29 novembro 2011

Eva portuguesa - «Porquê...»

"Pergunto-me por vezes porque me procuram vocês. Porquê eu e não outra?! Mais nova, mais magra, mais bonita, mais barata... Porquê pagar, quando se pode ter de graça?...
Muitas vezes até me pergunto porque faço eu isto... sim, eu sei... o dinheiro... mas em que ponto da minha vida se deu a reviravolta mental de procurar o meu sustento desta forma? Que processo se deu no meu íntimo para aceitar esta venda, a venda do meu corpo?
A maior parte das vezes deixo que estas perguntas se desvaneçam da mesma forma que chegam: sem anúncio ou aviso... fazendo aquilo que faço, julgo não me poder dar ao luxo de ter um «brain storming»... A ignorância é uma bênção, lá dizem os mais velhos...
E então adormeço as dúvidas, as «discussões» do intelecto com a alma... porque é mais fácil... porque não há ninguém de confiança a quem isto possa interessar, ou que seja merecedor do depósito das minhas incertezas...
E assim agarro-me à certeza palpável e confortável da segurança material, também ela efémera, eu sei, mas para já a única que tenho...
Remeti-me eu própria, talvez numa tentativa inconsciente de me penitenciar, ou numa necessidade profunda de me proteger, a um mundo de celibato emocional e amoroso, quebrado apenas (e tão gratificantemente) pela vozinha do meu filhote quando adormece abraçado a mim e me sussurra «adoro-te, mamã!».
E nestes momentos mágicos sinto que tudo vale a pena; o adormecimento do meu intelecto, o sonegar da minha essência; a oferta do meu corpo...
E sinto-me completa, feliz e realizada, pois nesse momento de profundo amor e intimidade encontro o propósito para a minha vida e para tudo o que faço!...
E assim, de consciência tranquila e coração livre, percebo que tenho que agradecer a todos vós por premitirem que isto aconteça... porque sem vós e sem a vossa procura, este amor não seria tão real. Vocês tornam-no real de cada vez que me visitam!
Por isso peço que o continuem a fazer e agradeço-vos por isso!Porque, mesmo indirectamente, são vocês que permitem que a paz, a segurança, o amor e a felicidade sejam uma realidade para mim. Abençoados sejam por isso!..."
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Diz-lhe com gestos

Possibilidade

Esse poderia ser o nosso caminho
- que sei eu sobre isso? -
perdermo-nos na mesma linha,
olharmo-nos com o mesmo olhar
- que sabemos? -,
sentirmos a igual dor,
rirmo-nos da loucura,
estarmos lado a lado
e voltarmos à mesma casa:
é uma possibilidade.
Sonhar o sonho do tempo.
Quando o tempo for nosso
- um dia destes -
e a nós pertencer
a mesma voz possível
do regresso.
- Esse será o nosso caminho.

Poesia de Paula Raposo

Xadrez erótico

A minha colecção não estava completa sem ter, no meio de tantos jogos que por lá há, um jogo de xadrez.
Este é feito em Inglaterra, por uma senhora muito criativa. Mas veio de Itália, onde o consegui comprar mais barato!
O conjunto não inclui o tabuleiro, o que me dá a oportunidade de criar para estas 32 peças um tabuleiro em que já pensei há muitos anos e que finalmente vai ter uma honrosa aplicação. Só preciso de encontrar alguém com jeito para a carpintaria...
A minha peça preferida é o bispo. Reparem bem na segunda foto...






27 novembro 2011

Como nasce um dildo em vidro - do fogo para... o fogo

Quando ele chegar

Fixa o olhar no sol que começa a rasgar a escuridão com garras afiadas de luz.
Grita o teu desafio e deixa que o vento transporte esse grito até onde saibas que existe alguém capaz de o ouvir.
Podes até rugir o teu reinado, vossa alteza, nesse pico elevado de onde exiges contemplar, tanta beleza, um mundo inteiro para reinares no teu interior.
Recebe a brisa no rosto como um beijo e entrega-te a um desejo a que te saibas incapaz de resistir. Não admitas fugir dessa paixão que te enlaça, enfrenta a ameaça ciente de que será tua a vitória final.
Abandona o preconceito, decisão fundamental, e desnuda esse peito vulcão no momento em que os teus pés já não tocam o chão, à beira do abismo, pendurada pelo abraço que te protege do medo. Do frio.

Depois abre as tuas asas e salta no vazio.

Reparem nos cigarros do cinzeiro à direita... à direita!...

Sangue quente

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