[blog Libélula Purpurina]
26 maio 2011
25 maio 2011
O (eco)ponto final
Ficou a observar à distância que o tempo lhe permitia aquele passado que desconhecia quando estava presente naquilo que acreditava ser o princípio de imensos amanhãs.
Percebeu o que não percebia por entre o breu do que lhe dizia a imagem distorcida pelo calor da sua paixão assolapada, a cegueira que cobria os ângulos menos bons destapada pela poeira que entretanto assentou.
Ficou a ver o quanto lhe passou ao lado naquele tempo falsificado pelas emoções que transcendiam as desilusões no confronto directo, o olhar mais atento sobre os pormenores desconexos que a lógica desarmada pelos sentimentos complexos impedia de descortinar por entre a realidade paralela para lá do véu pintado da cor do céu despido das nuvens que afinal já o cobriam então.
Ficou a olhar, vendado o coração, as imagens que conseguira conservar desse tempo até chegar ao momento em que a mente lhe recomendou a abordagem ecológica, a reciclagem psicológica de todos os detritos acumulados.
Passou, então, a colocar cada imagem, cada emoção, no seu devido lugar. Espaços imaginários pintados nos tons necessários para distinguir o lugar mais indicado para despejar o que apenas atrapalhava a arrecadação atafulhada com caixas de papelão poeirentas.
Despejou no contentor verde os cacos do amor de verdade que afinal apenas sonhou e depois dirigiu-se ao amarelo para lá deixar cada imagem que percebia não passar de uma embalagem para presentes envenenados, para momentos condenados pela sua autenticidade de loja do chinês, plásticos baratos dos quais se desfez com enorme alívio interior, pintados com tintas tão tóxicas que faziam lacrimejar como cebolas aquele olhar de crocodilo que sorria para a objectiva fotográfica da memória que lhe permitia agora entender toda a história como uma fantasia juvenil que rasgava para dentro do espaço azul, o papel secundário, o mesmo que lhe merecia quem achava que podia escolher o elenco a seu bel-prazer e o guião gatafunhado com frases de um amor inventado à medida de um ciúme que dava jeito como um magneto instalado no peito para manter interessado um outro alvo qualquer do seu coração de metal e para manter as aparências que disfarçavam as evidências de uma natureza batoteira, profundamente desleal.
Janela Indiscreta
A lua espreita à janela da sua casa de nuvens feita de Janeiro
a Lua acende a luz do seu candeeiro
e espreita; só quando a Lua é beleza indiscreta
se mostra tão esplêndida, tão perfeita.
Ainda faltam onze dias para o mês de Fevereiro
mas o mistério da Lua já seduz, já despe o mês inteiro,
o que ainda lá vem, já a Lua nos grita
e dita; escuta e vê e sente e escreve, acredita, Poeta!
a Lua acende a luz do seu candeeiro
e espreita; só quando a Lua é beleza indiscreta
se mostra tão esplêndida, tão perfeita.
Ainda faltam onze dias para o mês de Fevereiro
mas o mistério da Lua já seduz, já despe o mês inteiro,
o que ainda lá vem, já a Lua nos grita
e dita; escuta e vê e sente e escreve, acredita, Poeta!
Parabéns, letrinhas do Webcedário!
"A Editorial Bizâncio tem o prazer de o/a convidar a participar na verdadeira sopa de letras que será o lançamento do livro «Webcedário», dia 2 de Junho, pelas 18h30 nas Docas (Espaço Artes & Etc, Doca de Sto Amaro - Lisboa).
Venha passar um bom bocado na companhia das vogais mais sonantes e das consoantes mais famosas das redes sociais.
Descubra o poder das letras e, entre muitos copos, graças e graçolas e alguns desafios divertidos, descubra como afinal não é precisa muita ciência para se pertencer ao mundo das letras!"
Venha passar um bom bocado na companhia das vogais mais sonantes e das consoantes mais famosas das redes sociais.
Descubra o poder das letras e, entre muitos copos, graças e graçolas e alguns desafios divertidos, descubra como afinal não é precisa muita ciência para se pertencer ao mundo das letras!"
24 maio 2011
Sátiras e erotismos de versos despidos - noite com poemas
O nosso Mestre Dom Orca organiza as Noites com Poemas e, para a 64ª edição, juntou dois temas que tanto se atraem como se repelem: sátira e erotismo.
Foi uma bela noite, com a sala bem composta para ouvir o Jorge Castro a declamar poemas, o Capê a apresentar o seu livro «Ó Simpático, Vai Um Tirinho?» e a nossa Miss Joana Well, que se apresentou e ao seu livro «Brinquedo de Estranhos, Marioneta de Sonhos» de forma literalmente brilhante.
Depois de um breve intervalo para autógrafos, os resistentes gramaram com algumas músicas da Tuna Meliches, numa verSão MineTuna (Paulo Moura e Carlos Car(v)alho). A malta alinhou toda no karalhoke, atenuando um pouco os falsetes do Paulo «Cigano» Moura.
O Eduardo Martins leu este poema de sua autoria, dedicado à noite de versos despidos e com bolinha vermelha ao canto superior direito (para quem entrava... embora ali ninguém entravasse ninguém):
"Soneto experimental
Neste mundo em que me meto
De desnudada temática,
Não tendo nenhuma prática,
Atiro-me logo a um soneto!
Escrita de Versos Despidos
Em Sátiras e Erotismos?
Onde estão os moralismos
Em que fomos instruídos?
Versos Despidos, com o frio,
E a neblina matinal!
E o vento que vem do rio!
Eu não lhes desejo mal!
Não os quero fracos, sem pio,
Vistam-se! Ponto final!
Eduardo Martins
Carcavelos, Maio 2011"
No blog Sete Mares, do OrCa, têm uma reportagem bem mais completa.
E a Miss Joana Well pôs por escrito o que lá disse... para quem não pôde estar presente.
Foi uma bela noite, com a sala bem composta para ouvir o Jorge Castro a declamar poemas, o Capê a apresentar o seu livro «Ó Simpático, Vai Um Tirinho?» e a nossa Miss Joana Well, que se apresentou e ao seu livro «Brinquedo de Estranhos, Marioneta de Sonhos» de forma literalmente brilhante.
Depois de um breve intervalo para autógrafos, os resistentes gramaram com algumas músicas da Tuna Meliches, numa verSão MineTuna (Paulo Moura e Carlos Car(v)alho). A malta alinhou toda no karalhoke, atenuando um pouco os falsetes do Paulo «Cigano» Moura.
O Eduardo Martins leu este poema de sua autoria, dedicado à noite de versos despidos e com bolinha vermelha ao canto superior direito (para quem entrava... embora ali ninguém entravasse ninguém):
Neste mundo em que me meto
De desnudada temática,
Não tendo nenhuma prática,
Atiro-me logo a um soneto!
Escrita de Versos Despidos
Em Sátiras e Erotismos?
Onde estão os moralismos
Em que fomos instruídos?
Versos Despidos, com o frio,
E a neblina matinal!
E o vento que vem do rio!
Eu não lhes desejo mal!
Não os quero fracos, sem pio,
Vistam-se! Ponto final!
Eduardo Martins
Carcavelos, Maio 2011"
No blog Sete Mares, do OrCa, têm uma reportagem bem mais completa.
E a Miss Joana Well pôs por escrito o que lá disse... para quem não pôde estar presente.
Falar de amor
Falar de amor
não me perturba;
é uma simples
esperança
que me leva no vento,
na maré
ao encontro da lua.
Falar de amor
é permanecer
boquiaberta
perante o desconhecido;
é - talvez -
beijar o (in)feliz
prenúncio
do futuro.
Poesia de Paula Raposo
O Alfredo e a Daisy estragam-me com mimos...
... mas acautelam a minha saúde porque bebem o vinho «Pelada» (da região demarcada do Dão, 2003) antes de me oferecerem a garrafa para a colecção.
Quem São os amigos, quem São?
Quem São os amigos, quem São?
23 maio 2011
Noite de Poemas by Kikas (Repórter Estrábica)
Eram 19:30 e um trânsito caótico na capital do Império. O motorista ligou-me, muito preocupado, porque estava engarrafado, algures entre o Rato e a Gare Oriente. Entretanto, o JF chegou empolgadíssimo porque vai participar no campeonato mundial de Frisbee e então aproveitamos para discutir tácticas de defesa e ataque que são comuns a qualquer desporto com ou sem bola. Em seguida fomos apanhar a Libelita a Santa Apolónia ... esta mulher é unica e com um manancial de histórias divertidíssimas para contar.
Novidade em primeiríssima mão, a Tita tem uma gravidez psicológica, diagnosticada pela ginecologista ... perdão, pela vet, isso quer dizer que , psicologicamente falando, ela vai ser avó, lololol.
Depois, ficamos a saber que a Libelita descobiu uma nova griffe de “alta sapataria” que se chama “Osga Shoes”. Pois é, enquanto se preparava para o evento, descobriu que dentro do sapato, tinha uma estranha sensação de fofura, o que não a impediu de se maquilhar e vestir com uma simpática osga dentro do sapato. Após verificar que, ortopedicamente, o bichinho estava em perfeito estado de conservação e de ter dado uma beijoca à Tita, lá veio ter connosco, feliz e contente porque o zoo ficava muito bem entregue em ... auto gestão.
Em seguida fomos apanhar a Joana e enquanto esperávamos pela caracterização, a Libelita deu-nos uma lição de “cuisine gourmet” digna duma parceria Isabel do Carmo/Filipa Vácondeus (ou pra outro sítio qualquer). Aproveitei para dar umas dentadas num chausson de maça que tinha na mala (porque nem sequer tive tempo de jantar) e levei logo uma reprimenda de não sei quantas kilo calorias que até me ia engasgando.
Finalmente chegou a Joana, absolutamente deslumbrante, um misto de Madame Pompadour e Cinderela ... um trabalho de maquilhagem artística absolutamente fantástico (a Maria João transforma pessoas em arte viva).
Mais umas voltinhas e chegámos finalmente à Biblioteca de S. Domingos de Rana. Beijinhos e abraços, ao Paulo Moura, Carlos Car(v)alho, Orquita e Paulinha Raposo. Finalmente, ei-la que chega a Poesia, às vezes poderosa, interventiva, solidária outra vezes, subtil, erótica, amante mas sempre sequiosa de quem a leie e divulgue.
Chegou o momento dos autógrafos ... muito brilho, luz e emoções. A Joana escreveu-me uma dedicatória linda e diz que sente um grande orgulho em conhecer uma mulher como eu. Pois eu tive o privilégio de conhecer uma grande escritora mas, muito mais importante que isso, conheci uma grande MULHER. Parabéns Joana, que este seja o início de um ciclo em que as palavras soltas combatam as mentalidades banais e (i)morais.
Finalmente, tivemos cantigas e sinceramente... a TunaMeliches ajavardou completamente uma noite em que era suposto dedicarmo-nos exclusivamente à cultura. E o miúdo, coitado, corou até às orelhas e até encravou o powerpoint no toshiba! Num havia nexexidade... até a Sãozinha estava caladinha ao canto da sala, completamente inibida, acho que ninguém deu por ela, nem tugiu nem mugiu, hahahahaha!
Uma coisa é certa, embora beneficiados pela excelente acústica da sala, o Paulo, o Carlos e o Orca deram show, abençoadas vozinhas e manitas ... violaram até ficarem com os deditos dormentes, caragu!!!!!!!!
Adorei, adorei, adorei e estou desejando conhecer o resto da Tuna. Até Julho e façam favor de levar o Ricardo Esteves. Ele diz que tem de tirar os dentes do siso... tretas, quem lhe arranca os dentes sou eu se ele faltar ao Encontrão.
Novidade em primeiríssima mão, a Tita tem uma gravidez psicológica, diagnosticada pela ginecologista ... perdão, pela vet, isso quer dizer que , psicologicamente falando, ela vai ser avó, lololol.
Depois, ficamos a saber que a Libelita descobiu uma nova griffe de “alta sapataria” que se chama “Osga Shoes”. Pois é, enquanto se preparava para o evento, descobriu que dentro do sapato, tinha uma estranha sensação de fofura, o que não a impediu de se maquilhar e vestir com uma simpática osga dentro do sapato. Após verificar que, ortopedicamente, o bichinho estava em perfeito estado de conservação e de ter dado uma beijoca à Tita, lá veio ter connosco, feliz e contente porque o zoo ficava muito bem entregue em ... auto gestão.
Em seguida fomos apanhar a Joana e enquanto esperávamos pela caracterização, a Libelita deu-nos uma lição de “cuisine gourmet” digna duma parceria Isabel do Carmo/Filipa Vácondeus (ou pra outro sítio qualquer). Aproveitei para dar umas dentadas num chausson de maça que tinha na mala (porque nem sequer tive tempo de jantar) e levei logo uma reprimenda de não sei quantas kilo calorias que até me ia engasgando.
Finalmente chegou a Joana, absolutamente deslumbrante, um misto de Madame Pompadour e Cinderela ... um trabalho de maquilhagem artística absolutamente fantástico (a Maria João transforma pessoas em arte viva).
Mais umas voltinhas e chegámos finalmente à Biblioteca de S. Domingos de Rana. Beijinhos e abraços, ao Paulo Moura, Carlos Car(v)alho, Orquita e Paulinha Raposo. Finalmente, ei-la que chega a Poesia, às vezes poderosa, interventiva, solidária outra vezes, subtil, erótica, amante mas sempre sequiosa de quem a leie e divulgue.
Chegou o momento dos autógrafos ... muito brilho, luz e emoções. A Joana escreveu-me uma dedicatória linda e diz que sente um grande orgulho em conhecer uma mulher como eu. Pois eu tive o privilégio de conhecer uma grande escritora mas, muito mais importante que isso, conheci uma grande MULHER. Parabéns Joana, que este seja o início de um ciclo em que as palavras soltas combatam as mentalidades banais e (i)morais.
Finalmente, tivemos cantigas e sinceramente... a TunaMeliches ajavardou completamente uma noite em que era suposto dedicarmo-nos exclusivamente à cultura. E o miúdo, coitado, corou até às orelhas e até encravou o powerpoint no toshiba! Num havia nexexidade... até a Sãozinha estava caladinha ao canto da sala, completamente inibida, acho que ninguém deu por ela, nem tugiu nem mugiu, hahahahaha!
Uma coisa é certa, embora beneficiados pela excelente acústica da sala, o Paulo, o Carlos e o Orca deram show, abençoadas vozinhas e manitas ... violaram até ficarem com os deditos dormentes, caragu!!!!!!!!
Adorei, adorei, adorei e estou desejando conhecer o resto da Tuna. Até Julho e façam favor de levar o Ricardo Esteves. Ele diz que tem de tirar os dentes do siso... tretas, quem lhe arranca os dentes sou eu se ele faltar ao Encontrão.
«Ponto Quê?» - o primeiro livro da Vânia Beliz, a nossa sexóloga favorita
"Às vezes tememos não conseguir perseguir os sonhos, porque temos dias em que tudo parece roubar a nossa energia de continuar.
Às vezes achamos que sonhamos de mais e que não é para nós.
Às vezes invade-nos a lucidez, reencontramos a coragem, não desistimos, e é assim que concretizamos o que sonhamos, como hoje!
Finalmente, o meu PONTO QUÊ? está terminado! Que feliz estou em partilhar esta conquista com todos.
Dia 25 de Maio estarei em Lisboa, no Tea Room LA Caffe, na Avenida da Liberdade (junto ao São Jorge) pelas 18:00 horas, a apresentar o meu primeiro livro.
Envio o convite para que possam marcar nas vossas agendas este dia tão especial e para vos desafiar a um encontro, lá.
Porque, às vezes, há dias que a felicidade não nos cabe no peito, e por isso, temos de a repartir.
Obrigada
Vânia Beliz"
sátiras e erotismos de versos despidos
Era o dia 20 de Maio, pelas 21h30, a noite bela e a Lua cheia...
Contra o obsceno da informação que nos assola em cada momento, contra o hipócrita moralismo, contra os canhões, se quiserem, ou contra os barões, contra os bretões e os espertalhões, mas sempre, sempre em favor de uma vida - está bem, está bem, ponham lá Vida com maiúscula - por todos merecida, juntou-se uma belíssima mão-cheia de interessados concidadãos em torno do desafio lançado na mais recente sessão das Noites com Poemas, na Biblioteca de Tires-São Domingos de Rana: Sátiras e Erotismos de Versos Despidos.
Em cena disputavam-se os seguintes desafios:
- Carlos Pedro (cápê) - autor de Antes Abril Depois e de Ó Simpático, Vai Um Tirinho? (edições de autor)
- Miss Joana Well - com o lançamento do seu livro Brinquedo de Estranhos, Marioneta de Sonhos (edição da Apenas Livros)
- Paulo Moura (que apresentou à comunidade Miss Joana Well... com raro e persistente brilho, aliás - ainda que nas filas mais afastadas alguns se tivessem queixado de que a conversa estava tão íntima que pouco lhes chegava, pelo que tiveram de imaginar parte do enredo - o que não deixou de ser um exercício erótico)
- Uma versão despojada mas nem por isso menos aguerrida da Tuna Meliches, promovendo um descante trauliteiro e desafiador, apelando à participação de todos, que muito engrandeceu os espíritos.
Não pretendendo ser esta mais do que mera referência à efeméride, para memória futura, por ter contado com vários dos participantes nesta excelentíssima Funda e, eventualmente, para suscitar que este exemplo frutifique e se multiplique através de quem se afoite e invente cumplicidades, aqui fica o registo.
Sei apenas dizer que as presenças chegaram a rondar as cem almas - todas elas puras ou purificadas - e já passava da 1h30 do dia 21 de Maio quando foram encerradas as hostilidades, a contragosto, ainda, de muitos.
Sei apenas dizer que as presenças chegaram a rondar as cem almas - todas elas puras ou purificadas - e já passava da 1h30 do dia 21 de Maio quando foram encerradas as hostilidades, a contragosto, ainda, de muitos.
E assim foi. E quem não foi, fosse!
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