16 dezembro 2011

Transparente



– Se me soubesses ver eu não precisava de estar aqui.
– Se eu te soubesse ver?
– Sim. Se tu visses quem eu realmente sou, eu não estava aqui.
– Tu estás aí porque eu não te vejo como tu realmente és?!
– Sim.
– Estás a brincar!?
– Não.
– Estás a falar a sério?
– Estou.
– Estás a dizer que a culpa é minha por estares aí?
– Eu não disse isso. A culpa é minha.
– Mas se eu te visse como realmente és não estavas aí.
– Sim. Acho que sim. Não estava.
– Mas eu vejo-te, Diogo. Aliás, se queres saber, eu vejo-te como realmente és e, ao estares aí, só dás razão ao que eu vejo que és… Não!... Desculpa.
– Não?!
– Não, não é por estares aí que me dás razão…
– Não?
– Não, não é. O que me dá razão é a essa conversa. O facto de estares a fazê-la aí é indiferente; podias fazê-la noutro sítio, noutra circunstância. O que interessa e o que me dá razão é a conversa. A tua conversa. E a pessoa que eu vejo é a pessoa que tem essa conversa, que faz essa conversa e não há outra pessoa para ver. Só essa. Só tu.
– Mas eu não estava a dizer que a culpa é tua.
– Eu sei, já me tinhas dito… Já te chamaram?
– Já.
– Do Ministério Público ou do Juízo?
– Dos dois. O julgamento é às 11:30.
– São 20 para o meio-dia. Não devias estar a falar com o teu advogado?
– Advogada.
– Não devias falar com ela?
– Eu queria era falar contigo.
– Já falaste. Acho que agora devias ir falar com a advogada.
– É feia. Eu não quero falar com ela. Quero falar contigo, não queres cá vir?
– Não, obrigada. Dispenso.
– Podias ser minha testemunha.
– Acho que não ias querer isso. Parece-me bem que não te ia favorecer.
– Contavas a nossa história e como me deixaste de rastos…
– Quanto foi?
– O quê?
– O grau. Quanto é que acusou?
– Dois e vinte sete gramas por litro.
– Bom!... A que horas?
– Às 5:20… (Sou eu!)
– Estão-te a chamar?
(– Sim, está bem.)
– Diogo!... Diogo!
(– Não, não falei. É aquela?... Posso falar.)

PG Porn - A carrinha que gosta de dar boleia

Fruta 50 - ai, um ombro!

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O que eles andavam a perder...

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oglaf.com

14 dezembro 2011

Anfitriã

Entro pela porta do céu nesse espaço que é teu e sinto-me transportado para um sonho acordado pelo suave bater dessas asas que me abraçam então.
Alada a imaginação à entrada, sobrevoo um campo florido nesse corpo despido e imito as plantas quando desenvolvo uma raiz para me agarrar, feliz, a esse lar que me escancaras, cativo, com a ternura de um sorriso e a iminente explosão num olhar que tem o cone de um vulcão reflectido.

Mergulho na lava, protegido pela paixão incandescente deste desejo tão ardente que eleva a temperatura do amor à de um inferno que me apresentas sedutor com a confiança que me inspiras.
Respiro fogo por instantes em cada jogo de amantes que inventamos nas novas posições que nos oferecem sensações inéditas, pouco antes de a tua voz anunciar (sobre o meu grito abafado) que está na hora de descolar para outro aposento ensolarado desse espaço que é meu.

E eu reentro pela porta do céu e sinto-me despertado pelo bater acelerado do teu coração, quando me acolhes no conforto da recepção instalada nesse peito que sinto arfar, envolto num abraço tão imenso, sob um calor tão intenso como o da lareira que arde agora como uma pequena fogueira na praia onde me imagino, em repouso, nesse doce regaço que me ofereces generosa.

A tua alma como uma chave.
E o teu corpo como uma casa.

Fruta 49 - Três foi a conta que Deuz fez!

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Ando numa de yoga...


Yoga Undressed Trailer from Gabriel Bienczycki on Vimeo.

Comedor de bunda


Alexandre Affonso - nadaver.com

13 dezembro 2011

Eva portuguesa - «Homens»

"Informo-vos de que não sou infeliz!
Para muitos poderá ser uma contradição: aparentemente entrego-me a homens que nada significam para mim, numa mera transacção económica; alguns que me tratam como um mero objecto e que não me valorizam como pessoa...
Mas, felizmente,a maior parte das vezes não é assim!
Tenho tido o privilégio de conhecer seres humanos extraordinários, alguns com histórias tristes, outros alegres... homens normais, que procuram prazer sem problemas, companhia descomplicada, sexo sem compromisso... e poucos são aqueles que me têm feito sentir como uma mulher-objecto. Alguns chegam a ser realmente meus amigos.
Noto, sobretudo, uma imensa solidão: casados ou solteiros, divorciados ou viúvos... ou porque não tiveram tempo de consolidar uma relação ou porque a perderam ou porque não se acham capazes ou merecedores; porque não sabem como fazê-lo, onde procurar, quem procurar...
Alguns são assumidamente viciados em adrenalina, em sexo; outros têm curiosidade; alguns querem «pisar o risco»; uns querem variedade; outros procuram apenas uma companhia feminina...
Há aqueles que procuram colmatar uma falha nos seus relacionamentos; há os que procuram um relacionamento; e depois há aquele grupo... das taras, dos fetiches; que não conseguem admitir a ninguém, nem a si próprios, que não imaginam concretizar com uma mulher «decente»... Taras por vezes tão sujas e tão anti-natura que jamais se atreveriam a assumir e concretizar que não com uma prostituta...
Mas esses... desses... falaremos noutra altura...
Homens... na sua maioria excelentes, carentes, generosos, honestos, educados, carinhosos, desejosos não só de receber mas também de dar... estes homens que me procuram e conquistam... os homens da minha cama..."
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado