25 outubro 2011

«Humor e erotismo» - por Eduardo Martins (Ejamart)

"Um ditado popular afirma que as palavras são como as cerejas. Parto do princípio que se quer constatar, com isso, que vêm umas atrás das outras. Algumas mentes mais atreitas a associações ditas perversas, irão logo imaginar as palavras todas alinhadinhas, umas atrás das outras, em fila indiana, de preferência todas nuas ou, como se dizia na tropa, “em bicha de pirilau”. Bem! Esta aqui começa a ter outras conotações, que na tropa nem se punham durante muito tempo, porque aquilo era tudo muito macho! Agora é que não, que também já lá há “gado rachado”! Claro que também as tais mentes mais atreitas a tal e tal... pensam logo em comboios e em “pegar de empurrão”! Mas será que aquelas cabecinhas não param?!
Há quem diga - não me lembro se foi aquele senhor alemão, o… não, não, não é o Alzheimer, é o outro... o Segismundo, o… Freud! Bolas! Para não vociferar com F! (e penso que este não é ditado popular nem mito urbano) - “que o sexo está na cabeça”.
Ele pôde dizer o que lhe apeteceu, mas o que é certo é que, cada vez que olho para uma cabeça, masculina ou feminina ou do terceiro sexo, posso ver muitos arrebiques e acessórios, mas que me lembre (e vamos ser comedidos…) um órgão sexual masculino ou feminino na testa de alguém, ou mesmo um ânus um pouco acima da nuca, nunca vi!
Mas voltando às palavras como as cerejas, e elas todas umas atrás das outras…
Uma outra conotação, é a do colar. Quero dizer, um fio com pérolas mais ou menos preciosas, de maior ou menor dimensão que, como o próprio nome indica, serve para usar no “colo”, sendo que “colo” aqui é mais o pescoço, e eventualmente “ilhas adjacentes”.
Mas o que é certo é que a sociedade capitalista e de consumo em que vivemos, ansiosa de contribuir (mediante o pagamento devido) para os prazeres mais ou menos secretos dos que ainda têm ardores íntimos, assegura o usufruto de alguns acessórios que, no caso que agora nos traz aqui, das palavras como as cerejas, no essencial são uns colares, ou seja um fio com várias bolas enfiadas umas a seguir às outras, com maiores ou menores distâncias entre elas, da mesma ou de variadas dimensões, cuja finalidade é serem inseridos em qualquer um dos vários orifícios existentes no corpo humano. Atenção! Que me conste, ainda nenhum foi completamente introduzido nos ouvidos ou no umbigo! No nariz já houve uns casos, mas foram levados de urgência para o hospital e saíram pela garganta, em direcção à boca.
Claro que existe uma extensa panóplia de artefactos destinados a aprofundar, no sentido literal da palavra, os prazeres mais íntimos e as mais intimas “perversões” dos utentes do erotismo, com versões mais solitárias, mais comunitárias ou socializantes, mais helénico- ninfáticas- maníacas, mais sado-masoquistas, que (aviso!) não têm nada a ver com a cidade de Setúbal, mas sim com o Marquês de Sade e com o Sacher-Masoch, os quais, pelo menos na escrita, eram danados para a brincadeira!
Ao escrever sobre estas coisas, estou quase como o outro que dizia que a ele tudo lhe fazia “ascender o fluxo sanguíneo aos corpos cavernosos do órgão genital masculino” e eu, depois desta escrita, está mesmo a apetecer-me ir fazer um combate desigual de “cinco contra um” ao perde paga!

Eduardo Martins (Ejamart)
Blog «palavrascomoascerejas»
Carcavelos 2 de Outubro de 2011"

Trabalhar com um banco é... como ter um orgasmo?!

Publicidade do banco Komerční (do grupo Société Générale) na República Checa.
O slogan da publicidade deste banco é «aprecia a primeira transacção bancária»

Canção de amor - poema de Paula Raposo lido por Luís Gaspar

A voz inconfundível do Luís Gaspar e o meu poema...


Poesia de Paula Raposo

A bruxa boa - azulejo da minha colecção


O JF identificou-a: "É a bruxa do Norte, a bruxa boadora..."

23 outubro 2011

«O sexismo salva» - filme de 5 segundos

«Lisboa by night» - por Rui Felício


Há muitos anos que o Paulo não passeava pela Av. da Liberdade à noite. Alguns amigos assustavam-no dizendo-lhe que era perigoso andar por ali fora de horas. Não era como antigamente. Ladrões, chulos mal encarados, prostitutas asquerosas de faca na liga...
Mas naquela noite de sexta-feira aventurou-se. Deixou o carro no Marquês de Pombal e começou a descer a avenida.
Afinal os seus amigos exageravam. Aquela mulher de ancas bamboleantes, decote generoso e sorriso fatal que passeava perto do Tivoli era um espanto! Elegante, bonita, na flor da idade, lábios carnudos, dentes faiscantes de um branco brilhante, nem parecia prostituta. Mas era!
- Olá querido, queres passar um bocado de sonho?, atirou ela numa voz melodiosa, bem timbrada, abrindo a blusa, provocadora...
O Paulo, desabituado daquelas andanças, perguntou-lhe como é que era. E os preços...
- Uma punheta são 100 euros, amor!
- 100 euros?! Isso é um exagero!
- Olha! estás a ver aquele restaurante ali e mais abaixo aquela loja de moda? São minhas e comprei-as com o dinheiro das punhetas que faço.
O Paulo coçou a cabeça, e pensou que para ela ter comprado aqueles dois estabelecimentos de luxo a fazer punhetas a 100 euros é porque era especialista.
Foram ambos para um o esconso da entrada de um prédio da Alexandre Herculano.
- Benditos 100 euros, cogitou ele. Valeu a pena! Nunca nenhuma mulher lhe tinha dado tanto prazer.
- E broche? quanto levas?
- 500 euros disse ela. Estás a ver ali aquele cinema do outro lado da avenida? É meu, comprei-o com o dinheiro ganho a fazer broches.
- O Paulo já nem duvidava. Foi ao multibanco, levantou dinheiro de vários cartões e reuniu os 500 euros que ela arrecadou debaixo do vestido.
- Que broche monumental, gemia o Paulo! Esta gaja é fenomenal!
Doido, completamente fora de si de tanto prazer que ela lhe dava, perguntou-lhe:
- E a cona? quanto levas para me dares a cona? Nem que eu tenha que amanhã ir levantar o depósito a prazo para te pagar! 5.000, 6.000? Quanto?
Ela apontou para o Hotel Meridien perto do Parque Eduardo VII, e para o Ritz, mesmo ao lado.
- Estás a ver aqueles dois hotéis, os melhores de Lisboa?
- Já sei, disse o Paulo, és a dona deles. Compraste-os com o dinheiro ganho a dar a cona...
- Não meu querido! Poderia ser a dona deles se tivesse cona...

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações

A cultura é uma coisa muito linda (parte 1)

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