20 setembro 2012

O Sem Asas e O Alado

"a coisa sem asas
do homem..."

e. e. cummings

Edward Lucie-Smith, 1997



A maioria dos homens usa os caralhos
para duas coisas apenas fazer:
de pé estão para mijar
e deitados para foder.
O mundo está cheio de homens horizontais -
ou verticais -
e na verdade é tudo o mesmo mal.

Mas o teu caralho voa
por cima da terra,
fazendo sombras
nos corpos das mulheres,
fazendo sons loucos de ave
das suas bocas pequeninas,
fazendo música
e comida para o pensamento.
Não é uma coisa sem asas
de todo.

Podíamos chamar-lhe Pégaso -
se isso não nos fizesse pensar
em estações de serviço.
Ou podíamos chamar-lhe Ícaro -
se isso não nos fizesse pensar
em cair.

Mas, mesmo asim, desce e mergulha
através do céu como um planador,
à procura de um prado,
de um campo,
de um pântano batido pelo sol
de onde (disseste bem)
toda a vida começa.'

Erica Jong


blog A Pérola

«O Raboçado» - Patife

Há umas semanas conheci uma paleontóloga. Sinceramente achei que esta ia dar muito mais luta para convencer a chuchar-me o besugo. É que como está habituada a catalogar predadores pensei, honestamente, que me ia topar à distância. Foi com esta noção de desafio histórico que tomei o acto de lhe enfiar o nabo na traqueia como um objectivo de vida. É que depois de tantos anos a dominar a arte do engate com uma facilidade que mais parece que está untada de lubrificante, fartamo-nos um pouco de ser sempre a mesma história. É a pescadinha de nabo na boca. Vai sempre dar ao mesmo. E chega a um ponto em que valorizamos um bocadinho de luta. Mas com um bocadinho de puta. Por isso, enchi o peito de confiança, tanto quanto lhe queria encher a boca com o toutiço, e lancei-me de olhos postos no grande rabo que ela tinha. Aliás, tinha um rabo tão apetitoso que não foi difícil apelidá-lo de raboçado. Mas continuando, que agora já me estava a começar a dispersar com o raboçadinho que só me apetecia papar à canzana com este gigantesco nabo enquanto lhe puxava o cabelo ao ritmo da carga épica de bombada que lhe soltava raboçado adentro. Ela tinha acabado de chegar de África e devia estar sexualmente famélica pois nem duas ideias consegui articular e já ela me estava a abocanhar a lontra à bruta. Tão à bruta que me deixou o Pacheco de rastos. Ironicamente, a chona dela estava de rastas.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

Uma hora vai


Alexandre Affonso - nadaver.com

19 setembro 2012

«18 Again» - produto para que a mulher se sinta como uma virgem

«coisas que fascinam (146)» - bagaço amarelo

amanhecer

Hoje acordei perdido no tempo. Naqueles primeiros momentos não sabia em que dia estava, que horas eram, nem o que era suposto fazer depois de me levantar. Não sabia se estava de folga ou se tinha que ir trabalhar, se tinha combinado alguma coisa com alguém ou, pelo contrário, teria o dia todo só para mim. Olhei para as coisas do quarto mas não encontrei nelas nenhuma resposta até ver uma camisola pendurada no cabide da porta.
Foi a camisola que usei durante o dia de ontem, uma t-shirt vermelha com um desenho à frente, e permitiu-me refazer os últimos momentos antes de adormecer. Cheguei a casa muito cansado, fui à cozinha e abri o frigorífico sem saber muito bem porquê, feri-me a abrir uma lata de cerveja que bebi rapidamente e deixei tudo o que trazia nos bolsos em cima da banca. Depois lavei os dentes, despi-me e deitei-me. A camisola ficou ali, à espera de me contar esta manhã isso mesmo: que cheguei cansado a casa por causa dum dia de trabalho intenso.
Fiz as contas a partir dessa informação e deduzi que hoje era novamente dia de ir trabalhar. Aos poucos, toda a informação se agregou no meu cérebro como se fosse um puzzle enorme e monocolor. Sempre soube onde estava, mas agora sabia também quando e como.
Este amanhecer no vazio acontece-me às vezes, mas apenas nos dias em que durmo sem ninguém ao meu lado. É uma espécie de amnésia momentânea sobre tudo o que foi a minha vida nos últimos dias. Fico ali, deitado na cama como se estivesse a pairar sobre nuvens, como se não tivesse havido ontem nem fosse haver amanhã. Apenas uma imagem me vem à cabeça, e é a da Raquel perto de mim, talvez também deitada sobre nuvens. Não sei bem.
Também não sei muito bem quanto tempo é que costumo estar assim, até a consciência se apoderar lentamente de mim e obrigar os meus olhos a procurar um sinal da minha vida. Uma t-shirt, por exemplo. Talvez dez segundos, talvez dez minutos, talvez meia-hora. Sei que depois acabo sempre por me vestir à pressa e ir a correr para o comboio. É no comboio, com a cabeça encostada ao vidro trémulo, com a pequena ferida que fiz no dedo a começar a doer-me, que me dou conta de como é bom estar ausente do mundo por um bocado. Distancio-me do dia-a-dia, do ordinário, do quotidiano. Por um momento percebo bem o que é importante.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Postalinho das flores malandrecas

"Algures junto à praia de Santa Rita, do lado da serra, nuns bonitos canteiros virados para o mar :)"
Imperator / Júlio César Augusto / JCA
(apenas pseudónimos)
provocame.blogspot.pt

Quem precisa de um coração?!



PhotoShop Contest

18 setembro 2012

A Katee anda muito bem de bicicleta...

Eva portuguesa - «Ontem»

Ontem foi um dia bom!
Não bom como aqui há dois anos atrás mas, comparando com a realidade mais recente, foi um dia que compensou.
E foi bom de várias maneiras: tive trabalho, ganhei dinheiro, revi clientes por quem tenho um grande carinho,  ainda... bom... sexualmente... tirei a barriga de misérias... ;)
E ainda tive a sorte da minha estrelinha olhar por mim e ajudar-me no que mais precisava.
Com tudo isto, estou feliz!
Estou feliz porque posso fazer a festinha de anos ao meu filho, cujo aniversário é este fim de semana.
Fiz por isso, trabalhei para isso e, graças aos meus homens, vai ser possível fazê-lo!...
Ontem foi um dia em que valeu a pena trabalhar até à meia noite.
Ontem foi como deviam ser todos os dias de trabalho.
Ontem deitei-me cansada, satisfeita, dorida e feliz!
Ontem pousei a cabeça na almofada e dormi bem.
Ontem não me preocupei se teria ou não dinheiro para a festa do meu menino.
Ontem não me doía a cabeça de estar tantas horas fechada no apartamento sem fazer nada.
Ontem (acho) que dei e recebi felicidade.
Ontem dei-me e recebi quem a mim se entregou.
Hoje devia ser como ontem.
Amanhã devia ser como ontem.
Sim... preciso de mais dias como ontem...
Mereço mais dias como o de ontem...
E são tantos e tão bons os "meus homens" que me podem dar mais dias como o de ontem...
Sim, ontem... foi decididamente um dia bom!


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

As mamas da princesa Kate

Apesar de os paparazzi terem conseguido as fotos da moça em topless com recurso a um telescópio, ficamos todos a saber que afinal as ditas nem são assim do outro mundo...

MMMNNNRRRG

Não, não tenho as mamas em cima do teclado!
MMMNNNRRRG é uma editora portuguesa onde fiz umas comprinhas recentemente, para a minha colecção:


Rapsódia Erótica de autoria do Grupo Empíreo, Sociedade Anónima de Recreio e Prazer. Uma das frases: "a melhor pornografia é a que nós fazemos".


Segundo número da rapsódia erótica AcontorcionistA, intitulado Calendário, "o qual se apresenta como um instrumento devidamente preparado para assinalar de maneira condigna, e ao longo de várias décadas, os mais emocionantes compromissos relacionados com os prazeres carnais".


Livro de banda desenhada. Francisco tem uma maldição de uma bruxa ciumenta... o seu pénis mata as mulheres com quem fizer "o amor".


Segundo livro de Max Tilmann em Portugal. Pintor e dramaturgo, nascido a 4 de Abril de 1955 em Oldenburg (Alemanha). Contrapõe imagens de pornografia (terrorismo, guerras, fome, refugiados, escravatura sexual, etc.) a imagens eróticas de sexo. Como eu faço quando defendo certas causas.

17 setembro 2012

O laço impenetrável do silêncio

É já no próximo sábado que será apresentado o meu mais recente livro de poemas, «o laço impenetrável do silêncio», Chiado Editora.

Apresentação do prefaciador e poemas lidos pelo Jorge Castro e pelo Manuel Branco.

Do prefácio de João Videira Santos saliento: "despida de medos, nua de preconceitos, esta é uma poesia que se come no apetite da leitura, no delírio da intimidade, no parir da originalidade".


The Waste Language



Obscenatório