Primeiro foi a chuva. Só passos entre espaços.
Intervalos. E os espaços cada vez mais curtos.
Aquele que nunca fica e sempre repete. O eco.
Ele. O compasso que marca os intervalos.
O segundo veio do minuto ao chegar da hora.
Eu gosto do eco. Tem garras e ri e pouco
depois agarra-me as pernas pelos joelhos.
E agora? Por onde me queres entrar, agora?
Talvez me entres pelo fim da tarde e, então, oco
te enchas de nós. A tarde escorre o sol pelos raios
e, agora, agora que já nunca aqui se demora,
vou montando o eco da voz de um louco
que chove e chove e o tempo tão seco.