«Insubmissa - o lado errado numa linha imaginária - poesia de final do Verão entre romãs e açucenas»... é o título (com subtítulo e subsubtítulo que até nos obriga a respirar a meio) do sexto livro da Paula Raposo, a menina que sempre achou que não escreve poesia erótica... e aqui n'a funda São já vai em mais de 200 (sim, duzentos) poemas publicados.
A vertente masoquista da Paulita levou-a a convidar-me para escrever o prefácio deste livro, publicado agora de fresco pela Chiado Editora, na colecção «Prazeres Poéticos». Lá fiz o que pude (muito pouco, mas com muita boa vontade). Para vos açuçar o apetite (ou tirá-lo, sabe-se lá), deixo-vos aqui alguns excertos desse meu prefácio:
" (...) – Os meus poemas, eróticos?! Para mim, nada daquilo tem erotismo algum... – responde-me sempre ela. Mesmo depois de o Luís Gaspar lhe dedicar um dos programas da sua Poesia Erótica. Ai, não?! "Imprevisível, apeteces-me / e nesse apetite (voraz) / deixo sempre um pouco de mim" («Amarrotada») e "das palmas das mãos / saem as palavras / mais belas" («Sexo»).
Nem preciso de fazer eu a introdução que esta Mulher Real, quase "transparente", encarrega-se disso: "Trago-te comigo / lança cravada fundo" («Dias»), "reviramos / o desejo na volta / de uma serra" («Feliz») e "quero (...) / que me dedilhes / incessante / todos os poros / que se abrem às tuas mãos" («Amor Que Faço»).
Sempre vi na poesia da Paula um erotismo melancólico, claramente biográfico. E aqui aparece também, em cada esquina entre versos: "a memória e o sonho / imortais de um desejo" («As Vidas»)... "deixarei o meu cheiro: / reconhecerás o caminho" («Barro»)...
(...)"
O livro pode ser encomendado à autora para o seu e-mail: mapaularaposo@gmail.com. O custo é de € 10 + portes.