- Falo de amor ou de sexo?
- De sexo, claro. Que percebes tu de amor?
- E que percebo eu de sexo?
- Percebes?
- Só percebo aquilo que faço.
- Nunca ninguém se queixou do teu sexo, pois não?
- Também tinha alguma graça trazermos um livro de reclamações.
- Acho que os homens preferiam um livro de instruções.
- Mas só consigo falar de amor.
- Mas se falares de sexo expões-te menos, já pensaste nisso?
- É curioso não é?
- O quê?
- Isso. A exposição. Realmente não me sinto muito confortável quando levanto a pele.
- Mas se falares de sexo é bem mais aliciante. E em complemento com as imagens que escolhes funciona muito melhor.
- Pois…deve ser.
- E o amor é uma coisa complicada.
- Pois, e o sexo é descomplicado.
- Nem sempre mas é muito mais simples do que o amor.
- Mas faço sexo com amor.
- Fazes sexo e fazes amor.
- Não, faço sexo com amor.
- Isso é…complicado.
- Não é nada. Faço sexo como nunca antes. Mas aprende-se com o passar dos anos e com sorte.
- Sorte?
- Sim, sorte. É preciso sorte para encontrarmos a pessoa certa.
- E como sabes que a tua é a pessoa certa?
- Senti quando demos o primeiro beijo, quando o senti pela primeira vez, pelo arrepio na pele, no suor das mãos, no quanto me faz rir e como consigo ser genuína.
- Sem jardim secreto?
- Sim, sem jardim secreto.
- E o sexo?
- É feito com amor.
- E o amor?
- É o melhor dos orgasmos.