22 julho 2012
Chula fílmica
Quando terminamos e ele se deita de costas, a fumar um cigarro, sou capaz de ficar horas ali, de barriga para baixo, apoiada nos cotovelos, a brincar com os pelinhos grisalhos do seu peito, roçando os mamilos na sua barriga, a ouvir as histórias dos seus vinte anos. De como o «Último Tango em Paris» fez filas intermináveis às portas dos cinemas, com homens e mulheres de todas as idades, dias e dias a fio. De como corriam pelo país as campanhas de alfabetização, os grupos de teatro e de música e até amplas simultâneas de xadrez, acompanhadas de recolhas de fundos em autocolantes para isto tudo e até para a construção de creches e infantários. De como o tempo e o FMI , impuseram o aperto do cinto, o cancelamento do 13º mês e a tristeza solitária passou a encher as sessões contínuas do Odéon e no dia de finados de 1975 foi encontrado Pasolini assassinado numa praia.
Numa traquinice, enfio-lhe rapidamente a minha língua no umbigo e abraço-lhe as ancas escondendo a cara no seu baixo ventre, para levantar a cara de repente e lhe sorrir. Não lhe ofereço chocolates belgas em forma de búzio mas com as mãos em concha vou-lhe teclando as bolsinhas esponjosas e polindo o monumento digno de Cutileiro como se fosse um gelado a derreter no pino do verão, no vão desejo que esses breves instantes iludam a faixa cinzenta de Bruxelas que sustenta verbalmente o crescente preço da gasolina e da electricidade com tudo o resto a seguir o mesmo caminho em bichinha de pirilau, tal qual a falta de aumento de salário que ele ali à minha frente aguenta desde há uns anos com a perspectiva de ter ainda a reforma adiada para uma idade cada vez mais tardia.
Rogê, o Semmelier
Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)
21 julho 2012
A Confraria do Príapo avança com diversas iniciativas
A Confraria do Príapo, de que faço parte com muito prazer, tem mostrado um forte dinamismo na promoção da tradição da louça erótica das Caldas da Rainha.
Na semana passada, houve um jantar da Confraria e a inauguração da exposição «Símbolos Fálicos do Mundo», com fotos de Zica Capristano, antropólogo falecido poucos dias antes. Esta exposição está a decorrer até 31 de Julho no Centro Cultural das Caldas.
A Confraria está a preparar um livro de investigação sobre o falo das Caldas, que será editado até ao final deste ano. Esta é uma excelente notícia, pois o nosso Charlie também está a preparar um estudo sobre «a religião e o culto fálico na região Oeste» e serão, certamente, duas obras que se irão complementar.
A Confraria do Príapo tem vindo a apoiar iniciativas de várias entidades, estudiosos, designers e artesãos, relacionadas com o falo das Caldas.
Entretanto, na notícia da «Gazeta das Caldas» sobre este jantar, abordaram também um tema que me interessa especialmente:
"Decisão sobre Museu do Erotismo nas Caldas está para breve
O Museu do Erotismo das Caldas da Rainha ainda não está decidido pela autarquia. Continuam as negociações com o coleccionador de Coimbra, Paulo Moura, que gostaria de ceder a sua colecção à cidade (com opção de compra para a Câmara após um período de dez anos).“O problema é o custo da instalação do museu, pois é necessário um edifício de alguma dimensão, várias salas e vitrines e esses encargos, segundo o coleccionador, devem ser a cargo da Câmara”, disse Fernando Costa. As peças continuarão a pertencer ao coleccionador por 10 anos e há em seguida uma opção de compra para a Câmara, mas segundo o edil o valor pedido de 300 mil euros “é muito elevado”.De qualquer forma, Fernando Costa afirmou que “a Câmara municipal vai decidir a curto prazo se vai haver museu ou não”."
«conversa 1890» - bagaço amarelo
Eu - Eu gosto mais agora.
Ela - Agora, quando te pões com sentimentalismos, és um chato. Espero que a Raquel te deixe o mais depressa possível.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Talher erótico da Indonésia
Garfo e colher grandes da Indonésia, com um casal esculpido em madeira. Ele, com o pénis erecto e ela, grávida. ambos sentados em cima de falos enormes. Sempre juntinhos, na minha colecção.
20 julho 2012
19:30
Achas
que fiz mal, Antunes?
Porque
é que me chamas sempre Antunes?
O
quê?
Chamas-me
sempre Antunes…
Pensava
que gostasses de ser tratado assim.
Antunes?
Sim.
Eu
não me chamo Antunes, Dina.
Desculpa?!
Eu
não me chamo Antunes.
Foi
por isso é que não fomos tomar café?
Por
eu não me chamar Antunes?... Não. Quero dizer, acho que não. Foi porque quando
eu podia não podias tu e quando tu podias eu…
E
agora podes?
O
quê?
Tomar
café.
Agora?
Sim.
Agora. Daqui a uma hora. Hoje.
Posso.
Mas
tu não te chamas Antunes.
Não.
Sabes
onde é que é o Moustache?
Sei.
Lá,
daqui a uma hora?
Sim.
Pode ser.
Tu
sabes quem eu sou?
A
Dina?
Não
é isso. Tu conheces-me se me vires?
Acho
que sim.
É
que eu pensava que tu fosses outra pessoa…
Já
percebi.
Não
estás chateado?
Quando
falas comigo, quanto trocamos mails ou conversamos no chat…
Por
isso é que o teu facebook não tem Antunes!
Pois,
eu não…
Eu
estranhava isso mas pensei… Não interessa! Isso agora não interessa nada. Moustache, sete e meia?
Sim.
E
não estás chateado?
Por
não me chamar Antunes?
Não,
parvo!
Sete
e meia?
Sim.
Sete e meia. Até já.
O desporto pode dar mesmo muita saúde!
Apreciem o ar saudável da atleta australiana Michelle Jenneke, que tem 19 aninhos, nos exercícios de aquecimento antes de uma prova de 100 metros barreiras no Campeonato Mundial de Atletismo de Juvenis de 2012, que decorreu de 10 a 15 de Julho em Barcelona.
Saúde!
Saúde!
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