Ficção de Rene Brasil - 2011 - 15 min
Já se arrependeu na quarta-feira de cinzas? Gregório nos ensina que os mais nobres sentimentos sobrevivem mesmo depois da folia.
Link directo para o filme aqui.
29 janeiro 2012
«Milagre» - por Rui Felício
Desde os tempos de escola que se consideravam namorados. Mas de facto só o eram de nome, porque jamais tinham trocado um beijo que fosse. Pelas festas do padroeiro São Sebastião, em Agosto, era a única altura do ano em que se encostavam de forma mais próxima no baile do pátio da Junta ao lado da igreja, ao som dos conjuntos então em voga na região de Coimbra.
A Conceição, profunda devota da Virgem Maria, frequentadora assídua da igreja das Torres do Mondego, cumpridora escrupulosa dos santos mandamentos, preservava a sua castidade, senão totalmente nos pensamentos, pelo menos nas obras, fixando o braço estendido contra o ombro do Júlio, que empurrava com firmeza quando o rapaz, ao dançar, parecia querer ultrapassar a fronteira do decoro.
E mesmo assim, o olhar crítico e atento das velhas da aldeia, impedia-os de irem longe nesse roçagar disfarçado dos corpos ao ritmo da música.
Agora, em finais de Setembro, estavam sentados um ao lado do outro, integrados num rancho de homens e mulheres que se afadigavam na desfolhada do milho ceifado dois meses antes e secado na eira da quinta do Sr. Fachada. A algazarra era enorme quando alguém desfolhava uma espiga vermelha, o milho rei, que se aprestava a dar beijos e abraços aos demais, de forma especial e mais demorada aos respectivos namorados ou namoradas.
Sentados em pequenos bancos num dos cantos da eira estavam o João França e o Ti Zé Carne Assada a tocarem concertina e tambor para animarem a dura labuta do pessoal que, numa azáfama, descamisava as espigas.
Tinha sido o dia escolhido para o Julio e a Conceição anunciarem finalmente o noivado.
Ao Julio pulava-lhe o coração desencontrado no peito arfante, rebrilhavam-lhe os olhos, naquela que era a primeira vez em que falavam já com o assentimento da família dela e por isso com um sabor diferente de antes, quando trocavam palavras só de fugida.
Mas as respostas da rapariga aos convites sussurrados pelo Julio, eram dadas com uma inflexão estranha e entoações herméticas, pouco explícitas que o deixavam desorientado.
Quando chegou o Padre João que vinha abençoar a desfolhada, a Conceição levantou-se, beijou-lhe respeitosamente a mão e pediu-lhe que intercedesse por ela para um milagre.
- Que milagre queres tu Conceição?
- Queria que o Sr. Prior pedisse ao São Sebastião a graça de eu ficar sempre virgem. Antes do casamento, durante o parto se o houver e depois dele, para eu manter a minha castidade até à eternidade.
O Júlio, tornou-se homem e é pai de três filhos. Tantos anos passados, continua a ser muito amigo da Conceição que, contudo, se mantém imaculadamente virgem.
E solteira…
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Acabou o vinho?
Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)
O Ricardo, cartunista de São Paulo (Brasil), é o novo elemento da fundiSão. Que bem te venhas, Ricardo
28 janeiro 2012
Frases do Ricardo Esteves - vai uma apostinha (enquanto há euro)?
O Ricardo Esteves está no Facebook, no YouTube, no blog Quotidiano Hoje e no Tumblr
27 janeiro 2012
«conversa 1867» - bagaço amarelo
Ela - O meu marido, se deixa de ter sexo durante uma semana, fica logo deprimido e triste. É vê-lo a andar cabisbaixo lá por casa...
Eu - É sinal que está vivo.
Ela - Eu também estou viva e não sou assim.
Eu - Pois...
Ela - Ao contrário dos homens, as mulheres não deixam que falta de sexo as deprima. Deixam é que as depressões as façam perder vontade de ter sexo.
Eu - Ah!
Ela - Pelo contrário, o meu marido quer sempre sexo, mesmo que esteja deprimido.
Eu - Mas isso é porque a depressão dele, segundo o que dizes, se deve à falta de sexo. A cura, portanto, só pode passar por "pinar" mais...
Ela - Lá está. Acho que é a única coisa que o deprime...
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Eu - É sinal que está vivo.
Ela - Eu também estou viva e não sou assim.
Eu - Pois...
Ela - Ao contrário dos homens, as mulheres não deixam que falta de sexo as deprima. Deixam é que as depressões as façam perder vontade de ter sexo.
Eu - Ah!
Ela - Pelo contrário, o meu marido quer sempre sexo, mesmo que esteja deprimido.
Eu - Mas isso é porque a depressão dele, segundo o que dizes, se deve à falta de sexo. A cura, portanto, só pode passar por "pinar" mais...
Ela - Lá está. Acho que é a única coisa que o deprime...
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Um sábado qualquer... - «Corpo humano 3» (por Carlos Ruas)
Banda desenhada do brasileiro Carlos Ruas, que recomendo. Aqui, Deus cria as línguas do homem e da mulher:
Um sábado qualquer...
Um sábado qualquer...
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