28 fevereiro 2010
27 fevereiro 2010
Amor, tenho um vazio um bocadinho mais vazio.
Amor, tenho um vazio um bocadinho mais vazio.
Podes encher-me um bocadinho? Larga-te,
como um homem se deve largar, bem no centro
das minhas coxas e o meu vazio enche-se de cio.
Amor, tenho um vazio um bocadinho mais vazio.
Podes encher-me um bocadinho? Perde-te
como um homem se deve perder, bem cá dentro,
dentro e fora, mendigo e senhor, rei e vadio.
Tenho um vazio um bocadinho mais vazio, amor;
não creio que seja frio, não creio que seja calor.
Podes encher-me um bocadinho? Cala-te
como um homem quando se deve calar, senta-te
como um homem se deve sentar; despe-te;
não creio que seja prazer, não creio que seja dor;
é este não ser a quase ser que se expandiu
num orgasmo ensurdecedor que nem se sentiu.
O Charlie não pode ouvir falar em amor que ode logo:
"Amor, a caminho, vou andando esconso
de odres fartos e colheita grossa.
Ao pé da horta a besta descanso
enquanto manso te toco à porta
Espreito p'la nesga, o brilho da sala
mas na horta as uvas que a vinho exalam
Levam-me a lingua em pistas molhadas
primeiro p'lo caminho onde as mãos ja lavraram
E entro na sala, primeiro um dedo
a mão trabalhando, na porta quase a medo
E volto a sair, fingindo envergonhado
para voltar depois já de dedo duplicado
E já não é dedos, é tudo mão, uma, duas
a sala de portas abertas e nuas
estremece o solo, a terra mãe quente
afoga-me as mãos, no seu fluido fervente
e não há mais frio nem vontades de nada
nem outro desejo que beber tudo à farta
e retiro as mãos de copo quase meio vazio
que outro cheio já volta, num farto avio"
O Bartolomeu não se lhe fica (mas vai) atrás:
"Amor, como os os teus vazios são três
E o Charlie se encarregou de um deles
Abre bem as tuas coxas, agora é a minha vez
Vamos tirar-te o frio, com o agasalho mais belo
Cobrindo-te com altivez
Com o nosso casaco de peles
Abre para mim o caminho que leva ao teu castelo
Deixa que te tome as muralhas e te fure a porta d'armas
Que te conquiste o paiol e te invada o dossel
Que viole as tuas aias
E o teu mordomo Manel
E no fim... ainda de bandeira hasteada
Cantaremos o belo hino, dos três da vida airada!"
Podes encher-me um bocadinho? Larga-te,
como um homem se deve largar, bem no centro
das minhas coxas e o meu vazio enche-se de cio.
Amor, tenho um vazio um bocadinho mais vazio.
Podes encher-me um bocadinho? Perde-te
como um homem se deve perder, bem cá dentro,
dentro e fora, mendigo e senhor, rei e vadio.
Tenho um vazio um bocadinho mais vazio, amor;
não creio que seja frio, não creio que seja calor.
Podes encher-me um bocadinho? Cala-te
como um homem quando se deve calar, senta-te
como um homem se deve sentar; despe-te;
não creio que seja prazer, não creio que seja dor;
é este não ser a quase ser que se expandiu
num orgasmo ensurdecedor que nem se sentiu.
O Charlie não pode ouvir falar em amor que ode logo:
"Amor, a caminho, vou andando esconso
de odres fartos e colheita grossa.
Ao pé da horta a besta descanso
enquanto manso te toco à porta
Espreito p'la nesga, o brilho da sala
mas na horta as uvas que a vinho exalam
Levam-me a lingua em pistas molhadas
primeiro p'lo caminho onde as mãos ja lavraram
E entro na sala, primeiro um dedo
a mão trabalhando, na porta quase a medo
E volto a sair, fingindo envergonhado
para voltar depois já de dedo duplicado
E já não é dedos, é tudo mão, uma, duas
a sala de portas abertas e nuas
estremece o solo, a terra mãe quente
afoga-me as mãos, no seu fluido fervente
e não há mais frio nem vontades de nada
nem outro desejo que beber tudo à farta
e retiro as mãos de copo quase meio vazio
que outro cheio já volta, num farto avio"
O Bartolomeu não se lhe fica (mas vai) atrás:
"Amor, como os os teus vazios são três
E o Charlie se encarregou de um deles
Abre bem as tuas coxas, agora é a minha vez
Vamos tirar-te o frio, com o agasalho mais belo
Cobrindo-te com altivez
Com o nosso casaco de peles
Abre para mim o caminho que leva ao teu castelo
Deixa que te tome as muralhas e te fure a porta d'armas
Que te conquiste o paiol e te invada o dossel
Que viole as tuas aias
E o teu mordomo Manel
E no fim... ainda de bandeira hasteada
Cantaremos o belo hino, dos três da vida airada!"
Arre, burro!
A aquisição mais fresquinha da minha colecção veio do Reino Unido: um colar com uma cena retirada da obra «Canterbury Tales» (contos da Cantuária), de Geoffrey Chaucer.
Colar «Canterbury Tales»
Colar «Canterbury Tales»
Balada das Duas Mocinhas de Botafogo
Botafogo, bairro carioca dos casarões antigos, das colegiais em flor... e do cemitério. Duas irmãs como só Vinícius de Moraes viu.
Link directo para o filme aqui.
Link directo para o filme aqui.
Dia de Sol!
Da série: Sendo um desgraçado em um único passo.
O bronzeado final vai ficar uma maravilha!
Capinaremos.com
O bronzeado final vai ficar uma maravilha!
Capinaremos.com
26 fevereiro 2010
Pequena Carta da Vulva às Tuas Falanges
Procurei-te aquando o teu torso estava côncavo.
Onde as minhas fantasias se desnudaram e rebentaram.
Perguntei-te, na vertigem do espasmo sísmico, onde eu e tu nos tornamos visíveis.Unidos. Preciosos.
Será apenas um clarão dos centros ou nos meus delírios de fêmea?
Saía ardente, de onde se avassalam os desejos contínuos. Nas falanges. Suor. Carne que vibra dentro em mim. De baixo. Tensão. De cima. Esponja-se na ribeira brusca que nos descerra e nos inunda todos os sentidos, nos altos. Toco-me. Nas zonas últimas, sinto os teus dedos potentes. Plenos. Que me rasgam as trevas internas. Diz. Esmaga. Atiça. A brasa em ferro cai dentro deste nosso dia. Na brecha. Num lugar interior, cortam-me, as minhas orlas em fogo. Sento-te. Cego. Sinto-te. No assimétrico tesão, que na palavra em fogo te entrecruza e te desequilibra.
Espero-vos mais logo, aparecem?
Onde as minhas fantasias se desnudaram e rebentaram.
Perguntei-te, na vertigem do espasmo sísmico, onde eu e tu nos tornamos visíveis.Unidos. Preciosos.
Será apenas um clarão dos centros ou nos meus delírios de fêmea?
Saía ardente, de onde se avassalam os desejos contínuos. Nas falanges. Suor. Carne que vibra dentro em mim. De baixo. Tensão. De cima. Esponja-se na ribeira brusca que nos descerra e nos inunda todos os sentidos, nos altos. Toco-me. Nas zonas últimas, sinto os teus dedos potentes. Plenos. Que me rasgam as trevas internas. Diz. Esmaga. Atiça. A brasa em ferro cai dentro deste nosso dia. Na brecha. Num lugar interior, cortam-me, as minhas orlas em fogo. Sento-te. Cego. Sinto-te. No assimétrico tesão, que na palavra em fogo te entrecruza e te desequilibra.
Espero-vos mais logo, aparecem?
[Blog Vermelho Canalha]
Um dia
Sei dos teus cabelos desgrenhados
e das tuas mãos descobrindo-me
- aos poucos -,
perdida a timidez inicial
(confessa),
tudo foi mais simples.
Continuo a saber dos teus cabelos,
assim, desgrenhados
e das tuas mãos à minha procura;
virás, um dia, alazão e ousado,
dizer-me de mim, o que eu já soube!
Então, eu tentarei inventar-te
nas respostas que não tive.
Foto e poesia de Paula Raposo
Sistema revolucionário de rega automática de jardins
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25 fevereiro 2010
Quebranto de amor
No remanso dos teus braços
Meu amor, quero minha alma repousar
Abraça-me sem trégua
Abate esta saudade que me fustiga
Cala o silêncio com que me trajo
Arde de febre meu corpo
Trémulo, inquieto por te sentir
Percorro teu rosto na escuridão da memória
De dia e de noite, tormento meu
Desejo que me atinge como um açoite
Impudico desejo que me enlaça
Me consome e me abate
Clama vorazmente por teu ardor
Suspenso neste quebranto
Onde espero por ti, meu amor
Quero no remanso dos teus braços
Apaziguar a paixão que me devora
Que me transforma numa onda
Mareando em mil suplícios
Que me amarra o entendimento
No fundo dos teus olhos
Desamor quero afogar
Espero em devaneios meus
Este anseio apaziguar, a ti me entregar
Rio com rumo ao mar
Maria Escritos
© Todos os direitos Reservados
http://escritosepoesia.blogspot.com
Imagem: "Erotic Ballet Boots" de John Tisbury
Salomé: conto da sofreguidão
Não, eu não sou devassa; são precisos muitos amantes para repararem o que tu me danificas, para me consumirem o desejo que tu acendes, para dispersar neles todo o amor que tu me largas - a alargar - nas costelas, para lamberem onde tu feres. Não, eu não sou devassa; esta devassidão é o desejo de ti, vem da paixão, vem do amor. Esta devassidão é sexo, sim, mas é do sexo de ti, ampliada por se reflectir nos cristais do teu corpo, ampliada por se expandir nos canais da tua pele, guiada pelo teu cheiro. Não, eu não sou devassa; mas são precisos muitos, muitos amantes - pobres amantes! -para beberem tudo o que tu me fazes transbordar.
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