Foto: Shark
03 janeiro 2011
A pornografia da religião pode combater-se com o humor?
Não sei. Mas recomendo-vos a leitura do texto «Por que sou um ateu?» de Rick Gervais, trazido e traduzido pela nossa AnAndrade.
Há Dias...
Há dias em que sem percebermos porquê, como nem de onde, o céu desaba sobre os nossos dedos.
Há dias em que escrever algo sobre qualquer tema é uma tarefa espinhosa, mas se esticarmos os dedos, delineamos linhas de tristeza à velocidade do olhar.
Há dias em que a tristeza é a melhor amiga do pensamento.
Há dias em que por mais que o Sol brilhe, só a chuva nos entra nos ossos e nos faz escorrer na cara pingos que se confundem com lágrimas.
Há dias em que o astros não permitem que o maior dos esforços sejam mais do que simplesmente inglórios, na reposição da verdade.
Há dias que começamos a pensar e acabamos a reagir.
Há dias em que a alegria esperada transforma-se em cinzento, depois em negro, depois a espera, a ansiedade e a angústia, a falta de resposta, o medo e o descontrolo.
Há dias em que simplesmente o Sol e a Lua não se alinham, quando habitualmente o estão.
Há dias em que o melhor se transforma em duvidoso, e o momento passa a ser mais importante que o todo.
Há dias em que o próximo está repleto de dúvida, de desconfiança, de incerteza e de medo.
Há dias em que o coração fica tão apertado que aí percebemos que o importante se sobrepõe ao urgente.
Há dias em que um singelo momento assume a importância de outras tantas dezenas de direcção oposta.
Há dias em que as pernas tremem sem prazer, o coração acelera sem excitação, as pálpebras piscam sem alegria, os olhos fecham sem sono, a expressão facial cai, as costas dobram, os braços ficam pesados, os movimentos lentos, o cérebro pára, a visão das coisas perde cor, o pescoço dói, o peito aperta, o cigarro abunda e uma discreta lágrima sofrida cai num sobressalto de tristeza.
Há dias...
Há dias em que escrever algo sobre qualquer tema é uma tarefa espinhosa, mas se esticarmos os dedos, delineamos linhas de tristeza à velocidade do olhar.
Há dias em que a tristeza é a melhor amiga do pensamento.
Há dias em que por mais que o Sol brilhe, só a chuva nos entra nos ossos e nos faz escorrer na cara pingos que se confundem com lágrimas.
Há dias em que o astros não permitem que o maior dos esforços sejam mais do que simplesmente inglórios, na reposição da verdade.
Há dias que começamos a pensar e acabamos a reagir.
Há dias em que a alegria esperada transforma-se em cinzento, depois em negro, depois a espera, a ansiedade e a angústia, a falta de resposta, o medo e o descontrolo.
Há dias em que simplesmente o Sol e a Lua não se alinham, quando habitualmente o estão.
Há dias em que o melhor se transforma em duvidoso, e o momento passa a ser mais importante que o todo.
Há dias em que o próximo está repleto de dúvida, de desconfiança, de incerteza e de medo.
Há dias em que o coração fica tão apertado que aí percebemos que o importante se sobrepõe ao urgente.
Há dias em que um singelo momento assume a importância de outras tantas dezenas de direcção oposta.
Há dias em que as pernas tremem sem prazer, o coração acelera sem excitação, as pálpebras piscam sem alegria, os olhos fecham sem sono, a expressão facial cai, as costas dobram, os braços ficam pesados, os movimentos lentos, o cérebro pára, a visão das coisas perde cor, o pescoço dói, o peito aperta, o cigarro abunda e uma discreta lágrima sofrida cai num sobressalto de tristeza.
Há dias...
Postalinho da Quinta da Água da... quê?!
"Olá São!
Placa toponímica no concelho de Chamusca.
Boas entradas e saídas.
JCL
É rata: A olhar com atenção para a placa, vejo agora que há um espaço maior entre o “da” e a “rata”.
Cabrões, rasparam uma letra e fintaram-me em primeira instância. Voltei a olhar com olhos de ver para a fotografia dado o carácter bizarro, improvável, desta conjugação de termos. E foi então que reparei. Se calhar, assim deixa de ter interesse erótico-etnográfico. Não vem mais vinho para esta mesa, eu sei."
Placa toponímica no concelho de Chamusca.
Boas entradas e saídas.
JCL
É rata: A olhar com atenção para a placa, vejo agora que há um espaço maior entre o “da” e a “rata”.
Cabrões, rasparam uma letra e fintaram-me em primeira instância. Voltei a olhar com olhos de ver para a fotografia dado o carácter bizarro, improvável, desta conjugação de termos. E foi então que reparei. Se calhar, assim deixa de ter interesse erótico-etnográfico. Não vem mais vinho para esta mesa, eu sei."
Prostituição - 2011
Apetece-me lançar âncoras em 2010, não deixar este ano partir. 2011 já espreita, consigo ver-lhe o corpo à porta, a cauda agitada, as cores pouco brilhantes. De uma forma muito simples, esta é a correlação e a página onde se vão escrever os próximos meses: menos dinheiro nos bolsos diminui o número de clientes, menos dinheiro nos bolsos e há mais mulheres que decidem prostituir-se. De uma forma ainda mais simples: menos bolo e mais gente para dividir as fatias. As consequências são evidentes, deixo uma ou duas, apenas: cada vez mais mulheres que, ainda que se prostituam, não conseguem viver sem dificuldades, cada vez mais mulheres vão ceder a cada vez mais exigências torpes de torpes clientes (coito sem protecção, fantasias agressivas, etc.), mais assaltos, mais clientes que fogem sem pagar, mais mulheres a praticar preços degradantes que as forçarão a atender um número sobre humano de clientes – se esse número existir (!) – para ganhar um valor absurdo... E isto não vai acontecer num qualquer mundo à parte, é cada vez mais o habitual a prostituta ser a vizinha do lado, a prima, a irmã, a namorada, a esposa. Podem responder-me que a minha visão é pessimista, espero achar o mesmo quando a realidade me visitar; se alguém tiver algum cenário mais optimista como provável, faça o favor de me dizer. Que Deus olhe por nós, ou a Sorte, como preferirem; eu tenho por certo que esta realidade – mais uma vez – não vai olhar.
02 janeiro 2011
«Beijo Francês»
Ficção de Paulo F. Camacho - 2009 - 10 min
Com Álamo Facó, Isabela Meirelles
O tecido da intimidade de um casal que se depara com o que não tem solução: a solidão, em estado bruto.
Link directo para o filme aqui.
Com Álamo Facó, Isabela Meirelles
O tecido da intimidade de um casal que se depara com o que não tem solução: a solidão, em estado bruto.
Link directo para o filme aqui.
Ocaso Lunar
Perdoa-me Lua, quando penso nele, penso em mim e os candeeiros acendem-se lá fora; um estranho grita ao passar aqui mas eu nem o vejo ou talvez o veja como um espelho porque um embriagado pode ser reflexo de mim. Perdoa-me Lua, quando penso em mim, penso nele e não tenho falado contigo, cessaram-me os diálogos, este interminável monólogo leva-me ao sono que me deixa sonhar; não me quero lembrar que uma vez me viraste as costas, quiseste-me só para ti quando eu precisei de voar e tudo voou de mim enquanto te obrigava a virar. Perdoa-me Lua por tanto me ir embora, sei que o mundo está lá fora mas entro quando penso porque nos penso aqui dentro, é assim que adormeço e, desta vez, é no sonho que vou acordar. Perdoa-me Lua, eu sei e juro que nunca te vou deixar; acredita Lua, tu podes acreditar porque este humano foi o que eu amei durante um ocaso Lunar.
«O amor mudou» - por Rui Felício
Tempos houve em que eu estava sempre onde houvesse amor. Inseparável dele.
Sem ele, eu ficava solto, perdido, inútil...
Éramos como unha com carne. A unha precisa do apoio desta para existir, e esta carece da protecção daquela para não se ferir.
Assim era eu com o amor. E ele comigo...
Eu fazia parte integrante desse belo e nobre sentimento. Senti-lo, era sentir-me. Avaliarem-no, era avaliarem-me. O amor sem a minha companhia era incompleto, sem chama, algo insípido a que faltava o tempero doce da minha presença.
Mas os tempos mudaram!
Agora, o amor é olhado por mim da parte de fora. Sou um simples e longínquo observador, não o integro, não lhe pertenço, não o sinto a aquecer-me o âmago.
E quando, a espaços, procuro que nos tornemos de novo num só, indissociáveis, como era antigamente, o amor dos tempos de hoje afasta-me, repele-me, expulsa-me, ri-se das minhas pretensões antiquadas. Recorda-me que eu não evoluí no tempo, que tenho de me actualizar, que preciso de olhar o presente.
Diz-me que tenho de perceber que o amor de hoje não é igual ao de antigamente. Que hoje ele é menos convencional, mais moderno, menos complicado e, por isso mesmo, mais livre.
Argumentei-lhe que a inteligência, por exemplo, se me manteve fiel, mas o amor respondeu-me que não faltará muito para que essa presunçosa, vaidosa e esdrúxula peneirenta me abandone também.
Faço um esforço, conformo-me a custo, mas quando o apanho distraído, aproveito e envolvo-o na minha capa protectora. Nem que seja por breves instantes!
Porque, enquanto eu viver, nunca deixarei de ser o acento circunflexo que o antigo “amôr” repudiou...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
01 janeiro 2011
Queca
O beijo de despedida
ateou o fogo latente:
despimo-nos à pressa
e fomos para a cama ali ao lado.
Foi rápido demais.
Ficaste a dever-me uma:
não te esqueças!
Poesia de Paula Raposo
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