10 janeiro 2012

Eva portuguesa - «Um dia na vida de uma Acompanhante»

"São 7h30m quando o despertador toca. Levanto-me e vou acordar o meu pequenito, que me abraça e diz: «Adoro-te, mamã!».Sorrio. O dia começou feliz.
Depois dos cereais para ele e do batido proteico para mim, lavar os dentes e seguir.
São 8h45m quando deixo o meu menino no colégio e o beijo, mas que foge ao meu abraço, «pois os colegas estão a ver». Torno a sorrir. O meu bebé está a ficar um homenzinho!
Passado 15 minutos estou no ginásio, não sem antes ter passado pelo sítio do costume para beber um café e comprar o jornal.
São 60 minutos de cardiofitness desgastante, diria até mortal, na tentativa de «abater os pneuzinhos». A esta deliciosa tortura seguem-se 15 minutos de abdominais e finalizo com os alongamentos.
Saio meio morta, dorida, mas ao mesmo tempo a sentir-me enérgica e positiva.
Arranco para o meu «ninho de amor» para começar o dia de trabalho.
Ainda no carro ligo o telemóvel de serviço e vejo as sms e tentativas de contacto.
Quando estas são escassas ou até mesmo inexistentes, começo a ficar preocupada... mau sinal...
Chegando ao apartamento, tomo banho, visto uma lingerie bem sexy e, quando estou a maquilhar-me, oiço o telefone tocar: «Queria saber condições». Respondo e esclareço. «Depois torno a ligar»,oiço do outro lado. Mau...
Ponho perfume e acendo as velas, uma das quais com um pedido ao meu Santo de me trazer clientes e dinheiro... este ritual anima-me!
Entretenho-me a ver televisão e, quando olho para o relógio e vejo 14h começo mesmo a ficar preocupada... ainda nenhuma marcação... e o telefone só tocou 4 vezes...
Nervosa, fumo um cigarro.
Quando me preparo para comer qualquer coisa, surge a primeira marcação! «Podes-me atender daqui a 15 minutos?».«Claro», respondo eu!
E, após o cliente sair, tento convencer-me que o dia vai melhorar...
16h e mais nada... vou à net, aqui ao Blog, ao Fórum, ao meu msn...
18h e tudo parado... Agora sim, estou em pânico! Tenho o site para pagar... e tudo o resto... estou fechada neste apartamento há 9h... estou a ir abaixo...
19h10m - toca o telefone. Marcação para as 19h30m - não posso, tenho que ir buscar o meu filho.
19h15m - oiço novamente o telefone. Marcação para as 20h - não posso....tenho que acabar por hoje.
19h23m - marcação para as 21h!
Furiosa, frustrada e angustiada, desligo o telefone e sinto que o universo está a gozar comigo!
Ajeito o apartamento, pego na mala e nas chaves e vou buscar o meu filho.
Pelo caminho vou fazendo contas à vida, resmungando e amaldiçoando a minha pouca sorte, tentando convencer-me que amanhã será melhor...
E quando o meu filhote me vê e me salta para o colo, quase derrubando-me, pois já não é assim tão pequeno e me beija e abraça... aí tenho a certeza que o amanhã será bem melhor...
E quando o vou deitar e ele me pergunta «Mamã, quando vamos ter um carro melhor?» (o meu trambolho tem 20 anos e muitos problemas!) eu respondo-lhe: «Vamos juntar dinheiro e, se tudo correr bem, teremos um ainda este ano».
E ele adormece a sonhar com o novo carro e eu sinto-me com forças para acreditar que vou ser capaz...
E sabem que mais?...Ainda não consegui juntar dinheiro suficiente para trocar de carro mas, no meio destes dias vazios e solitários, surgem outros com trabalho, dinheiro e esperança...
Obrigada a vocês, que contribuem para isso!"
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

O que a malta realmente espera de um reality show da TVI...

"Por esta altura já se percebeu com bastante clareza aquilo que as pessoas esperam de um reality show da TVI. Não vale a pena contornar a questão com desculpas esfarrapadas, manipulações mediáticas ou conversas apinhadas com tantas conotações sexuais que nem se percebe o seu real sentido. As pessoas querem ver sexo. Querem ver foda, como se dizia antigamente. Querem ver símios libidinosos amestrados a copular, cobertos de fluidos corporais, felácios a torto e a direito, bolas chinesas, buttplugs e a ocasional asfixia auto-erótica. E se as passagens de ano de toda a gente tiverem que ser arruinadas por um reality show, que seja uma majestosa apoteose com orgias entre concorrentes e público, duplas penetrações com anões e palhaços e uma apresentadora multitalentosa que além de esplendida capacidade comunicacional consegue atingir uma garrafa com uma bola de ping pong a 25 metros, sem usar as mãos…"

(Cliquem que isto tem uma imagem que sugere um ambiente orgiástico)

Frases do Ricardo Esteves - por falar nisso...



O Ricardo Esteves está no Facebook, no YouTube, no blog Quotidiano Hoje e no Tumblr

Assim se vai enriquecendo (e aquecendo, no caso) uma colecção de arte erótica

Recebi um e-mail há poucas semanas com um ficheiro PowerPoint. Não costumo abrir este tipo de ficheiros mas o tema deste despertou-me a curiosidade. Era sobre roupa de inverno... e pelo meio apareciam lá estes calções em lã:


Pois a minha amiga Celestita Rafael (não confundir com Rafael, que é o marido dela) pôs agulhas à obra e na passagem de ano tive esta prendinha maravilhosa para a minha colecção:


Como diz o povo, "às pilinhas que têm amigos nem arrefecem os umbigos".
E o ejamart odeu-nos: "A propósito desta obra prima de tricô, aqui vai a minha modesta homenagem:

Tricota-me uma calcinha
de lã, que seja quentinha,
com uma bolsa avantajada,
para sempre ter aprontada
aquela parte que é minha,
e que quando está sozinha
sente um frio de estremecer
e só lhe dá para encolher
se não tem nenhum carinho.
Nem que seja com um dedinho
de outra mão que não a minha
começa logo a crescer
e do frio a renascer.
Penso logo em coisa quente
e peço de modo urgente
àquela mão que está ali:
Pões-me a fazer chichi?"

09 janeiro 2012

«conversa 1868» - bagaço amarelo

Ela - O que é tu gostavas mesmo que acontecesse em 2012?
Eu - Acho que gostava de assistir a uma mudança política para a esquerda que pusesse um fim definitivo à pobreza e à miséria. E tu?
Ela - Bem... com essa resposta até perdi a vontade de dizer...
Eu - Vá lá, diz lá...
Ela - Eu estava a pensar que gostava que me crescessem as mamas um bocadinho.

bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Documentário sobre a prostituição em Cuba



Comentário do ejamart que, no espírito deste blog, também defende causas:
"Às vezes dá-me para escrever mais a sério. Não sei (não consegui entender com atenção), qual foi o espirito do responsável pela reportagem, se foi de âmbito sóciólogico-político, e de denúncia de uma situação de degradação económica, ou mais de "voyeur" e já agora aproveitar o que podia das oportunidades surgidas.
Todos sabemos que há prostituições e prostituições, mas aquelas são nitidamente do género estritamente económico e de subsistência, e com uma camada de oportunistas e chulos em órbita que só vêm contribuir para desgastar ainda mais a imagem do "socialismo" cubano e da sua falência.
Parafraseando a São Rosas, eu não consigo "entusiasmar-me" a olhar para aquelas apresentações de mamas e cus de umas miúdas, jovens mães, que o fazem só para dar de comer aos filhos (segundo dizem...). Acho aquilo verdadeiramente pornográfico, e nada erótico..."
O Charlie também comenta:
"Pois eu, que conheci Cuba ainda no tempo do Fulgêncio Baptista, (sim, que já sou muito vivido, eufemismo para velho) e que a conheço agora devo dizer em abono da verdade que, para o peditório da qualificação ou desqualificação em torno de opções políticas, já dei!
É abusivo atribuir ao socialismo de Cuba a prostituição, como seria abusivo atribuir a mesma coisa ao anterior ditador. Curioso como antes Cuba era o Casino-bordel dos Americanos a viver na zona de Miami, a uma meia hora de avião. «Chics for free», era o lema. Putas por dez cêntimos. Eu vi no tempo do Baptista miúdos a mergulharem na água por moedinhas de um cêntimo que os turistas lhes atiravam e, quanto a putas, ali mais acima há as de Macau e, dos tempos de hoje, há as de Londres, de Paris, de Lisboa, desde o Ritz até às do tipo «Intendente» e, neste particular, as coisas continuam e hão-de continuar, independentemente das opções e correntes políticas. Por isso acho abusiva a colagem da prostituição em Cuba ao regime actual, do mesmo modo que acho indecente o aliviar e até promoção turística em torno do mesmo tema levados a cabo aquando do regime do Fulgêncio Baptista. Prostituição é Prostituição e ponto."
E o OrCa também: "Nada de novo no que respeita à prostituição. Uma manifestação mais da «globalização» que a importância do dinheiro sempre gerou. E, numa perspectiva eminentemente masculina, circunscrevendo-me à transcendência da queca, estou em crer que uma fabulosa queca proporcionada por uma profissional grandemente competente ainda assim ficará a anos-luz de uma outra queca dada... apenas porque sim, porque está muito a apetecer a ambas as partes envolvidas. Se calhar estou enganado, ou tive sorte na vida...
Tirando isso, as pobres cubanas, as pobres tailandesas ou as pobres portuguesas que têm de se prostituir não me parece que sejam distinguíveis entre si. E a miséria humana que está por trás de cada uma destas mulheres, confesso que sempre me tirou todo o entusiasmo. E eu que gosto tanto de mulheres...!
Enfim, com o comentário anterior longe de mim dar uma de moralizador. Mas o facto é que, mal o dinheiro interfere na acção, lá se me vai a ponta. Enfim, cada um é como é. E espera-se que cada um seja feliz, coisa que não me parece transparecer no olhar de cada uma das personagens do documentário."

As Caldas Russas



via Watermeloncolya

Há momentos em que ser cavalheiro é uma estupidez



 «Chuva de verão»
arte de Corrado Ficarelli