… “explícito” … porque para mim o sexo é algo de belo, de essencial, de puro, como uma flor de estigma e estames de fora. E nem há mais nem menos “explícito”… é tão “explícito” quanto possa ser, passando por todos os estados físicos e emocionais possíveis, desde que positivos… assim eu seja capaz… amor, paixão, ternura, entrega animal ou sobre-humana… mas sobretudo… que sejam estados de “prazer”... Tudo!! Tudo quanto seja o prazer de dois seres inteiros, corpo e mente, ou se quisermos, espírito… sendo que um corpo, um agregado temporário de átomos na forma humana, é um “todo” em que se não pode separar a “parte material”da “parte imaterial”… se é que isto existe… Quando este agregado temporário de átomos se desfaz, o “ser” desaparece, extingue-se, desagrega-se, funde-se novamente nesta coisa mágica e imensa que é o Universo. Sexo “explícito”, pois. Sim, há. O que não há nos meus desenhos é “perversidade”. É uma espécie de regresso a um estado do “antes do pecado”. E por isso não há frinchas ou cobertores que tapem “aquilo que se não deve ver”, de onde, justamente, seja “explícito”. E o que não há também são “corpos objecto” adornados para servir ao prazer de “outro”. Isso também não há. São apenas “corpos”, são apenas “seres”… a tentar, e talvez, por vezes, a conseguir unir-se… deixarem de “ser cada um”, para, ao limite do êxtase, “serem juntos”. A entrega é de ambos. Sempre. O prazer é de ambos. Ainda que em determinado momento um possa apenas dar e outro apenas receber, ainda assim, a entrega terá que ser de ambos… e tem que ser completa. Porque o prazer, essa força que no fundo é a chama que nos mantém vivos, e que na sexualidade vem à tona na sua forma mais intensa, é algo de tão complexo que para ser inteiro tem que por força envolver a pessoa inteira. Só assim o posso conceber.
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