30 março 2012

«conversa 1883» - bagaço amarelo

Ela - O que é uma mulher boa na cama, na tua opinião?
Eu - É uma mulher que quando dorme não se enrola nos lençóis de tal maneira que eu fico ao frio. São difíceis de encontrar, mulheres boas destas...
Ela - Que coincidência, o meu marido queixa-se que eu faço isso. Será que sou má na cama?
Eu - Deves ser péssima.
Ela - Nunca ajudas nada.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Condicionamento social





Via Numaniste

29 março 2012

Agent Provocateur - «O Iniciado»

Traição

Sem saber mais o que pensar, Ana encolheu-se na cama e tapou-se completamente, decidida a desaparecer para sempre. Esgotada e vazia, foi surpreendida pelo peso reconfortante dos pesados cobertores e suspirou sem querer, sentido-se subitamente repousada e em paz: um dia, um dia qualquer, se lhe arrombassem a porta de casa e entrassem à sua procura, só encontrariam um corpo morto, mirrado e seco encolhido dentro da sua cama. Quando esse dia chegasse, um dia qualquer, já não a encontrariam dentro daquele corpo traído.

Caça à raposa

O rapper homofóbico



Para quem não está a par, pode ler a notícia aqui.

HenriCartoon

A graça volta a atacar

Crica para veres toda a história
A marca do vampiro engraçadinho


3 páginas (cricar em "next page")

oglaf.com

Totalmente beautiful

Quem nunca?




Me fez lembrar aquela música:
Por exemplo, os cachorro,
Que come a própria mãe,
Sua irmã e suas tias.


Capinaremos.com

28 março 2012

A Minha Primeira Vez


Sempre soube que seria apenas uma questão de tempo. Já tinha estado algumas vezes com casais, mas a oportunidade de estar a sós com uma mulher nunca se tinha verdadeiramente apresentado. Ou se calhar até já tinha, mas eu retraí-me – não havia atracção suficiente, ou predisposição, ou fosse o que fosse.
Naquela noite as coisas passaram-se de uma forma bem diferente. Eu estava com amigos, quando ela entrou pelo restaurante, puxou de uma cadeira e pôs-se a conversar com uma das minhas amigas. Não consegui tirar os olhos dela; a sua presença era impossível de ignorar – deve ter perto de 1,80m de altura, com uma pele luzidia, da cor dos grãos de café torrados. Apesar daquela altura, consegue ser feminina e tudo nela respira sensualidade: os olhos de felino, os lábios cheios e bem desenhados, as maçãs do rosto esculpidas, a testa alta com sobrancelhas definidas, o cabelo espesso e ondulado, a cair-lhe nos ombros. Pareceu-me exalar um aroma quente de madeiras exóticas. Eu estava hipnotizada.
Quando ela se levantou para se ir embora, eu não resisti e comentei em voz alta, em tom de brincadeira “Eu não gosto de mulheres, mas se gostasse, ia atrás dela!”. Eu sei; Um piropo foleiro, mas ela olhou-me por cima do ombro, sorriu um sorriso largo, revelando uns dentes magníficos e, pegando na cadeira onde estava sentada, levou-a para outra mesa com um outro grupo de pessoas, e sentou-se nela, virada para mim. Passámos as duas horas seguintes a avaliarmo-nos mutuamente.
Senti-me responsável por ter atirado os dados daquela forma. Às vezes meto-me em situações e depois não sei como sair delas, mas naquela noite, a trocar olhares e sorrisos cúmplices com aquela mulher, eu não queria sair daquela situação. Queria enterrar-me mais. O grupo com que eu estava a jantar deixou de existir, enquanto eu me imaginava a acariciar aquele corpo com seios generosos, a beijar aqueles lábios carnudos, imaginava aquele cheiro a sândalo a impregnar-se na minha pele, o meu suor a misturar-se com o dela.
Quando algumas horas mais tarde nos encontrámos a sós, no meu apartamento, tudo se passou de uma forma mais intensa do que eu tinha imaginado. Sentia-me uma menina, inexperiente, insegura, complexada…é verdade que nós, mulheres, gostamos de nos comparar com outras. O que iria ela achar do meu corpo? Será que ia gostar dos meus seios, do meu rabo, do meu cheiro?
Começou por despir-me devagar enquanto estávamos de pé no hall de entrada com as luzes acesas. Tirou-me os brincos e beijou-me as orelhas. Depois tirou-me o colar e beijou-me o pescoço, muitas vezes, sempre devagar, uns beijos quentes e generosos com um pouco de roçar de dentes. “Cheiras bem”, disse-me. Eu estava de pé, imóvel, sentia a cabeça a andar à roda, os ouvidos ainda a zumbir da música ensurdecedora do clube onde tínhamos estado. Ela parecia estar perfeitamente calma, controlada. Sabia exactamente o que estava a fazer. Beijou-me o colo até o fim do decote, sempre a inspirar profundamente para me cheirar. Encontrou o fecho lateral do vestido e levantou o meu braço para poder abri-lo mas deteve-se primeiro a beijar-me o sovaco, a parte interior do braço, tirou-me uma pulseira e beijou-me o pulso e os dedos das mãos, chupando neles levemente. Virou então a atenção para o fecho do meu vestido e abriu-o devagar, beijando a pele que ia expondo. Depois baixou-se à minha frente e pôs as mãos debaixo do meu vestido. Tirou-me as meias presas às coxas, uma de cada vez, com muito cuidado e quando a pele ficou nua e exposta, beijou-me as pernas, dedicando mais tempo à parte de trás dos joelhos. Eu sentia já o meu mel a escorrer de dentro de mim. Ambas tremíamos levemente de antecipação. Assim, agachada aos meus pés, olhou para mim e sorriu aquele sorriso magnífico e disse-me “Agora tens de me ajudar”. Foi como se me despertasse de um transe, e descalcei então os meus sapatos, as meias e tudo o resto. Despi-me completamente à sua frente enquanto ela me observava; deixei de ter medo do que ela pudesse pensar dos meus seios ou do meu rabo. Depois peguei-lhe pela mão e levei-a até ao meu quarto, onde a despi devagar, enquanto a ia beijando, tendo o cuidado de lhe prestar tanta atenção quanto ela me tinha prestado a mim. Não sabia onde estava nem para onde ia mas sabia que não havia forma de voltar atrás.
Nunca tinha feito amor daquela forma. A sua pele era firme e macia ao mesmo tempo, sem quaisquer pêlos; o corpo musculado mas extremamente feminino, com uns seios redondos de mamilos duros a apontar para cima. O sexo dela, muito diferente do meu, tinha mais carne e abria-se para mim como uma anémona e libertava um aroma a especiarias e mar, um misto de doce e salgado que me baralhava os sentidos.
O que foi feito, dito e sentido naquela noite, ficará para sempre gravado na minha memória. É demasiado íntimo e especial para o descrever em pormenor. Fizemos amor incessantemente até o sol estar já bem alto no dia seguinte. Finalmente adormecemos entrelaçadas uma na outra e eu sonhei. Sonhei com paisagens de desertos com intermináveis dunas ondulantes que se transformavam em corpos ofegantes de prazer; sonhei com praias cujas ondas rebentavam e desapareciam numa enorme fenda que parecia um sexo de mulher; sonhei com florestas de árvores de troncos escuros e polidos, como o corpo desta mulher. Quando acordei, ela já se tinha ido embora e deixara-me um recado escrito num guardanapo que dizia numa caligrafia solta: “Vou a pensar em ti”, e um número de telefone.

«conversa 1882» - bagaço amarelo

Ela - Tens que me ensinar como é que se engata um homem.
Eu - Eu?!
Ela - Sim. És homem, por isso sabes o que eles gostam mais de ver numa mulher.
Eu - Mas os homens não são todos iguais. Uns gostam mais dumas coisas, outros doutras...
Ela - Os homens não são todos iguais?!
Eu - Não, claro que não.
Ela - Oh! não. Nesse caso estou lixada.
Eu - Lixada porquê?
Ela - Não me apetece andar a investigar homem a homem.
Eu - Só tens que investigar aquele de que gostas.
Ela - Eu não gosto de nenhum.
Eu - Não gostas de nenhum?! Então queres engatar quem?
Ela - Um qualquer que não seja muito feio, só para quebrar a monotonia de viver sozinha.
Eu - Um qualquer que não seja muito feio?! Se é assim só tens é que ser bonita e consegues o que quiseres.
Ela - E sou?
Eu - És.
Ela - Lá está, acabaste por admitir o que eu queria.
Eu - O quê?
Ela - Os homens são todos iguais.
Eu - Ok... mas há uns mais iguais que outros.
Ela - Sim, sim... há mas é uns com mais testosterona, outros com menos...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Fruta 79 - Encosta-te a mim...

Táticas de Sedução


Alexandre Affonso - nadaver.com

27 março 2012

A posta que é deixá-los ir

Multiplicam-se no meu leque de conhecimentos os casos de homens portugueses que se atracam a brasileiras, deixando para trás família, emprego e o que mais houver como se o mundo fosse acabar amanhã.
Claro que a primeira reacção das pessoas à proliferação destas relações transatlânticas é a de rotularem as brasileiras de predadoras, acabando a coisa num crescendo que quase as remete à condição de feiticeiras daquelas que as mulheres traídas da geração anterior à minha afirmavam meterem qualquer coisa na sopa dos seus homens agora roubados pela bruxaria tropical.

Sempre achei as portuguesas as melhores mulheres do Mundo e arredores e disso tenho dado conta aqui. Essa minha crença não me cegou, contudo, aos detalhes de somenos importância que vão aos poucos estigmatizando (dito assim até parece que acredito na cena) as brasileiras com a associação de ideias mais óbvia: bundinha e fio dental.
Sim, tal como as muitas alegadas vítimas dessas desfazedoras de lares com sotaque prestei a esses pormenores a atenção suficiente para que a simples alusão a esse grupo específico de fêmeas me cole um sorriso no rosto de forma espontânea.
Contudo, isso nunca me pareceu tão ameaçador quanto isso porque qualquer observador mais atento conclui que as portuguesas só não se batem de igual para igual na exposição solar dos glúteos.
É portanto apenas uma questão de dimensão dos tecidos.

Assim sendo, esta diáspora de cônjuges fascinados pela paixão ao ritmo do samba permanece para mim envolta em mistério e vejo-me forçado a pensar a coisa mais além do que um fio dental possa representar. É aqui que entram em cena os mecanismos mais elementares da masculinidade lusitana, de entre os quais se destaca o descomplicómetro instalado junto aos disjuntores da complexa maquinaria de controlo do desejo que partilhamos com as nossas moças. Esse extraordinário equipamento de série no macho comum português está na origem de muitos indicadores que são erradamente confundidos com insensibilidade mas na verdade não passam de naturais divergências entre nós, que temos o aparelho, e elas que desejam tanto ou mais mas estão antes equipadas com uma espécie de retardador de abertura como os dos cofres nos bancos.

Maço-vos com esta breve abordagem à engenharia dos sistemas porque só aí consigo encontrar a fonte do tal fascínio que enlouquece tantos bons maridos e pais com desvarios tropicais que se consta serem doença sem cura conhecida.
As brasileiras, sem dúvida montes de femininas, parecem possuir um equipamento idêntico ao nosso e o que isso implica de diferente no estabelecimento de sólidas e tórridas relações diplomáticas está à vista.
As portuguesas, de caras as melhores do Mundo e arredores, são tesouros de valor incalculável e sabem-no e mantêm essa fortuna fora do alcance dos piratas em que nos tornamos quando o tal descomplicómetro dispara.
Já as brasucas, sem dúvida montes de uma data de coisas, são muito mais despachadas e generosas na entrega do ouro ao bandido que, quase por imperativo moral, privilegia o lucro fácil e regressa sempre ao local do crime o que, toda a gente sabe, é receita garantida para se deixar apanhar.

Perante este problema como o pintam é possível teorizar o que se queira e inventar pretextos ou desculpas mais ou menos elaboradas na maquilhagem da sua pretensa validade factual, nem que seja para armar ao pingarelho do alto da cátedra que deitou o olhar de esguelha às imagens do Carnaval do Rio mas nunca ousaria sequer sambar.
Porém, isso para mim é complicado demais quando o assunto envolve esses eternos alvos da cobiça (e da inveja, e do despeito, e da censura) e o meu equipamento de série prova funcionar na perfeição quando encaminha o raciocínio para uma simples questão aritmética: por cada patrício que se deixa embeiçar por uma irmã de além-mar há uma portuguesa desamparada, até mesmo revoltada, e isso pode ser o mote para anular perante as brasileiras a tal aparente desvantagem.
Nessas circunstâncias, juro pela minha perna de pau, fica muito mais permeável à abordagem.