14 maio 2012

Anúncio japonês a... quem adivinha antes do fim?

«respostas a perguntas inexistentes (198)» - bagaço amarelo

o tempo ainda está a contar

Ela acabou de chegar. Senti-a a pousar os sacos das compras do lado de lá da porta, escolher e rodar lentamente a chave na fechadura, pegar de novo nos sacos e entrar. Foi para a cozinha, arrumou tudo, e depois sentou-se à janela com uma chávena do chá que sobrou do pequeno-almoço. Hoje ainda não trocámos palavra, e na verdade não sei se isso é bom ou mau.
Às vezes procuro nela a menina por quem me apaixonei, há mais de vinte anos atrás, e não encontro. Mas quando procuro em mim o rapaz dessa paixão, também não dou com ele. É como se cada um de nós tivesse seguido a sua vida em direcções opostas, mas sempre fechados no mesmo T2 de um bairro operário da cidade.
E eu levanto-me, pouso o jornal aberto no chão ainda com metade das palavras cruzadas por fazer, e vou também à cozinha. Abro um armário e fecho-o logo a seguir, depois outro, como se procurasse alguma coisa que não uma palavra dela. Um sinal de vida ou de nós. Do que chegámos a ser.

- Comprei-te café! - Diz ela.
- Obrigado.

A janela da cozinha dá para a rua onde alguns miúdos jogam com uma bola vazia, e depois dá para outras janelas. Muitas. Fico com a sensação de que vivo numa prisão de janelas, que o mundo nos decidiu encerrar aqui para desistirmos lentamente da vida. Acho que ela está a pensar o mesmo que eu, a fazer as mesmas perguntas. Quantas pessoas nessas janelas passam os dias sem dar por eles? Quantas pessoas ainda se Amam e fazem Amor todas as manhãs de Domingo? Quantas pessoas?
Ouço a pastilha romper-se dentro da máquina e espero que o café escureça o fundo branco da chávena. Um curto, portanto, que eu nem sequer queria nenhum. Sento-me ao lado dela e finjo dar um gole do qual nem chego a sentir o sabor.

- E agora?

Sinto-a sorrir e lembro-me do primeiro sorriso que lhe vi, aquele que parecia que nunca se ia desfazer nos seus lábios de mel. E nos meus também, acho eu. E ela a perguntar-me se o nosso Amor era para sempre e eu a responder que sim. Que mais podia ser, naquele momento em que nos apaixonámos pela primeira vez? Que mais podia ser, naquele Big Bang dum mundo novo? Era como se o tempo e o Amor fossem infinitos.
Entrelaçamos os braços como se quiséssemos dar um nó impossível com eles, e ela pousa a cabeça no meu ombro. Em silêncio. Aí está, um pouco do que nós já fomos. E estamos a mostrá-lo ao mundo todo, a dizer que nesta janela as pessoas ainda se Amam, mesmo que seja um Amor em forma de resistência. O tempo ainda está a contar. O Amor também.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Sexo aos quadradinhos

Para apresentar à Minnie os prazeres do sexo virtual, o Mickey preparou com todo o carinho um menáge a trois no mousepad da sua amante.

O prazer da dança

O simples prazer de uma dança.




Reparem no cigarrinho…

Capinaremos.com

13 maio 2012

«Uma Estrela pra Ioiô» - Porta-Curtas

Director: Bruno Safadi
Elenco: Gustavo Falcão, Ivan Cardoso, Mariana Ximenes
Duração: 15 min Ano: 2003

Sinopse: O curta-metragem gira em torno do desejo do personagem Antônio Cleide, interpretado por Gustavo Falcão, de compensar a frustração de não poder oferecer uma vida melhor à sua namorada, a prostituta Ioiô, vivida por Mariana Ximenez. Uma chance imperdível surge quando um vendedor (o diretor Ivan Cardoso em sua estréia como ator de curtas metragens) aparece no Rio de Janeiro oferecendo as estrelas do céu com certificado e tudo.

Avó e neta violadas na Avenida


Uma tentativa de violação foi quase perpetrada ontem ao final da tarde, depois de em plena Avenida da Liberdade, uma adolescente envergando um blusão com capuz vermelho ter sido abordada por um membro do gang Lobos Maus.

A menor saiu de sua casa na Rua Ferreira Borges, em Campo de Ourique, cerca das 16 horas, transportando dois sacos do Pingo Doce com avios que sua mãe fizera para os ir entregar à sua avó que se encontrava engripada na sua residência, no 1º andar do nº 33 da Rua do Salitre.

Depois de sair na paragem de autocarro da Avenida da Liberdade, a rapariga avistou junto à esplanada um rapaz com 1,80 m, 78 quilos de peso, moreno e de olhos verdes e pensando tratar-se de um modelo ou de um actor de telenovelas acercou-se dele para lhe pedir um autógrafo.

O moço confirmou que frequentava um curso para famosos para se candidatar a castings para televisão mas que enquanto a vida dele não era isso operava nos Lobos Maus, um bando conhecido por limpar casas na cidade e fazer uma perninha na segurança e protecção às prostitutas da Baixa lisboeta. Conforme a própria confirmou à nossa reportagem, entusiasmada com as perspectivas que a conversa abria, aceitou ir por ele à Loja do Cidadão, nos Restauradores, para lhe arranjar os papéis para a renovação do Cartão de Cidadão  enquanto ele colocaria as compras em casa da sua avó e esperaria lá por ela.

O meliante, chegado à malfadada casa da avó da menina, convenceu a senhora a abrir-lhe a porta com o seu habitual método de se passar por técnico da Zon para verificar a instalação e ao deparar com uma cinquentona muito bem conservada, em camisa de dormir e roupão de flanela que até lhe fez lembrar a tristemente falecida Anna Nicole Smith mas em moreno, pousou os sacos logo no chão da entrada e atirou-se à senhora com tal garra que a mesma, depois de uma espera de três horas, foi assistida ao final da noite no Hospital de S. José, por ter sofrido escoriações várias de que resultaram 3 pontos na vulva e mais 9 no esfíncter.

Quando duas horas mais tarde a adolescente do capuz vermelho foi atendida e chegou a casa da avózinha, sentiu um intenso cheiro a feronomas no ar e encontrou o rapaz com o roupão da avó vestido mas completamente desapertado, exibindo claramente as partes baixas ainda revestidas de uma película branca. Sentiu-se despeitada, como nos confidenciou e telefonou de imediato à sua mãe a contar o sucedido, a qual, por seu turno, ligou de imediato para o marido, que era agente da polícia, para tomar conta da ocorrência.

Instigada também pelos seus sentimentos de combate ao banditismo e criminalidade que grassam na nossa cidade, a menina do Capuchinho Vermelho telefonou para a nossa redacção a transmitir a notícia o que lhe assegurou ser poster da nossa edição do próximo domingo, assim como um contrato para um anúncio televisivo de uma cadeia de supermercados com 75% de desconto em cartão.


Nem a Playboy portuguesa nem a Rita Pereira me pediram a opinião...

... mas eu dou-a: não entendo a ideia da Playboy nem como pôde aceitar fazer esta sessão de fotos que, com um poucochinho mais de tecido, poderia perfeitamente ser publicada no jornal «O Cavaleiro da Imaculada». E é pena, pois o restante conteúdo do nº 1 (ou melhor, nº re-1, pois a Playboy portuguesa já vai na 2ª tentativa de levantar voo em Portugal) até está bastante interessante.
A nossa sexóloga favorita, Vânia Beliz, não merecia ter uma crónica («FAQ») numa revista cuja capa, como bem disse o Ricardo Araújo Pereira, podia bem ser da «Playboy Afeganistão». A crónica ao lado desta, «I don't do boys», da Mónica Marques, também está muito boa. E recomendo a todos a leitura do conto «a primeira vez», de Valter Hugo Mãe.
Esta revista sempre foi sinónimo de tusa e páginas coladas ("play" - jogar, brincar; "boy" - rapaz). Mas a rapaziada deparar-se com uma foto em que a Rita Pereira aparece com o rabo colado na lombada da revista, tira a ponta toda até ao deus Príapo:


Que falta de pontaria (ou excesso, se foi propositado), senhores editores da Playboy portuguesa!...

A arte do António Ferrolho

O António Ferrolho é um engenheiro da Figueira da Foz cujas ocupações favoritas são a "pintura, desenho e poesia nos tempos livres... entre outras..."
Tem um blog com os seus trabalhos de pintura: Galeria Virtual.
Deixo-vos aqui alguns exemplos dos seus trabalhos, com o convite dele e a minha sugestão para uma visita:


Dedos mágicos e sonhos húmidos


Hardcore 1º escalão


Prazeres secretos


Esboço 1


Esboço 5


Two Good

Fantoche ridículo



Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)