Ao longo dos anos, comprei algumas bengalas e pegas de bengala. Encontrei finalmente quem me colocasse um cabo em madeira nas pegas que ainda não o tinham.
Digam lá conão ficaram lindas, as minhas oito bengalas?
28 junho 2011
27 junho 2011
Havemos de fazer um Encontra-a-Funda em Ponte de Lima, na «Tasquinha das Fodinhas Quentes»
... mas para já, o 15º Encontra-a-Funda é em Coimbra.
Com o apoio de sempre da
e o Licor Beirão não nos deixa passar sede
26 junho 2011
«Em Coimbra há muitos anos...» - por Rui Felício
Tinha idade para ser meu pai. Ou mesmo avô. Era um daqueles homens a quem é difícil adivinhar a idade.
Já estivera em Peniche, condenado por actividades subversivas contra o Estado, onde o tempo tinha parado uns anos.
Trazia sempre consigo uns papeis rabiscados com letras que ia fazendo para canções de protesto contra o regime. Mas só conseguia fazer-se ouvir na pacatez do seu humilde quarto alugado da Rua das Padeiras, e depois de cuidadosamente se certificar que a malta que o escutava era de confiança.
Frequentava a Democrática e não regressava a casa sem passar pela Rua Direita onde, dizia ele, o Salazar com uma simples assinatura tinha decretado a extinção legal das prostitutas, transformando-as em mulheres de “vida fácil”!
A velha viola parecia gritar de revolta quando os seus dedos inábeis lhe martelavam as cordas, acompanhando, dissonantes, os versos que ele cantava com voz rouca e os olhos em alvo.
Garantia-nos, esperançado, que um dia a sua voz poderia ser ouvida em inteira liberdade.
Com o 25 de Abril, aprestou-se para cantar em comícios e sessões de esclarecimento, mas nunca conseguiu fazer-se ouvir como sonhara.
Desculpava-se dizendo a quem com ele privava:
"Antes da revolução as minhas canções esbarravam contra a ditadura.
Agora que sou livre, esbarram contra a dentadura..."
Rui Felicio
Blog Encontro de Gerações
Nudez
Deita os olhos na minha nudez
adormece-os, diz-me como vês
o desejo que nos encontra a pele
nada há de mais cruel
nada há de mais doce
E ainda que tudo o que visses fosse
um hino inteiro à candura
entoado pela tortura
que empalidece a lucidez
os teus olhos parecem-me dez
presos nos dedos feitos de mel
prendem-me o corpo, foi-me infiel
já não é meu, e o que tu vês
mesmo vestida, chama-se nudez.
adormece-os, diz-me como vês
o desejo que nos encontra a pele
nada há de mais cruel
nada há de mais doce
E ainda que tudo o que visses fosse
um hino inteiro à candura
entoado pela tortura
que empalidece a lucidez
os teus olhos parecem-me dez
presos nos dedos feitos de mel
prendem-me o corpo, foi-me infiel
já não é meu, e o que tu vês
mesmo vestida, chama-se nudez.
25 junho 2011
Subscrever:
Mensagens (Atom)