21 junho 2011

Ímpeto

Desnudo-me
no ímpeto da tua língua,
na vida que pulsa
nas tuas veias
ao som de um trompete;
regresso ao nu integral
que me desenhas
ao ouvido,
no poema que já sei
dos teus dedos:
é o rio que mergulha
em ti
- a louca memória -
num gemido único.

Poesia de Paula Raposo

Trio de mulheres - fivela de cinto

Uma compra fresquinha para a minha colecção.
"DANCE CENTRE - OP - LONDON"
11,5cm X 7,5cm
Atrás, tem gravada uma cabeça de índio e Montauk - Silver Company - Pairchild & Johnson




20 junho 2011

E depois a tarada sou eu!

Um colega meu esteve numa pousada de Portugal, num destes fins de semana. Na 2ª feira seguinte, trouxe-me esta revista «4 Senses»:


- Ó São, esta capa o que é que parece?
- Não me parece nada...
(parecer, parecia, mas não se pode dar o flanco a esta malta)


E é que parece mesmo!
Mas não se ficou pela capa. Abriu a revista na página 30 e mostrou-me esta imagem da serra do Caramulo:


- Ó São, já viste a quantidade de caralhos nesta foto? Pelo menos três!
O mundo está perdido! Esta malta anda em muito más companhias...

Técnica de Engate em 10 Passos


1. Puxe o carro atrás até o gancho ficar alinhado com o gancho de encaixe da roullote.
2. Retire a presilha de segurança da zona de encaixe da roullote.
3. Suba, com um macaco próprio, a parte frontal da roullote.
4. Recue o carro 10 a 15 centímetros até o gancho ficar debaixo do encaixe da roullote.
5. Desça lentamente a parte frontal da roullote até esta encaixar no gancho do carro.
6. Quando ouvir um clique, significa que já está tudo encaixado.
7. Prenda o cabo de aço de segurança da roullote ao carro.
8. Ligue o cabo da energia da roullote ao carro.
9. Verifique se as luzes de stop e os piscas estão a funcionar correctamente.
10. Se estiver tudo em ordem, arranque calmamente e faça boa viagem.

A melhor desculpa de sempre

Tantas utilidades tem a malinha de mão...


19 junho 2011

a igualdade está a passar por aqui


(até os cães foram marchar! rauf rauf!)



não fui marchar [imperativos domésticos, daqueles nada eróticos] mas a amiga do twitter @aminhabola fez o favor de partilhar algumas fotografias do Marcha do Orgulho LGBT.

e a liberdade, meus senhores, desceu do Princípe Real, avançando por essa LESboa fora :)

Piadas em topless da Playboy - Aboborinha

Colagens

Meu amor
vamos caminhar
vamos passear
enquanto gostamos de o fazer juntos
Tudo muda, sim, meu amor
e o amor também
mas talvez assim possa desfolhar bem
como os dias mais que perfeitos
de um Outono muito intenso, já maduro,
já muito longe dos tons da Primavera
porque é neles, meu amor, que, em vez da paixão,
em vez de soluços incertos do coração
a minha noite espera
o teu abraço terno, o teu colo seguro.
Meu amor
vamos criar
e depois guardar
memórias inteiras dos nossos fragmentos.



«Amor utópico» - por Rui Felício


Envolveu sem pressa as curvas generosas do seu corpo com a toalha macia de feltro.Em movimentos suaves como carícias, aquela mulher voluptuosa ia secando a pele húmida, convidativa, nos mais recônditos lugares, com uma destreza que jamais nenhum amante seria capaz de fazer.
Fechou a janela para impedir que o vapor quente da água se escapasse da casa de banho.
Olhou o espelho que reflectia a sua imagem desde o rosto até um pouco abaixo da cintura.
A sua curiosidade feminina levou-a a deixar cair a toalha e observou-se demoradamente...
Com os olhos fixos no espelho perguntou-se mentalmente a si mesma o que procurava ela.
Algum enigmático segredo se mantinha oculto e inexplicado. Uma mulher era apenas aquilo que ela estava a ver? Um belo mas simples corpo? Um invólucro de nada? Não seria necessário redefinir as concepções de pecado, de amor, de humanismo, de vida?
Alguma célula mal concebida não estaria em falta ou perdida por um erro de paralaxe que tudo distorcia? Que estranho que ela se sentisse apenas e só aquilo que via!
A ígnea neblina do vapor de água ia tornando a imagem no espelho menos nítida. Sacudiu a cabeça, abandonou estes pensamentos e procurou os chinelos. Claro que não há mais nada, pensou conformada. Virou as costas ao espelho e saiu da casa de banho...

O espelho quis chamá-la, explicar-lhe. Ela não era só o que ele lhe mostrava na sua gelada e estática postura. Aquele corpo seria diferente, quando ela percebesse a verdade mais irrefutável. A verdade do amor que ela nunca teve...
Desgraçadamente, o espelho sofre o seu idílio sem esperança, a indiferença daquela bela mulher dói-lhe, mas a sua rigidez não a atrai. Todos os dias a vê, nua, apetecível, mas nada pode fazer. Será que ela não percebe que não é ele que a reflecte mas sim ela que o reflecte a ele?
Se por dentro da sua superfície brilhante circulassem vasos sanguíneos, o espelho teria empalidecido quando, subitamente, a viu regressar à casa de banho de onde tinha acabado de sair. Teria ela percebido os seus pensamentos? Teria ouvido os seus sussurros? Teria compreendido o seu drama, o seu amor por ela? Inquietou-se, receoso mas esperançado.
Ouviu-a murmurar enquanto desligava o interruptor, que seria certamente por ela se esquecer tantas vezes de apagar a luz da casa de banho que a conta da electricidade era sempre tão alta no fim do mês.
Deixou o espelho na escuridão. Sem a sua imagem, sem pensamentos românticos, sem utopias, ele nada poderia agora reflectir. Tornou-se nada...
Voltou a ser uma massa fixa à parede sem objectivos, sem significado, como um peito vítreo, sem amor.
Foi então que todas as pequenas gotas do vapor de água começaram a deslizar pela face nua do espelho.
Como lágrimas...

Rui Felicio
Blog Encontro de Gerações

Queimem, queimem!

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