de Vera, mulher linda e maravilhosa, que ainda por cima consegue ser simpática e inteligente, contrariando o mito! Pois bem, Vera consegue ser a mais sensual mulher, loba e carinhosa, audaz e melosa, uma cordeirinha sexy, que consegue partir-nos o coração ao mesmo tempo que nos levanta da cama do desgosto. Mas Vera tinha uma ligeira imperfeição! Algo que não a devemos culpar! Aliás, duas!
Uma delas é ser completamente louca por um trolha, um tipo todo parvo e aprumado, incapaz de compreender que ela era a vida dele, o seu presente, passado e futuro, perdendo-se em futilidades mesquinhas, incapaz de ousar lutar pelo que realmente importa! Até um dia, que por acaso até foi de noite!
Ofereceu a Vera um ramo das mais belas flores! Um divino ramo de orquídeas que a comoveu e entreabriu as pernas! Foram jantar fora! Sushi! Muito! Delicioso! O prato predilecto dela, que ele provou pela primeira vez! Acompanhado por vinho tinto! Alentejano! Muito! Caíram nos braços um do outro, ternos, apaixonados, disseram palavras bonitas, sussurraram a locução saudades, não do tempo que não passaram, mas de todo o tempo que iriam passar juntos! E entraram na primeira pensão, rasca e barata, porque a paixão era grande, mas o dinheiro pequeno!
E beijaram-se demoradamente com língua! Beijos quentes, apaixonados, intensos, como ela nunca tinha beijado, como ele não sabia que se beijavam! E caíram nos lençóis mal lavados, onde se amaram sofregamente, como se a noite de hoje fosse todo o amanhã! E ela ofereceu o melhor de si! E ele quis dar tudo o que tinha para dar! Não por luxúria, mas por amor! Estavam apaixonados sem saber e fizeram o coito com a chama intensa que apenas os enamorados conseguem acender!
Até que ele teve uma ideia! Fazer nela, o que no filme pornográfico o dotado actor fez à angelical actriz! Agarrou-a com a força que lhe restava, sorriu-lhe com ternura, olhou-a no fundo do olhar, com um sorriso no rosto, levantou-lhe as pernas, deixando-a na posição de frango assado no forno com limão no rabo! É bem verdade que ela não é um frango, mas também é certo que não foi um limão que ele lhe meteu no rabo! E levantou-lhe as pernas, contra o peito dele, que ofegante, exausto, encantado, entusiasmado as recebeu! E quando ela estava pousada sobre a cama, com as pernas no peito dele, os pés junto ao seu rosto, emergiu naquele quarto de uma rasca pensão, um tremendo cheiro a chulé, absolutamente irrespirável! E, nem a força da paixão, o êxtase da queca, conseguiu que ele continuasse, perdendo o vigor na verga, enjoado com o intragável odor!
Vera perdeu-o para sempre! Mas naquela noite aprendeu algo que o tempo não a vai permitir esquecer! Se um seu pretendente gosta de ver filmes pornográficos, antes de sair de casa lava sempre os pés!