03 janeiro 2012

Eva portuguesa - «Um Companheiro»

"Desde que sou Acompanhante que me tenho deparado com sentimentos contraditórios relativamente a ter alguém.
Por um lado prezo muito a minha independência e não ter que dar satisfações. Por outro sinto muito a falta de partilhar - lágrimas e risos, noites calmas e desbunda, pensamentos e sentimentos...
Gosto de passar a imagem que sou uma mulher forte, que não precisa de um companheiro; mas essa não é a verdade!...
Sinto falta de dormir agarradinha...
... de ter alguém à minha espera ao final do dia...
... de ter alguém que se preocupa comigo...
Sinto falta da intimidade...
... de amar e ser amada...
... de poder ser eu e não a Eva...
Sinto-me só muitas vezes...
Porque fazer sexo, por muito bom que seja, não é fazer amor...
Porque a troca de fluidos não é uma troca de sentimentos...
E, apesar de ter homens dispostos a pagar pela minha companhia, a realidade é que passo o Natal sozinha... e no meu aniversário janto sozinha... e na passagem de ano não tenho ninguém ao meu lado a quem possa abraçar e desejar uma felicidade conjunta...
Eu sei que se quisesse facilmente arranjaria namorado (acreditem que já tentei!).
Mas não é só isso que eu quero!
Quero apaixonar-me!
Quero partilhar um projecto de vida com a outra pessoa!
Quero alguém que se me entregue sem limites e que me aceite da mesma maneira!
Quero...um Companheiro!
...Mas, se pensar bem, de que forma poderia eu ter isto mesmo que ele me aparecesse, enquanto a minha profissão é entregar-me a outros homens?!...
Não podia!
Ou seria alguém que não saberia o que faço; e aí seria basear uma relação em mentiras e vida dupla - situação para a qual não tenho feitio - ou seria alguém que soubesse e aceitasse.
Mas que homem apaixonado, empenhado numa relação, aceitaria que a sua mulher fosse uma prostituta?!...Só algum que não a amasse e quisesse usufruir do dinheiro que ela ganha... certo?!...
Eis, pois, o meu grande dilema: há alturas em que desejo ardentemente encontrar a minha alma gémea. E depois há a percepção de que se ela aparecesse não seria possível uma relação...
Assim, pergunto-me: quero um companheiro?
- Sim!
- Não!
...
Afinal, ser Acompanhante levanta muito mais questões, dificuldades e obstáculos do que as que são evidentes a um primeiro parecer..."
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Frases do Ricardo Esteves - isto é que é paixão!



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Assim vale a pena lutar...

MMA - Mixed Martial Arts





Já tenho o livro do Oglaf na minha colecção

Já tenho o livro do OGLAF («Book One», que tem 208 páginas com as aventuras publicadas, na sua maioria, aqui n'a funda São). Um mimo recebidinho do Canadá para a minha colecção.


02 janeiro 2012

«casamento» - bagaço amarelo

Sempre me fizeram muita confusão as perguntas do género "pensas que estás na tua casa?" ou "pensas que estás no café?". Acho que foi uma professora de português, a primeira que me perguntou se eu pensava que estava no café, quando um dia me viu com os pés estendidos em cima duma cadeira vazia. Eu respondi-lhe que não, até porque no café nunca fazia aquilo. Ela expulsou-me da aula.
Era óbvio que eu não pensava que estava no café, mas sentia-me tão bem ali como na minha casa, e por isso é que tinha estendido as pernas para a cadeira da frente. Sentia-me melhor enquanto lia Camões se estivesse ali como na minha casa, e esse é o melhor elogio que se pode fazer a alguém. Eu achava-a boa professora e gostava das aulas dela. Era só isso. Era um elogio.
É também assim que se está no Amor, por exemplo, exactamente como se estivéssemos na nossa casa. Se não estivermos assim com alguém, então não é Amor. Até pode ser bom, mas não é Amor. Será eventualmente uma espécie de amizade, e então estamos como se estivéssemos no café, a pedir por favor que nos tragam uma bica e esperando que nos limpem a mesa com uma toalha antes de o servir.
O Amor é a nossa casa, porque quando ali chegados atiramos um sapato para cada lado e andamos de meias pelo chão. O Amor é isso, estarmos sempre na posição mais confortável para o nosso corpo e alma sem que o outro pergunte onde é que achamos que estamos. É que estamos com ele, com esse Amor, e é por isso que é assim. É assim no que dizemos ou calamos, no que rimos ou choramos, no que abraçamos ou beijamos.
Foi a palavra casa que deu origem ao verbo casar (casa + ar), e é isso mesmo que é casar. Estou a dizer isto porque ontem, depois de um dia de merda, abracei a Raquel e pousei a minha cabeça no ombro dela durante alguns segundos e em silêncio. Ao mesmo tempo deixei cair a mochila e o casaco no chão do corredor enquanto me descalcei e atirei os sapatos para lugar incerto. Ela não me perguntou se eu sabia onde é que eu estava porque ambos o sabíamos. Se não for assim, até pode ser bom, mas não é Amor.

bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Sonhos de Ano Novo para uma Vida Nova



Postalinho da Malaposta (Anadia)

"Cabaça exposta num restaurante da Malaposta.
Até o quadro na parede tem tudo a ver.
N."

Esta cabaça é da família do cabiço que me ofereceu o Katano no 12º Encontra-a-Funda. Lembram-se?



Ora vê lá se consegues fazer isto

"Fernanda, tigresa do funk, amassando e segurando a latinha com a bunda"

A gata Kristy



Berzinsh (artista da Letónia)
Via Special Nudes

01 janeiro 2012

Frases do Ricardo Esteves - constatação de mestre



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Fruta 55 - tónico

Photobucket

«Amigos para sempre» - por Rui Felício


O Eduardo morava no Bairro e o Carlos Santos em Celas, mas foram ambos sempre da turma D nos sucessivos anos do Liceu D. João III. Criaram uma amizade para toda a vida.
Feito o 7º ano, o Eduardo arranjou emprego num Banco e começou a trabalhar, enquanto o Carlos seguia os estudos na Faculdade de Direito. Mas continuavam a encontrar-se com frequência. Praticamente todos os dias, desde que o Eduardo começou a namorar com a Telma que era vizinha e amiga do Carlos na Cruz de Celas. Já casados, o Eduardo e a Telma foram viver para a Av. Dias da Silva, muito perto da casa do Carlos que, já advogado, e ainda solteiro, alugara um rés-do-chão na Alameda D. Afonso Henriques, exercendo a sua actividade numa pequena divisão transformada em escritório e que continuava a ser visita assídua do casal, numa demonstração de amizade indestrutível e eterna.
Um dia, nos Arcos do Jardim, a caminho de casa, o Eduardo viu uma carteira no passeio ao lado do muro da Penitenciária. Entalou a carteira entre os pés, olhou para um lado, olhou para o outro, certificou-se que ninguém o estava a observar, agachou-se e pegou-lhe metendo-a rapidamente no bolso das calças.
Estugou o passo, nervoso, e, já perto da Alameda, não resistiu a puxar da carteira e abri-la.
Incrível! Um maço de notas de cinco e de dez contos, perfaziam a avultada quantia de 250 contos! Pela sua cabeça as ideias sucediam-se em turbilhão. Devia ficar com o dinheiro? Era suficiente para comprar outro carro. O seu velho Morris já andava a precisar de reforma. Mas, e se o dinheiro tinha sido roubado? E se as notas estavam marcadas? Se fosse descoberto, ainda ia perder o emprego de bancário...
Não! Era melhor devolver a carteira. Mas a quem? Vasculhou a papelada que ela continha à procura de um cartão de visita, de uma referência qualquer que identificasse o dono. No meio de bastos papeluchos, alguns ensebados, bilhetes de trolley, facturas de almoços, pequenos papeis dobrados com anotações pessoais, que o Eduardo se recusou a abrir por ser um homem sério, lá descobriu na contra-capa um memorando com o nome, o grupo sanguíneo, o contacto telefónico, a profissão.
Era espantoso! Agora estava seguro que não se apropriaria do dinheiro nem da carteira. O dono era o seu grande amigo Carlos Santos e faria questão de lha devolver. Ficou de consciência tranquila. Seria melhor assim.
Quando chegou a sua casa, estava lá o Carlos na cozinha a conversar com a Telma.
- Não perdeste nada, pá?
- Não, acho que não, disse o Carlos.
- Tens a tua carteira contigo?
O Carlos procurou nos bolsos. Cada vez mais nervoso constatava que, realmente, não a tinha. Devia tê-la perdido com uma pequena fortuna lá dentro! E com papeis muito importantes!
- Quem é amigo, quem é? Toma lá a tua carteira. Achei-a nos Arcos do Jardim.
O Carlos agradeceu-lhe, abraçou-o, acalmou a sua aflição, e retirou lá de dentro, sorrateiramente, um dos papeis dobrados que o Eduardo não quisera abrir por imperativo de consciência. Logo que o amigo virou costas, para ir ao quarto trocar de roupa, entregou o bilhetinho à Telma, com um sorriso cúmplice. Ela, corada, foi lê-lo para a casa de banho.
Depois rasgou-o, deitou-o na sanita e puxou o autoclismo.
Era mais uma das declarações de amor que o Carlos Santos gostava de lhe fazer...

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações