23 novembro 2010

Impudor

Voltando da saudade
- ainda - perco o perfume
que quase senti
naquela noite;
à volta de ti
- a saudade -
volto mais uma vez
a encontrar o sabor
que desejei,
no dia azul
e era o sol que aquecia
- por isso -
o impudor do sexo.

Poesia de Paula Raposo

Tal fai, tal pilho...



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22 novembro 2010

Um clássico dos Irmãos Catita para cantarem em coro nos vossos empregos

Poética sexual


... há coisas que nunca cansam...

Despe-te

Despe-te.
Despe-te da roupa e desses excessos que nada aí fazem.
Não estás habituada a estar viva? Habitua-te. Já não era sem tempo. Mas viva com um pouco mais que um coração que bate. Não vou perder tempo a explicar. Simplesmente vive.
Hoje não é o primeiro, nem o último ou sequer mais um dia. É aquele exacto dia em que decidiste fazer precisamente aquilo.
Por isso despe-te para o conseguires.
Falo-te em Anjos, ausências e indulgências, mas de nada serve porque nunca te despiste.
Ocupa a sensação de estar e a matéria de escape.
Despe-te!

As baratas são intolerantes


Alexandre Affonso - nadaver.com

21 novembro 2010

Hermes

(...) Pergunta-te, várias vezes, escondida no silêncio, porque não dorme de noite. Espera que o dia chegue, espera; talvez a noite agora seja um pouco tua, talvez seja um pouco mais tua que da lua.(...) É por isso que apagou estas linhas que aqui faltam antes que chegassem ao destinatário, apagou-as até da cabeça, porque nem sequer deve imaginar o que ser poderia ser. Confuso, talvez, mas toda a gente sabe que não há forma de desamarrar linhas da confusão de palavras à toa na cabeça dos confusos.

«O primeiro beijo» - por Rui Felício


O primeiro beijo é um momento inesquecível da vida, diferente de todos os outros que a seguir se dão, por maior que seja a paixão com que se dêem.
É a descoberta de sensações muitas vezes imaginadas mas nunca antes experimentadas. É um salto no desconhecido, é um receio, é um impulso quase irracional, é um doce sabor que perdura no tempo.
Sucedeu no jardim da minha casa, já lá vão muitos anos, mas ainda o tenho presente como se tivesse sido hoje.
Foi ao fim do dia, com o sol a declinar por trás da casa em frente. Ela, ainda muito jovem, envolta por um finíssimo e aveludado vestido carmim que lhe delineava as formas perfeitas, abriu-se lentamente à aproximação da boca sedenta que a desejava, moveu o corpo insinuante, deixou-se acariciar e sentiu-se perdida na loucura do beijo que retribuiu com ardor e paixão.
Nunca mais foi a mesma. Insaciável, todos os dias ali ficava à espera da repetição daquele primeiro beijo.
Durante muito tempo, aquele zangão apaixonado aparecia diariamente para beijar a bela rosa púrpura do meu jardim, para saborear o seu néctar doce, para sentir a carícia das suas pétalas em volta do corpo…

Rui Felício
Blog «Encontro de Gerações»

O diabo em Miss Jones

Este é um dos primeiros bronzes que eu comprei. Só que ainda não o tinha fodografado.
Só vendo-o de perto e com tempo se descobrem todos os detalhes desta cena diabólica... no bom sentido...



A virtualidade do real

crica para visitares a página John & John de d!o

Concessão papal



HenriCartoon


O Nelo esclarece... «qomu çò êl çabe»: "Per izemples cuande çe come-um-gay, Cuande çe papá-óstia e cuande çe vai eim porsição eim bisha pirilau e açim..."

20 novembro 2010

«Chore» de Justin Anderson

Curta-metragem de Justin Anderson para a marca de lingerie de luxo Damaris.

Chore Damaris by Justin Anderson from Justin Anderson on Vimeo.

O Repique do Amor

Abrupto é o repique do sino na cabeça. Quando um certo número de badaladas ecoa pela vila, mais de 14, o prenúncio de uma morte anunciada ressalta e arranca mais um pouco do que é uno.
A estaca espetada no coração onde antes era ventre, é retirada não tarda. Para deixar apenas uma pequena cicatriz.
- É só mais uma morte... não faz diferença no universo,
Não! Todas as mortes são importante e preferíveis se não o fossem. Cada esventrado tem a sua memória. Assalta o espírito e esmaga a vontade. Adultera a consciência de Ser.
Creio num mar salgado ao longe. Não se alcança daqui. Caminha!
O repique fica mais forte. A cabeça dói.
A árvore está inclinada, com as suas raízes a desprenderem-se enraivecidas porque a Terra não segura.
Segura!
Os raios de Sol, por momentos, não alcançam o solo de folhas que vão caindo da Acácia a cada badalada do sino.
O repique do sino é abrupto. Ecoa por todos os lados. Como um precipício que sabemos voltar a subir. Como uma ravina de ponte frágil.
É abrupto o repique do Verdadeiro Amor.